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ESCOLA:______________________________________________ PROF. ESP.

ALEX GUIMARÃES
ALUNO(A):_____________________________________________ TURMA:____________________

I BIMESTRE
ASSUNTO 01: A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA

As Origens da Língua Portuguesa


A língua portuguesa é uma língua neolatina, formada da mistura de muito latim vulgar(...) . A língua portuguesa é uma
língua neolatina, formada da mistura de muito latim vulgar e mais a influência árabe e das tribos que viviam na região. Sua origem
está altamente conectada a outra língua (o galego), mas, o português é uma língua própria e independente. Apesar da influência
dos tempos tê-la alterado, adicionando vocábulos franceses, ingleses, espanhóis, ela ainda tem sua identidade única, sem a força
que tinha no seu ápice, quando era quase tão difundida como agora é o inglês. No oeste da Península Ibérica, na Europa
Ocidental, encontram-se Portugal e Espanha.
Ambos eram domínio do Império Romano a mais de 2000 anos, e estes conquistadores falavam latim, uma língua que
eles impuseram aos conquistados. Mas não o latim culto usado pelas pessoas cultas de Roma e escrito pelos poetas e
magistrados, mas o popular latim vulgar, falado pela população em geral. Isto aconteceu porque a população local entrou em
contato com soldados e outras pessoas incultas. Este processo formou vários dialetos, denominados cada um deles
genericamente de romanço (do latim romanice, "falar à maneira dos romanos"). Quando o Império Romano caiu no século V este
processo se intensificou e vários dialetos foram se formando. No caso específico da península, foram línguas como o catalão, o
castelhano e o galego-português (falado na faixa ocidental da península).
Foi este último que gerou o português e o galego (mais tarde uma língua falada apenas na região
de Galiza, na Espanha). O galego-português existiu apenas durante os séculos XII, XIII e XIV,
na Camões, o português uniformiza-se e adquiri as características atuais da língua. Em 1536 Fernão de Oliveira publicou a
primeira Gramática da Linguagem Portuguesa, consolidando-a definitivamente.
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BIMESTRE I
ASSUNTO 02: LÍNGUA, LINGUAGEM E FALA
Linguagem, língua e fala são três conceitos indissociáveis no processo comunicativo, porém individualmente
diferenciáveis entre si.

 Linguagem

A linguagem é um sistema de signos ou símbolos usados na transmissão de uma mensagem. É a capacidade de


comunicação de ideias, pensamentos, opiniões, sentimentos, experiências, desejos, informações. A linguagem se materializa EM
CONTEXTOS GRUPAIS OU COMUNITÁRIOS. Existem dois tipos de linguagem: linguagem verbal, recorrendo a palavras como
forma de comunicação, e linguagem não verbal, utilizando outros meios comunicativos, como gestos, sons, imagens,…

Linguagem verbal:

 Palavras escritas;  Palavras faladas.

Linguagem não verbal:

 gestos;   imagens;
 sinais;  desenhos;
 sons;  expressões faciais;
 cores;  …

 Língua

A língua é um conjunto de palavras organizadas por regras gramaticais específicas. É uma convenção que permite que
a mensagem transmitida seja sempre compreensível para os indivíduos, PORÉM DENTRO DE UM SISTEMA MAIS
ABRANGENTE. Assim, tem um caráter social e cultural, sendo usada por uma comunidade específica:

 Língua portuguesa;  Língua alemã;


 Língua inglesa;  Língua chinesa;
 Língua francesa;  …

Nota: A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é uma língua com estrutura gramatical própria e não uma linguagem, sendo
reconhecida, também, como língua oficial de sinais do Brasil desde 2002.

 Fala

A fala é a forma pessoal de expressão de cada indivíduo, que possui uma organização própria de pensamentos, ideias,
opiniões,… A fala segue as regras gramaticais da língua, mas deixa margem para a criatividade e diferenciação na comunicação
em função de quem fala.

É influenciada pelo contexto, vivências, personalidade e conhecimentos linguísticos do falante, apresentando diversos níveis,
desde o mais informal ou coloquial, até o mais formal ou culto.
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BIMESTRE I
ASSUNTO 03: OS NÍVEIS DE LINGUAGEM
A fala e a escrita, em uma determinada situação de frequentes. A exemplo temos os vícios “Nóis vai”, “vamo ir”,
comunicação, apresentam os ditos “níveis de linguagem”. “pra mim comer”.
Esses dizem respeito à concordância em que o emissor e o
receptor estão para que possam ser compreendidos, e para  Linguagem culta ou padrão
tanto, existem linguagens diferentes para ocasiões distintas.
A gramática normativa dita as regras de coerência, O total oposto da linguagem tratada anteriormente. A língua
entretanto, na fala e escrita, especialmente informal, padrão é aquela ensinada nas escolas, usada em livros
podemos usar elementos que não estão gramaticalmente didáticos e, muitas vezes, é a usada nos telejornais. É mais
corretos, mas que são de entendimento para o receptor. comum usar esse tipo de linguagem na escrita. Ela reflete
prestígio social e cultural, mas não é só isso que deve definir
 Linguagem regional um indivíduo

Refere-se aos falares locais, variações na fala que ocorrem  Técnica


de acordo com o local geográfico onde os falantes estão ou
são naturais. O Brasil é um país com extensa faixa
É a fala que alguns profissionais (advogados, economistas,
territorial e com muitos falares regionais distintos. Algumas
das falas características mais conhecidas são a nordestina, etc.) utilizam no exercício de suas atividades profissionais.
a fluminense, a mineira, a sulista e a baiana. Observe o exemplo abaixo:

 Linguagem popular “Vamos direto ao assunto: interface gráfica ou não,


muitas vezes, é preciso trabalhar com o prompt do
É também chamada de linguagem coloquial. Trata-se DOS, sendo aborrecedor esforçar-se na
daquela que é usada de forma espontânea e fluente pelas redigitação de subdiretórios longos ou comandos
pessoas. Raramente segue as regras da gramática
mal digitados.”Revista PC World, ago/1992. p. 98. 
normativa e é carregada de vícios de linguagem, tais como
pleonasmo, cacofonia, barbarismo e solecismo. Gírias e
expressões vulgares costumam aparecer com frequência  Literária (artística)
neste tipo de linguagem. Ela está presente nas conversas
entre amigos, familiares e também em programas de É a utilização da língua como finalidade expressiva, como a
televisão. que é feita pelos artistas da palavra poetas e romancista.
Observe o exemplo abaixo:
 Gíria
“O céu jogava tinas de água sobre o noturno que
A gíria é um estilo linguístico que está integrado à linguagem
popular. Ela está relacionada ao cotidiano de certos grupos me devolvia a São Paulo. O comboio brecou, lento,
sociais, em especial os estudantes, os esportistas e também para as ruas molhadas, furou a gare suntuosa e
os ladrões, por exemplo. Utilizada como meio de expressão me jogou nos óculos menineiros de um grupo
cotidiana, a gíria existe dentro de grupos para diferenciá-los, negro.
pois só os inseridos naquele determinado contexto sabem o “Sentaram-me num automóvel de pêsames.”
seu significado.

 Linguagem vulgar

Indo de encontro com a linguagem culta, a vulgar é


extremamente fora do padrão gramatical e faz parte da fala
dos analfabetos ou semianalfabetos. As estruturas
gramaticais são “bagunçadas” e barbarismos são
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BIMESTRE I
ASSUNTO 04: VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
As variações linguísticas reúnem as variantes da língua que foram criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia.
Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem diversos aspectos históricos, sociais, culturais, geográficos, entre outros.
No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas, por exemplo, na linguagem regional.

Nas falas do Chico bento e de seu primo Zé Lelé notamos o regionalismo

Tipos de variações linguísticas

1. Variedades regionais, geográficas ou diatópicas

São as variedades linguísticas que sofrem forte influência do espaço geográfico ocupado pelo falante. Em um país com
dimensões continentais como o Brasil, elas são extremamente ricas (tanto em número quanto em peculiaridades linguísticas).

Essas variantes são percebidas por dois fatores:

 Sotaque: fenômeno fonético (fonológico) em que pessoas de uma determinada região pronunciam certas palavras ou
fonemas de forma particular. São exemplos a forma como os goianos pronunciam o R ou os cariocas pronunciam o S.

 Regionalismo: fenômeno ligado ao léxico (vocabulário) que consiste na existência de palavras ou expressões típicas de


determinada região.

Em Goiás, por exemplo, normalmente se diz “mandioca”; no Sul, “aipim”; no Nordeste, “macaxeira”.

2. Variedades sociais ou diastráticas

São as variedades linguísticas que não dependem da região em que o falante vive, mas sim dos grupos sociais em que
ele se insere, ou seja, das pessoas com quem ele convive. São as variedades típicas de grandes centros urbanos, já que as
pessoas dividem-se em grupos em razão de interesses comuns, como profissão, classe social, nível de escolaridade, esporte,
tribos urbanas, idade, gênero, sexualidade, religião etc. Para gerarem sentimento de pertencimento e de identidade, os grupos
desenvolvem características próprias, que vão desde a vestimenta até a linguagem. Os surfistas, por exemplo, falam
diferentemente de skatistas; médicos comunicam-se diferentemente de advogados; crianças, adolescentes e adultos possuem
vocabulário bastante diferente entre si. Os grupos mais escolarizados tendem a ser mais formais, enquanto os grupos de menor
formação normalmente são mais informais, ou seja, há diferentes registros de linguagem.

Veja a crônica abaixo de Luis Fernando Verissimo, do livro “As mentiras que os homens contam”, acerca do uso das variedades
profissionais:

O Jargão
Nenhuma figura é tão fascinante quanto o Falso Entendido. E se alguém quer mais detalhes sobre a sua insólita teoria
É o cara que não sabe nada de nada mas sabe o jargão. E ele vê a pergunta como manifestação de uma hostilidade
passa por autoridade no assunto. Um refinamento ainda bastante significativa a interpretações não ortodoxas, e
maior da espécie é o tipo que não sabe nem o jargão. Mas passa a interpretar os motivos de quem o questiona,
inventa. invocando a Igreja medieval, os grandes hereges da
história, e vocês sabiam que toda a Reforma se explica a
– Ó Matias, você entende de mercado de capitais… partir da prisão de ventre de Lutero?
– Nem tanto, nem tanto…
Mas o jargão é uma tentação. Eu, por exemplo, sou
(Uma das características do Falso Entendido é a falsa fascinado pela linguagem náutica, embora minha
modéstia.) experiência no mar se resuma a algumas passagens em
transatlânticos onde a única linguagem técnica que você
– Você, no momento, aconselharia que tipo de aplicação? precise saber é “Que horas servem o bufê?”. Nunca pisei
– Bom. Depende do yield pretendido, do throwback e do num veleiro e se pissasse seria para dar vexame na
ciclo refratário. Na faixa de papéis top market – ou o que primeira onda. Eu enjoo em escada rolante. Mas, na minha
nós chamamos de topi-maque -, o throwback racai sobre o imaginação, sou um marinheiro de todos os calados. Senhor
repasse e não sobre o release, entende? de ventos e de velas e, principalmente, dos especialíssimos
– Francamente, não. nomes de equipagem.

Aí o Falso Entendido sorri com tristeza e abre os braços Me imagino no leme do meu grande veleiro, dando ordens à
como quem diz “É difícil conversar com leigos…”. tripulação:
Uma variação do Falso Entendido é o sujeito que sempre
parece saber mais do que ele pode dizer. A conversa é – Recolher a traquineta!
sobre política, os boatos cruzam os ares, mas ele mantém – Largar a vela bimbão, não podemos perder esse Vizeu.
um discreto silêncio. Até que alguém pede a sua opinião e
ele pensa muito antes de se decidir a responder: O Vizeu é um vento que nasce na costa ocidental da África,
faz a volta nas Malvinas e nos ataca a boribordo, cheirando
– Há muito mais coisa por trás disso do que vocês a especiarias, carcaças de baleia e, estranhamente, a uma
pensam… professora que eu tive no primário.

Ou então, e esta é mortal: – Quebrar o lume da alcatra e baixar a falcatrua!


– Cuidado com a sanfona de Abelardo!
– Não é tão simples assim…
A sanfona é um perigoso fenômeno que ocorre na vela
Faz-se aquele silêncio que precede as grandes revelações, parruda em certas condições atmosféricas e que, se não
mas o falso informado não diz nada. Fica subentendido que contido a tempo, pode decapitar o piloto. Até hoje não
ele está protegendo as suas fontes em Brasília. encontraram a cabeça do comodoro Abelardo.

E há o falso que interpreta. Para ele tudo o que acontece – Cruzar a spínola! Domar a espátula! Montar a sirigaita!
deve ser posto na perspectiva de vastas transformações Tudo a macambúzio e dois quartos de trela senão
históricas que só ele está sacando. afundamos, e o capitão é o primeiro a pular.
– Cortar o cabo de Eustáquio!
– O avanço do socialismo na Europa ocorre em proporções
diretas ao declínio no uso da gordura animal nos países do
Mercado Comum. Só não vê quem não quer.

3. Variedades históricas ou diacrônicas

São as variedades linguísticas comumente usadas no passado, mas que caíram em desuso. São percebidas por meio
dos arcaísmos – palavras ou expressões que caíram em desuso no decorrer do tempo. Essas variedades são normalmente
encontradas em textos literários, músicas ou documentos antigos.

Antigamente

Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos braços de
Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na
cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo
voltava aos penates. Não ficava mangando na rua, nem escapulia do mestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução
moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões  para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem que no
convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo
que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de um treteiro de topete, depois de
fintar e engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco.  ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 1983

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BIMESTRE I

ASSUNTO 05: PRECONCEITO LINGUÍSTICO

O Preconceito Linguístico é aquele gerado pelas diferenças linguísticas existentes dentre de um mesmo idioma. De tal
maneira, está associado as diferenças regionais desde dialetos, regionalismo, gírias e sotaques, os quais são desenvolvidos ao
longo do tempo e que envolvem os aspectos históricos, sociais e culturais de determinado grupo. O preconceito linguístico é um
dos tipos de preconceito mais empregados na atualidade e pode ser um importante propulsor da exclusão social.

Não existe uma forma “certa” ou “errada” dos usos da língua e que o preconceito linguístico, gerado pela ideia de que
existe uma única língua correta (baseada na gramática normativa), colabora com a prática da exclusão social. No entanto,
devemos lembrar que a língua é mutável e vai se adaptando ao longo do tempo de acordo com ações dos falantes. Além disso, as
regras da língua, determinada pela gramática normativa, não inclui expressões populares e variações linguísticas, por exemplo as
gírias, regionalismos, dialetos, dentre outros.

De maneira elucidativa, no primeiro capítulo do livro, “ A mitologia do preconceito linguístico” um linguista muito conhecido
no país analisa oito mitos muito pertinentes sobre o preconceito linguístico, a saber:

 Mito n° 1 “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente ”: o autor aborda sobre a unidade
linguística e as variações que existem dentro do território brasileiro.

 Mito n° 2 “Brasileiro não sabe português” / “Só em Portugal se fala bem português ”: apresenta as diferenças entre o
português falado no Brasil e em Portugal, este último considerado superior e mais “correto”.

 Mito n° 3 “Português é muito difícil”: baseado em argumentos sobre a gramática normativa da língua portuguesa
ensinada em Portugal, e suas diferenças entre falar e escrever dos brasileiros.

 Mito n° 4 “As pessoas sem instrução falam tudo errado”: preconceito gerado por pessoas que têm um baixo nível de
escolaridade. Bagno defende essas variantes da língua e analisa o preconceito linguístico e social gerado pela diferença
da língua falada e da norma padrão.

 Mito n° 5 “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão”: mito criado em torna desse estado, o qual é
considerado por muitos o português mais correto, melhor e mais bonito, posto que está intimamente relacionado com o
português de Portugal e o uso do pronome "tu" com a conjugação correta do verbo: tu vais, tu queres, etc.

 Mito n° 6 “O certo é falar assim porque se escreve assim”: aqui o autor apresenta diferenças entre as diversas variantes
no Brasil e a utilização da linguagem formal (culta) e informal (coloquial)

 Mito n° 7 “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”: aborda sobre o fenômeno da variação linguística e a
subordinação da língua a norma culta. Para ele, a gramática normativa passou a ser um instrumento de poder e de
controle.

 Mito n° 8 “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social ”: decorrente das desigualdades sociais e das
diferenças das variações em determinadas classes sociais. Assim, as variedades linguísticas que não são padrão da
língua são consideradas inferiores.
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ASSUNTO 06: TEORIA E OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

A comunicação está associada à linguagem e interação, de forma que representa a transmissão de


mensagens entre um emissor e um receptor.
Derivada do latim, o termo comunicação (“ communicare”) significa “partilhar, participar de algo, tornar
comum”, sendo, portanto, um elemento essencial da interação social humana.

Os elementos que compõem a comunicação são:

 Emissor: chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele que emite a mensagem para um ou mais
receptores, por exemplo, uma pessoa, um grupo de indivíduos, uma empresa, dentre outros.

 Receptor: denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem recebe a mensagem emitida pelo emissor.

 Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa o conteúdo, o conjunto de


informações transmitidas pelo locutor.

 Código: representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem.

 Canal de Comunicação: corresponde ao local (meio) onde a mensagem será transmitida, por exemplo, jornal,
livro, revista, televisão, telefone, dentre outros.

 Contexto: também chamado de referente, trata-se da situação comunicativa em que estão inseridos o emissor
e receptor.

 Ruído na Comunicação: ele ocorre quando a mensagem não é decodificada de forma correta pelo interlocutor,
por exemplo, o código utilizado pelo locutor, desconhecido pelo interlocutor; barulho do local; voz baixa;
dentre outros.
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BIMESTRE I

ASSUNTO 07: FUNÇÕES DA LINGUAGEM

As funções da linguagem estão relacionados com os estudos da linguagem e da comunicação. Alguns


estudiosos apontam a existência de, pelo menos, seis funções da Linguagem, cada uma ligada a um diferente elemento da
comunicação. Entender essas manifestações ajuda a interpretar textos com mais eficiência e a compreender como os atos
comunicativos organizam-se, podendo gerar mais eficácia no momento de se falar ou de se escrever.

Funções de linguagem na comunicação

Roman Jakobson , linguista russo, foi um dos grandes teóricos que apresentaram ao mundo estudos referentes às
funções da linguagem na comunicação. Contudo, independentemente dos resultados das pesquisas acadêmicas, podemos dizer
que perceber os atos comunicativos e o uso da linguagem não depende de nos apropriarmos de teorias ou axiomas, basta que
olhemos ao nosso redor.

A intenção do ato comunicativo define a linguagem a ser utilizada.


Comunicamo-nos do momento em que acordamos até a hora de voltarmos a dormir, seja por meio da linguagem verbal (escrita,
falada), seja por meio da linguagem não verbal. Para cada interação, de forma consciente ou intuitiva, estamos submetidos a um
esquema mínimo que nos permite elaborar e compreender mensagens, conforme demonstrado a seguir.
Importante lembrar que, embora seja possível, na maioria das vezes, identificarmos a função predominante, podemos perceber
que as seis funções da linguagem podem perpassar os textos, uma vez que todos os elementos estão presentes na
comunicação.

 → Função referencial ou denotativa

A função referencial ou denotativa é a função da informação. Presente em textos como artigos científicos, textos
didáticos, folhetos, manuais e textos enciclopédicos, enfatiza o referente, ou seja, o assunto ou contexto em que aquele
determinado texto está inserido. Em sua estrutura, predominam o discurso na ordem direta e o foco na terceira pessoa com a
utilização da objetividade.
Um gênero textual bastante representativo dessa função é a notícia, cuja intenção é a de informar os leitores sobre fatos
relevantes e recentes, e que, na maioria das vezes, constrói-se desprovida de opiniões ou sequências linguísticas que pretendam
levar ao convencimento. Se quiser saber mais sobre esse tema, acesse: Função referencial ou denotativa.
 Exemplo

Quando começou a ser transmitida pelo projeto YouTube Originals, que buscava há alguns anos realizar suas próprias séries
para competir com outros serviços de streaming, Cobra Kai chegou de maneira tímida, mal sabendo se haveria uma renovação
para a segunda temporada. No entanto, se engana quem acha que os criadores Josh Heald e Jon Hurwitz não planejaram muito
mais do que isso. A 4ª temporada do seriado ainda não possuem nenhuma previsão de estreia, mas talvez seja lançada no
começo de 2022. Enquanto isso, as três temporadas de Cobra Kai estão disponíveis na Netflix com presenças ainda de William
Zabka e Courtney Henggeler!

 → Função emotiva ou expressiva

Diferentemente da função referencial ou denotativa, que preza pela objetividade, a principal particularidade da função emotiva ou
expressiva é o caráter subjetivo, ou seja, a linguagem cumprindo a função de emitir opiniões, emoções, desejos, sentimentos,
expressões individuais.
Estruturada com sequências na primeira pessoa do discurso, tem como representantes os artigos de opinião, diários, cartas
pessoais e poemas líricos, por exemplo. Assim, o ponto de vista de quem fala/escreve é essencial no trabalho com a linguagem.
Se quiser saber mais sobre esse tema, acesse: Função emotiva ou expressiva.
 Exemplos

As Sem-Razões do Amor Amor é dado de graça Não se conjuga nem se ama

Eu te amo porque te amo É semeado no vento Porque amor é amor a nada

Não precisas ser amante Na cachoeira, no eclipse Feliz e forte em si mesmo

E nem sempre sabes sê-lo Amor foge a dicionários  

Eu te amo porque te amo E a regulamentos vários Amor é primo da morte

Amor é estado de graça   E da morte vencedor

E com amor não se paga Eu te amo porque eu te amo Por mais que o matem (e matam)

  Bastante ou demais a mim A cada instante de amor

Porque amor não se troca Carlos Drummond de Andrade


 NA PROSA:

 É tão deprimente assistir ao noticiário e acompanhar casos tão tristes diariamente. Nem sei o que dizer…
 Acerca do confronto entre as equipes de futebol nesta quarta-feira, vi agora mesmo na TV, que a Polícia Militar informou
que o número de vítimas em estado grave já são 12!!!! Pela manhã, ouvi dizer que eram 10… E tem mais: 3 desses
feridos são mulheres - possivelmente mães.

Uma das principais características da função emotiva é a subjetividade. Vejamos como ficariam as frases acima num discurso
objetivo, que utilize a função referencial:

 Diariamente assisto ao noticiário a fim de acompanhar os casos da atualidade.

 De acordo com os dados facultados pela Polícia Militar, sobe para 12 o número de vítimas em estado grave após o
confronto entre as equipes de futebol nesta quarta-feira, entre as quais 3 mulheres.

 → Função poética

Embora tenha como nome função poética, essa função da linguagem não é exclusiva dos poemas. Quando a intenção discursiva
é a de construir uma mensagem que valoriza o tipo em sua elaboração, vemos a manifestação desse tipo de função.
Assim, a presença de figuras de linguagem, seja em textos poéticos, seja em textos em prosa, bem como diferentes escolhas
vocabulares, ou mesmo a própria estruturação textual em versos com a presença de rimas demonstram a intencionalidade do
trabalho com a mensagem.
 Exemplos

Millôr Fernandes

 → Função fática ou de contato

Centrada no canal ou veículo de comunicação, a função fática ou de contato é aquela em que a intencionalidade está
na manutenção do ato comunicativo, ou seja, quando o emissor (locutor) busca estratégias para manter a interação com o
receptor (interlocutor).
Quem nunca entrou em um elevador e “jogou conversa fora” sobre como está o clima? Mesmo nos mais despretensiosos
momentos de fala, as funções da linguagem estão presentes. Ao desejar “Bom dia!”, ou mesmo quando o professor, em sala de
aula, pergunta “Entendeu?”, percebemos o desejo de que a comunicação siga seu curso. Do “alô” ao “tchau”, do “bom dia” a “boa
noite”, vemos que o ser humano é realmente o ser que fala e que nossos laços sociais fortalecem-se diante da necessidade de
nos comunicarmos.

 Exemplo

Comunicação
É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos,
saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando
numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome?
"Posso ajudá-lo, cavalheiro?"
"Pode. Eu quero um daqueles, daqueles..."
"Pois não?"
"Um... como é mesmo o nome?"
"Sim?"
"Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me
escapou por completo. É uma coisa simples,
conhecidíssima."
"Sim senhor."
"O senhor vai dar risada quando souber."
"Sim senhor."
"Olha, é pontuda, certo?"
"O quê, cavalheiro?"
[...]
"Chame o gerente."
"Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que
chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é
feito do quê?"
"É de, sei lá. De metal."
"Muito bem. De metal. Ela se move?"
"Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas
mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta,
assim."
"Tem mais de uma peça? Já vem montado?"
"É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço."
"Francamente..."
"Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim,
uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique,
encaixa."
"Ah, tem clique. É elétrico."
"Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar."
"Já sei!"
"Ótimo!"
"O senhor quer uma antena externa de televisão."
"Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo..."
"Tentemos por outro lado. Para o que serve?"
"Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda
que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a
ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa."
"Certo. Esses instrumentos que o senhor procura funciona
mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança
e..."
"Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!"
"Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa
enorme, cavalheiro!"
"É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um... Como é
mesmo o nome?"
VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comunicação. In: PARA gostar de ler, v.7. 3.ed. São Paulo: Ática, 1982. p. 35-37.

→ Função conativa ou apelativa

A função conativa ou apelativa é aquela em que a ênfase está no emissor (interlocutor). Com a intencionalidade de persuadir,
convencer, vemos, estruturalmente, a presença de verbos no modo imperativo, os quais têm intenção de indicar a forma como o
outro deve agir.
Podemos verificar a ocorrência desse tipo de função em textos de caráter publicitário, discursos políticos e religiosos, e também
em cartas argumentativas. Assim, quando o emissor (locutor) tenta influenciar o receptor (interlocutor), certamente estamos diante
da função conativa ou apelativa.

 Exemplos

30º  Anuário. São Paulo: Clube de criação de São Paulo, 2005. p. 97.

“Meu amigo, minha amiga, se você ainda não


encontrou a raiz do mal que lhe tem trazido prejuízos
por muitos anos, participe da campanha “Corte a
Raiz”, que lhe ajudará a descobrir e arrancá-la de
uma vez por todas.”
“Mas, que fique bem claro, ninguém é obrigado a
nada [...] nem mesmo a fazer a Fogueira Santa. A
Fogueira Santa é uma atitude exclusivamente
pessoal. Não faça sacrifício por que estamos falando,
mas faça pela sua fé! Se você não foi tocado, não
ouviu a Voz da fé, do Espírito Santo, não participe!
Porque se você manifesta qualquer dúvida, mesmo
um fio de dúvida, não é para ti esse propósito de
revolta”.

→ Função metalinguística

A função metalinguística é a função da explicação. Geralmente, ouvimos dizer que a função metalinguística é aquela em que o
código explica o próprio código, ou seja, a linguagem explica a própria linguagem, e então teríamos o dicionário como o principal
representante dessa função.
No entanto, podemos dizer que toda forma de explicação, com expressões como “ou seja”, “sendo assim”, “por exemplo”,
introduzem a manifestação dessa função da linguagem. Música que fala ou explica como se fazer música, poemas que tratam do
fazer poético, além de filmes que revelam como se fazer cinema marcam a metalinguagem.

 Exemplos
Significado de Código
Substantivo masculino

Coleção de leis: Código Penal. Coleção de regras e preceitos. Sistema de símbolos que permite a representação de uma
informação: código Morse. Conjunto de regras que permite a transposição de sistemas de símbolos sem alterar o significado da
informação transmitida.

Linguística: Conjunto de todos os elementos linguísticos vigentes numa comunidade e postos à disposição dos indivíduos para
servir-lhes de meios de comunicação; língua.

(Fonte: Dicio.com)

Chega mais perto e contempla as palavras.


Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave? [...]
(Trecho do poema Procura da poesia, de Carlos Drummond de Andrade)

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