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MATHEUS JOSÉ RAIMUNDO E THIAGO DE VARGAS

MARTINS
ENGENHARIA MECÂNICA

EDAURDO STOLF

FÍSICA II

Calor e trabalho

Introdução

O calor e o trabalho são formas similares de modificar a energia de um sistema. A


partir da Termodinâmica, é possível explicar por que as reações ocorrem e também
predizer o calor liberado e o trabalho que podem executar.

Trabalho

Antigamente, o calor era considerado um fluido chamado de calórico, que passava de


uma substância quente para outra mais fria. Acreditava-se, também, que o trabalho era o
resultado do fluxo de calórico, como, por exemplo, a água que gira um moinho de água.
Hoje, porém, sabemos que o calórico é um mito.

O trabalho é a propriedade mais fundamental da termodinâmica, e é definido como


o movimento contra uma força oposta. Trabalho é realizado, por exemplo, quando um
peso é levantado contra a força da gravidade. Realiza-se trabalho, também, por meio da
reação química em uma bateria, que empurra uma corrente elétrica em um circuito.

O trabalho (τ) necessário para mover um objeto até uma determinada distância (d)
contra uma força ( ) constante atuando no corpo, é calculado multiplicando-se a força
pela distância:

Quando a força estiver atuando sobre o corpo com certa inclinação, como mostra a
figura abaixo, o cálculo do trabalho fica:
No SI (sistema internacional), a unidade de trabalho é a mesma de energia, ou seja,
o Joule (J), sendo que 1 J equivale a 1 kg.m².s-2.

(unidade de τ) = (unidade de F) x (unidade de d)

J = N.m

Quando mais de uma força atua sobre um corpo, cada uma delas realiza trabalho.
Assim, o trabalho total será a soma dos trabalhos de cada uma das forças, conforme a
equação abaixo:

τtotal = τF1 + τF2 + τF3 + τF4 +...

Considerando que a resultante dessas forças seja FR, o trabalho total será igual ao
trabalho da força resultante:

τtotal = τFr

Trabalho realizado por um gás

Considere um cilindro com um êmbolo embutido (região acinzentada) contendo um gás


ideal em seu interior (região esverdeada), conforme mostra a figura abaixo.
representa a força exercida pelo gás sobre o êmbolo. A é a área da seção reta do
cilindro. Pela figura vemos que, quando o gás sofre uma expansão isobárica (pressão
constante), o êmbolo se desloca uma distância d.

Como   e d apresentam o mesmo sentido, o trabalho pode ser dado por:

τG = FG . d

Sabendo, ainda, que a força do gás equivale ao produto da pressão do gás pela área da
seção reta do cilindro, podemos escrever:

FG = pG . A

Assim, o trabalho realizado por um gás que sofre expansão isobárica é dado por:

τG = pG . A . d

τG = pG . ΔV

Onde ΔV = Vfinal – Vinicial, é o volume do gás que sofre expansão.

Se o gás sofrer compressão isobárica,   e d apresentarão sentidos opostos, ΔV < 0,


e, portanto, τG < 0.

Por ser um processo isobárico, a pressão permanece constante, e o gráfico da pressão


em função do volume é uma reta paralela ao eixo das abscissas, conforme vemos no
gráfico abaixo. O trabalho será, portanto, numericamente igual à área sob a curva.
Trabalho e Energia Interna

Na termodinâmica, a capacidade de um sistema realizar trabalho é chamada de energia


interna (U).

Não é possível medir o valor absoluto da energia interna de um sistema, uma vez
que ele inclui as energias de todos os átomos, de seus elétrons e dos componentes dos
núcleos. O que se pode calcular são as variações de energia.

Por exemplo, ao realizar um trabalho de 10 J, o sistema consumiu uma parte da energia


armazenada, o que significa que sua energia interna diminuiu 10J. Esta mudança é
representada da seguinte forma: ΔU = -10 J, sendo que:

ΔU = Ufinal – Ufinal

Um valor negativo de ΔU indica que o valor de U diminuiu durante a mudança


(Ufinal < Uinicial), enquanto um valor positivo indica que U aumentou durante a
mudança (Ufinal > Uinicial).

Ao realizar trabalho contra um sistema, ocorre aumento de sua energia interna.


Considerando que nenhum outro tipo de transferência esteja ocorrendo, podemos usar o
símbolo τ para representar a energia transferida a um sistema por meio de trabalho
realizado:

ΔU = τ

Se a energia é transferida para um sistema como trabalho, a energia interna do sistema


aumenta e τ é positivo. Se a energia é deixa o sistema como trabalho, a energia interna
do sistema diminui e τ é negativo.

Calor

A energia interna de um sistema pode, ainda, ser alterada por meio da troca de energia
com a vizinhança, que se dá na forma de calor. Na termodinâmica, o calor é definido
como a energia transferida em consequência de uma diferença de temperatura.
A energia irá fluir na forma de calor de uma região de temperatura alta para outra de
temperatura mais baixa. Assim, em um sistema que não apresenta paredes isoladas
termicamente, se o sistema estiver mais frio do que a vizinhança, o calor irá fluir da
vizinhança para o sistema, fazendo com que a energia interna do sistema aumente. Esta
energia transferida para o sistema é representada pela letra q. Logo, a alteração da
energia interna de um sistema pela transferência de energia na forma de calor é:

ΔU = q

Quando o equilíbrio térmico é atingido, ou seja, quando os corpos apresentarem uma


mesma temperatura, a transferência de calor é cessada.

A energia transferida na forma de calor é medida em Joule (J). Porém, é muito comum
encontrar ainda como unidade de energia a caloria (cal). Na definição original, 1 cal
correspondia à energia necessária para elevar em 1 °C a temperatura de 1 g de água. A
definição moderna afirma que 1 cal equivale a 4,184 J. A caloria nutricional (Cal)
corresponde a 1 quilocaloria (kcal).

É por meio do sinal de q que saberemos se o calor entrou ou saiu de um sistema. Ao


entrar energia no sistema na forma de calor, haverá um aumento na energia interna
e q será positivo. Já se a energia deixar o sistema na forma de calor, haverá uma
diminuição na energia interna e q será negativo.

Fórmulas

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