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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH
Licenciatura em História - EAD
UNIRIO/CEDERJ

Avaliação a Distância (AD2)

DISCIPLINA: HISTÓRIA MEDIEVAL

CURSO: História

POLO: Caxias

ALUNO(A): Leonardo Souza da Silva

MATRÍCULA: 15216090017 DATA: 08 / 08 / 2018


A partir da leitura do texto (FLORI, Jean. Cavalaria. In: LE GOFF, J.; SCHMITT,
JC. Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: Edusc, 2002),
responda:

1- Explique a aproximação entre cavalaria e nobreza na Idade Média. (3


pontos)

No século XI, dentro da cavalaria haviam os cavaleiros de fato - milites comuns


e os homens que recrutavam, armavam e dirigiam - príncipes e castelões. A
cavalaria progrediu exaltando a profissão dos cavaleiros que eram os
guerreiros de elite resultando na militarização que valorizava o papel dos
guerreiros e ampliando seu papel na sociedade que era composta por vassalos
e combatentes profissionais que tinham como missão proteger e ajudar os
grandes em suas funções públicas devido as profundas mudanças sociais. Na
cavalaria da sociedade laica daquele tempo, nas mãos dos senhores estavam
concentrados os poderes políticos, econômicos e judiciários enquanto os
camponeses se sujeitavam a taxas e impostos. Já os auxiliares armados dos
poderosos, cada vez mais se separam dos trabalhadores de terra e escapam
as exceções. Devido a elevação da sua condição sócio econômica que
acarretou em vantagens matrimoniais, costumes e mentalidades comuns, os
cavaleiros se dissolveram e formaram uma classe hereditária onde somente
filhos de cavaleiros e mães nobres são armados. Vale destacar que tais
condições em nada se assemelham com a nobreza, caracterizada por sangue,
nascimento e linhagem, porém devido a estas relações cavalaria e nobreza se
fundem, tornando-se ainda mais forte esta relação com a retomada do poder
pelos príncipes e reis no final do século XIII.

2- Analise as relações entre Igreja e cavalaria ao longo da Idade Média. (3


pontos)

Com a chegada dos imperadores cristãos, o ideal de não violência praticado


por Jesus e pelo cristianismo não sobreviveu. Pregava-se que a necessidade
da cavalaria para a proteção da comunidade, da Igreja e a recuperação de
bens furtados ou roubados. Era proibido derramar sangue e, por conseguinte a
violência. A sociedade crista foi dividida em dois grupos de homens, os que
servem a Deus nos mosteiros através de orações ou no mundo através dos
sacramentos - monges e os clérigos e os leigos que viviam no “século”
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mantendo e protegendo-os. Posteriormente a esta divisão em estados laico e
eclesiástico, sugere-se uma outra divisão que representa as três ordens: uns
rezam, uns combatem e outros trabalham. A ordem dos guerreiros cresce à
medida que a igreja precisa dela para defender bens e membros. Na tentativa
de diminuir a violência dos guerreiros que comandavam, julgavam, recebiam as
taxas e controlavam a ordem pública, a Igreja começa a usar a privação dos
sacramentos coletivos e individuais. Com a instituição de paz chamada Paz de
Deus, entre os séculos X e XII, a Igreja tenta convencer os guerreiros a jurarem
não atacar, roubar ou extorquir os menos favorecidos. Outra instituição de paz
chamada Trégua de Deus, tenta também reduzir a violência determinando
datas ou períodos sagrados como a semana santa, por exemplo. A esta altura,
a Igreja já havia se tornado grande o suficiente para defender seus lugares
sagrados, e houve guerra contra os mulçumanos na Espanha e em na Terra
Santa que eram praticavam o islamismo. O adubamento do cavaleiro consistia
em uma cerimônia de acesso à cavalaria realizada pela igreja. O ritual foi
constituído nos séculos XI e XII e incluía um banho, uma noite de preces, a
missa, a entrega da espada, elmo, da cota de malha, do escudo e da lança e
geralmente era realizada no final da adolescência como um rito de iniciação e
de passagem para a fase adulta berto a sociedade, diferente do início onde
restringia-se apenas aos filhos e membros.

4- Identifique e analise os traços distintivos da cavalaria no que diz respeito aos


seus aspectos simbólicos e materiais. (4 pontos)

Os cavaleiros eram considerados membros reconhecidos da aristocracia.


Todos os cavaleiros deveriam ser aptos a lutar quando convocados. Seu
principal objetivo era proteger os senhores feudais e servir as ordens da Igreja.
Os cavalaria era dividida entre os cavaleiros originais e os homens que
recrutavam, armavam e dirigiam. A formação começava na infância, onde
aprendia-se sobre o combate, manuseio e polimento de armas, preparo físico e
mental, montaria e cuidados com cavalos, princípios de honestidade e
lealdade. Também servia a mesa e auxiliava geralmente um tio materno ou
outro senhor de parentesco com grau superior ao seu na iniciação. Na
passagem da adolescência para a fase adulta, ocorria o adubamento,
cerimônia onde passava a noite rezando e no dia seguinte fazia um juramento

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de lealdade e recebia as armas. Os cavaleiros eram fiéis seguidores do Código
da Cavalaria, onde constavam os ideais de um cavaleiro, destacando seus
deveres, dentre eles, a lealdade, a proteção dos menos favorecidos, defesa a
igreja e seus bens, proteção da Cavalaria em qualquer ocasião. A cavalaria se
apresentava montada a cavalo, usava armadura e elmo, lanças, escudo,
espada, sabre, estribo, arco e flecha, martelo, machado, maça (espécie de
porrete), entre outros. A vantagem dos cavaleiros em batalhas era a
velocidade, intimidação, força e altura. No decorrer da Idade Média, os
equipamentos dos cavaleiros foram aperfeiçoados para aumentar essas
vantagens.

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