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Linhas de Transmissão - Revisão

• Modelo de uma LT

• Parâmetros primários

• Parâmetros secundários
Linha de transmissão simples: par de fios paralelos
Análise do segmento de comprimento l da LT:
Condutores apresentam condutividade finita: resistência série na
linha;
A distribuição de cargas entre os condutores é representada pela
capacitância C;
A isolação entre os condutores pode apresentar correntes de fuga,
representadas pela condutância G;
O fluxo de corrente induz um campo magnético que está associado à
uma queda de tensão ao longo da linha (juntamente com as
resistência). É representado pela indutância L.
Para l << λ é possível realizar o estudo das características
de uma LT através de um modelo composto de segmentos
infinitesimais de linha definidos pelos seus parâmetros
primários R, L, G, C.

Com os parâmetros primários são expressos por:


R = Ω/m L = H /m

G = 1 / Ωm C = F /m
O modelo de LT pode ser visto como uma associação de
quadripolos, seção-L, onde os elementos série (R, L) estão
representados por Zs e os paralelos (G, C) por Zp.

1
Z s = l ⋅ ( R + jω L ) (1) e Zp = (2)
l ⋅ (G + jω C )
Cálculo de Zin:

Substituindo os trechos 2, 3 ... ∞ , por Z0 , tem-se:


Z0 ⋅ Z p
Z in = Z s +
Z0 + Z p

Mas Zin tem que ser igual a Z0, pois a linha também é
infinitamente para a esquerda, logo:

Z0 ⋅ Z p
Z in = Z 0 = Z s +
Z0 + Z p

Que resulta:

Z s ± Z s2 + 4 ⋅ Z s ⋅ Z p
Z0 =
2
Substituindo Zs e Zp por (1) e (2):

2 2 R + jω L
l ⋅ ( R + jω L ) + 4 ⋅
l ⋅ ( R + jω L ) G + jω C
Z0 = ±
2 2

Fazendo l →0

R + jω L
Z0 =
G + jω C
Se consideramos o modelo em altas freqüências (f > 100KHz):

R << jωL e G << jωC


A impedância característica Z0 será:

L
Z0 = (LT sem perdas)
C
Em baixas frequências (f <1KHz) predominam os termos R
e jωC sobre jωL e G, respectivamente. A impedância
caracterísitica Z0 é então obtida por:

R
Z0 =
jω C
Curva da Z0 x frequência para um par trançado:
Linhas de Transmissão com Perdas

• Parâmetros primários: fatores de perdas

• Parâmetros secundários:
impedância característica/velocidade de
propagação

• Qualidade do sinal

• Códigos de linha
Linhas com perdas => Rd ≠ 0 , Gd ≠ 0

Diferente da linha de transmissão ideal, a


resistência série e as perdas dielétricas são
consideradas não nulas, na análise da linha
com perdas.

Sinais propagando sobre esta linha sofrerão


atenuação.
Condição de Heaviside

Caso exista a relação na LT:

R G
=
L C
Esta LT apresentaria uma figura de atenuação
independente da freqüência.
Sinais propagando sobre essa linha não sofreriam
distorção de forma, apenas redução de amplitude.
R G
Em LT reais: >
L C

não satisfazendo portanto, a condição teórica,


proposta por Heaviside na banda disponível para
a propagação dos sinais em sistemas reais.
Efeito skin:

Em um condutor a resistência pode ser calculada por:

l
Rd = ρ ⋅
A
Onde A é a área da seção transversal do condutor
percorrido pela corrente elétrica, l o comprimento deste
condutor e ρ a resistividade do material.
Uma corrente elétrica produz um campo magnético.

A configuração deste campo magnético no interior do


condutor é dependente da frequência do sinal. Esta
configuração força uma distribuição da corrente, fazendo
com que sua densidade seja não uniforme, concentrando-
se na periferia do condutor.

Este efeito, inexistente em DC, intensifica-se com o


aumento da frequência.
Distribuição da corrente em um fio de seção circular:

DC 1 MHz

100 MHz

distribuição da corrente
Distribuição da corrente devido ao efeito skin

Seção transversal do condutor

Densidade de corrente
Cálculo da área efetiva da seção do condutor

2
DC ADC = π ⋅ r

1 MHz 100 MHz


d d’

µ permeabilidade magnética
1
d= onde σ condutividade elétrica
π µσ f
f frequência
Efeito de proximidade:

Este efeito se faz presente em cabos, quando múltiplos


condutores interferem-se mutuamente devido a
proximidade.

Isto afeta a distribuição da corrente no interior do condutor,


o que reduz efetivamente a área de sua seção transversal
ocasionando um aumento da resistência por unidade de
comprimento.
Perdas por radiação:

i corpo metálico
r
B

Indução de correntes

Este efeito pode ser representado como um aparente


aumento da resistência por unidade de comprimento.
Está presente, principalmente, em cabos de pares trançados
e fios paralelos. Em cabos coaxiais o efeito é minimizado.
Perdas dielétricas :

Resulta das correntes de fuga através do isolante.


Estão representadas pela condutância shunt G e provocam
um aumento da atenuação da LT.

Seu efeito pode ser negligenciado, quando comparado à


atenuação causada pelo efeito skin, em freqüências abaixo
de 250 MHz.
Influência dos efeitos das perdas sobre
os parâmetros primários da LT

•Resistência por unidade de comprimento Rd:

será formada por uma parcela RDC , uma parcela devido ao


efeito skin, Rskin e as parcelas devido às perdas por
radiação
e efeito de proximidade. Estas duas últimas são de difícil
cálculo, requerendo para sua quantificação o uso de
métodos numéricos ou medições diretas.

Rd = RDC + Rskin + Rrad. + Rprox.


• Indutância por unidade de comprimento Ld:

Com o aumento da freqüência o efeito skin, as perdas por


radiação e proximidade contribuem para a diminuição da
indutância da LT.

• Capacitância por unidade de comprimento Cd:

O comportamento da capacitância da LT depende,


principalmente, da constante dielétrica do isolante e da
geometria do condutor. Em geral Cd é constante em uma larga
faixa de freqüências para a maioria dos dielétricos (polietileno,
poliéster). Exemplo: no caso do PVC a constante dielétrica se
reduz com o aumento da freqüência:

εr = 4,7 , para 1 KHz e εr = 2,9 , para 100 MHz


• Condutância por unidade de comprimento Gd:

Na maioria dos casos práticos as perdas dielétricas são


negligenciáveis quando comparadas as perdas ôhmicas.
Caso seja necessário quantificá-las, estas podem ser
calculadas pela expressão:

G d = 2π ⋅ f ⋅ Cd ⋅ tgθ

Onde tgθ é a tangente de perdas do dielétrico.


Parâmetros secundários da LT

• Impedância característica Z0

• Constante de propagação γ
Comportamento em freqüência dos parâmetros
secundários de uma LT

Rd + jω ⋅ Ld
Impedância característica: Z 0 =
Gd + jω ⋅ Cd

Em baixas frequências:

jω ⋅ Ld << Rd e jω ⋅ C d >> G d

Rd
Z0 ≅
jω C d
Análise em altas freqüências:

jω ⋅ Ld >> Rd e jω ⋅ Cd >> Gd

Ld
Z0 ≅ (aproximação de Z0 para altas frequências)
Cd
Constante de propagação:

γ= (Rd + jω ⋅ Ld ) ⋅ (Gd + jω ⋅ Cd )

γ = α + jβ

Onde α representa a atenuação e β a velocidade de fase


Para cabos coaxiais a atenuação é devida
principalmente ao efeito skin.
Para pares trançados os efeitos de proximidade e
radiação estão também presentes.

Para altas frequências (acima de 100KHz)

R C
α≅ (Np/m)
2 L
A velocidade de propagação na linha é definida em função
velocidade de fase:
ω
v=
β
Em altas freqüências o valor da velocidade de propagação
em linhas reais aproxima-se ao valor da velocidade em uma
LT sem perdas:
vHF = 1
L ⋅C
Porém, em baixas frequências, a velocidade de propagação
pode ser aproximada por:

C R
vLF ≅
2 G
Então: vLF < vHF
Se sobre a linha de transmissão estiverem trafegando
sinais compostos por diferentes frequências, estas
componentes espectrais experimentarão diferentes
velocidades de propagação. Este atraso provoca
distorção do sinal ao longo de linha. Esta distorção é
chamada de dispersão.

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