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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ULLIAN FADU NAATZ

ANÁLISE DE ESTRUTURAS METÁLICAS ATRAVÉS DO MODELO DE UM


GALPÃO INDUSTRIAL

Itajaí
2020
ULLIAN FADU NAATZ

ANÁLISE DE ESTRUTURAS METÁLICAS ATRAVÉS DO MODELO DE UM


GALPÃO INDUSTRIAL

Trabalho de Iniciação Científica e Tecnológica


solicitado para a obtenção do título de
Engenheiro Mecânico pelo Curso Superior de
Engenharia Mecânica da Escola do Mar, Ciência
e Tecnologia, pela Universidade do Vale do
Itajaí.

Orientador(a): Marcelo Hofmam da Silva,


Mestre

Itajaí
2020
Agradecimentos

Meus mais sinceros agradecimentos aos meus queridos amigos Alpes, Julio,
Pedro, Lone, e, minha querida amiga Joice. Agradeço a minha companheira Tainan e
meus amados pais Ana Naatz e Ivan Naatz por sempre me incentivarem e apoiarem
nessa jornada. Agradeço também ao meu orientador Hoffman, muito obrigado! Foi
uma longa jornada com foco no amanhã. Um sonho para mim se torna realidade e
tenho muito orgulho e sorte de ter contado com cada um de vocês. Entrei de cabeça
nesse sonho e aspiração e saio dele agora pronto para os próximos passos.
“Se você não consegue explicar algo de forma simples, você não entendeu
suficientemente”

Albert Einstein
RESUMO

As estruturas metálicas vêm sendo amplamente utilizadas em países


desenvolvidos pela sua alta velocidade de execução, pois o método construtivo é
diferente do concreto armado, além de inúmeras outras vantagens. Posto isso o
trabalho tem o intuído de comparar e avaliar 6 modelos de estruturas metálicas de um
galpão utilizando um software de análise. Cada modelo terá um tipo de pórtico com
diversas configurações de perfis. Todos os dimensionamentos dos elementos serão
feitos seguindo a ABNT NBR 8800:2008 que trata sobre projeto de estruturas de aço
e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Como edifício-base se optou
por um galpão já dimensionado em Blumenau, será utilizado suas dimensões e os
apoios já pré-dispostos, entretanto serão substituídos por colunas metálicas. O
presente trabalho é de natureza básica, sendo exploratória com abordagem
qualitativa. Busca-se uma compreensão extensiva e com maior objetividade acerca
de estruturas metálicas, nos aspectos de dimensionamento, desempenho,
durabilidade e execução de uma estrutura metálica. Também será feito uma entrevista
focalizada semiestruturada com profissionais na área para entender os parâmetros e
metodologias utilizados por eles no dimensionamento desse tipo de estrutura. O
modelo 3 apresentou o melhor desempenho quando comparados aos outros na
questão de resistência a carga.

Palavras-Chaves: Estrutura de aço, Perfil metálico e Galpão metálico.


ABSTRACT

Metal structures have been widely used in developed countries due to their high
speed of execution, since the construction method is different from reinforced concrete,
in addition to numerous other advantages. That said, the work has the intuition of
comparing and evaluating 6 models of metallic structures of a warehouse using an
analysis software. Each model will have a gantry type with different profile
configurations. All dimensioning of the elements will be done following the ABNT NBR
8800:2008 which deals with the design of steel structures and mixed structures of steel
and concrete in buildings. As a base building, a warehouse already designed in
Blumenau was chosen, its dimensions will be used and the supports already pre-
arranged, however, they will be replaced by metal columns. The present work is of a
basic nature, being exploratory with a qualitative approach. We seek an extensive and
more objective understanding of metal structures, in the aspects of dimensioning,
performance, durability and execution of a metal structure. A focused semi-structured
interview will also be conducted with professionals in the field to understand the
parameters and methodologies used by them in the design of this type of structure.
Model 3 showed the best performance when compared to the others in terms of load
resistance.

Keywords: Steel structure, metallic profile and metallic warehouse


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Distribuição das tensões normais na secção..................................................8


Figura 2. Técnicas de construção dos perfis.................................................................9
Figura 3. Casa de Steel Frame....................................................................................12
Figura 4. Sistema de rack. ..........................................................................................12
Figura 5. Parte componentes de cobertura metálica...................................................13
Figura 6. Constituintes da ligação base de pilar.........................................................15
Figura 7. Tipos de base de pilar..................................................................................16
Figura 8. Composição de um chumbador...................................................................17
Figura 9. Laje Mista. ...................................................................................................17
Figura 10. Sapata isolada. .........................................................................................19
Figura 11. Comportamento de um radier sem estacas (a) e com estacas (b)............20
Figura 12: Situações quando solo não é apropriado para Radiers estaqueados: (a)
argila moles; (b) solos colapsáveis; (c) solos expansivos............................................21
Figura 13. Vista da ligação estaca metálica com o bloco de coroamento...................24
Figura 14. Detalhe de armadura para transferir carga de tração da estaca para o
bloco...........................................................................................................................24
Figura 15. Comportamento nós rígidos.......................................................................25
Figura 16. Comportamento nós flexíveis.....................................................................25
Figura 17. Tipos totalmente soldada, com chapa de topo, com dupla cantoneira,
cotoneiras de alma e assento......................................................................................26
Figura 18. Gráfico da rigidez de ligação......................................................................27
Figura 19. Tipos de rupturas de ligação......................................................................29
Figura 20. Tipos de manutenção.................................................................................33
Figura 21. Principais manifestações patológicas em estruturas metálicas..................34
Figura 22. Falhas na soldagem...................................................................................35
Figura 23. Os cuidados dos pontos de empoçamento.................................................40
Figura 24. Sem risco de corro são bimetálica..............................................................40
Figura 25. Modos de Instabilidades simples e acoplados: perfil do tipo U enrijecidos á
compressão................................................................................................................43
Figura 26. Enrijecedores de alma do pilar (a) chapa de aço soldada ao pilar; (b)
revestimento de concreto............................................................................................44
Figura 27. Pórtico........................................................................................................44
Figura 28. Pórticos de Alma Cheia..............................................................................45
Figura 29. Pórticos Treliçado – banzo paralelo...........................................................46
Figura 30. Pórticos Treliçado – em arco......................................................................46
Figura 31. Pórticos Treliçado – trapezoidal.................................................................47
Figura 32. Pórticos Treliçado – triangular...................................................................47
Figura 33. Tipos de esforços.......................................................................................49
Figura 34. Comportamento devido a tipos de esforços (a) tensão, (b) compressão, (c)
cisalhamento e (d) torção............................................................................................49
Figura 35. Corpo de prova para Ensaio de tração.......................................................55
Figura 36. Gráfico de Tensão x Deformação...............................................................56
Figura 37. Distribuição da tensão normal média.........................................................59
Figura 38. A tensão de cisalhamento varia linearmente ao longo de cada linha radial
da seção transversal...................................................................................................61
Figura 39. Viga engastada com um carregamento concentrado atuando para baixo na
extremidade livre........................................................................................................62
Figura 40. Sistemas de nós patenteados mais conhecidos.........................................66
Figura 41. (a) Nó típico e (b) Nó de aço.......................................................................67
Figura 42. Tipos de vínculos.......................................................................................69
Figura 43. Tipos de apoios e suas reações.................................................................70
Figura 44. Efeitos de segunda ordem: (a) globais (P-∆); (b) locais (P-δ).....................71
Figura 45. Isopletas da velocidade do vento básico (m/s)...........................................80
Figura 46. Vista Transversal (Planta Baixa) do galpão..............................................88
Figura 47. Vista da frente do galpão............................................................................89
Figura 48. Vista interna por trás do galpão..................................................................89
Figura 49. Geométrica – VisualVentos......................................................................100
Figura 50. Velocidade básica - Visualventos.............................................................100
Figura 51. S1 - Visualventos.....................................................................................101
Figura 52. S2 - Visualventos.....................................................................................102
Figura 53. S3 - Visualventos.....................................................................................102
Figura 54. Cpe das paredes – Visualventos..............................................................103
Figura 55. Cpe no telhado - Visualventos..................................................................104
Figura 56. Cpi - Visualventos....................................................................................104
Figura 57. Combinação de coeficiente de pressão – Visualventos...........................105
Figura 58. Esforço resultante pelo Vento – Visualventos..........................................105
Figura 59. Vista frontal – Modelo 1. ..........................................................................108
Figura 60. Vista geral – Modelo 1..............................................................................108
Figura 61. Vista frontal – Modelo 2............................................................................109
Figura 62. Vista geral – Modelo 2..............................................................................109
Figura 63. Vista frontal – Modelo 3............................................................................110
Figura 64. Vista geral – Modelo 3..............................................................................110
Figura 65. Vista frontal – Modelo 4............................................................................111
Figura 66. Vista frontal – Modelo 5............................................................................111
Figura 67. Vista frontal – Modelo 5............................................................................112
Figura 68. Vista geral – Modelo 5..............................................................................112
Figura 69. Vista frontal – Modelo 6............................................................................113
Figura 70. Vista geral – Modelo 6..............................................................................113
Figura 71. Diagrama geral – Modelo 1......................................................................120
Figura 72. Concentração de carga na viga e coluna – Modelo 1...............................120
Figura 73. Concentração de carga na tesoura – Modelo 1........................................120
Figura 74. Diagrama Geral – Modelo 2......................................................................121
Figura 75. Diagrama Geral – Modelo 3......................................................................122
Figura 76. Concentração de carga no banzo inferior – Modelo 3...............................122
Figura 77. Concentração de carga no banzo superior – Modelo 4............................123
Figura 78. Concentração de carga no banzo inferior 1 – Modelo 4...........................123
Figura 79. Concentração de carga no banzo inferior 2 – Modelo 4............................123
Figura 80. Concentração de carga no banzo inferior com a coluna – Modelo 5.......124
Figura 81. Concentração de carga no banzo inferior com o tirante – Modelo 5........124
Figura 82. Diagrama Geral – Modelo 6......................................................................125
Figura 83. Configuração do computador...................................................................126
Figura 84. Placa de Vídeo.........................................................................................126
LISTA DE TABELAS
.
Tabela 1. Definição da carga da parede no mezanino...............................................90
Tabela 2. Pré-Dimensionamento dos perfis..............................................................105
Tabela 3. Forças atuantes sobre os modelos após equação de estado último..........106

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Tipos de corrosões.....................................................................................37


Quadro 2. Método tabular TRRF.................................................................................41
Quadro 3. Influência dos componentes no comportamento do aço............................50
Quadro 4. Tabela das propriedades mecânicas e suas definições.............................53
Quadro 5. Deslocamento máximo...............................................................................72
Quadro 6. Valores dos coeficientes de ponderação das ações 𝛾𝑔 = 𝛾𝑓1 ∙ 𝛾𝑓3 ...........75

Quadro 7. Valores dos fatores de combinação 𝜓0 e de redução 𝜓1 e 𝜓2 para as


ações variáveis...........................................................................................................76
Quadro 8. Valores dos coeficientes de ponderação das resistências.......................79
Quadro 9. Definição da categoria do terreno..............................................................81
Quadro 10. Definição da classe da edificação............................................................81
Quadro 11. Definição dos parâmetros meteorológicos...............................................82
Quadro 12. Valores mínimos do fator estatístico.........................................................83
Quadro 13. Exemplo de perguntas da entrevista focalizada......................................97
Quadro 14. Cronograma do TICT II............................................................................98
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SIGLA SIGNIFICADO
CBCA Centro Brasileiro da Construção em Aço
DIN Deutsches Institut für Normung
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR Norma Brasileira Regulamentadora
AWS American Welding Society
AISC-ASD American Institute of Steel Construction
ASTM American Society for Testing and Materials
MIG Metal Inert Gás
MAG Metal Active Gás
TTRRF Tempos Requeridos de Resistência ao Fogo
UFPR Universidade Federal do Paraná
SAE Society of Automotive Engineers
ELU Estado limite último
ELS Estado limite de serviço
SC Santa Catarina
LISTA DE SIMBOLOS

𝐼 = Momento de inercia [𝑘𝑔 ∙ 𝑚2];


𝑚 = Massa pontual [kg];
𝑟 = Raio ou distância do eixo de rotação [𝑚];
𝜎𝑦 = Tensão de flexão [Pa];
𝑀𝑦 = Momento Fletor [𝑁 ∙ 𝑚];
M = é o momento atuante na ligação [Nm];
ϕ = é a rotação relativa entre os eixos do pilar e da viga [Graus];
K = é a rigidez rotacional;
𝑆𝑖 = rigidez da ligação, corresponde 2/3 do momento resistente de cálculo da ligação
[𝑁 ∙ 𝑚];
𝐼𝑣 =momento de inércia da secção transversal da viga [𝑚4 ];
𝐿𝑣 = comprimento da viga conectada [m];
𝐸 = Modulo de elasticidade [Pa];
𝑃𝑐𝑟 = Carga crítica para flambagem [Pa];
𝑃 = Carga aplicada [Pa];
𝑣 = Coeficiente de Poisson;
𝛽 = Coeficiente de dilatação térmica [⁰C-1];
ρa = Massa específica do aço [7850 Kg/m³];
𝐺 = Modulo de elasticidade transversal [Pa];
𝐹𝑥 = Força no eixo x [N];
𝐹𝑦 = Força no eixo y [N];
𝐹𝑧 = Força no eixo z [N];
𝑀𝑥 = Momento em x [𝑁 ∙ 𝑚];
𝑀𝑦 = Momento em y [𝑁 ∙ 𝑚];
𝑀𝑧 = Momento em z [𝑁 ∙ 𝑚];
𝜎 = Tensão normal média (Pa);
𝑃 = resultante da força normal interna, aplicada no centroide da área da seção
transversal (N);
𝐴 = área da seção transversal da barra (𝑚2 );
̅ = tensão admissível (Pa);
σ
𝑆 = fator de segurança;
𝜏 = tensão de cisalhamento [Pa];
𝑃 = carga perpendicular a superficies [N];
τ = tensão de cisalhamento [Pa];
𝑇 = torque [𝑁 ∙ 𝑚];
𝑐 = raio externo do eixo [m];
J = momento polar de inércia da área da seção transversal [m4];
𝑐𝑜 = raio externo [m];
𝑐𝑖 = raio interno [m];
𝜌 = raio de curvatura [m];
𝑑𝑠 = variação da circunferência na deflexão [m];
𝑑𝜃 = variação do ângulo na deflexão [radianos];
𝑑𝑠 = variação da distância do eixo x [m];
𝑑𝑣 = variação da flecha [m];
𝐸 = módulo de elasticidade [Pa];
𝐼 = momento de inércia da área da seção transversal da viga [m4];
𝐶1 = condições de contorno dependendo de seus apoios;
𝐶2 = condições de contorno dependendo de seus apoios;
𝑅𝑑 = resistência de cálculo [Pa];
𝑆𝑑 = solicitações de cálculo [Pa];
𝑆𝑠𝑒𝑟 = Valores de efeito nas combinações de serviços de ações [Pa];
𝑆𝑙𝑖𝑚 = Valores limites (deslocamento máximo) [Pa];
𝛾𝑓1 = parcela do coeficiente de ponderação das ações que considera a variabilidade
das ações.;
𝛾𝑓2 = coeficiente de ponderação das ações que considera a simultaneidade de
atuação das ações;
𝛾𝑓3 = coeficiente de ponderação das ações que considera os possíveis erros de
avaliação dos efeitos das ações;
𝛾𝑓 = coeficiente de ponderação final;
𝐹𝑑 = valores da força que será utilizada no ensaio [N];
𝐹𝑔𝑖,𝑘 = valores característicos das ações permanentes [N];
𝐹𝑄1,𝑘 = valores da ação variável principal [N];
𝐹𝑄𝑗,𝑘 = valor das ações variáveis que podem atuar concomitantemente a ação variável
principal [N];
𝜓0𝑗 = fator de combinação 0;
𝜓1𝑗 = fator de redução 1;
𝜓2𝑗 = fator de redução 2;
𝑓𝑑 = resistência de cálculo [Pa];
𝑓𝑘 = resistência nominal ou característica;
𝛾𝑚 = coeficiente de ponderação da resistência;
𝛾𝑚1 = coeficiente para variabilidade da resistência;
𝛾𝑚2 = coeficiente da diferença entre a resistência do material e do corpo-de-prova;
𝛾𝑚3 = coeficiente dos desvios da construção e aproximação feitas no projeto;
𝑉𝑘 = velocidade característica do vento [m/s];
𝑉0 = velocidade básica do vento [m/s];
𝑆1 = coeficiente de topográfica;
𝑆2 = coeficiente de rugosidade;
S3 = coeficiente segurança/estatístico;
𝑏 = depende da classe da edificação e do terreno;
𝐹𝑟 = pode ser 1; 0,98; 0,95, depende da classe da edificação;
𝑧 = altura do edifício;
𝑝 = depende da classe da edificação e do terreno;
𝐶𝑒 𝑜𝑢 𝐶𝑝𝑒 = coeficiente de forma externo (6.1 NBR 6123);
𝐶𝑖 𝑜𝑢 𝐶𝑝𝑖 = coeficiente de forma interno (6.2 NBR 6123);
𝐴 = área referenciada [m²];
𝐹 = força resultante [N];
ℎ𝑣 = altura do perfil da viga [cm];
𝐿𝑣 = comprimento da viga [cm];
𝑏𝑣 = largura do perfil da viga [cm];
𝐿𝑝 = comprimento do pilar [cm];
ℎ𝑝 = altura do perfil do pilar [cm];
𝑘 = coeficiente de flambagem;
𝑟 = raio de giração da seção transversal menor valor [cm];
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................1
1.1. Contexto e delimitação do estudo e problema de pesquisa.............................3
1.2. Objetivo Geral e específico..............................................................................3
1.3. Justificativa.......................................................................................................4
1.4. Hipótese...........................................................................................................4
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................4
2.1. ESTRUTURAS METÁLICAS............................................................................4
2.1.1. Elementos estruturais..............................................................................5
2.1.2. Perfis.......................................................................................................6
2.1.2.1. Soldados.......................................................................................9
2.1.2.2. Laminados..................................................................................10
2.1.2.3. Formado a Frio...........................................................................10
2.1.3. Cobertura Metálica................................................................................11
2.1.4. Fechamento..........................................................................................12
2.1.5. Estrutura de Galpões............................................................................13
2.1.6. Base......................................................................................................13
2.1.7. Laje mista (Steel Deck) ........................................................................16
2.1.8. Fundação..............................................................................................17
2.1.8.1. Radiers estaqueados.......................................................19
2.1.8.2. Estacas............................................................................20
2.1.9. Ligações de Estruturas Metálicas.........................................................24
2.1.9.1. Fixação Móvel..................................................................28
2.1.9.2. Fixação Fixa.....................................................................30
2.1.9.3. Conectores de cisalhamento............................................31
2.1.10. Patologia em Estruturas Metálicas.............................................32
2.1.11. Instabilidade...............................................................................41
2.1.12. Pórticos......................................................................................43
2.2. MECÂNICA DOS SÓLIDOS..........................................................................47
2.2.1. Propriedades Mecânicas dos Aços......................................................49
2.2.2. Tensões em vigas................................................................................57
2.2.3. Torção..................................................................................................60
2.2.4. Deflexão em vigas................................................................................62
2.2.5. Treliça...................................................................................................65
2.2.6. Apoios...................................................................................................68
2.3. ANÁLISE ESTRUTURAL...............................................................................70
2.3.1. Esforços................................................................................................72
2.3.2. Coeficiente de ponderação das ações..................................................73
2.3.2.1. Coeficiente de ponderações das ações ELS...................74
2.3.2.2. Coeficiente de ponderação das ações ELU....................74
2.3.3. Combinação de ações..........................................................................76
2.3.4. Combinação de serviços.......................................................................77
2.3.5. Valores de resistência...........................................................................78
2.3.6. Força devidas ao vento em edificações................................................79
3. METODOLOGIA...................................................................................................84
3.1. Considerações Iniciais....................................................................................85
3.2. Modelo............................................................................................................85
3.2.1. Concepção............................................................................................85
3.2.2. Critérios de dimensionamento...............................................................85
3.2.3. Detalhamento........................................................................................85
3.3. Modelo Estrutural............................................................................................86
3.4. Edifício Base...................................................................................................86
3.5. Dimensionamento ou Cálculo Estrutural.........................................................88
3.5.1. Propriedade dos materiais.....................................................................88
3.5.2. Pré-dimensionamento...........................................................................89
3.6. Esforços..........................................................................................................90
3.7. Ligação...........................................................................................................94
3.8. Entrevistas......................................................................................................94
4. DESENVOLVIMENTO..........................................................................................96
4.1. Carga pelo vento.............................................................................................97
4.2. Pré-Dimensionamento..................................................................................105
4.3. Esforços na estrutura....................................................................................106
4.3.1. Esforço Permanentes (Regime Permanente)......................................106
4.3.2. Esforços Variáveis (Regime Transitório).............................................107
4.4. Modelos
4.4.1. Modelo 1..............................................................................................107
4.4.2. Modelo 2..............................................................................................108
4.4.3. Modelo 3..............................................................................................109
4.4.4. Modelo 4..............................................................................................110
4.4.5. Modelo 5..............................................................................................111
4.4.6. Modelo 6..............................................................................................112
4.5. Preservação da estrutura..............................................................................113
4.6. Entrevista Focalizada...................................................................................114
5. DISCUSSÃO DE RESULTADOS.......................................................................118
5.1. Modelo 1.......................................................................................................119
5.2. Modelo 2.......................................................................................................120
5.3. Modelo 3.......................................................................................................121
5.4. Modelo 4.......................................................................................................122
5.5. Modelo 5.......................................................................................................123
5.6. Modelo 6.......................................................................................................124
5.7. Resultados....................................................................................................125
5.8. Configuração do computador........................................................................125
6. CONCLUSÃO.....................................................................................................127
7. REFERÊNCIAS ..................................................................................................130
8. ANEXOS E APÊNDICES....................................................................................138
1. INTRODUÇÃO

Desde o século XVIII, o ferro e o aço passaram a ser utilizados como materiais
de construção. Sua utilização foi intensificada devido ao desenvolvimento
tecnológico que surgiu com a revolução industrial. A primeira obra mais importante
foi a ponte sobre Severn em Coalbrookdale, em 1779 na Inglaterra, projetada por
Abraham Darby (BELLEI, PINHO E PINHO, 2008). A referida construção foi
projetada com vão de 30 metros. Isso fez com que os engenheiros percebessem as
qualidades do uso do ferro em estruturas.
Esse método construtivo foi tornando-se cada vez mais usual, ganhando cada
vez mais espaço pelas suas numerosas vantagens do uso de perfis metálicos,
principalmente em projetos de Pavilhões Industriais (CHAVES, 2001). Sendo elas:
maior resistência, menor peso da estrutura, capacidade de suportar maiores vãos e
por fim perfis estruturais mais esbeltos resultando em uma maior área útil permitindo
que os arquitetos tenham mais liberdades em seus projetos (CHAVES, 2001).
Para além disso, possui manutenção menos complexa que as de concreto
armado e há maior compatibilidade de materiais. Não é necessário o uso de
madeiras para formas e escoramentos. A estrutura não sofre interferência com a
chuva, além do método construtivo ser considerado de montagem, levando a uma
redução de até 40% no tempo de execução. Diminui o desperdício de material e da
emissão sonora durante a construção, reduzem em até 30% dos custos da fundação
por serem mais leves e toda estrutura pode ser reciclada (CBCA, 2018; PRUDENTE,
2014).
Por busca de eficiências nos processos produtivos, as empresas buscam
soluções que atendam seus clientes visando o melhor custo-benefício. O custo não
é apenas um parâmetro do orçamento de uma obra, o prazo também pode ser um
indicador relevante, bem como o peso da estrutura. É possível ainda a construção
com outros materiais como concreto e a madeira, nominados de estruturas mistas
(CBCA, 2008).
O processo para construções em estruturas em aço se
destaca, pois o aço tem uma maior resistência mecânica se
comparada a outros materiais. É um dos processos
construtivos mais velozes e é o que suporta os maiores vãos.
Por isso são muito utilizados principalmente em indústrias e

1
supermercados que precisam de grandes vãos e velocidade na
execução e também é bastante utilizado em ginásios,
pavilhões, telhados, torres, guindastes, escadas, passarelas,
pontes, garagens, hangares, depósitos, lojas entre outros.
(CHAVES, 2007, p.1).

Espera-se que com essa pesquisa desenvolver a capacidade de entender o


projeto de estrutura metálica, abordando suas características, como revestimento,
fechamento, a cobertura, a base, os tipos de ligação e seus cuidados contra incêndio
e corrosão.
Entretanto o aço possui suas desvantagens em relação a estrutura de
concreto armado que unem as vantagens e desvantagens do concreto e do aço. O
concreto, barato e facilmente encontrado no Brasil, serve como proteção contra o
fogo e a corrosão. Pode-se colocar mais concreto ou mais aço dependendo do
requisito do projeto e o concreto reduz as instabilidades locais e globais. Estruturas
desse tipo não exigem mão de obra qualificada, bem diferente da estrutura metálica,
que demandam tal qualificação (FIGUEIREDO, 1998), exemplo disso temos os
profissionais de solda. Possuem também maiores resistências a choque e vibrações
e os problemas de fadiga são menores (BASTOS, 2006).
A primeira norma brasileira que regulamentava edificações de estrutura
metálica foi a NB-14 (1958), sofrendo alterações em 1968, baseada na norma alemã
DIN 4114 (1952), utilizava o método das tensões admissíveis (FAKURY, 2007). Com
a falta de atualização, dificultou-se a difusão do conhecimento, pois não havia uma
padronização na época. Em 1986 surgiu a ABNT NBR 8800 que possibilitou o
avanço na segurança estrutural pois saía do modelo determinístico e utilizava o
modelo probabilístico, denominado de método dos estados-limites. Houve a última
revisão entre os anos 2000 e 2006 que foi principalmente norteada pelos novos
processos, produtos e conhecimentos técnicos que existia no mercado, a NBR
8800:2008 - Projeto de Estruturas de Aço e Mistas de Aço e Concreto de Edifícios.
O trabalho está divido da seguinte forma, inicialmente será demonstrado os
elementos e suas diversas configurações de uma estrutura metálica, os tipos de
união, os cuidados necessários para durabilidade do desempenho de uma estrutura
metálica além dos cuidados relacionados ao incêndio e dos esforços sobre a
estrutura. Após será demonstrado algumas caraterísticas físicas do aço e seu
comportamento que faz ser um excelente material estrutural. Na parte metodológica

2
será demonstrado os parâmetros para o desenvolvimento dos modelos e das
análises além do cronograma para a continuação da pesquisa.

1.1. Contexto e delimitação do estudo e problema de pesquisa

A pesquisa delimita-se em analisar os comportamentos de um galpão de


estrutura metálica, seguindo as exigências da NBR 8800:2008. Será considerado
esforços do peso da estrutura, do vento e sobrecarga sobre o mezanino e na
cobertura. Não será considerado forças excepcionais e nem será considerado
situação de incêndio.
A proposta do trabalho é poder analisar os diversos tipos de pórticos, entender
qual deve ser a orientação dos perfis frente ao esforços que vão sofrer. Compreender
a relação das uniões entre a estrutura, quais esforços devem ser levados em conta
e seus respectivos coeficientes de segurança de projeto.
Na fundamentação é levado em conta os tipos de perfis, cobertura,
fechamento, bases e é explicado o que é uma estrutura de galpão. Mas no projeto é
avaliado a partir da união com a fundação até toda a estrutura de galpão metálico.

1.2. Objetivo Geral e específico

Objetivo geral

Avaliar o comportamento de estruturas metálicas a partir do uso de diferentes


configurações de pórticos e de perfis para um galpão industrial.

Objetivos específicos

Para que consiga alcançar o objetivo geral, é proposto os seguintes objetivos


específicos:

• Desenvolver pesquisa sobre o processo construtivo de uma estrutura metálica e


seus principais elementos;
• Identificar os cuidados para durabilidade do desempenho de estrutura metálica.

3
• Determinar o galpão a ser utilizado como base;
• Identificar os perfis que são usados para construção de cada elemento estrutural;
• Elaborar o pré-projeto, definindo o material a ser utilizado e o pré-
dimensionamento dos elementos estruturais;
• Compreender os critérios de projeto de estruturas metálicas pela NBR
8800:2008;
• Determinar as ações atuantes na edificação e as combinações de ações
necessárias para a análise estrutural;
• Realizar o dimensionamento do galpão para o sistema metálico, com pilares e
vigas de aço;
• Interpretar a análise estrutural de cada modelo proposto.

1.3. Justificativa

A construção civil é considerada um dos mercados mais competitivos que


busca as melhores soluções em determinadas situações. Estruturas metálicas são
soluções eficientes pela sua agilidade de construção e redução de desperdiço,
possuem estruturas mais leves, possibilidade de montagem e desmontagem, além
de serem obras limpas. Por apresentarem vantagens sobre outros métodos
construtivos se fazem necessários estudos sobre esse tipo de estrutura no Brasil
para melhor aperfeiçoamento da técnica.

1.4. Hipótese

A ideia do trabalho não é testar ou confirmar uma determinada hipótese, e sim


realizar descobertas sobre o assunto. Entender como ocorre o processo de
anteprojeto, do cálculo estrutural e do detalhamento. Os cuidados e as
especificações necessárias para um bom desempenho e durabilidade da estrutura.
Além de compreender quais esforços devem ser levados em contas, quais
características de dimensionamento, os cuidados necessários na construção e no
pós projeto. Como é o comportamento da cobertura metálica e de seus respectivos
elementos e das suas ligações. Em suma, apreender sobre estruturas metálicas a
partir da literatura e da utilização de softwares.

4
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Estruturas Metálicas

A estrutura é definia como um sistema físico que tem a capacidade de receber


e transmitir esforços, são exemplos de estrutura: viadutos, edifícios e pontes
(CORREIA e LIMA, 2019). O sistema estrutural é composto por vários elementos
estruturais como vigas, pilares, treliças, lajes e paredes estruturais. Já seus
componentes podem ser concreto armado, peças de madeira ou aço, bloco de
cerâmica estrutural (CORREIA e LIMA, 2019), no caso de estruturas metálicas o
componente é o aço.
Estruturas metálicas apresentam vantagens e desvantagens ao método de
concreto armado, ao olhar economicamente é possível entender melhor essa
situação. Ao observar os seguintes parâmetros: custos diretos, despesas indiretas,
tempo de construção, fluxo de caixa e os ganhos com antecipação no uso do imóvel
a estrutura metálica é a opção mais econômica. É necessário observar o
empreendimento desde o seu começo até após sua entrega (CBCA, 2008). A
fabricação das peças ocorre em oficinas, o que possibilita a desmontagem das
estruturas e a montagem destas em outro local. Suas sobras podem ser utilizadas
em outros projetos (BELLEI, 2003).
Custos diretos são aqueles investidos na aquisição do material, o aço possui
um custo mais caro comparado ao de concreto, entretanto os custos com outros
materiais com à arte elétrica, hidráulica e fechamento são os mesmos. As despesas
indiretas são os serviços necessários para que ocorra a obra como taxas,
administração, uso de equipamento e sua manutenção. O aço possui vantagem por
ser uma obra mais rápida, diminuindo os custos indiretos e entregando num prazo
mais curto. O grande diferencial entre esses tipos de construção está na entrega,
enquanto a fundação está sendo feita a estrutura metálica pode já ser construída,
desse modo não é necessário a espera da cura do concreto e o empreendimento
pode abrir antes, fazendo com que a empresa comece a operar (CBCA, 2008).

2.1.1. Elementos estruturais

5
Os elementos estruturais são os componentes que são utilizados para
formação da estrutura metálica e são definidos:

• Chapas: são objetos planos que possuem espessura muito menor que a
largura e o comprimento (CIASTEEL, 2018)
• Barras: são objetos maciços, com perfil circular e seu diâmetro é inferior ao
seu comprimento (CIASTEEL, 2018)
• Cordoalhas: são produzidos a parti de arames de aços em ordem helicoidal.
Possuem menos fios que os cabos de aço, muito utilizados em concreto
protendido (SIVA, 2018).
• Cabos: são um conjunto de pequenos conjuntos de fios enrolados juntos,
ligados sendo torcidos ou entrançados (SUPREMELUB, 2018).

2.1.2. Perfis

A estrutura deve resistir as tensões que são o peso da própria estrutura e os


esforços sobre ela. Buscando o máximo de eficiência sempre no uso de material leve
sem prejudicar as propriedades exigidas de projeto e ter boa tenacidade para
absorver impactos que podem acontecer futuramente em uma eventual colisão
(RODRIGUES, 2010 e CBCA, 2018)
Para ter essas características é importante escolher o perfil estrutural correto
a ser empregado nos diferentes locais da estrutura de acordo com as necessidades
individuais. Entre os perfis estruturais existentes comercialmente os mais comuns
são perfil I, perfil U, perfil T, barra chata, cantoneira (perfil L), barra redonda e barras
quadradas ou retangulares. Outras geometrias especiais podem ser adquiridas por
meio de corte e dobras em chapas (RODRIGUES, 2010).
A diferença entre barras e tubos consiste em tubos possuírem uma sessão
interna vazia, já as barras caracterizam-se por ser um elemento maciço. Barras
redondas tem resistências iguais para todas direções e facilmente acopladas. Já as
barras retangulares são aplicadas em esforços unidirecionais, logo é possível reduzir
o peso pois é passível de diminuição de sua secção (NORTON, 2013).
A geometria dos perfis comerciais traz espessuras bem menores em relação
as dimensões externas com a finalidade de reduzir ao máximo o peso, ao reduzir a

6
espessura a resistência mecânica do perfil é perdida, para compensar essa perda a
geometria apresenta material nas extremidades aumentando o momento de inércia.
A busca do aumento do momento de inercia está na redução da rotação em seu eixo,
visto mais à frente nos típicos de Instabilidade. O momento de inércia tem o seu
cálculo dependente apenas da geometria da seção transversal do objeto em análise,
como demonstra a equação 1 (NORTON,2 013 e HIBBELER, 2009).

𝐼 = 𝑚𝑟 2 (1)

𝐼 = Momento de inercia [𝑘𝑔 ∙ 𝑚2]


𝑚 = Massa pontual [kg]
𝑟 = Raio ou distância do eixo de rotação [𝑚]

Equação (1) representa a definição do momento de inércia l, onde sua


definição física é uma partícula de massa m a uma distância r de um eixo de
referência. O momento pode ser diferente para o mesmo objeto se considerar outro
eixo como referência. Essa equação é a teoria para uma determinada partícula, para
um corpo composto por inúmeras partículas é feito a soma do momento de inércia
para cada partícula que compõe o corpo, a equação (2) representa esse caso
(NORTON,2 013 e HIBBELER, 2009).

𝐼 = ∑𝑛𝑛=1 𝑚𝑖 𝑟𝑖 2 (2)

Fisicamente seria a soma de cada momento de inércia das n partículas que


compõem o objeto em estudo. Esse somatório pode ser transformado em uma
integral da equação (1) em relação a massa m sendo os limites de integração as
superfícies geométricas do corpo em estudo. A integração é descrita na equação (3)

𝐼 = ∫ 𝑟 2𝑑𝑚 (3)

Com o entendimento das consequências do formato do perfil estrutural


podemos seguir para o cálculo das tensões de flexão sobre uma viga. A
representação da distribuição de carga é exibida na figura 1.

7
Figura 1. Distribuição das tensões normais na secção.

Fonte: Norton, 2013.

A tensão 𝜎𝑦 é representada na equação (4).

𝑀𝑦 ∙ 𝑟
𝜎𝑦 = (4)
𝐼

𝜎𝑦 = Tensão de flexão [Pa]


𝑀𝑦 = Momento Fletor [𝑁 ∙ 𝑚]
𝐼 = Momento de Inercia [𝑘𝑔 ∙ 𝑚2 ]

Equação (4) fornece uma importante informação, se o momento fletor M𝑦 se

manter constante podemos reduzir a tensão de flexão σ𝑦 aumentando apenas o

momento de inércia I. Esse é o princípio empregado nos formatos mais usuais de


perfis do mercado no qual discutiremos nos próximos itens (NORTON, 2013)
Para formação destes perfis temos as seguintes possíveis conformações
mecânicas o forjamento, laminação, trefilação, estampagem profunda,
tracionamento, dobramento e corte (figura 2) (CHIAVERINI, 1986).

8
Figura 2. Técnicas de construção dos perfis.

Fonte: Chiaverini (1986)

Laminação é o processo que uma chapa passa entre dois cilindros reduzindo
sua espessura. Forjamento é o processo por golpes sucessivos afim de comprimir o
material, geralmente o processo é a quente. Trefilação utilização barras ou tubos que
passa em um orifício cônico afim de diminuir seu diâmetro, geralmente o processo é
a frio. O processo de estampagem é geralmente a frio e reúne diversas etapas para
que seja mudada as geométricas do material. (CHIAVERINI, 1986 e CALLISTER,
2016).
Para construção dos perfis das vigas, utilizam-se 3 métodos de formação. São
eles os Perfis Soldados, Perfis Laminados e Formado a Frio, que serão demonstrado
a seguir. Além da geometria transversal da viga, é possível utilizar outras
configurações de alma que são vigas de alma cheia, vazada, celular (ou alveolares),
caixão e mista (VITÓRIO, 2002).
A parte vertical do perfil é denominado como alma, já as outras partes são
denominadas como mesas, abas ou flanges. A escolha do perfil depende da
disponibilidade do mercado e sua fácil aquisição, o prazo de entrega, a exigência de
natureza estética, de montagem e estética (CBCA, 2018).
As cantoneiras são especificadas em mm, por exemplo: L (altura da alma) x
(comprimento da aba) x (espessura). São utilizadas em esforços simples, como de

9
tração e compressão, muito utilizadas em treliças. Já o perfil U é especificado da
seguinte maneira: U (altura da alma) x (comprimento da aba) x (espessura), é
utilizado em terças ou coberturas, vigas pouco requisitadas ou coberturas, sempre
com as abas para baixo (CBCA, 2018).
O perfil I é especificado como: I (modo construtivo) (altura da alma) x
(comprimento da aba) x (seu peso por metro), sendo altura da alma sempre muito
superior ao comprimento das mesas. Caso seja soldado (VS ou CVS) ou (W) caso
seja perfil laminado. Indicado para vigas que recebem momento fletor (CBCA, 2018).
Os perfis H são denominados como: H (modo construtivo) (altura da alma) x
(comprimento da aba) (seu peso por metro), caso seja construído por laminação
recebe HP ou W, se for soldado CS ou CVS. Perfeito para aplicação em pilares pelo
seu comportamento de compressão (CBCA, 2018).

2.1.2.1. Perfis Soldados

São perfis que utilizam de chapas de aço estrutural e através da soldagem se


faz a junção. Os perfis soldados são encontrados com perfil diversas geometrias
como H, I, L ou até mesmo criar perfis especiais (RODRIGUES, 2010). São
aplicados em grandes obras pela possiblidade de construir perfis de maior porte,
Exemplos de especiais são os perfis compostos como Perfil Caixão é a união
de dois perfis L, outro perfil é o perfil I composto que recebe uma chapa soldada na
parte de cima para baixo.

2.1.2.2. Perfis Laminados

Os perfis laminados são peças metálicas fabricadas através da laminação de


um bloco de aço e que apresentam características estruturais. Os perfis H, I, C
podem ter abas paralelas ou não, enquanto os perfis tipo L ou cantoneiras
apresentam duas abas perpendiculares entre si (RODRIGUES, 2010)

2.1.2.3. Perfis Formado a Frio

10
Este perfil é obtido através do processo de dobramento de chapa ou pela
conformação continua seguindo NBR 6355, para estrutura formada desse perfil olhar
NBR 14762. Aços com baixo carbono possuem grande parcela pois são dúcteis,
permitindo a deformação plástica sem a formação de trincas ou fraturas. Essa
deformação pode ser realizada em diferentes temperaturas de recristalização, porém
sempre abaixo. (CALLISTER, 2016). Quando realizados acima da temperatura de
recristalização (Metade da Temperatura de Fundição), o processo é considerado
trabalho a quente. Quando a temperatura está entre a temperatura ambiente até 30%
da temperatura de fundição é denominado como trabalho a frio, geram um aumento
na resistência isto porque acontece um aumento de tensão no material. Os perfis
encontrados são: L, U, EU, Z, ZE (MALITE, 1993).
Possui grande adoção principalmente no método construtivo steel frame (figura
3). Vale ressaltar esse método construtivo que tem como estrutura base constituído
de perfis leves de aço galvanizados a Fogo (aço zincado), sendo ligados por meio
de parafuso autobroçantes. As paredes são formadas por painéis estrutural de OSB,
isolante termo-acústico e placa cimentícia (MERLIN, 2020). Este método tem como
vantagem rápida construção, redução de peso sendo necessário apenas fundações
do tipo radier além de ser sustentável por utilizar materiais que são ou podem ser
reciclados e reduzem o desprecio de matérias.

Figura 3. Casa de Steel Frame.

Fonte: Drywall, 2020

Á também aplicação de secções rack que são empregados em sistemas de


armazenamento como atacadistas e lojistas. (Sales 2017) define como colunas que

11
possuem furos para encaixe de vigas e contraventamentos para firmeza da estrutura
(figura 4). Outra aplicação é em calhas e rufos.

Figura 4. Sistema de rack

Fonte: SUNLIN

2.1.3. Cobertura Metálica

A figura 5 representa os elementos que fazem parte de uma estrutura metálica


de cobertura.

Figura 5. Parte componentes de cobertura metálica

Fonte: Marcon e Chamberlain, 2012.

12
Há várias tipologias de cobertura, em geral as tesouras são as principais vigas
da estrutura pois recebem o peso do material de cobrimento e da própria viga, força
do vento e eventuais sobrecargas suspensas (QUINONES, 2006). Às terças servem
para apoiar as telhas e devem suportar seu próprio peso, das telhas e acidentes
decorrentes de intemperes (BELLEI, 1998). Contraventamento serve para que a
estrutura não se movimente (PEREIRA, 2016) recomendando se colocar nas partes
mais externas da estrutura, sofrendo deformações principalmente na fase de
montagem e não devem ser superiores a 25m.
O tipo de perfil mais utilizado para cobertura é o uso de perfis formados a frio,
sendo utilizados perfis U enrijecido, ou não, para as terças e cantoneiras para a
construção das treliças. (PEREIRA, 2016)

2.1.4. Fechamento

Os fechamentos são divididos em dois tipos que são alvenaria ou painéis. Os


de alvenaria são elementos pré-moldados sendo de materiais cerâmicos
convencionais como barro ou concreto. Já os painéis são feitos de concreto ou de
madeira maciça revestidos por madeira compensada, gesso, placas de Dry Wall,
painel de poliestireno expandido. Não possuem função vedação ou para suportar
cargas da estrutura. (DIAS, 1998 e KRUGER, 2000).
Entre as vigas de aço e o fechamento é utilizados matérias flexíveis entre eles
como isopor, poliestireno ou cortiça para que não ocorra fissuras pela expansão do
aço. (DIAS, 1998)

2.1.5. Estrutura de galpões

A maioria das edificações em estruturas em aço no Brasil são de galpões,


compostas trivialmente em uma estrutura simples, com um andar e cobertas (PINHO,
2014).
Esse tipo de estrutura tem como característica ter um grande vão livre, com
pórticos espaçados de forma que seja possível colocar grandes objetos no interior
da estrutura, geralmente possui apena um andar e tem um grande pátio (PIGOZZO,
2009).

13
Para a escolha do perfil no caso das vigas (elemento estrutural horizontal) se
os esforços forem somente da cobertura utiliza-se perfil U ou cantoneiras para a
montagem sendo treliçadas. Se existe um esforço maior é empregado perfil de alma
cheia de perfil I (viga com perfil I que possuía ao longo enrijecedores). Para os pilares
(elemento estrutural vertical) utiliza colunas treliçadas para poucos esforços ou
enrijecidas para esforços mais elevados. (PEREIRA, 2016)

2.1.6. Base

São elementos presentes da base do pilar: chapa da base (3), os


chumbadores (5), e a viga do pilar (4) sendo estes três elementos metálicos,
fundação feita de concreto (1) e a argamassa de selagem (2). Como demonstra a
figura 6.

Figura 6. Constituintes da ligação base de pilar

Fonte: Marques, 2013.

As bases são classificadas como rotuladas, rotuladas básica e engastadas


(MARTINS, 2002).
Na figura 6 é demonstrado os três tipos de bases. A base rotulada (a) não é
muito utilizada pela alta complexidade de fabricação, diferente da rotulada básica
(para cargas horizontais e verticais) que utiliza uma chapa soldada ao pilar, esta
chapa utilizará chumbadores para prenderem a base na fundação, sendo mais viável
econômica (b). A diferença da base engastada (para cargas horizontais, verticais e

14
os momentos) e a base rotulada básica está na disposição dos chumbadores, neste
caso elas suportam forças maiores de momentos e forças verticais (c) e são as mais
utilizadas. Para reduzir a espessura da chapa engastada é possível colocar nervuras
(MARTINS, 2002).

Figura 7. Tipos de pilares de base.

Fonte: Martins (2002).

Existem três tipos de esforços que a base precisa suportar (Martins 2002):

Força axial pura: quando que a força tem a mesa direção que o pilar, recomendasse
nesse caso uso de bases rotuladas.
Força axial com momento fletor: utiliza-se a base rotulada básica ou engastada,
quando se tem uma força fora do centro do pilar, gerando um momento fletor. Se o
momento for considerado insignificante, o cálculo da base do pilar não leva em conta
os chumbadores, mesmo se eles forem instalados.
Força cortante: gerada entre a resistência pelo atrito da base e o bloco ou pela barra
de cisalhamento.

A chapa de base faz a ligação entre os pilares e a fundação, sempre soldada


ao perfil do aço sendo unida a fundação por chumbadores (BAHIA, 2002). Estas
placas de base são dimensionadas a suportar os esforços de esmagamento devido
ao peso da estrutura e da força que provém dos chumbadores. É recomendado o
uso de no mínimo quatro chumbadores para assegurar a montagem de maneira
correta e estável (BAHIA E JUNIOR, 2016).
15
Os chumbadores têm o papel de fazer o ligamento entre a fundação e a placa
de base estrutural, sendo que ele suportará esforços de compressão, tensão e
cisalhamento. Quando apertados a parte da cápsula é pressionada pelo corpo do
tirante fazendo expandir, se prendendo no concreto. A NBR 8800 diz que são
dimensionados do mesmo modo que os parafusos na força de cisalhamento, a tração
e a tração com cisalhamento. A figura 8 demonstra os elementos de um chumbador.

Figura 8. Composição de um chumbador

Fonte: Adaptado FIXPAR, 2020.

2.1.7. Lajes Mistas (Steel Deck)

A laje mista, conhecida como Steel Deck, é composta por formas de aço,
concreto, armação de aço e conectores de cisalhamento mossas. Começaram a ser
projetadas em 1940, após desenvolverem formas de conectar o concreto com o aço.
Os elementos que fazem parte da laje trabalham em conjunto formando um
comportamento similar a uma peça só (Grossi, 2016). A figura 9 demonstra de como
é incorporada a laje mista.

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Figura 9. Laje Mista

Fonte: ArcelorMittal, 2013.

As formas são de aço galvanizado, que é um processo que fornece uma


camada de zinco com uma espessura entre 0,04 a 0,05 mm a qual é considerada na
espessura nominal da forma. As formas são encontradas com espessuras entre 0,75
e 1,20 mm, (GROSSI, 2016). Está cama de zinco tem como proteger o aço contra a
corrosão.
Nas formas geralmente encontrasse mossas que são um mecanismo de
transferência de cisalhamento, são de ranhuras, ou os conectores de cisalhamento,
fazendo que o aço e o concreto trabalhem em conjunto (ARCELORMITTAL, 2013).
As lajes possuem três normas que precisam ser observadas dependendo da
fase do projeto. Durante o processo de construção, onde o concreto está fresco a
NBR14762 é que regulamenta o as ações da etapa de construção. Após a 75% da
cura do concreto a estrutura deverá seguir as normas NBR 14323 relacionada a
incêndio e NBR8800 sobre a construção de estruturas metálicas (GROSSI, 2016).
No processo de construção serão necessários apoios provisórios de metal ou
material, ArcelorMittal (2013, p. 10) recenda o uso desses apoios no meio dos vãos
com um contato de uma chapa de 80x80 cm. Outro cuidado é a utilização e bandas
adesivas entre as formas para evitar a passagem de concreto.
A NBR 14323 diz que a estrutura necessita suportar incêndio com duração de
30min, dependendo do caso de aplicação que será abordado em outro tópico. Para
solução de um aumento da resistência ArcelorMittal (2013, p. 13) sugere instalação
de teto falso, utilização de protetores contra fogo no perfil de aço, utilização de
reforços sobre a lajes.

17
2.1.8. Fundação

Existe vários tipos de fundações que dependendo das características que o


solo possui melhor aplicação. Existem 7 fatores que influenciam na escolha do tipo
de fundação (ALVA, 2007):

Relativos à tipo da estrutura: qual categoria de projeto como exemplo uma casa,
um galpão ou um prédio e se essa estrutura é formada por qual tipo de material,
concreto armado, protendido, madeira, aço ou alvenaria estrutural.
Características geotécnicas: qual granulometria, cor, posição das camadas,
compressibilidade, resistência entre outros.
Características do nível d’água: se faz necessário rebaixamento rápido e influência
em muito a escolha da solução de fundação.
Características dos tipos de fundações: cada solução possui suas características
como suas restrições técnicas.
Presença de edificações vizinhas: os processos podem afetar as edificações
vizinhas em relação a carga e vibração, além do tipo de fundação que os vizinhos
usaram.
Custos: dependendo dos custos, é necessário mudar o projeto arquitetônico
Limitações de soluções no mercado ou na região: dependendo da região é mais
difícil de achar certos materiais, tornando o projeto mais caro, por isso deve-se
considerar a disponibilidade.

As sapadas nem sempre são recomendas caso o aterro não é compactado,


argila é mole, areia é fofa ou muito foda, solos colapsáveis e se existe água e onde
o rebaixamento não se justifica (ALVA, 2007; ALONSO, 1998).
As fundações são classificadas em direta (ou rasa) e profunda. As fundações
diretas (rasas) é quando os esforços são gerados pela base da fundação são
transmitidos ao solo, sendo fundações tipo bloco, sapata (figura 10) e radier. Já as
profundas são aquelas que transmite a carga tanto pela lateral como sua base
também tendo no mínimo 3 metros de profundidade, sendo as estacas, tubulões e
caixões (NBR 6122 – Projeto e execução de fundações).

18
Figura 10. Sapata isolada

Fonte: Cimento Mauá, 2020.

2.1.8.1. Radier estaqueado

Este método foi desenvolvido por Zeevart (1957) melhorando o processo das
sapadas que geralmente sofrem recalque devido o adensamento do solo. Este
método consiste em utilizar as estacas e os blocos, considerado como método misto,
podendo ser utilizado de vários materiais, até mesmo método Solo-Cimento Plástico
(BERBERIAN, 2016) dependo da estrutura. A figura 11 traz o comportamento de um
radier com e sem estacas.

Figura 11. Comportamento de um radier sem estacas (a) e com estacas (b).

Fonte: Garcia, 2015.

19
Os Radieres estaqueado é formado por elementos, para melhor entendimento
será definido cada elemento e qual papel eles possuem abordados separados e em
conjuntos (CASTILLO, 2013):

Estacas isolada: tem o papel de difundir as cargas da estrutura para o solo através
da área de contato, este componente é cravado ou escavados.
Radier isolado: é um bloco que recebe a carga dos pilares e transmite a força ao
solo, distribuindo a carga.
Grupo de estacas: é a colocação de um bloco de concreto sobre as estacas, sem
que o bloco encoste no solo.
Radier estaqueado: é o grupo de estaca, porém encostando no solo, auxiliando no
processo de transferência de carga
Radier estaqueado combinado: nesse processo o solo abaixo do radier
estaqueado é melhorado, recebendo um solo que aumente a rigidez do sistema.

A elaboração de um radier estaqueado se dispõe da seguinte forma. Primeiro


estágio é viabilidade do uso e a quantidade de estacas, segundo estágio é
localização e características gerias do processo. Terceira é análise dos momentos,
recalques, carga, dos números de estacas, as localizações e configurações
(CASTILLO, 2013).
(Poulos 1991, apud Castillo, 2013) produziu pesquisa para verificar as
melhores aplicações desse método, são eles solos com argilas rígidas, ou perfis por
areia relativamente densas, presença de estruturas adjacentes, carregamentos na
excentricidade, contato no radier com média de 550 kPa (Franke, 2000 apud Castillo,
2013). Não é recomendado para solos com areias fofas ou argilas moles (a) próximas
a superfície do terreno, presença de camadas compressivas rasas, solos
colapsáveis (b) e solos expansivos (c), como demonstra a figura 12.

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Figura 12: Situações quando solo não é apropriado para Radiers estaqueados: (a)
argila moles; (b) solos colapsáveis; (c) solos expansivos

Fonte: Bezerra, 2013

2.1.8.2. Estacas

A estaca pode ser formada por concreto, concreto armado ou protendido,


metal, mista, madeira e até mesmo mistura de cimento e barro (BERBERIAN, 2016).
Os processos mais usuais são:

Estaca Escavada (estacas trado): é o processo mais barato e mais utilizado


pela sua versatilidade nos tipos de solos, a escavação é feita por um trado helicoidal,
após é colocado a armação e feito a concretagem (BRAGA, 2009 e BIANCHIN,
2013).
Estaca Franki: este processo produz muita vibração invalidando em centros
urbanos, porém é processo que suporta muita carga. É o cravamento de uma bucha
composta de areia e brita e o tubo no solo até o momento que o tubo chega ao seu
limite e começar a expandir a bucha, é colocado a armação e por sequência é
concretado, removesse o tubo no final (BRAGA, 2009 e BIANCHIN, 2013).
Estacas Strauss: maior atrito lateral comparada a estacas pré-moldadas e
baixa vibração, recomendasse para casas, a desvantagem é o canteiro
extremamente sujo. A técnica consiste em escavar com o uso de soquete depois é
introduzido um segmento de revestimento metálico, é injetado água transformando
o solo em lama, retirado a lama através da sonda. É colocado a armadura e feito a
concretagem, removesse o revestimento metálico. Muito utilizado em cidades do
interior onde não se tem equipamentos modernos (BRAGA, 2009).

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Estaca Raiz: a escavação é feita através da rotação de um tubo metálico com
cerdas em sua ponta, é injetado água e pra continuação da perfuração é colocado
mais tubos metálicos até a profundidade ideal. É feito a limpeza do furo removendo
lama, colocasse a armadura, concretasse, retirasse e o tubos de revestimento.
Produz baixas vibrações e permite a perfuração de rochas (BRAGA, 2009).
Estaca Hélice contínua: alta produtividade, baixa vibração, alta capacidade
de carga e perfuração. Através de uma haste com hélice continua é feito a
perfuração, injeta-se concreto por um tubo que se encontra no interior do eixo da
haste ao mesmo tempo a hélice é retirada. No final é colocada a armação. Em
comparação à Estaca Strauss, reduz em 40% o número de estacas e em 90% o
tempo de execução além de necessitar de menor mão de obra (BRAGA, 2009).
Estaca pré-moldada de concreto: podem ser de concreto armado ou
protendido, possuem várias configurações de perfil sendo maciças ou vazadas.
Podem ser cravadas por viração, percussão e prensagem dependendo da
vizinhança e das características do solo. Vantagem é um local de trabalho mais
limpo, custo baixo, porém produz muita vibração, baixa produtividade e a estaca
pode quebrar durante a cravação (BRAGA, 2009).
Estaca metálica: produzem menores vibrações que outros tipos de estacas
cravas. Possuem fácil instalação, corte e emenda, alta resistência e se dá muito bem
em vários tipos de solo duros (BRAGA, 2009).
Estacas mistas: é a utilizado de mais matérias para um dos processos.
Exemplo é a estaca pré-moldada de concreto com anel metálico, através dos anéis
colocados nas pontas e possível soldar, outra possibilidade é colocação de uma viga
metálica na ponta da estaca para que na hora da cravação a ponta da estaca não
quebre, já que as pedras podem estar inclinas e quebrar a ponta da estaca pré-
moldada (BRAGA, 2009).
Estaca de madeira: são perfeitas para lugares submersos e com baixa
variação do nível da água (MINÁ e DIAS, 2008). As estacas são cravadas no solo
seguindo o método de pré-moldadas. Possui baixo custo dependendo da região,
facilidade nas emendas, entretanto necessita de proteção contra fungo quando a
madeira não está submersa.
Estaca prancha: a ideia dessa estaca é criar uma estrutura de contenção com
perfil metálicos cravos justapostos. Por esse método deve-se cuidar na vibração do

22
solo e não utilização em solo muito duros. Muito utilizadas em obras de infraestrutura
e área poutarias. Possui diferentes configurações de perfil que depende de cada tipo
de carga que for usada (BASILE, 2014).

As estacas metálicas vêm sendo largamente utilizadas já que sua durabilidade


vem extrapolando as expectativas, mesmo em áreas agressivas (GERDAU, 2015).
Para o processo de corrosão acontecer é necessário oxigênio e nos solos possui
baixa concentração de oxigênio que rapidamente descresse. A NBR 6122:2010
destaca que dependendo do solo é desconsiderado uma espessura que tem o
contato com o solo e assim não é necessário tratamento especiais a fundação.
Exemplo em solos naturais e aterros controlado, reduzir 1mm, em argila orgânica
reduzir em 1,5mm, turfa reduzir em 3,0 mm (GERDAU, 2015).
O ligamento entre a estaca e a estrutura se dá pelo Bloco de Coroamento,
sendo eles para estacas compridas e estacas tracionadas.

Estacas Compridas: a viga recebe um bloco que envolve a estaca metálica, este
bloco possui uma armação que está distanciada a 3cm da face do bloco, está
armação é formada por barras de aço. A região é conhecida como pescoço. Observe
a figura 13 para uma melhor compreensão. O solo em entorno sofre compactação
para menores recalques. O bloco de coroamento é o bloco que está acima do bloco
que envolve a estaca metálica (GERDAU, 2015)

Figura 13. Vista da ligação estaca metálica com o bloco de coroamento

Fonte: Gerdau, 2015

23
Estacas Tracionadas: é soldado barras à estaca metálica, construindo uma
armação, esse tipo serve para suportar tensões de tração (figura 14).

Figura 14. Detalhe de armadura para transferir carga de tração da estaca para o
bloco.

Gerdau, 2015

2.1.9. Ligações de Estruturas Metálicas

As ligações mais importantes em estruturas metálicas são as ligações viga-


viga, viga-pilar e pilar-fundação. As ligações podem ser por solda ou por
parafusadas. A soldagem segue os padrões da American Welding Society (AWS) e
ABNT. Parou-se de usar rebito em 1960 para o uso de parafusos. Tem como
vantagem sobre a solda a rapidez na montagem, economia de energia, redução de
mão de obra e melhor resposta às tensões. Os parafusos têm dois tipos de ligação
a de contato e de atrito. A de contato é quando os esforços são de cisalhamento no
corpo, já o de atrito é a força de compressão da arruela pressionando as duas chapas
gerando atrito entre elas. Recomendasse para carregamentos dinâmicos a de atrito,
já estático a de contato. Ainda é possível de utilizar a ligação mista de solda e
parafuso. (CBCA, 2011)
Um modelo de análise global de estruturas é considerar todas as barras do
sistema unidimensionais e nas suas ligações são denominadas como pontos nodais
(nós). Estes nós podem ser nós rígidos ou rotulados/flexíveis, no nó rígido não é
permitido nenhuma movimentação no nó já no nó rotulado é permitido geralmente a
rotação (FIGUEIREDO e GONÇALVES, 2007). Na figura 15 e 16 será observado a

24
dinâmica das forças e como que a estrutura responde a estes esforços relacionados
os tipos de nós.

Figura 15. Comportamento nós rígidos

Fonte: Figueredo, 2007.

Figura 16. Comportamento nós flexíveis

Fonte: Figueredo 2007.

Verificando os comportamentos é possível de perceber que a respostas dos


esforços nos nós fixo faz que a tensão gerada pela flexão na barra horizontal repasse
para a outra barra como momento, fazendo que a estrutura sofra uma “flambagem”
e uma flecha negativa. Já o nó flexível faz que as tensões no nó não formem
momento para a barra vertical, assim a barra horizontal sofre uma flexão e as barras
verticais sofrem apenas esforços verticais.
Este comportamento com esses dois tipos de ligações, rígidas e flexíveis, não
representam um real comportamento de uma estrutura. Pois esses tipos de ligações
não são empregados na realidade por isso tratamos de ligações semirrígidas. As
estruturas metálicas têm diferentes arranjos estruturais, fazendo que cada coluna
tenha que se conectar com a outra de modos diferentes. Alguns destes modos são
apresentados na figura 17.

25
Figura 17. Tipos totalmente soldada, com chapa de topo, com dupla cantoneira,
cotoneiras de alma e assento

Fonte: Figueredo 2007.

A curva M x ϕ retrata o comportamento rígido, semirrígido ou flexível das


ligações em estruturas metálicas é representado da seguinte equação 5, seu
resultado é representado no gráfico de rigidez de ligação (figura 18).

𝑀 = 𝑘∙ϕ (5)
Sendo:
M = é o momento atuante na ligação [Nm]
ϕ = é a rotação relativa entre os eixos do pilar e da viga [Graus]
K = é a rigidez rotacional

26
Figura 18. Gráfico da rigidez de ligação

Fonte: adaptado de Figueiredo e Gonçalves, 2007

Quanto maior a rigidez da ligação maior será o momento para obter uma
rotação entre os eixos. Para aferição desses dados é utilizado o ensaio de torção.
Structural Steel Buildings - Allowable Stress Design (AISC-ASD) (1989) classificam
do seguinte modo: Ligações rígidas menor que 10% da rotação, Ligação flexível
acima de 80% da rotação e as semirrígidas entre 10 e 80%. Quanto menor o ângulo
de rotação mais rígido é a ligação, quanto maior a rotação, mais dúctil é considerada.
A rigidez de uma ligação na análise estrutural é uma das indicações do seu
comportamento na resposta global da estrutura e indica se a consideração dada às
ligações (rígida, semi-rígida ou rotulada), em termos de rotações e deslocamentos,
condiz com o comportamento real da ligação (CBCA, 2011).
Se uma ligação é dita rígida utiliza a equação 6 na qual um galpão satisfaz as
condições iniciais, para outras estruturas olhar norma (NBR8800:2008). Pode ser
considerada rígida se:

25𝐸𝐼𝑣
𝑆𝑖 = (6)
𝐿𝑣

𝑆𝑖 = rigidez da ligação, corresponde 2/3 do momento resistente de cálculo da ligação


[𝑁 ∙ 𝑚]
𝐼𝑣 =momento de inércia da secção transversal da viga [𝑚4 ]
𝐿𝑣 = comprimento da viga conectada [m]
𝐸 = Modulo de elasticidade [Pa]

27
Para ser considerada uma ligação rotulada deve obedecer a equação 7
(NBR8800:2008):

5𝐸𝐼𝑣
𝑆𝑖 = (7)
𝐿𝑣

No próximo tópico será discutido sobre os elementos de ligação e os meios


de ligação, a região nodal já foi apresentada nesse índice. A região nodal é todo o
conjunto da ligação no ponto entre as vigas e os elementos (exemplo cantoneiras) e
os meios (parafusos ou solda) irão várias de acordo com as condições que o projeto
necessitar (PFEIL, 2009).

2.1.9.1. Fixação Móvel

O conceito de uma fixação móvel é permitir a desmontagem do conjunto sem


danificar os componentes que foram unidos, usualmente utilizado quando é
necessário realizar a manutenção dos componentes. Exemplos de fixação móvel:
Parafusos, porcas, pino, contra pino, cavilha e anel elástico (Carqueja, Miguel, 2016).
O parafuso é um elemento cilíndrico com um encaixe para uma ferramenta de
um lado e rosca do outro, pode ser fixado em um furo com rosca ou em conjunto
com porca normal ou Parloc que não permite a sua rotação em relação ao parafuso.
Os parafusos são classificados em parafusos de baixo carbono (parafusos comuns)
e os de alta resistência (CBCA, 2017; PFEIL, 2009).
Os parafusos comuns (ASTM A 307) são utilizados em treliças, estruturas
leves, corrimão, sendo utilizado para ligação de contato. Possuem cabeça quadrada
ou sextavada com rosca métrica ou américa, sendo americana o mais utilizado no
Brasil (PFEIL, 2009). Parafusos de alta resistência de liga geralmente são de A325
e o A490 e são submetidos a tratamento térmico, com limite escoamento entre 560
Mpa e 630 Mpa. Estes tipos de parafusos necessitam de controle de aperto para que
não haja deslizamento entra as chapas ligadas.
Pino é um elemento que serve como guia enquanto permite as peças
rotacionarem no eixo do pino. Contra pino consiste em um arame dobrado formando
uma cabeça com duas “pernas” desiguais, trava os componentes mantendo a sua
fixação mesmo sobre vibração.
28
A cavilha é similar ao pino, possui geometria cilíndrica com ranhuras, servindo
de elemento alinhando, mas impedindo a rotação no eixo. Anel elástico podem ser
internos ou externos, anéis internos são montados em canais usinados em eixos
enquanto os anéis externos são montados internamente em buchas, sua função é
travar o movimento axial de outros componentes sem bloquear o movimento angular.
Os parafusos são usualmente utilizados nos elementos de liga que
necessitam que sejam removíveis para manutenção, troca ou até desmonte da
estrutura para instalação dela em outro local. Geralmente utilizados em cantoneiras,
caixão parafusados, placas e ligações entre pilar e fundação (CBCA, 2011).
As principais rupturas das ligações (figura 19) são pelo colapso do parafuso,
do rasgamento da chapa e tração da chapa. No caso do colapso do parafuso o
cisalhamento faz que o parafuso se rompa fazendo que a ligação se parta (a). No
caso do rasgamento da chapa o parafuso ovaliza o furo, fazendo com que se crie
uma folga (b). Já o colapso por tração da chapa se tem duas configurações, a
primeira opção é o parafuso rasgue uma parte da chapa (c) e a segunda opção (d)
o parafuso reparte da chapa de modo de dividi-la (PFEIL, 2009).

Figura 19. Tipos de rupturas de ligação

Fonte: Pfeil, 2009

O tipo de furo afeta diretamente a resistência do parafuso, são eles o furo


padrão, alargado, pouco alongado, muito alongado. Para calcular a resistência do
parafuso leve-se em consideração: tipo de parafuso, esforços solicitantes, tipo de
furo, superfície de contato e rosca no plano de corte. A distância entre furos não deve
ser menor que 3 vezes o diâmetro do furo e a distância entre o centro do furo e a
borda não pode ser inferior a 1,75 vezes o diâmetro do furo (CBCA, 2011).
NBR8800/2008 (Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e
concreto armado) estabelece que os parafusos de alta resistência para estruturas
29
como o ASTM A325 ou A490 podem e devem ser os escolhidos nas ligações de
estruturas confeccionadas em aço estrutural comum ou aço patinável (resistente a
corrosão). Sendo que os parafusos devem receber o mesmo tratamento e
acabamento que o aço a parafusar para manter as propriedades anticorrosivas na
estrutura

2.1.9.2. Fixação Fixa

A finalidade permanece em unir componentes, mas não permite a desmontagem


sem danificar. Frequentemente empregado em situações onde não existe manutenção
e sim a troca de todos os componentes (BELLEI, PINHO e PINHO, 2008). Como exemplo
temos rebites e solda. Em estruturas metálicas é utilizado o método de soldagem sendo
as mais comuns as totalmente soldadas, uso de chapa e ligações com cantoneiras. Cada
uma influência no comportamento global como foi explicado anteriormente.
As junções soldadas resultam em uma alta rigidez e resistência na estrutura pelo
alto aquecimento na região. Nessa região temos a zona da fusão, zona de ligação e a
zona afetada termicamente. A zona de fusão é onde o material base e o de adição
permanecer líquidos e com o distanciamento da fonte de calor se solidificaram. Zona de
ligação é onde o material base ficou entre a zona solida e a zona liquida e a zona afetada
termicamente é a região que o material base não fundiu porém houve um aquecimento
do material cujas propriedades mecânicas, ou microestrutura, foram alteradas pelo calor
da soldagem, brasagem ou corte (LUZ, 2017).
No processo de soldagem é produzido tensões residuais devida as contrações
térmicas do metal e da zona termicamente afetada. A zona fundida sofre contração pelo
resfriamento e o material em volta recebe essa tensão já que a contração predomina e
são acumuladas, denomina-se como tensão residual (MISCHENKO e SCOTTI, 2018).
Dependendo da aplicação será necessário o uso de tratamentos térmicos para redução
da tensão residual. Caso não controlada ou tratada irá ocorrer o arqueamento ou a
distorção da junta e/ou do material. Por isso é importante aquecer a região soldada e
controlar o resfriamento da peça após a soldagem.
As ligações soldadas do tipo topo diversificam em níveis de rigidez e resistência pois
estão relacionados à configuração, tamanho e espessura da chapa (FIGUEIREDO;
GONÇALVES, 2007).

30
As ligações com cantoneiras e com chapas soldadas na alma da viga são muito
utilizadas por serem de baixo custo e mais fáceis de serem colocadas. Entretanto não
possuem o mesmo grau de continuidade fazendo que as vigas necessitam de maior
dimensão (FIGUEIREDO; GONÇALVES, 2007).
Segundo Silva (2015), “as ligações rebitadas deixaram de ser utilizadas há anos, em
razão de: utilização de mão de obra especializada, instalação lenta, pequena capacidade
resistente e com grande variabilidade e dificuldade para inspeção”.
A NBR8800/2008 (Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e
concreto armado) especifica o tipo de solda compatível com a metal base da estrutura
(eletrodo) e estabelece os tipos de ligações em estruturas metálicas (Filete, Entalhe,
Tampão).
Existem 4 tipos principais soldagem para estruturas metálicas que são soldagem
com eletrodo revestido, soldagem MIG/MAG, soldagem com arames tubulares e
soldagem submersa. No eletrodo revestido a vantagem está em um processo com baixo
investimento, flexibilidade de aplicação, porém necessita cuidados com os eletrodos e
baixa produtividade (CBCA, 2017).
O processo MIG/MAG (diferença está no gás usado) tem alta taxa de deposição
(cerca de 2 vezes mais rápido), não há deposição de escória, menos distorções das
peças (causada pelo aquecimento excessivo) e há menos perdas pois utiliza-se todo
eletrodo, já a desvantagem que precisa ser feita em lugares fechado, produz muitos
respingos e alto custo em relação processo de eletrodo revestido (MODENESI,
MARQUES e SANTOS, 2012).
Solda por arame tubular tenta unir o processo de eletrodo revestido com MIG/MAG,
possui a desvantagem de produzir escoria em relação eletrodo revestido e mais caro
comparando com MIG/MAG, entretanto é utilizado em locais externos. Não se
recomenda a utilização em materiais que irão receber pintura (MODENESI, MARQUES
e SANTOS, 2012).
Soldagem submersa produz uma solda de alta qualidade e deposição, indicado para
maiores espessuras, entretanto solda apenas nas posições horizontal e plana (FORTES,
2004).

2.1.9.3. Conectores de cisalhamento

31
Os conectores de cisalhamento têm como objetivo de unir o aço e o concreto
a fim de diminuir o escorregamento entre esses materiais. São aplicadas em lajes,
denominando-se como viga mista, que é a utilização dos dois materiais. Estes
conectores são especificados NBR 8800/2008 - Projeto de estruturas de aço e de
estruturas mistas de aço e concreto armado, denominados como pinos STUD-BOLT,
outro método é utilização de um tubo perfil U soldado na viga de aço (TRISTÃO e
NETO, 2005).

2.1.10. Patologia em Estruturas Metálicas

Patologia é um conceito inicialmente utilizado na medicina, que busca


identificar as influências que atuam sobre o organismo de forma negativas. No caso
da estrutura metálica, são as ações prejudiciais a vida útil, durabilidade e
desempenho da edificação. A patologia na engenharia tem 4 objetivos: Identificar os
sintomas, origem, causas e os mecanismos (GONÇALES, 2015).

Vida útil: é entendido como o tempo que a estrutura mantém sua resistência em um
nível seguro, garantindo a sua funcionalidade. É reduzida por ações de intemperes,
vibração, calor, cargas, umidade, entre outros. Durante esse tempo a estrutura não
pode ruir ou apresentar fissuras, deslocamentos e deformações que venha inutilizar
um elemento ou todo o sistema (CORREIA e LIMA, 2020).

Durabilidade: é relacionado entre a estrutura, ambiente e condições de uso.


Dependendo desses três fatores a durabilidade pode se alterar.

Desempenho: é o seu comportamento durante a vida útil, ligada diretamente ao


projeto, sendo que o desempenho ruim é resposta principal pelas patologias do
sistema (GONÇALVES, 2015).

Para manter a durabilidade no decorrer da vida útil é necessário um


planejamento de manutenção (CORREIA e LIMA, 2019). A NBR 15575:2013 que
normatiza o desempenho das edificações habitacionais e obriga a construtora a
elaborar os Manuais de Uso, Operação e Manutenção, bem como proposta de

32
modelo de gestão da manutenção, em atendimento às normas NBR 14037 (Uso,
operação e manutenção das edificações) e NBR 5674 (Manutenção de edificações -
Procedimento).
No conceito de manutenção há vários subgrupos, sendo os fundamentais a
manutenção corretiva, preventiva e de melhoria. Na figura 20 será definido cada
termo.

Figura 20. Tipos de manutenção

Fonte: adaptado – Manual de Manutenção Manvia (2014) apud Macedo (2015)

A importância dos planos de manutenção vem de encontro com a saúde da


estrutura, quanto mais cuidados e preservação da estrutura, mais tempo ela irá
durar. Os planos de manutenção são inspeções anuais, para operações de
manutenção e limpeza; além de inspeções mais técnicas com equipamentos
especializados (COSTA, 2012). Nas inspeções visuais é recomenda que sejam feitas
as seguintes ações: Verificação de defeitos de pintura, detecção de fissuras e danos
por corrosão com medição na espessura (COSTA, 2012).
As principais manifestações patológicas em estruturas metálicas são
apresentadas na figura 21: corrosão generalizada; corrosão localizada; deformações
excessivas; flambagem local ou global; fratura e propagação de fraturas (PRAVIA w
BETINELLI, 2016) apud SACCHI e SOUZA, 2017).

33
Figura 21. Principais manifestações patológicas em estruturas metálicas.

Fonte: Henriques (2001) apud Sacchi e Souza (2017).

Desta forma as patológicas podem ser divididas em: falhas de projeto, falhas
na fabricação, falhas na montagem e falhas na pintura.

Falhas de projeto: escolha inadequada do perfilados (estrutura de distribuição de


cabo de energia), erros de cálculo, definição inadequada da espessura de chapas,
uso de aço diferente do projeto, sistema de montagem inadequado, erros na
consideração de resistência das ligações. Geralmente caucionada pela falha de
comunicação entre o projetista estrutural e o executor (SACCHI e SOUZA, 2017).

Falhas na fabricação: é necessário um método de acompanhamento de controle da


qualidade. Na figura 22 são apresentas algumas falhas de soldagem (SACCHI e
SOUZA, 2017).

34
Figura 22. Falhas na soldagem.

Fonte: Sacchi e Souza (2017).

Neste método de controle da qualidade é recomendado que se faça causa e


prevenção de falhas, como exemplo: Porosidade no início do cordão (CASTRO,
1999).

• Causas: Revestimento úmido (se esta umidade atingir um nível de umidade


muito alto, as porosidades podem atingir a superfície da solda); qualquer tipo
de defeito no revestimento da ponta do eletrodo.
• Prevenção: i. Utilizar sempre eletrodos secos, bem conservados (se estes
estiverem úmidos ressecá-los de acordo com a recomendação do respectivo
fabricante); ii. ensinar os soldadores a reconhecer um eletrodo úmido; iii.
verificar se o revestimento da ponta do eletrodo está em perfeito estado; iv.

35
verificar se a umidade relativa alcançou valores elevados durante os
intervalos de soldagem

Falhas na montagem: ocorrem no processo da montagem dos elementos, estas


falhas podem ser coluna fora do plumo da fundação, pilar desalinhado, parafusos
entortados, entre outros. É de grande importância num projeto de estruturas
metálicas um manual de montagem da estrutura já que o método construtivo é o de
montagem (SACCHI e SOUZA, 2017)

Falhas na pintura: a pintura é essencial contra a corrosão, sendo a maioria das


falhas detectada a olho nu. Os principais problemas são: impregnação, poros, pele
ou casca de laranja, pulverização seca, empolamento, enrugamento, sangramento
e oxidação precoce (SACCHI e SOUZA, 2017).

A pintura tem um papel fundamental na preservação da estrutura metálica.


Ela tem o trabalho de impedir o processo de corrosão que é a deterioração dos
materiais devido à ação química ou eletroquímica do meio. A pintura gera também a
função de retardar a propagação de calor, sinalização, diminuir rugosidade, impedir
a incrustação e a parte estética. Inicialmente será explicado sobre corrosão, são
classificas em (MAGNAN, 2011):

Corrosão eletroquímica: frequentes na natureza, necessitam de água ou em


temperaturas abaixo do ponto de orvalho, o resultado é formação de pilhas de
corrosão.
Corrosão química: não necessita de água, ocorre em temperaturas superiores à do
ponto de orvalho e acontecem devido a interação direta entre o metal e o meio
corrosivo.

Pode ocorrer a corrosão através da corrente elétrica, denominada de


eletrolítica, isso acontece pela falha do isolamento e do aterramento. Comum em
tubulações de água e de petróleo (SADE ET AL, 2019).
Os meios corrosivos são os eletrólitos, que são o meio de condução da
eletricidade, como poças de água com sais, ácido ou bases. Na atmosfera se tem

36
elementos em suspensão que quando condensados na superfície podem resultar
em eletrólitos, bem como solo, produtos químicos, água natural e do mar (MAGNAN,
2011).
Há vários tipos de corrosões que são classifica do seguinte modo (Siqueira,
2018):

Quadro 1. Tipos de corrosões.


Corrosão uniforme Ocorre sofre toda superfície, de forma
generalizada.
Corrosão galvânica Ocorre quando dois materiais distintos em contato
com um eletrólito. Material com maior potencial
eletroquímico sofre a corrosão e quando maior mais
rápido será o processo.
Corrosão em frestas Corrosão localizada pela deposição de sujeira.
Corrosão puniforme ou Pequenas áreas são corroídas, formando pontos
Corrosão alveolar (ou pits) no material, geralmente ocorre em
alumínio e aços inoxidável.
Corrosão intergranular Ocorrem em aços inoxidável, níquel e ligas de
alumínio, é corrosão do contorno do grão.
Corrosão sobre tensão É combinação do estresse tensivo estático e o
ambiente. É caracterizado por finas rachaduras.
Corrosão por microrganismo As corrosões ocorrem pelo resultado da influência
nas reações anódica e catódicas dos
microrganismos do material.
Corrosão por placas Esse tipo de corrosão ocorre somente na superfície
do material, formando placas de óxido.
Corrosão filiforme É em forma de filamentos propagados em diversas
direções, sendo comum nas superfícies metálicas
que são revestidas com tintas ou com metais.
Corrosão por esfoliação É a corrosão que ocorre em superfícies, formam
segmentos paralelos, achatados e alongados,
ocorrendo a desintegração do material.

37
Corrosão no cordão de solda Esse tipo de corrosão acontece em torno dos
cordões de solda. É comum nas soldas de aços
inoxidáveis não estabilizados ou com teores de
carbono superiores a 0,03%
Fonte: Adaptado de Siqueira, 2018.

Para inibir o problema da corrosão existe os revestimentos, proteção catódica


e os inibidores de corrosão.
Revestimento: é a impregnação de uma película na superfície metálica isolado do
meio ambiente, temos como o concreto, tinta ou uma proteção galvânica.
Técnica de modificação do meio: para corrosão é necessário oxigeno, retirando a
redução do processo corrosivo, no caso de contato com líquido o processo de
desaeração é uma solução. Outra solução seria o controle do pH.
Proteção catódica: nesse processo utiliza um material de sacrifício, denominado
ânodo de sacrifício, esse material é conectado através de um cabo e ligado a
estrutura que se queira proteger. Ao colocar tensão elétrica, o material de sacrifício
sofre a corrosão, mantendo a estrutura protegida. Este processo é muito utilizado
em estruturas submersas ou enterradas (SANTOS E FREIRE, 2013).

A aplicação da tinta se dá pela pulverização, que utiliza pistola com ou sem


ar, e o espalhamento que o uso de trincha ou rolo. É aplicado 3 camadas, sendo
primária que permite aderência das próximas camadas, tinta intermediaria quando
busca aumento da espessura de proteção contra corrosão e a tinta de acabamento,
que é resistente a químicos. Caso necessite de pintura de sinalização, é aplicado em
cima da tinta de acabamento (SACCHI E SOUZA, 2017).
A também a opção do aço galvanizado. A galvanização é um processo no
qual o ferro ou aço recebe uma camada de zinco. O zinco possui uma capacidade
maior de oxidar comparada com o ferro, quase o dobro:

Zn(s) →Zn2+ + 2e- E0redução = - 0,76V


Fe(s) →Fe2+ + 2e- E0redução = - 0,44V
O2 + 2 H2O + 4 e- → 4 OH- E0redução = + 0,40 V

38
Quando o material sofre um corte e expõe o ferro, o zinco cria uma cama que
se deposita no local do contato com o ar. Resultado na oxidação do zinco e não do
ferro (SANTOS E FREIRE, 2013). Porém essa camada protetora de oxido de zinco
vai se perdendo com o tempo devido ao contato da chuva, pela dilatação do aço
entre outras causas
A solução seria a utilização de ferros galvanizados onde haja proteção da
chuva como exemplo a parte interna de um galpão e para parte externa o
revestimento anti-corrosão (pintura). Outro modo seria a utilização de proteção
caótica que utiliza um ou mais ânodos de sacrifício (SANTOS E FREIRE, 2013).
A NBR 8800:2008 cita os cuidados necessários para não terem pontos de
empoçamento de água como apresentado na figura 23. Outro cuidado é o perigo de
corrosão bi metálica, que acontece quando se tem dois materiais diferentes, para
isso é necessária uma proteção para que não ocorra contato desses materiais
através de um eletrólito como na figura 24. A maioria dos problemas com corrosão é
a falta de manutenção, falta de dreno e a falta de limpeza deles (REIS e BARRETO,
2016).

Figura 23. Os cuidados dos pontos de empoçamento.

Fonte: Leite, 2017.

39
Figura 24. Sem risco de corro são bimetálica.

Fonte: Villar, 2013.

Outra função importante que a tinta pode exercer é da diminuição da


transmissão do calor, no caso é denominado de tintas intumescentes. Os materiais
utilizados para revestimento térmico de estruturas metálicas devem possuir as
seguintes características (SOARES, 2014): baixa massa específica e condutividade
térmica; alto calor específico; custo compatível; condições de perfeita aderência às
estruturas que serão aplicados; mesma vida útil da estrutura; movimentar conforme
a estrutura; alta durabilidade; deve ser homogêneo (sem poros).
São eles comumente utilizados: argamassas projetadas (barata, porém
péssimo acabamento), argamassas cimentícias, tintas intumescentes, mantas de
fibras cerâmicas, painéis de lã de rocha, placas de gesso acartonado (conhecido
como dry-wall, possui custo muito elevado), argamassa de vermiculita, estruturas
mistas (utilização de concreto) (SOARES, 2014).
Pela norma NBR 14323:2001 é necessário que a estrutura metálica suporte
por um período um incêndio. Há dois métodos, o primeiro é o método do tempo
equivalente, no qual leva em conta quanto tempo a estrutura vai demorar para
alcançar a temperatura máxima de projeto. Já o método de TTRRF utilizam como
base as características geométricas, tipo de uso da estrutura e dispositivos de
segurança na edificação. Entretanto há obras que não necessitam verificar a

40
resistência ao fogo são elas os galpões, centros esportivos, garagens abertas e
depósitos.

Quadro 2. Método tabular TRRF.

Fonte: NBR 144432:2001.

2.1.11. Instabilidade

Quando temos elementos estruturais sujeitos a força compressiva e são


esbeltos, estes denominam-se colunas. Quando sujeitas a uma determinada carga
axial a coluna sofrerá um desiquilíbrio estrutural, ou seja, haverá uma mudança de
configuração em sua geométrica. O limite de carga para iminência dessa reação é
conhecido como Carga Crítica (CHODRAUI, 2006).
Dependendo do apoio da coluna, a instabilidade pode ocorrer em determinas
𝑃𝑐𝑟 (carga críticas) para mesma configuração e composição do material. Colunas
com um lado engastado e outro livre resultam 𝑃𝑐𝑟 menor que as com colunas
engastadas nos dois pontos. Isso se dá pela decorrência do comprimento efetivo da
coluna, pois haverá uma disposição de momento de maior intensidade quanto maior
deslocamento entre as pontas (Hibbeler, 2009).
Para analisar os efeitos dessas instabilidades temos 3 tipos de métodos de
análises (CHODRAUL, 2006, p. 27): primeiro método, a coluna ira sofrer um esforço
que irá aumentar gradativamente até a o início “flambagem”; segundo método de
avaliação é parecido com o primeiro com a diferença de quando o esforço estiver
perto da carga crítica, o aumento será menos sensível; já no terceiro método se faz
o mesmo procedimento do primeiro porém o esforço irá exceder a carga crítica.

41
Estes métodos servem para entender o comportamento do material quando a
estrutura sofrer um excesso de carregamento. É de grande valia entender as reações
provocadas por distúrbios no sistema para garantir que o sistema esteja o mais
seguro possível, reduzindo instabilidades. Outro ponto importante a ressaltar é que
flambagem é diferente de instabilidade. Instabilidade é quando aplicasse uma carga
na estrutura e ela reage. Irá ocorrer flambagem quando houver uma deflexão lateral
na estrutura, entretanto o termo flambagem ainda é frequentemente utilizado para
designar fenômenos de instabilidade (CHODRAUI, 2006).
Instabilidade estrutural ocorre quando 𝑃 > 𝑃𝑐𝑟 e pode resultar em vários tipos,
uma delas é a flambagem. São separadas em instabilidade simples e acopladas,
sendo as simples: local, distorcional, global por flexão, global por torção, global por
flexo-torção. Já as acopladas são a somatórias de dois tipos de instabilidade. Cada
instabilidade esta liga ao seu perfil, comprimentos e se tem enrijecedores. Chodraui,
(2006, p.23) apresenta 11 combinações de instabilidades, possível de se observar
na figura 25.

Figura 25. Modos de Instabilidades simples e acoplados: perfil do tipo U enrijecidos


a compressão

Fonte: Dubina, 2002.

São definidas os modos de instabilidade (CHODRAUI, 2006 e DUBINA, 2002):

42
Instabilidade local: quando a carga produz deformação em uma das faces da
coluna por ser o ponto de menor resistência, exemplo, uma das faces possui uma
espessura menor que as demais.
Instabilidade distorcional: acontece com os perfis que possuem enrijecedores de
borda, fazendo que o perfil se abra quando 𝑃𝑐𝑟 é ultrapassada.
Instabilidade global por flexão (flambagem): quando a carga produz uma flexão na
coluna.
Instabilidade por torção: quando a carga produz uma rotação na coluna,
acontecem em colunas compridas.
Instabilidade por flexo-torção: quando a carga produz uma flexão e rotação na
coluna, geralmente ocorre em perfil w e v com grande comprimento.

Para redução da instabilidade do sistema umas das soluções é a utilização de


enrijecedores de alma nos pilares. É utilizados chapas de aço ou revestimento de
concreto, como demonstra a figura 26.

Figura 26. Enrijecedores de alma do pilar (a) chapa de aço soldada ao pilar;
(b) revestimento de concreto

Fonte: Figueiredo e Gonçalves, 2007.

2.1.12. Pórticos

Pórticos são as “janelas” do galpão (figura 27), sendo formado com no mínimo
duas colunas e uma viga. O espaçamento entre os pórticos influencia na destruição
de carga, quanto maiores os vão entres os pórticos serão necessários mais

43
elementos secundários de cobertura, entretanto diminuirá a quantidade de pórticos,
bases e fundações (CHAVES, 2007).
Figura 27. Pórtico

Fonte: Sardá, 2018.

Os pórticos podem ser das seguintes configurações:

Pórticos de Alma Cheia

É o modelo mais prático pois é constituído de vigas de alma cheia, de perfil I.


Possui facilidade na sua limpeza, pintura, conservação, fabricação e montagem.
Tem menor peso comparado aos outros pórticos e é facilmente encontrado em
siderúrgica (CHAVES, 2007). A figura 28 demonstra um pórtico de alma cheia.

44
Figura 28. Pórticos de Alma Cheia

Fonte: Chaves (2007, p.20).

Pórticos Treliçados

Os pórticos treliçados tem grande eficiência estrutural e são fáceis de se


construir. São divididos em quatro formas:

Pórticos Treliçado – banzo paralelo

São formados por diagonais e montantes com mesmo tamanho como


demonstra a figura 29. O esforço maior encontra no topo da coluna.

Figura 29. Pórticos Treliçado – banzo paralelo.

Fonte: Chaves (2007, p.21).

45
Pórticos Treliçado – em arco

O banzo inferior e superior são paralelos, dificultando a montagem resultando


em um aumento no tempo de execução. Perfeito para carga verticais, já cargas
horizontais sofre com a resistência (CHAVES, 2007). A figura 30 exemplifica o
Pórticos Treliçado em arco.

Figura 30. Pórticos Treliçado – em arco.

Fonte: Chaves (2007, p.20).

Pórticos Treliçado – trapezoidal

O pórtico está diretamente ligado a coluna e obtém uma grande rigidez entre
viga e coluna. Tem um bom desempenho estrutural, entretanto as peças utilizadas
são variadas (figura 31), tornando o processo de execução mais longo que o de alma
cheia (CHAVES, 2007).
É muito importante na construção da tesoura que a carga não seja transmitida
ao banzo inferior, as mãos francesas devem transmitir a cargas de forma a repassar
os esforços para a coluna. Desta força a mão francesa deve ser ligada 5 cm acima
do banzo inferior e que seja conectada no nó do próximo pendural. (OLIVEIRA,
2017). Pendural é a elemento que está na vertical ligando o banzo inferior e o
superior.

46
Figura 31. Pórticos Treliçado – trapezoidal

Fonte: Chaves (2007, p.21).

Pórticos Treliçado – triangular

Exigem vãos pequenos e suportam somente a carga da cobertura, sendo o


apoio rotulado que não auxilia no enrijecimento do pórtico transversal (CHAVES,
2007). A figura 32 ilustra um Pórticos Treliçado triangular.

Figura 32. Pórticos Treliçado – triangular.

Fonte: Chaves (2007, p.20).

2.2. Mecânica dos Sólidos

47
A importância de conhecer a mecânica básica nos sólidos está em entender
as reações dos materiais e entender quais características que o objeto tem que faça
ele comportar-se desse modo. Nesse item será explicado os tipos principais de
esforços e suas deformações e propriedades físicas dos materiais buscando o
embasamento de estruturas metálicas.
Os principais tipos fundamentais de esforços são tração, compressão,
cisalhamento, flexão e torção que podem ser observados na Figura 33. Estes esforços
podem aparecer isolados (Solicitações simples) ou em combinação de dois ou mais
esforços (Solicitação Composta) (HIBBELER, 2009).
Na tração temos o objeto sendo tracionado, puxado na mesma direção nos
sentidos oposto (a). Na compressão ocorre forças de mesma direção e sentidos sobre o
material (b). No cisalhamento ocorre esforços de sentidos ao encontro do material, porém
com direções diferentes, tendo uma pequena variação de distanciamento entre os eixos
resultando um corte no objeto (c). Flexão é quando se tem o material apoiado e no
intervalo dessa distância é posto uma força contraria aos apoios, resultando deformação
no eixo da peça. E por último a torção que é o ato de girar a peça provocando rotação
no eixo do material (d) (RODRIGUES, 2016).

Figura 33. Tipos de esforços

Fonte: Rodrigues, 2016.

Na Figura 34 é ilustrada a deformação produzida por cada tipo de carga. Há várias


configurações desses resultados que são alterados pela configuração geométrica da
relação entre comprimento e diâmetro como exemplo no caso da compressão que pode
resultar em: barril, duplo barril, instabilidade compressiva, compressão homogênea,
cisalhamento e flambagem (DUTRA, 2016).
48
Figura 34. Comportamento devido a tipos de esforços (a) tensão, (b)
compressão, (c) cisalhamento e (d) torção.

Fonte: Adaptado Dutra, 2016

2.2.1. Propriedades Mecânicas dos Aços

O material aço é composto principalmente por elemento ferro e carbono, e


será definido pela quantidade de carbono que se tem em sua liga. São considerados
aços aquelas ligas que possuem concentração de carbono entre 0,008% e 2,11%.
Acima desse intervalo temos o ferro fundido e abaixo desse intervalo temos o ferro
doce (CBCA, 2014).
O elemento de liga carbono faz que o material fique com sua dureza mais
elevada, quanto mais carbono na mistura, mais duro e menos dúctil será o material,
por outro lado quanto menos carbono mais macio, dúctil será o material. Logo
podemos desenvolver uma quantidade ideal para alcançarmos um ponto de
tenacidade desejada. A UFPR (2018) classifica os Aços-Carbonos em: baixo-
carbono (C < 0,15%), Moderado (Moderado 0,15% < C < 0,29%), médio carbono
(0,30% < C < 0,59%) e Alto carbono (0,60% < C < 1,70%).
Além dessa classificação temos o aço de baixo (aços patináveis) e alta liga,
quando existem elementos de liga e seu somatório é menor do que 5% então o aço

49
é baixa liga. Geralmente aços de baixo liga dão baixas características ao aço, ao
contrário dos aços de alta liga que podem chegar a um somatório de 50% que dão
características importantes como aços inox, aços refratários e aços resistentes a
desgastes. O quadro 3 demonstra essas influências nas características
físicas/químicas.

Quadro 3. Influência dos componentes no comportamento do aço

Fonte: UFPR,2018

Utilizando a norma SAE “Society of Automotive Engineers” podemos entender


um pouco mais da classificação dos aços. Os últimos dois dígitos são considerados
o teor de carbono, exemplo Aço SAE 1020 significa que possui 0,20% de carbono
em sua composição.
Os aços mais utilizados são: SAE 1020 e SAE 1045 na indústria
Metalmecânica, já na naval e em estruturas metálicas é utilizado o ASTM A-36 ou
ASTM A-572. A diferença de nomenclatura está no processo de controle da
metalurgia do aço. Por se tratar de navio é necessário um controle mais rigoroso do
material para diminuição de falhas.
O aço A36 é o mais utilizado em estruturas metálicas pelo fato de ser um aço
mais barato comparado com outros aços ASTM, e possui baixo teor de carbono.
Durante o processo de soldagem, quanto menores forem as quantidades de carbono
do aço, menos cuidados serão necessários para o processo da solda. Ocorrendo
menos tricas, problemas relacionados a Zona térmica afetada e tensões residuais.
São denominados por aços estruturais tendo como características” elevada tensão
de escoamento, elevada tenacidade, boa soldabilidade, homogeneidade
microestrutural, susceptibilidade de corte por chama sem endurecimento e boa
50
trabalhabilidade em operações tais como corte, furação e dobramento, sem que se
originem fissuras ou outros defeitos” (CBCA, 2014)
Os dois primeiros dígitos representam os elementos de liga no material,
exemplo é o aço 5160, é um aço conhecido como aço Inox. Cada tipo de aço possui
sua aplicação.

1 SAE 1XXX – aço-carbono simples


2 SAE 2XXX – aço-Níquel
3 SAE 3XXX – aço-Níquel-Cromo
4 SAE 4XXX – aço-Molibdênio
5 SAE 5XXX – aço-Cromo
6 SAE 6XXX – aço-Cromo-Vanádio
7 SAE 7XXX – aço-Cromo-Tungstênio
8 SAE 8XXX – aço-Níquel-Cromo-Molibdênio
9 SAE 92XX – aço-Silício-Manganês
10 SAE 93XX, 94XX, 97XX e 98XX – aço-Níquel-Cromo-Molibdênio

A norma NBR 7007/2002 – Especificação do aço classificam suas


propriedades mecânicas: R-250, AR 415 e R 350 COR, onde MR significa média
resistência, AR significa alta resistência e COR significa maior resistência à corrosão.
São também classificados pelo Limite de escoamento (ponto máximo no regime
elástico) mínimo em Mpa.

Aço carbono de média resistência: 195 a 259


Aço de alta resistência e baixa liga: 290 a 345
Aços ligados tratados termicamente: 630 a 700

A norma especifica qual tipo de aço é aplicado para determina situação logo
abaixo veremos 3 exemplos:

ASTM A36/ NBR 7007 MR 250: estruturas metálicas em geral, serralheria,


passarelas, Máquinas e implementos agrícolas, rodoviários e ferroviários.

51
ASTM A572/ NBR 7007 AR 350 ou AR 415: torres de transmissão de energia e de
telecomunicação, estruturas metálicas em geral, passarelas, máquinas e
implementos agrícolas, rodoviários e ferroviários.

ASTM A588/ NBR 7007 350 COR: estruturas metálicas em geral que necessite de
proteção adicional contra corrosão atmosférica aligada a uma maior resistência
mecânica.

Um processo que pode mudar as características físicas do material é o


tratamento térmico, que são denominados como Aços ligados tratados
termicamente. Basicamente é o aquecimento e seu resfriamento no modo de
reestrutura a estrutura cristalina do material. As possíveis configurações da estrutura
podem ser Ferrita, Perlita, Martensita e Austenita. Essas estruturas afetam na
formação do grão que interferem na dureza e na sua tenacidade. Temos como os
mais comuns o recozimento, normalização, tempera e o Revenimento. (SIQUEIRA
et al, 2007; SOARES, TERRONES, e PARANHOS, 2017; CAMILLO et al, 2010).

I. Recozimento: aquecimento do material até um ponto, mantem-se a


temperatura e após ocorre o resfriamento lento. Isto faz seja com que sejam
removidas as tensões superficiais nas deformações plásticas. Alteram seus
grãos em tamanhos menores, isso dá ao material uma maior usinabilidade por
reduzir sua dureza (SIQUEIRA et al, 2007).
II. Normalização: geralmente é utilizada para produzir uma estrutura mais
uniforme, assim, quando será feito o processo da tempera a chance de
empenamento são menores. Refinando a granulação obtém-se um material
mais maleável (SOARES, TERRONES, e PARANHOS, 2017).
III. Têmpera: após o aquecimento do material ocorre o resfriamento
rapidamente. Quanto mais rápido é esse resfriamento, maior será a dureza
obtida. Serve para aumentar a dureza, por consequência reduz a tenacidade
(MARINO et al, 2007).
IV. Revenimento: é aplicado nos aços para corrigir a tenacidade e a dureza,
obtendo o valor de dureza desejado. Geralmente utilizado após a tempera
para correção da tempera (CAMILLO et al, 2010)

52
Outras técnicas que altera as características físicas são as formações do
material como exemplo se foi formado a frio ou a quente, ou se ocorreu processo de
solda. Esses processamentos criam regiões de tensões no material que podem
deixa-lo com menor elasticidade, diminuindo sua tenacidade e por consequência
aumentando sua dureza. Uma chapa conformada a frio é mais rígida que uma chapa
formada a quente. Dependendo das especificações do projeto esses métodos
podem indicar qual material é necessário (MALITE, 1993 e CALLISTER, 2016).
Os principais comportamentos mecânicos dos aços são: Elasticidade,
Plasticidade, Maleabilidade, Módulo de Young ou módulo de elasticidade,
Ductilidade, Dureza, Fragilidade, Tenacidade, Resiliência, Resistencia a fadiga,
Resistência ao impacto, Resistência a fluência. Foi construído uma tabela explicando
cada propriedade baseado no (HIBBLER, 2009; PFEIL e PFEIL, 2009).

Quadro 4. Quadro das propriedades mecânicas e suas definições


Propriedade Definição
Elasticidade capacidade que um material tem de se deformar quando
submetido a ações externas e voltar a sua geometria anterior
Plasticidade capacidade de um material adquirir uma forma qualquer
quando submetido a um esforço e conservar essa nova
forma mesmo que o esforço seja retirado.
Maleabilidade e capacidade de um material sofrer deformação sem sofrer
Ductilidade ruptura. A diferença é que a ductibilidade se refere a
formação de filamentos e a maleabilidade permite a
formação de delgadas lâminas.
Módulo de Young uma constante proporcionalidade que quanto maior esse
modulo maior a tensão necessária para a deformação, ou
seja, mais rígido é o material.
Dureza e capacidade de um material resistir à penetração. Quanto
Fragilidade mais duro é o material, mais frágil (quebradiço) ele será.
Tenacidade e capacidade do material que consiste em absorver energia
Resiliência mecânica e essas provocarão deformações elásticas e

53
plásticas. Resiliência difere por ser só dentro do regime
elástico.
Resistencia a capacidade que um material tem de aguentar solicitações
fadiga cíclicas em grande quantidade
Resistência ao capacidade que um material tem de absorver energia do
impacto impacto.
Resistência a capacidade de alterar sua configuração geométrica e a sua
fluência resistência mecânica quando sujeito à uma força constante e
uma temperatura de 40% da sua temperatura de fusão. Para
determinar a vida útil do material sob temperaturas elevadas
e cargas constantes.
Fonte: Adaptado de Hibbler (2009) e Pfeil e Pfeil (2009).

Ensaio de tração

O ensaio de tração (NBR 6892:2013) é feito através de uma máquina que


traciona um corpo de prova com perfil circular ou retangular. É feito desse formato
(figura 35) para que a ruptura aconteça no meio do corpo de prova. Caso aconteça
fora não é considerado o ensaio. Com o passar do tempo o esforço da máquina é
aumentado e o material começa a ceder, começa a deformação até que não é mais
possível aguentar a deformação e o material ceda, ocorrendo a ruptura.

54
Figura 35. Corpo de prova para Ensaio de tração

Fonte: Adaptado NBR 6892-1:2013

Esse ensaio resulta no gráfico Tensão x Deformação (figura 36), com 4


informações importantes, o ponto A é o ponto de tensão admissível, utilizada nos
cálculos de projetos, é encontrado no regime elástico respeitando a Lei de Hooke. A
partir desse ponto iniciasse a fase plástica (A’), onde que o material não irá voltar
para o seu tamanho original caso aconteça o alívio de pressão. O limite de
resistência é o valor máximo que o material consegue suportar (B) caso aconteça o
que chamamos de estricção e o material deforma até o ponto de ruptura (C). Lembre-
se, o valor de tensão aumenta gradativamente no teste, como o material cede
fazendo com que ocorra, por exemplo, o escoamento no ponto A’, nesse momento
a tensão no medidor tende a diminuir (DALCIN, 2007).

55
Figura 36. Grafico de Tensão x Deformação

Fonte: Dalcin, 2007

Segundo a ABNT NBR 8800 que trata sobre estruturas de aço, as principais
propriedades mecânicas do aço consideradas são:

I. Módulo de Elasticidade Tangente.


II. Módulo de Elasticidade Transversal.
III. Coeficiente de Poisson.
IV. Coeficiente de Dilatação Térmica.
V. Massa específica.

Estas características refletem em um material com alta tenacidade e


resistência x peso maior comparada ao concreto, obtendo um alívio nas fundações
em 30% pela redução de material. Os principais problemas estão na sua perda de
resistência que cai pela metade quando alcança a temperaturas de 550º e sua
fraqueza a corrosão. A NBR 8800:2008 adota os seguintes valores de propriedade
mecânica do aço para efeitos dos cálculos:

Módulo de deformação longitudinal ou módulo de elasticidade: E = 200.000 Mpa


Coeficiente de Poisson: 𝑣 = 0,3
Coeficiente de dilatação térmica: 𝛽 = 12 x 10⁻⁶ por ⁰C-1
Massa específica do aço: 𝜌𝑎 = 7850 Kg/m³
56
Modulo de elasticidade transversal: 𝐺 = 77.000 Mpa
2.2.2. Tensões em vigas

Os esforços no qual a estruturas necessita suportar são classificados em


ações excepcionais e permanentes diretas e indiretas. As ações permanentes
diretas são o peso da própria estrutura e do empuxo do solo sobre a estrutura. As
ações permanentes indiretas são o deslocamento de apoio, imperfeições
geométricas (SANTOS, STUCHI E BECK, 2014). As ações excepcionais devem ser
consideradas nos projetos de determinadas estruturas, são exemplos como
explosões, choques de veículos, incêndios, enchentes e sismos excepcionais.
Para garantir a segurança da estrutura há três métodos de análise que são:
Método da tensão admissível, dos coeficientes das ações e dos estados-limites.
Método da tensão admissível utiliza fator de segurança menor que 1 sendo aplicado
na resistência do material, já nos coeficientes das ações utilizam-se os coeficientes
nos esforços. Método dos estados-limites é o método utilizado pela NBR 8800,
implantada no Brasil em 1986. Leva em consideração os tipos de esforços com seus
respectivos coeficientes de segurança, também aplicando em resistência,
comparando as análises (FREITAS, CASTANHEIRA E FREITAS, 2007).
Para que haja equilíbrio estático é preciso o equilíbrio das forças de dos
momentos. O equilíbrio das forças evita a translação já o equilíbrio dos momentos
evita a rotação do copo (CORREIA e LIMA, 2019). Para o cálculo do equilíbrio é
necessárias algumas observações (HIBBLER, 2009):

Soma das Forças tem que ser igual a zero (equação 8).

∑ 𝐹𝑥 = 0 , ∑ 𝐹𝑦 = 0 e ∑ 𝐹𝑧 = 0 (8)

Soma dos Momentos tem que ser igual a zero (equação 9).

∑ 𝑀𝑥 = 0, ∑ 𝑀𝑦 = 0 e ∑ 𝑀𝑧 = 0 (9)

57
Com essas considerações é possível calcular o equilíbrio de um corpo. As
nomenclaturas a seguir são as forças presentes no diagrama de corpo livre
(HIBBLER, 2009).

i. Diagrama de corpo livre: através desse método é possível determinar os


esforços que agem sobre o corpo.
ii. Força normal (N): são cargas perpendiculares ao objeto, tendendo a
comprimir ou a tracionar.
iii. Força de cisalhamento (V): quando há forças aplicadas na mesma direção,
mas com sentidos opostos, sendo que essa tensão age tangencialmente a
superfície.
iv. Momento de torção ou torque (T): ocorre quando uma força provoca torção
em um objeto.
v. Momento fletor (M): é o esforço que tende a curvar uma viga ou eixo. É a
tração das fibras externas e compressão nas internas.

Tensão

A tensão descreve a intensidade da força interna sobre um plano específico


(área) que passa por um ponto. Há três tipos de tensão: normal, de cisalhamento e
a tensão admissível (HIBBELER, 2009).

Tensão normal média

Se uma força tende a empurrar a diferencial de área, é chamado de tração, já


o contrário é tensão de compressão. A figura 37 demonstra a distribuição da tensão
provocada pela tração.

58
Figura 37. Distribuição da tensão normal média

Fonte: Hibbeler, 2009

Logo a somatórias das forças deve ser igual a força resultante P na secção
transversal, como demonstra a equação 10.

∫ 𝑑𝐹 = ∫𝑎 σdA (10)

𝑃 = σ∙A (11)

𝑃
σ= (12)
𝐴

𝜎 = Tensão normal média (Pa)


𝑃 = resultante da força normal interna, aplicada no centroide da área da seção
transversal (N)
𝐴 = área da seção transversal da barra (𝑚2 )

Tensão admissível

59
Tensão admissível é o valor máximo de carga que um material no regime
elástico consegue suportar (HIBBELER, 2009), é utilizado em projetos. Possui
fatores de segurança que depende de sua aplicação.
Para determinar a tensão admissível é necessária dividir tensão de resistência
do material (σ𝑟 ) por um coeficiente de segurança (S), a equação 13 fica deste modo:

σ𝑟
̅=
σ (13)
𝑆

̅ = tensão admissível (Pa)


σ
𝑆 = fator de segurança

Tensão de cisalhamento

A intensidade da força por unidade de área que tange o diferencial de área é


denominada de tensão de cisalhamento, 𝜏 (tau). A tensão pode variar de acordo com
eixo que se trabalha/direção. Pode-se calcular pela equação 14.

𝑃
𝜏= (14)
𝐴

𝜏 = tensão de cisalhamento [Pa]


𝑃 = carga perpendicular a superficies [N]
𝐴 = área da superfície [m²]

2.2.3. Torção

Quando é aplicado um torque em um eixo é gerado uma deformação no eixo


longitudinal denominado de torção. Caso o material siga a lei de Hooke haverá uma
deformação linear por cisalhamento. Estes esforços crescem linearmente com o
distanciamento no eixo como a figura 38 demonstra.

60
Figura 38. A tensão de cisalhamento varia linearmente
ao longo de cada linha radial da seção transversal.

Fonte: Hibbeler, 2009

Torque é definido como um momento que resulta em uma torção no eixo


longitudinal de um elemento. Pode-se calcular o torque através da equação de
equilíbrio de um corpo (ou diagrama de corpo livre). Para que gere momento é
necessário que tenha uma força distante do ponto de apoio com sentidos opostos,
basta multiplicar está distância [m] pela força [n] resultando no torque [𝑁 ∙ 𝑚]
(HIBBELER, 2009).
A torção é gerada pelo torque interno, dado que a distribuição da tensão de
cisalhamento se dá na secção transversal do eixo ou no tubo (HIBBELER, 2009).
Para calcular a tensão de cisalhamento utiliza-se a equação 15.

𝑇∙𝑐
τ= (15)
J

τ = tensão de cisalhamento [Pa]


𝑇 = torque [𝑁 ∙ 𝑚]
𝑐 = raio externo do eixo [m]
J = momento polar de inércia da área da seção transversal [m4]

61
Para determinar o momento polar de inércia da área da seção transversal em
um eixo maciço se utiliza a equação 16, já para casos de eixo tubulares utiliza-se a
equação 17 (HIBBELER, 2009).

𝜋
J = ∙ 𝑐4 (16)
2

𝜋
J = ∙ (𝑐𝑜 − 𝑐𝑖 )4 (17)
2

𝑐𝑜 = raio externo [m]


𝑐𝑖 = raio interno [m]

2.2.4. Deflexão em vigas

Objetivo de estudar flexões em estruturas é entender os comportamentos


principalmente das vigas, encontrando meios de limitar ou impedir a deflexões
excessivas das vigas. Para determinar a deflexão em vigas o material deve estar no
seu regime elástico. A NBR8800 diz que a deflexão máxima de uma viga não pode
ser superior ao comprimento (L) dividido por 350. Como exemplos temos uma viga
engastada com uma extremidade livre (figura 39).

Figura 39. Viga engastada com um carregamento concentrado atuando para cima
na extremidade livre.

Fonte: Gere, 2003

62
Ao aplicar uma força (𝐹) [N] para cima em uma viga em balanço, haverá
sempre uma deflexão na barra, mesmo se seja mínima. A deflexão (𝑣) [m] varia em
relação ao comprimento da barra. A deflexão máxima (𝛿) nesse caso acontece na
ponta da barra, na extremidade livre (HIBBELER, 2009). Observando a curvatura da
viga, denominada de Raio de curvatura (𝜌) [m], a circunferência (𝑑𝑠) [m] será igual
ao Raio da curva vezes a variação do ângulo (𝜃) [radianos], a equação 18 é escrita
dessa forma:

𝑑𝑠 = ρdθ (18)

A curvatura também pode se expressar deste modo:

1 dθ
= (19)
ρ 𝑑𝑠

As deflexões no dia-a-dia em sua maioria são pequenas como no caso de


edifícios e automóveis. Logo podemos dizer que a variação da circunferência da
curvatura é igual a variação de x, como demonstra a equação 20.

𝑑𝑠 ≈ 𝑑𝑥 (20)

Caso a curvatura seja com concavidade para baixo, o sinal é positivo, se não
o sinal é negativo. Substituindo a equação anterior na equação 21 temos:

1 dθ
= (21)
ρ 𝑑𝑥

Para determinar a inclinação da curva, o ângulo de inclinação da curva varia


dependendo da variação da deflexão e a variação da circunferência, logo pode
escrever equação 22 a seguinte maneira.

dv dv
θ ≈ tan(θ) = = (22)
𝑑𝑠 𝑑𝑥
63
Substituindo a equação 21 pela equação 22 temos:

dθ 𝑑2 v
= (23)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 2

O raio de curvatura de deformação é provocada pela deformação ou a


deflexão da viga pelo momento fletor M. É determinar a partir da linha neutra e pode
ser calculada pela equação 24. Linha neutra é formada partir do centróide do material
HIBBELER, 2009).

𝐸∙𝐼 1 𝑀(𝑥)
𝜌= 𝑜𝑢 = (24)
𝑀 𝜌 𝐸∙𝐼

𝜌 = raio de curvatura da deformação [m];


𝐸 = módulo de elasticidade [Pa];
𝐼 = momento de inércia da área da seção transversal da viga [m4]
𝑀 = momento fletor [N.m]

Substituindo a equação 24 pela 21, resulta na equação 25.

1 dθ 𝑑2 v 𝑀(𝑥)
= = = (25)
ρ 𝑑𝑥 𝑑𝑥 2 𝐸.𝐼

Logo:
𝑑²𝑣 𝑀(𝑥)
= (26)
𝑑𝑥² 𝐸∙𝐼

I. 𝑑𝑣 e 𝑑𝑦 possuem o mesmo valor, no caso é utilizado 𝑑𝑣 para representar a


flecha formada na aquele ponto. Por isso que em algumas literaturas pode se
encontrar nomenclaturas diferentes. No caso foi utilizado Hibbeler (2009, p.
424) para construção da equação.

Ao fazer a integração da equação 27 se obtém a inclinação θ(x), integrando


novamente a equação 28 é obtido o a deflexão v(x) ou flecha.

64
𝑥
𝐸 ∙ 𝐼 ∙ 𝜃(𝑥) = ∫0 𝑀(𝑥 )𝑑𝑥 + 𝐶1 (27)

𝑥 𝑥
𝐸 ∙ 𝐼 ∙ 𝑣 = ∫0 𝑑𝑥 ∫0 𝑀 (𝑥 )𝑑𝑥 + 𝐶1 ∙ 𝑥 + 𝐶2 (28)

𝐶1 = condições de contorno dependendo de seus apoios


𝐶2 = condições de contorno dependendo de seus apoios

Para o cálculo de 𝐶1 deve se notar que a inclinação da curva, ou seja, qual é


valor de x para que ela seja zero. Já para calcular o 𝐶2 a flecha será zero nos apoios,
logo x é igual a zero. Há tabelas prontas para os problemas mais comuns, ondem
trazem a deflexão máxima de um comportamento ou também a deflexão no ponto
desejado (HIBBELER, 2009).
Caso haja mais que suas forças atuando no sistema, no caso de mais um
apoio, a técnica para solução desse problema é pela superposição (HIBBELER,
2009). Basicamente consiste em fazer isoladamente a deflexão de cada força e
depois somar as flechas resultantes. Lembrando que o material deve estar no regime
elástico e a linha de deformação será linear.

2.2.5. Treliças

A estrutura em treliças (ou vigas de alma vazada) consiste em barras


conectadas entre si que são solicitadas tanto por forças de tração ou compressão.
Esse tipo de estrutura permite a execução de maiores alturas com pequeno peso e
limitação da flecha. A utilização desse tipo de estrutura deve ser condicionada a uma
análise de custos, considerando as etapas de fabricação, proteção e manutenção ao
longo do tempo (TABERELLI, ARAÚJO E PRESTES, 2002; MAIOLA E MALITE,
2002).
Há vários mecânicos para a criação dos nós, Maiola e Malite (2002, p. 106)
cita alguns modelos patenteados mais utilizados na figura 40. Estes sistemas são
caros comparados a soluções mais simples “como por exemplo as barras de seção
tubular circular com extremidades estampadas (amassadas) e conectadas por um
único parafuso, denominado usualmente por nó típico” (figura 41-a) (Maiola e Malite,

65
2002, p. 106). Outro mecanismo pode ser de chapas soldadas como demonstra a
figura 41-b.
Figura 40. Sistemas de nós patenteados mais conhecidos

Fonte: Maiola e Malite, 2002.


Figura 41. (a) Nó típico e (b) Nó de aço

66
Fonte: Adaptado de Maiola e Malite, 2002

No mercado a vários sistemas sendo de aço ou de alumínio, geralmente


empregam-se barras de seção tubular circular, conectadas entre si (MAIOLA E
MALITE, 2002). Contraventamentos é um sistema de treliça, entretanto é importante
salientar que estruturas rígidas de treliça quando comparadas com
contraventamentos, a utilização delas levará a um consumo maior de aço
(TABERELLI, ARAÚJO E PRESTES, 2002).
Para calcular os esforços que agem sobre um sistema treliçado pode-se
utilizar o método dos nós. É uma técnica que demonstra se a barra está sendo
comprimida (sinal negativo) ou sendo tracionada (sinal positivo) e a intensidade [N]
sobre ela. Logo abaixo será demonstrado o procedimento (HIBBELER, 2009).
67
Método dos nós

a. Primeiro passo: determinar o valor das ações

Em um sistema de treliça deve ser avaliado os esforços, sendo eles forças


externas e os esforços de reação dos apoios. Será aplicado a somatórias de forças
e de momento de y e de x. Para verificar o momento sempre escolhe como base o
apoio de maior gênero (item 2.2.6 do trabalho) (HIBBELER, 2009).

b. Segundo passo: encontrar os esforços de cada barra

Após a definição dos esforços que agem sobre a estrutura deve-se calcular
os esforços nos nós. Será necessário o conhecimento dos comprimentos de dos
ângulos entre as treliças. Para iniciar o procedimento se começa no ponto onde haja
menor número de barras. Utilizando a Trigonométrica é possível encontrar os
esforços em cada barra. Sempre cuidados com o número de incógnitas e equações
(HIBBELER, 2009).

2.2.6. Apoios

O impedimento do deslocamento devido as forças de superfície que se


desenvolvem nos apoios são denominadas reações (HIBBELER, 2009). Os apoios
são os responsáveis para que haja a transmissão das forças para a base/fundação
de uma estrutura. São classificados pelo sua restrição de movimento, logo abaixo é
especificado cada tipo de apoio com sua representação na figura 42 (Correia e Lima,
2019).

Apoio 1º gênero (Móvel): impede o movimento de um ponto vinculado ao corpo


numa direção e permite a rotação
Apoio 2º gênero (Fixo / Rotulado): impede os movimentos de translação e permite
a rotação

68
Apoio de 3º gênero (Engaste): impede todos os movimentos.

Figura 42. Tipos de vínculos.

Fonte: Adaptado de Correia e Lima, 2019.

As estruturas como um todo podem ser classificadas em relação a sua


estaticidade são elas (CORREIA e LIMA, 2019):

Hiperestática: somatório das restrições é muito além do suficiente para manter o


equilíbrio estático quando há cargas externas.
Isostática: são estruturas com apoios que fazem a estrutura manter o equilíbrio
estático, equações primordiais da estática conseguem calcular os esforços de apoio.
Hipostática: somatório de restrições não permite manter o equilíbrio estático quando
há cargas externas.

Hibbler (2009, p. 3) traz os tipos de acoplamentos e como que é analisado


as reações de apoios geradas, representados na figura 43.
69
Figura 43. Tipos de apoios e suas reações.

Fonte: Hibbeler, 2009.

No caso de ligações soldadas são caracterizadas como engastadas já para


ligações parafusadas depende da disposição e configuração do parafusos resultam
em apoios engastados ou rotulado (CBCA, 2011).

2.3. Análise Estrutural

A análise estrutural tenta compreender as ações sobre a estrutura e verifica


os estados limites últimos e de serviço (NBR8800:2008). Leva em conta a
propriedade dos materiais e de seus deslocamentos. Há dois tipos de análise globais
elásticas: a de primeiro grau e a de segundo grau.

Primeira Ordem (Análise linear): leva em consideração a geometria indeformada


da estrutura.
Segunda Ordem (Analise não-linear): com base na geometria deformada da
estrutura. Essa deformação resulta no deslocamento horizontal que leva a uma
amplificação dos esforços de tensão pela excentricidade nas cargas verticais.

70
O resultado do deslocamento horizontal tem efeitos globais (P-∆) ou locais (P-

δ). Estes efeitos também podem ocorrer pelas imperfeições geométricas


(NBR8800:2008). No tópico de instabilidade foi abordado os modos de instabilidade
que ocorre pelas imperfeiçoes ou pelos esforços.
Na figura 44 demonstra a diferença entre esses dois efeitos, (a) quando o
deslocamento é no nó e se dá de forma horizontal. (b) No deslocamento local é
quando ocorre o deslocamento local, no caso, na coluna e o pórtico não sofre
deslocamento. A análise resultante está nas configurações finais de esforços, pois
nela irão gerar momentos devido aos efeitos de P-∆ e P-δ. Caso seja de primeira
ordem, não levará em conta o aumento dos momentos, já análise segunda ordem
leva em consideração estes esforços. Pois o momento está relacionado a
deformação e análise de primeiro grau não leva em conta o aumento da tensão axial.

Figura 44. Efeitos de segunda ordem: (a) globais (P-∆); (b) locais (P-δ).

Fonte: Adaptado de ZIEMIAN (2010, apud CAMARGO, 2012)

A NR 8800 classifica a sensibilidade aos deslocamentos laterais da estrutura


em pequena, média e grande deslocabilidade. A relação está entre o deslocamento
da análise de segundo grau (𝑑2 ) pela análise de deslocamento da de primeiro grau
(𝑑1 ). Dado isso as pequenas deslocabilidade são de até 1,1; médias até 1,4 e
grandes deslocabilidade acima de 1,4.

71
A NBR8800:2008 traz o limite de deslocamento que pode ocorre em cada
elemento dependendo da sua função. O quadro 5 mostra o deslocamento máximo,
sendo L o comprimento do vão, H altura total do pilar e h é altura do andar.

Quadro 5 – Deslocamento máximo

Fonte: NBR8800:2008, anexo C.1.

2.3.1. Esforços

Estados-limites últimos (ELU) é quando ocorre a ruptura da construção


(NBR8800:2008). Ou seja, quando olhado isoladamente a estrutura e verificar o
quanto ela suporta, a seguinte forma simplificada:

𝑅𝑑 ≥ 𝑆𝑑 (29)

𝑅𝑑 = resistência de cálculo [Pa]


𝑆𝑑 = solicitações de cálculo [Pa]

72
Estados-limites de serviço (ELS) quando apresenta alertas ou sinais de uma
possível ruptura, nesse caso a NBR limita, exemplo, a deflexão máxima de uma viga
(NBR8800:2008). Nesse limite de serviço é utilizado coeficientes de segurança para
garantir a segurança da estrutura em conjunto com os esforços permanentes e
excepcionais. Ou seja, cada esforço e resistência recebe um coeficiente para dar
melhor segurança de projeto.

𝑆𝑠𝑒𝑟 ≥ 𝑆𝑙𝑖𝑚 (30)

𝑆𝑠𝑒𝑟 = Valores de efeito nas combinações de serviços de ações [Pa]


𝑆𝑙𝑖𝑚 = Valores limites (deslocamento máximo) [Pa]

Há três tipos de ações como demonstrado no trabalho, são elas as ações


permanentes, variáveis e excepcionais. Em resumo as ações permanentes são o
peso da estrutura e dos elementos fixos (diretas), imperfeições geométricas e
deslocamento dos apoios (indiretas). As variáveis são as que variam com o tempo
como exemplo equipamento, moveis, ação do vento e variação da temperatura. As
ações excepcionais são ações extremamente curtas como uma explosão, choque de
veículo, incêndio entre outras (NBR8800:2008).
Para ações de sobrecarga na edificação deve se utilizar a norma NBR
6120:1980, nesta norma é apresentado o peso específico de diferentes materiais.
Durante a construção deve se considerar uma carga de 1 kN/m², conforme a NBR
8800:2008.

2.3.2. Coeficientes de ponderação das ações

Seguindo as especificações da NBR 8800:2008, as ações devem ser


ponderadas pelo coeficiente expressa pela equação 31.

𝛾𝑓 = 𝛾𝑓1 ∙ 𝛾𝑓2 ∙ 𝛾𝑓3 (31)

𝛾𝑓1 = parcela do coeficiente de ponderação das ações que considera a variabilidade


das ações.
73
𝛾𝑓2 = coeficiente de ponderação das ações que considera a simultaneidade de
atuação das ações
𝛾𝑓3 = coeficiente de ponderação das ações que considera os possíveis erros de
avaliação dos efeitos das ações
𝛾𝑓 = coeficiente de ponderação final

2.3.2.1. Coeficiente de ponderação das ações ELU

Seguindo a NBR8800:2008, para o cálculo dos coeficientes dos estados


limites últimos é necessário utilizar os quadros 6 e 7 sendo que devem ser usado o
mesmo valor a toda estrutura.

O produto 𝛾𝑓1 ∙ 𝛾𝑓3 é representado por 𝛾𝑔 ou 𝛾𝑞 .

O coeficiente 𝛾𝑓2 é igual ao fator de combinação 𝜓0

2.3.2.2. Coeficiente de ponderação ELS

O coeficiente de ponderação das ações para os estados limites de serviço


𝛾𝑓 é normalmente igual 1,0.

74
Quadro 6. Valores dos coeficientes de ponderação das ações 𝛾𝑔 = 𝛾𝑓1 ∙ 𝛾𝑓3

Fonte: NBR 8800:2008

Sendo:
a Os valores entre parênteses correspondem aos coeficientes para
as ações permanentes favoráveis à segurança; ações variáveis e
excepcionais favoráveis à segurança não devem ser incluídas nas
combinações; b O efeito de temperatura citado não inclui o gerado
por equipamentos, o qual deve ser considerado ação decorrente do
uso e ocupação da edificação; c Nas combinações normais, as ações
permanentes diretas que não são favoráveis à segurança podem,
opcionalmente, ser consideradas todas agrupadas com coeficiente
de ponderação igual a 1,35, quando as ações variáveis decorrentes
do uso e ocupação forem superiores a 5 kN/m2, ou 1,40 quando isso
não ocorrer. Nas combinações especiais ou de construção, os
coeficientes de ponderação são respectivamente 1,25 e 1,30, e nas
combinações excepcionais, 1,15 e 1,20; d Nas combinações normais,
se as ações permanentes diretas que não são favoráveis à segurança
forem agrupadas, as ações variáveis que não são favoráveis à
segurança podem, opcionalmente, ser consideradas também todas
agrupadas com coeficiente de ponderação igual a 1,50 quando as
ações variáveis decorrentes do uso e ocupação forem superiores a 5
kN/m2, ou 1,40 quando isso não ocorrer(mesmo nesse caso, o efeito

75
da temperatura pode ser considerado isoladamente com o seu
próprio coeficiente de ponderação). Nas combinações especiais ou
de construção, os coeficientes de ponderação são respectivamente
1,30 e 1,20 e nas combinações excepcionais sempre 1,00; e Ações
truncadas são consideradas ações variáveis cuja distribuição de
máximos é truncada por um dispositivo físico, de modo que o valor
dessa ação não possa superar o limite correspondente. O coeficiente
de ponderação mostrado nesta Tabela se aplica a este valor-limite.
Fonte: NBR 8800:2008, p. 18.

Quadro 7. Valores dos fatores de combinação 𝜓0 e de redução 𝜓1 e 𝜓2


para as ações variáveis.

Fonte: NBR8800:2008

Sendo:
b Edificações residenciais de acesso restrito; c Edificações
comerciais, de escritórios e de acesso público; d Para estado-limite
de fadiga, usar igual a 1,0; e Para combinações excepcionais nas
quais a ação principal for sismo, admite-se adotar para o valor zero.

2.3.3. Combinações das ações

A NBR diz que para analisar os ELU e ELS deve ser realizada em função das
combinações últimas e combinações de serviço, respectivamente. Sendo que existe
uma probabilidade que não baixa de ocorrerem simultaneamente os esforços.

76
Combinações últimas normais: As combinações últimas normais são os
esforços previsto para a edificação. Para cada combinação, aplica-se a seguinte
expressão:

𝑭𝒅 = ∑𝒎 𝒏
𝒊=𝟏( 𝜸𝒈𝒊 ∙ 𝑭𝒈𝒊,𝒌 ) + 𝜸𝒒𝟏 ∙ 𝑭𝑸𝟏,𝒌 + ∑𝒋=𝟐( 𝜸𝒒𝒋 ∙ 𝜓𝟎𝒋 ∙ 𝑭𝑸𝒋,𝒌 ) (32)

Onde:
𝐹𝑑 = valores da força que será utilizada no ensaio [N]
𝐹𝑔𝑖,𝑘 = valores característicos das ações permanentes [N]
𝐹𝑄1,𝑘 = valores da ação variável principal [N]
𝐹𝑄𝑗,𝑘 = valor das ações variáveis que podem atuar concomitantemente a ação
variável principal [N]
𝜓0𝑗 = fator de combinação 0

Combinações últimas de construção: é avaliada caso no meio do processo


de montagem haja risco de estados limites últimos. Também é utilizado na fase de
construção da laje de steel deck já que o aço irá suportar o peso do concreto até sua
cura de 75% de resistência (NBR8800:2008 e FAKURY, 2016).
Nesse caso as ações variáveis são o peso do concreto fresco e a sobrecarga
da construção equivale a 1kN/m² nessa etapa (seguindo especificação da
NBR8800:2008). Também é dada pela equação (32).

2.3.4. Combinações de serviço

A combinação de serviço pode ser permanente, frequente ou raras de acordo


com a NBR 8800:2008.

Combinações quase permanentes de serviço: durante toda vida útil a estrutura


irá sofrer esse tipo de esforço, com uma frequência de 50% da vida útil. Logo se
entenderá que essa ação será permanente (NBR8800:2008). Utilizará a seguinte
equação:

𝐹𝑠𝑒𝑟 = ∑𝑚 𝑛
𝑖=1 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + ∑𝑗=1( 𝜓2𝑗 ∙ 𝐹𝑄𝑗,𝑘 ) (33)

77
𝜓2𝑗 = fator de redução 2

Combinações frequentes de serviço: são ações que ocorrem com uma duração
na ordem de 5% no período de vida da estrutura, ou seja, que se repetem, entretanto
com baixa frequência. Serão levadas em conta nessa pesquisa (NBR8800:2008).
Utilizará a seguinte expressão:

𝐹𝑠𝑒𝑟 = ∑𝑚 𝑛
𝑖=1 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝜓1 ∙ 𝐹𝑄𝑖,𝑘 + ∑𝑗=1( 𝜓2𝑗 ∙ 𝐹𝑄𝑗,𝑘 ) (34)

Combinações raras de serviço: são aquelas que podem atuar no máximo algumas
horas durante todo o período de vida da estrutura (NBR8800:2008), para calcular é
utilizado a equação 35.

𝐹𝑠𝑒𝑟 = ∑𝑚 𝑛
𝑖=1 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝐹𝑄𝑖,𝑘 + ∑𝑗=1( 𝜓1𝑗 ∙ 𝐹𝑄𝑗,𝑘 ) (35)

𝜓1𝑗 = fator de redução 1

2.3.5. Valores da resistência

A NBR8800:2008 já aponta que existe 5% de possibilidade de o lote do material


não atingir a resistência nominal. Logo se faz necessário utilizar coeficientes para
garantir a segurança da estrutura. A resistência de cálculo é dada pela equação 36:

𝑓𝑘
𝑓𝑑 = (36)
𝛾𝑚

Sendo:
𝑓𝑑 = resistência de cálculo [Pa]
𝑓𝑘 = resistência nominal ou característica [Pa]
𝛾𝑚 = coeficiente de ponderação da resistência
78
Para ELS o 𝛾𝑚 é igual a 1,00, já para o ELU é necessário o cálculo do
coeficiente de ponderação da resistência, que utilizará a equação 37:

𝛾𝑚 = 𝛾𝑚1 ∙ 𝛾𝑚2 ∙ 𝛾𝑚3 (37)


Onde:
𝛾𝑚1 = coeficiente para variabilidade da resistência
𝛾𝑚2 = coeficiente da diferença entre a resistência do material e do corpo-de-prova
𝛾𝑚3 = coeficiente dos desvios da construção e aproximação feitas no projeto

A NBR8800:2008 r

Quadro 8. Valores dos coeficientes de ponderação das resistências 𝛾𝑚

Fonte: NBR8800:2008

2.3.6. Forças devidas ao vento em edificações

As forças geradas pelo vento são de pressão e sucção. Quando o vento sopra
sobre a superfície há uma pressão positiva, já quando ocorre a passagem do vento
sobre a superfície ocorre a pressão negativa (sinal negativo). Para calcular essas
forças se considera a NBR 6123 (1988) - Forças devidas ao vento em edificações.
Para o cálculo é necessário considerar separadamente os elementos de
vedação e fixações, partes da estrutura e a estrutura completa.

79
Para encontrar o valor da velocidade característica do vento (𝑉𝑘 ) é necessário
o gráfico de Isopleta (figura 45). Nesse gráfico apresenta a velocidade básica do
vento (𝑣0 ) em uma altitude de 10 metros acima do terreno, com uma pressão
constante por 3 segundos.

Figura 45. Isopletas da velocidade do vento básico (m/s)

Fonte: Galpões para Usos Gerais (2010, p.23)

Para obter a velocidade característica do vento (𝑉𝑘 ) deve multiplicar os fatores


com a velocidade básica, através da equação:

𝑉𝑘 = 𝑉𝑜 ∙ 𝑆1 ∙ 𝑆2 ∙ 𝑆3 (38)

𝑉𝑘 = velocidade característica do vento [m/s]


𝑉0 = velocidade básica do vento [m/s]
𝑆1 = coeficiente de topográfica
𝑆2 = coeficiente de rugosidade
80
𝑆3 = coeficiente de segurança/estatístico

𝑺𝟏 (coeficiente de topográfica) leva em consideração a variação do relevo do


local do terreno, no caso da pesquisa será considerado vales protegidos.
a. Terreno plano 𝑆1 = 1
b. Vales protegidos 𝑆1 = 0,9
c. Taludes ou morros (depende do ponto)

𝐒𝟐 (coeficiente de rugosidade) leva em consideração as dimensões do


empreendimento e a rugosidade do terreno. Para determinar este fator é necessário
definir o tipo de terreno conforme o quadro 9 e definir a classe da edificação utilizando
o quadro 9.

Quadro 9. Definição da categoria do terreno

Fonte: NBR6123:1988.

Quadro 10. Definição da classe da edificação

Fonte: NBR6123:1988.

Com a seleção das classes, utilizará o quadro 11 para definição dos


parâmetros meteorológicos que serão usados na seguinte equação:

81
𝑧
𝑆2 = 𝑏 ∙ 𝐹𝑟 ∙ ( )𝑝 (39)
10

𝑏 = depende da classe da edificação e do terreno


𝐹𝑟 = pode ser 1; 0,98; 0,95, depende da classe da edificação
𝑧 = altura do edifício
𝑝 = depende da classe da edificação e do terreno

Quadro 11. Definição dos parâmetros meteorológicos.

Fonte: NBR6123:1988.

𝐒𝟑 (coeficiente segurança/estatístico) leva em consideração o grau de segurança e


a vida útil do empreendimento.

82
Quadro 12. Valores mínimos do fator estatístico

Fonte: NBR6123:1988.

Com a velocidade característica do vento é possível determinar a pressão


dinâmica 𝑞 pela equação 40:

𝑞 = 0,613 ∙ 𝑉𝑘 2 (40)

𝑞 = pressão dinâmica [N/ m²]

É possível então determinar a força resultante que é obtida na equação 41.

𝐹 = (𝐶𝑒 − 𝐶𝑖 )𝑞 ∙ 𝐴 (41)

𝐶𝑒 = coeficiente de forma externo (6.1 NBR 6123)


𝐶𝑖 = coeficiente de forma interno (6.2 NBR 6123)
𝐴 = área referenciada [m²]
𝐹 = força resultante [N]

83
3. Metodologia

O presente trabalho é de natureza básica, sendo exploratória com abordagem


qualitativa. Buscou-se uma compreensão extensiva e com maior objetividade acerca
de estruturas metálicas, nos aspectos de dimensionamento, desempenho,
durabilidade e execução de uma estrutura metálica. Por isso se optou por uma
revisão bibliográfica para construção da fundamentação e o uso do estudo de caso
para aplicabilidade desses conhecimentos.
As pesquisas científicas são classificadas conforme à natureza (básica ou
aplicada), quanto ao tipo (bibliográfica, exploratória, experimental, descritiva, entre
outras) e quanto à abordagem (quantitativa ou qualitativa) (RODRIGUES e LIMENA,
2006; APPOLINÁRIO, 2011; KIRSCHBAUM, 2013).
Segundo Appolinário (2011, p. 146) difere a pesquisa básica e aplicada do
seguinte modo: pesquisa básica tem como objetivo principal “o avanço do
conhecimento científico, sem nenhuma preocupação com a aplicabilidade imediata
dos resultados a serem colhidos”. A pesquisa aplicada tem o intuito de “resolver
problemas ou necessidades concretas e imediatas”.
A técnica escolhida foi de estudo de caso que utilizou as dimensões de um
galpão já constituído para o dimensionamento de um galpão metálico. É importante
entender a metodologia de caso pois há duas vertentes, a do método do Estudo de
Caso e a do método de caso.
No Estudo de caso o objeto é direcionado para pesquisa acadêmica, sendo o
público-alvo os acadêmicos (IKEDA et al. 2005; ALBERTON e SILVA, 2018;
ROESCH e FERNANDES, 2007). Caracteriza-se por ser um estudo detalhado e
exaustivo de poucos, ou mesmo de um único objeto, fornecendo conhecimentos
profundos (EISENHARDT, 1989 & YIN, 2009 APUD BRANSKI, FRANCO e LIMA,
2010). Já no Caso para Ensino objetivo é prover a aprendizagem, logo o público-alvo
são os alunos (FARIA e FIGUEIREDO, 2013; DUARTE, 2010; GREENHALGH,
2007). Entender quem serão as pessoas que irão ler o caso é importante na hora do
desenvolvimento.
Os resultados são de caráter quantitativo que serão analisados conforme a
revisão bibliográfica gerada na fundamentação teoria. Entendendo os

84
comportamentos dos modelos entre si para gerar ação de conhecimento sobre o
assunto.
Pesquisas qualitativas são tradicionalmente associadas a interesses de
pesquisa tipicamente subjetivistas que a interpretação de algo. Em contraste,
pesquisas quantitativas geralmente respondem às exigências do paradigma
“positivista” (conhecimento científico), cujo interesse de pesquisa é centrado no
estabelecimento de leis causais (KIRSCHBAUM, 2013).

3.1. Considerações iniciais

O modelo estrutural é de um Galpão Industrial que são edificações comuns e


simples. Foi desenvolvido 6 diferentes modelos estruturais, alterando seus pórticos
e seus perfis metálicos, utilizando como base um galpão localizado em Blumenau.

3.2. Modelo

Para análise dos esforços estruturais foi levado em conta os fatores de forma
integrada que atuam sobre uma estrutura, são eles: ações do vento, flexão,
compressão, flexo-compressão, entre outros.

3.2.1. Concepção

Seguindo os pórticos apontados neste trabalho, foi apresentado um estudo


que tentou definir aplicabilidade dos diversos pórticos, seguindo os critérios de
projeto regido pela norma. Foi também proposto outro tipo de pórtico para o galpão
que será demonstrado visualmente no desenvolvimento.

3.2.2. Critérios de dimensionamento

A norma NBR 8800:2008 regulamenta os projetos de estruturas em aço, nela


se encontra coeficientes de segurança, condições de esforços e critérios para o
projeto. Já para análise de forças devido ao vento utilizou a NBR 6123:1988.

85
3.2.3. Detalhamento

O método construtivo de estrutura metálicas se assemelha a um método de


montagem. Logo se faz necessário um manual de montagem, entretanto a ideia
dessa pesquisa não é elaborar um galpão e sim compreender os comportamentos
estruturais nesse método construtivo.
Após o dimensionamento da estatura não foi feito o detalhamento da
execução, da montagem e nem lista de materiais.

3.3. Modelo estrutural

Os modelos estruturais seguiram as dimensões do galpão que se encontra


em Blumenau, utilizando sua altura, comprimento, largura e as referências das
colunas já dispostas. Para o uso de perfis foi utilizado o catálogo da Gerdau que foi
a empresa mais citada nas cidades de Itajaí, Ilhota e Blumenau. A Gerdau possui
mais de 100 anos no mercado siderúrgico, é uma empresa renomada e com
certificados de qualidade consistentes. Inclusive a maioria das empresas de nossa
região compram com a Gerdau para revender, por isso comprar diretamente com o
fabricante se torna a melhor decisão.
Foi construído 6 tipos de modelos sendo 5 apresentado na fundamentação.
Não foi levado em conta o tipo da base para estrutura e seus apoios entre a coluna
e base serão denominados como engastados. Os contraventamentos não foram
levados em consideração, entretanto possui grande importância na rigidez nesse tipo
de estrutura. Como objetivo era analisar o comportamento dos pórticos e dos perfis
juntamente com a dificuldade de análise devido ao programa escolhido para o projeto
não foi levado em consideração.

3.4. Edifício base

O galpão se encontra em Blumenau na sua Pastor Oswald Hesse, nº 591,


bairro Ribeirão Fresco. Possui dimensões de 11,85 m de frente por 24,4 m de
comprimento, tendo 289,1m² de área térrea mais um mezanino de 6m por 24,4 m,
com uma área de 146,6 m², resultando em uma área total de 435,7 m².

86
A altura entre o mezanino e o térreo é de 2,3 metros, sendo que o mezanino
tem altura de 3,15 metros. Do mezanino até o limite do pé direito é de 2,75 metros,
altura máxima é de 7,7 metros. A figura 46 faz um corte transversal no galpão
demostrando as dimensões ditas anteriormente.

Figura 46. Vista Transversal (Planta Baixa) do galpão.

Fonte: própria do autor.

A parte da frente (figura 47) é dívida em duas, sendo 6 metros para mezanino
e 5,85m para o restante sendo que no meio a uma coluna. O espaçamento entre as
colunas da frente para os fundos é de 5,2 m, 4 m, 5 m, 5 m e 5,2 m. Totalizando 14
colunas externas e 4 colunas internas para o mezanino.
O telhado recebe uma proteção como demonstrado na figura 46 e figura 47.
Nas laterais há 5 janelas do lado onde não tem mezanino e 10 janelas no lado do
mezanino. Já na parte de trás se tem uma porta para os fundos e uma janela no
segundo andar. Na parte da frente há uma entrada para carga e descarga com
suporte para proteção contra chuva, uma porta e uma janela no segundo andar
(figura 47 e figura 48).

87
Figura 47. Vista da frente do galpão

Fonte: própria do autor.


Figura 48. Vista interna por trás do galpão.

Fonte. Própria do Autor.

88
3.5. Dimensionamento ou Cálculo Estrutural

Como todo projeto a ideia de um projeto estrutural é evitar problemas que


podem interferir no desempenho da estrutura, garantindo assim uma maior
segurança de projeto (PFEIL e PFEIL, 2009).
Segundo Pfeil e Pfeil (2009, p.34), as etapas de um projeto estrutural podem
ser reunidas em três fases: Anteprojeto, Cálculo estrutural e Detalhamento.
a) Anteprojeto: é ideia do projeto, mas não se tem a ideia de como será feito.
b) Dimensionamento ou cálculo estrutural: é definido as dimensões dos
elementos estruturais, o material e suas ligações.
c) Detalhamento: fase detalhada que indica quais materiais e componentes
serão necessários.

3.5.1. Propriedades dos materiais

Para a escolha das vigas e pilares foi adotado o aço estrutural A572-GR. 50
(AR 350), sendo recomendo do Anexo A da NBR 8800:2008 como o aço mais
utilizado. Suas características são Limite de Escoamento (𝑓𝑦 ou 𝑓𝑘 ) 345 MPa, Limite
de Resistência (𝑓𝑢 ) 450Mpa. Como apresentado anteriormente o aço apresenta
módulo de elasticidade longitudinal (E) igual a 200 GPa, coeficiente de poison 𝜈 de
0,3 e peso específico aparente igual a 78,5 kN/m³.

3.5.2. Pré-Dimensionamento

Para o dimensionamento de uma viga de aço se utilizou o modelo prático que


determina a altura do perfil (ℎ𝑣 ) através da equação 42. Para determinar a largura do
perfil (𝑏𝑣 ) utiliza-se a equação 43 (CHING, 2015).

𝐿𝑣
ℎ𝑣 = (42)
20

1 1
𝑏𝑣 = ℎ𝑣 a ℎ (43)
3 2 𝑣

89
ℎ𝑣 = altura do perfil da viga [cm]
𝐿𝑣 = comprimento da viga [cm]
𝑏𝑣 = largura do perfil da viga [cm]

Para o pilar utilizará a equação 44 porem há um limite de esbeltez defino pela


NBR 8800:2008 de 200. Entretanto é visto na literatura a redução desse coeficiente,
neste trabalho será usado 120 (OLIVEIRA, 2018 e BELLEI, 2004). A equação 45
determina o valor de esbeltez.

𝐿𝑝 𝐿𝑝
ℎ𝑝 = a (44)
20 30

𝐾𝐿𝑝
λ= ≤ 120 (45)
𝑟
𝐿𝑝 = comprimento do pilar [cm]
ℎ𝑝 = altura do perfil do pilar [cm]
𝑘 = coeficiente de flambagem
𝑟 = raio de giração da seção transversal menor valor [cm]

Para determinar a raio de giração utiliza-se a equação 46.

𝐼
𝑟= √ (46)
𝐴

𝐼 = Inercia [cm4]
𝐴 =Área [cm]

Os contraventamentos devem ter um limite de esbeltez de tração inferior a


300 e de 200 para compressa (NBR 8800:2008).

3.6. Esforços

Os esforços considerados serão:

90
Permanente: peso da estrutura de cada modelo, mezanino (2,13 kN/m²), paredes
(22,8 kN/m²), telha (40,5 N/m²), força horizontal igual a 0,3% do peso da estrutura
(total) conforme a NBR8800:2008 e capacidade de suportar duas caixas de água de
2.000 litros no telhado.
Variáveis: sobrecarga de 7,5 kN/m² (seguindo a recomendação da NBR6120:1980)
sobre o mezanino, mais a força do vento pela NBR6123:1988 e foi considerado uma
pessoa por metro quadrado (800N/m²) (Para o telhado essa consideração foi de
apenas de 20%)
Permanente: não será avaliado os esforços excepcionais como incêndio, explosões
ou acidentes.

I. Não foi avaliado a sobrecarga durante o processo de montagem já que analise


do é sobre o projeto final logo não haverá análise de esforços durante a
montagem.
II. A carga gerada pelas paredes só foram levados em conta para o cálculo de
carga horizontal de 0,3% do peso da estrutura. Entretanto esse tipo de carga
não foi levado em conta sobre as vigas por se entender que essa carga é
transmitida pelo próprio material de fechamento até o solo. Altura da parede
é de 7,7 m com uma parede com 17 cm de espessura sendo 1 cm de reboco
para cada lado mais o tijolo furado de 15cm (tabela 1). Para o assentamento
do tijolo se adicionou 1 cm de espessura para parede (tabela 1). Resultou em
um peso de 19,85 kN/m, uma carga distribuída ao longo de 60,8 metros. Essa
metragem é o perímetro da área construída.

Tabela 1. Definição da carga da parede.


Material Peso Específico Espessura Altura Peso
(kN/m3) (m) (m) [kN/m]
Tijolo furado 13 0,15 7,7 15

Argamassa 21 0,03 7,7 4,85


de cimento e
areia
Total 19,85

Fonte: Própria do autor.

91
III. A escada não foi considerada no modelo.
IV. Para o telhado foi utilizado a telha trapezoidal tp 40 de alumínio que possui
uma carga distribuída de 4,13 kg/m² (MBMETALURGICA, 2020). Utilizando o
edifico base, não se manteu a inclinação do telhado de 17º, sendo que a
inclinação mínima é de 7º.
V. Para o coeficiente de pressão de forma foi utilizado um software que irá gerar
esses dados. Para conferência será feito o cálculo de carga manualmente e
comparado o valor gerado pelo programa. Utilizando a NBR6123:1988 para
determinação desse esforço.

Coeficiente de ponderação das ações:

Para análise dos estados limites de serviço o coeficiente de ponderação é


igual 1, já para o cálculo do estados-limites últimos se utilizou os parâmetros logo
abaixo na equação 48 (para permanentes) e a equação 47 (para variáveis).

𝛾𝑓1 ∙ 𝛾𝑓3 = 𝛾𝑔 ou 𝛾𝑞
𝛾𝑓2 = 0,7 (ações variáveis causadas pelo uso de ocupação, haverá peso devido os
equipamentos fixo e concentração de pessoas)
𝛾𝑔 = 1,5 (peso próprio e de equipamentos)
𝛾𝑞 = 1,4 (ação do vento)

𝛾𝑓 = 𝛾𝑓1 ∙ 𝛾𝑓2 ∙ 𝛾𝑓3 (47)

𝛾𝑓𝑔 = 0,7 ∙ 1,5 (48)

𝛾𝑓𝑞 = 0,7 ∙ 1,4 (49)

𝛾𝑓𝑔 = 1,05 (coeficiente de ponderação permanente)

𝛾𝑓𝑞 = 0,98 (coeficiente de ponderação variável)

92
Os fatores de combinação e de redução vão variar dependo da origem da
força, será necessário utilizar a tabela 6 e 7 para o cálculo de combinação de
esforços.

Coeficiente de segurança de resistência: para ELS o fator é igual 1, já para


ELU será necessário utilizar a tabela 8.

𝛾𝑚 =1,1 flambagem e 1,35 para ruptura

Irá se utilizar o fator 1,1 já que um galpão industrial não sofre grandes esforços
comparados a escolas, hospitais e prédios.

𝑓𝑘
𝑓𝑑 = (50)
𝛾𝑚

345
𝑓𝑑 = (51)
1,1

𝑓𝑑 = 313,6 Mpa (Limite de Escoamento de cálculo para flambagem).

Parâmetro para cálculo da força do vento:

Para o cálculo da carga do vento foi utilizado os seguintes parâmetros: o


galpão industrial está situado em Blumenau-SC, há cidade possui muitos morros em
tornos, denominado de vale por essa característica. Como demonstrado na
fundamentação teórica, foi colocado o valor de cada coeficiente com sua
classificação no lado.

𝑉0 = 45m/s (Santa Catarina)


𝑆1 = 0,9 (Vale protegido)
𝑆2 = (III – A)
𝑧 𝑝
𝑆2 = 𝑏 ∙ 𝐹𝑟 ∙ ( ) (52)
10

93
7,7
𝑆2 = 0,94 ∙ 1,00 ∙ ( )0,1 (53)
10

𝑆2 = 0,92
𝑆3 = 1,0 (instalações industriais com alta ocupação)

𝑉𝑘 = 𝑉𝑜 ∙ 𝑆1 ∙ 𝑆2 ∙ 𝑆3 (54)

𝑉𝑘 = 45 ∙ 0,9 ∙ 0,92 ∙ 1,00 (55)

𝑉𝑘 = 37,26m/s

𝑞 = 0,613 ∙ 𝑉𝑘 2 (56)

𝑞 = 0,613 ∙ 37,262 (57)

𝑞 = 851 N/m²

3.7. Ligações

A principal vantagem da estrutura metálica é de não produzir sujeira durante


seu processo de execução/montagem. Há locais que não são permitido o uso da
solda pela liberação da impureza ou mesmo pela luz que é gerada. Desta forma
estruturas metálicas são projetadas para que sempre ocorram ligações parafusadas.
Apoios ou assentamentos serão soldados em um local apropriado, como no
caso da tesoura. A tesoura é formada através da solda e levada até o local para sua
montagem com a coluna que irá utilizar parafusos. Todas as soldas já deveriam ter
sido feitas antes de chegar no local da montagem.
Nos modelos que serão demonstrados no desenvolvimento foram analisados
através da ligação soldada pelo seguintes motivos: vários modelos demandando
muitas analises; objetivo do trabalho é verificar os comportamentos dos diferentes
pórticos ; e busca-se entender um pouco mais sobre esse tipo de estrutura, de como
ela é analisada, projetada, construída e seu comportamento estrutural.
94
3.8. Entrevistas

Foi desenvolvido entrevistas focalizadas semiestruturadas com os profissionais


na área para na busca de entender melhor a metodologia de dimensionamento de
estruturas metálicas.
A técnica busca realizar várias entrevistas, curtas e rápidas, conduzidas no
ambiente natural e num tom informal. As perguntas não necessitam ser rígidas já
que a ideia desse tipo de entrevista é exploratória. A entrevista pode ou não ser
gravada, caso haja concordância entre as duas partes ou pode-se somente tomar
algumas notas. Entretanto a gravação é um dado precioso para essa metodologia
de aquisição de informação (GODOY, 1995).
Os tipos de pesquisas são classificados, de acordo com o autor Flick (2008,
p. 143) em focalizada sendo não direcionada, semiestruturada ou estruturada;
entrevista centrada no problema; entrevista com especialistas; entrevista
etnográfica. Para metodologia dessa pesquisa se optou pela entrevista focalizada.
Esse tipo de entrevista se dá pela seguinte maneira: é apresentado um
estímulo uniforme (no caso será as imagens do galpão industrial) e será estudado o
impacto desta imagem no entrevistado a partir de um guia de entrevista, que pode
ser um questionário (FLICK, 2008).
A pesquisa focalizada pode ser não direcionada, semiestruturada e
estruturada. No processo não direcionada se utiliza perguntas abertas sem que haja
um direcionamento, como no caso da pergunta 1 no quadro 13. Nas questões
semiestruturadas é definido um assunto concreto sobre o objetado demonstrado ou
tenta fazer com que o entrevistado diga as definições sobre o que ele pensa,
exemplo são a pergunta 2, 3, e 5 no quadro 13. Nas questões estruturadas utilizam-
se perguntas não-estruturadas inicialmente, para introduzir o entrevistado para
perguntas diretas, para que o sistema de referência do entrevistador seja imposto
aos pontos de vista do entrevistado, exemplo de perguntas estruturadas são a
pergunta 4 e 6 (Flick, 2008).

Quadro 13. Exemplo de perguntas da entrevista focalizada.

95
Fonte: Merton e Kendall, 1946 apud Flick, 2008.

O grupo focal escolhido foi os profissionais na área de estruturas metálicas,


mais especificadamente os calculistas de estruturas metálicas que atuam na região
entre a região de Itajaí e Blumenau. Procura haver entre um a dois entrevistados já
que a ideia principal do trabalho não está direcionada a esse tópico, mas sim um
complemento da pesquisa. Essas entrevistas serão individuais, presenciais ou via
web conferência.
Foi desenvolvido um questionário no semestre que vem que será aplicado até
que se construa os modelos estruturais. O que se buscou com essas entrevistas é
entender os parâmetros utilizados pelos profissionais, como que eles analisam ou
como que é a percepção deles em relação ao projeto, desde dá parte do anteprojeto
até o detalhamento.
Se optou pela entrevista focalizada semiestruturada pelos seguintes
interesses: (a) a pesquisa é exploratória; (b) não se busca a solução de algo direto,
mas sim da sua totalidade; (c) a escolha das questões semiestruturadas se dá pela
necessidade de entender como que os especialistas analisam o problema, quais
critérios eles utilizam e como é o modo de percepção dele em relação ao modelo do
trabalho.
Desde modo foi possível juntar a fundamentação teórica, com as informações
práticas e desenvolver um trabalho mais bem embasado.

96
4. Desenvolvimento

A partir do que foi proposta na metodologia foi dimensionado os tamanhos


aproximados dos perfis tanto na parte da altura e na largura. Isso ocorre pois
primeiramente é necessário fazer um pré-modelo e verificar se os tamanhos de perfis
vão suportar os esforços ou se estão superdimensionados. Após o desenvolvimento
do primeiro modelo é corrigido (otimizado) posteriormente estas características do
perfil.
Nas colunas e vigas foi optado por utilização de perfil I estrutural e uma coluna
em forma de treliça utilizando o perfil U, depende do modelo. Já na cobertura optou
por utilizar perfil do tipo U. São ao total 6 modelos de galpões onde vão variar seus
pórticos que pode influenciar nas dimensões dos perfis de cada modelo.
Na carga devido ao vento, foi utilizado o modelo base (figura 47), o galpão se
assemelha a uma caixa suportando a carga pelo vento. Logo, a carga será
considerada iguais a todos por causa do fechamento da telha. O contraventamento
foi posto dependendo de cada modelo, sendo considerado uma barra com perfil
circular.
Foi divido esse tópico nos índices: Carga pelo vento; Pré-Dimensionamento;
Esforços considerados; Modelos onde será apresentado cada modelo e suas
características de projeto; Preservação da estrutura que são os cuidados
necessários que serão necessários no pós projeto e entrevista.
Na parte da entrevista foi possível conversar com dois profissionais que atuam
na área de estruturas metálicas sendo um projetista e outro Engenheiro Mecânico.
Nesse índice será discutido as repostas de cada um e será retirado algumas
informações importantes que ocorreram durante a conversa.

4.1. Carga pelo vento

Seguindo o que foi proposto na metodologia foi calculado a carga gerada pelo
vento. Para isso optou-se na utilização do software da Universidade de Passo Fundo,
VisualVentos. Para comparação entre os resultados na metodologia chegou no
cálculo da carga gerada pelo vento de 0,85 kN/m². Lembrando que tanto software e

97
os cálculos feitos seguiram a NBR6123/1988 que trata sobre cargas através dos
ventos.
Foi posto no programa as dimensões do galpão sendo b = 11,85 m que seria a
largura e a=24,4m que é o comprimento. O valor de h=7,7 m é o valor do galpão,
como dito anteriormente, o galpão possui uma proteção contra o vento, impedindo
de quem está de fora observar o telhado. Esse mecanismo não é somente estético,
mas também reduz as cargas devido ao vento sobre a estrutura. A distância entre
os pórticos foi considerada uma média resultando em p=4,88m. Na parte da área
das abertura, não se colocou nenhum valor considerando que o galpão é simétrico,
ou seja, todas aberturas que tiverem estão espelhadas. Nessa parte do programa se
colou as dimensões do galpão como mostra a figura 49.

Figura 49. Geométrica – VisualVentos.

Fonte: Própria

O próximo passo é a determinação dos coeficientes onde se seguiu os dados


apresentados na metodologia. Na figura 50 mostra que foi colocado o valor de 45m/s.

98
Figura 50. Velocidade básica – Visualventos.

Fonte: Própria

Para o coeficiente S selecionou a opção de vales profundos, protegidos de


ventos de qual quer direção. Blumenau é uma região de muitos morros, logo se
enquadra nessa perspectiva. Sendo que o galpão em questão se contra perto
de um rio e há muitas arvores em seu entorno. A figura 51 demonstra o resultado
do coeficiente S1. Não foi necessário informar os Talude e Morros pois só seria
necessário caso fosse selecionado a opção desse tipo topográfico.

99
Figura 51. S1 – Visualventos.

Fonte: Própria

No fator S2 foi categorizado o tipo de terreno. O galpão se localiza numa rua


onde só há casas e prédios entorno da via, considerando assim o tipo III. Já a
classificação da edificação se utiliza a maior dimensão da estrutura, que no caso
é o comprimento de 24,4m, nessa parte o programa não permite alterar, só se
eu mudasse a geométrica no primeiro passo. A figura 52 representa essa etapa
no programa.

100
Figura 52. S2 – Visualventos.

Fonte: Própria

Para a definição do coeficiente S3 o galpão é considerado um lugar de abrigo


para pessoas, pessoas vão trabalhar dentro dele num regime de 8 horas. Foi
considerado então a opção 2 como demonstra a figura 53.

Figura 53. S3 – Visualventos.

101
Fonte: Própria

Na próxima etapa será calculado o Cpe (Coeficiente de pressão externa) das


paredes para os ventos de 0º e 90º. Os valores que forem negativos significa
posteriormente uma pressão negativa e os valores positivos pressão positiva. A
figura 54 demonstra graficamente os resultados.

Figura 54. Cpe das paredes – Visualventos.

Fonte: Própria

Foi calculado então o coeficiente de pressão externo (Cpe) para o telhado


para um vento na direção de 0º e 90º como mostra a figura 55. Nessa mesma
figura, é dado também o Cpe médio nas áreas de maior influência do vento no
telhado.
Foi definido também as características do vento adequado para cálculo do
coeficiente interno (Cpi), ou seja, qual é carga que a estrutura sofre gerada pelo
vento internamente. Nessa parte foi preciso entender as aberturar que o galpão
tem, que no caso seria a porta de entrada. As demais aberturas seriam
referentes a janelas, então foi selecionado a opção “Abertura dominante em uma
face paralela ao vento”. A porta se localiza numa região com alto Cpe, foi
selecionado assim “Abertura dominante situada em zona de alta sucção
externa”. O Cpi resultou em 0,4 tanto negativo e positivo como mostra a figura
56.

102
Figura 55. Cpe no telhado – Visualventos.

Fonte: Própria

Figura 56. Cpi – Visualventos.

Fonte: Própria

Na figura 57 mostra o coeficiente de pressão combinado com o coeficiente


interno e externo. Já na figura 58 temos a resultante das cargas devido ao vento
através dos coeficientes internos e externos. Ele soma os valores e a partir dessa
somatória ele calcula a carga na estrutura pela pressão do vento. Cabe ao
103
engenheiro agora avaliar qual é a pior situação e considerar esses esforços no
modelo que será analisado. Para isso foi necessário avaliar em um modelo qual das
situações era a pior e considerar essa situação para todos os outros.

Figura 57. Combinação de coeficiente de pressão – Visualventos.

Fonte: Própria

Figura 58. Esforço resultante pelo Vento – Visualventos.

Fonte: Própria

104
Como demostrado na metodologia, a carga do vento se mostrou aproximada a
calcula inicialmente como uma diferença de 0,02 kN/m². O programa apontou
resultado de 0,83 kN/m² e manualmente 0,85 kN/m². As considerações foram as
mesmas e foi considerado aceitável o resultado gerado pelo programa. Para análise
foi considerada o cálculo feito à mão (0,85 kN/m²).

4.2. Pré-Dimensionamento

Para calcular a altura do perfil (ℎ𝑣 ) de uma viga foi utilizado equação 42. O
comprimento da viga (𝐿𝑣 ) é de 600 e 585 cm. Já para largura do perfil da viga (𝑏𝑣 ) e
da coluna (𝑏𝑃 ) foi considerado 1/2 da altura do perfil que seria a média da equação
43. O comprimento das colunas (𝐿𝑝 ) é de 990cm, sendo considerado desde a união
com o bloco de coroamento. Os resultados desses perfis encontram-se na tabela 3.
Foi analisado o valor de esbeltez da das vigas e colunas. Para esse cálculo foi
utilizado a equação 45 e 46. O coeficiente de flambagem para vigas e colunas foi de
1,2. Os outros dados foram retirados do catálogo da Gerdau (W 530 x 109,0). O pré-
dimensionamento demonstrou da coluna tem o coeficiente de esbeltez menor que
120 para a coluna. Os resultados estão na tabela 3.

Tabela 2. Pré-Dimensionamento dos perfis


L (cm) h (cm) B (cm) I (𝑐𝑚4 ) A (𝑐𝑚2 ) K Coef. De Esbeltez
Viga 1 585 29,25 11,7 - - 1,2 -
Viga 2 600 30 12 - - 1,2 -
Viga 3 1185 59,25 23,7
Coluna 990 49,5 19,8 67.226 139,7 1,2 54,2
Fonte: Própria.

Esta parte foi importante para o projeto pois é possível avaliar se os elementos
estruturais vão suportar as cargas. Optou-se pelo perfil W 310 x 38,7 para viga por
atender ao requisito de altura e ter 37,5% de largura a mais comparada com o que
foi dimensionado. Já para a coluna escolheu o perfil W 530 x 109,0, suprindo as
necessidades.

105
Para o telhado optou pelo perfil U entretanto ao fazer pré-dimensionamento
exigiu um viga de 10 polegadas. Como esse tipo de estrutura não sofre tanta carga
será considerada para tesoura viga U de 6 polegadas e 4 polegares para as terças
tendo um espaçamento entre as terças de 1,5 metros.

4.3. Esforços na estrutura

Os esforços são separados em esforços permanentes e variáveis seguindo a


NBR 8800:2008 que trata de estruturas metálicas.
Utilizando a eq. 46 chegou nas forças como demonstra a tabela 4:

Tabela 3. Forças atuantes sobre os modelos após equação de estado último.

Estrutura Carga (N/m²) Área (m²) Esforço (N)


Parede de 24,4m 10123,3 187,9 1.902.168
Parede de 11,85m 10123,3 91,2 923.245
Parede do vento frontal 15368,5 187,9 2.887.741
Telhado 1416,8 289,1 409.597
Mezanino 14518,2 146,2 2.125.465
Caixa-d’água - - 25000
Fonte: Própria

4.3.1. Esforços Permanentes (Regime Permanente)

Os esforços que a estrutura vai suportar será dividido em partes. Primeiramente


irei citar os esforços sobre o mezanino. Como mostrado na fundamentação teórica o
mezanino possui um peso específico de 2,13 kN/m².
Para o telhado teremos a carga de 40,5 N/m² já para as paredes temos 0,3% do
peso da estrutura considerada uma carga horizontal a estrutura também seguindo a
NBR 8800.
O peso da estrutura depende de cada modelo, entretanto será considerado 28,8
toneladas que é a maior massa dos 6 modelos, resultando numa carga horizontal de
847,6 N/m² (considerando a gravidade como 9,81 m/s²). Para a massa das paredes
temos 22,8 kN/m com uma metragem de 60,8m. Isso resultou em 1.386,2 kN sendo
que apenas 0,3% desse valor será com força horizontal que é de 4,2 kN/m². Já o
mezanino tem um peso de 302,5 kN, resultante de 2,13 kN/m² vezes 146,2 m². O
peso horizontal do mezanino será de 907 N/m².

106
A soma de todas as forças horizontais é de 4200 N/m² + 907 N/m² + 847,6 N/m²
= 5954,6 N/m².
A área das paredes é de 91,2 m² e 187,9 m², mezanino de 146,2 m². Para o
telhado será considerado 368 m² que é a maior área encontrada dos 6 modelos
(modelo 6 que teve a maior área). Lembrando que essas dimensões foram
demonstradas na metodologia, a coluna tem 9,9 metros, entretanto 2 metros está
abaixo da estrutura por isso que não foi considerado.

4.3.2. Esforços Variáveis (Regime Transitório)

Os esforços variáveis são a carga do vento que é de 851 N/m² que age nas
paredes e no telhado da estrutura (é alterada dependendo do sentido o vendo).
Também foi considerado um sobrepeso de 7,5 kN/m² e de uma pessoa por metro
quadrado, para o mezanino 800 N/m² e para o telhado 160N/m². A sobrecarga segue
a norma para caso quem utilizar o mezanino coloque algum tipo de equipamento.

4.4. Modelos

Todos os modelos seguem o projeto apresentado na metodologia (imagens 46,


47 e 48). O perfil utilizado foi W 530 x 109,0 e W 310 x 38,7 para as colunas e vigas
respectivamente. Já para tesoura utilizou o perfil U de 6 polegadas, todos
encontrados no catálogo da Gerdau.
As imagens a seguir são a ilustração de como ficaria a estrutura pronta. O
modelo não representa o que foi analisado. O modelo analisado foi modelo
simplificado pegando um único pórtico, a explicação está no desenvolvimento
(conflitos de interações).
O peso de cada projeto ficou em torno de 28 toneladas, no desenvolvimento
será demonstrado melhor esses resultados bem como a resistência das tesouras.

4.4.1. Modelo 1

O primeiro modelo foi desenvolvido com uma tesoura bem conhecida que não
se encontrou na literatura. Isso se deve a sua geometria que sobrecarrega a

107
estrutura a repassar a carga a uma coluna com maior intensidade que a outra. O
resultado a análise irá provar essa primeira hipótese.
O espaçamento estre os tirantes é de 1,2 m tendo uma altura máxima da tesoura
de 1,6m devido a inclinação de 7 graus. O modelo foi todo desenvolvido de forma
extrudada. A massa da estrutura ficou em 28,1 toneladas.
A figura 59 tem visão frontal possibilitando ter uma visão clara do pórtico e a
figura 60 demonstra o galpão de uma forma mais geral.

Figura 59. Vista frontal – Modelo 1.

Fonte: Própria

Figura 60. Vista geral – Modelo 1.

Fonte: Própria

4.4.2. Modelo 2

Nesse modelo optou-se por ter um ângulo de 15 graus e utilizar o perfil U de 8


polegadas pela seguinte hipótese: a tesoura não é treliçada e necessidade de um
ângulo maior para dissipar essa energia as pontas. A área de contato entre aa
tesoura e treliça deve ser maior melhorando a dissipação dessa tensão gerada.
O modelo tem 25,9 toneladas sendo um modelo simples e rapidamente
construído. Há um suporte no cume da terça para união das duas pontas.
108
A figura 61 tem visão frontal possibilitando ter uma visão clara do pórtico e a
figura 62 demonstra o galpão de uma forma mais geral.

Figura 61. Vista frontal – Modelo 2.

Fonte: Própria

Figura 62. Vista geral – Modelo 2.

Fonte: Própria

4.4.3. Modelo 3

A tesoura tem um ângulo de 10 graus com os tirantes espaçados 1,2 m. O cume


tem aproximadamente 1,4m de altura. A estrutura tem uma massa de 28,4 toneladas.
A hipótese para esse tipo de tesoura deve ter o melhor desempenho quando
comparada com as outras pela facilidade de montagem, simplicidade e boa área de
contato com as colunas.

109
A figura 63 tem visão frontal possibilitando ter uma visão clara do pórtico e a
figura 64 demonstra o galpão de uma forma mais geral.

Figura 63. Vista frontal – Modelo 3.

Fonte: Própria

Figura 64. Vista geral – Modelo 3.

Fonte: Própria

4.4.4. Modelo 4

Esse tipo de estrutura foi projetado com uma inclinação de 12 graus. Os


tirantes estão espaçados em 600 mm tendo como altura do cume em
aproximadamente 1,8 m e a estrutura tem massa de 28,8 toneladas.
A figura 65 tem visão frontal possibilitando ter uma visão clara do pórtico e a
figura 66 demonstra o galpão de uma forma mais geral.

110
Figura 65. Vista frontal – Modelo 4.

Fonte: Própria

Figura 66. Vista frontal – Modelo 5.

Fonte: Própria

4.4.5. Modelo 5

A tesoura foi desenvolvida com inclinação de 19 graus devido a hipótese de ser


uma estrutura de não suportar grandes vãos e ser apoiada sobre a coluna e não
lateralmente na coluna. Para contornar esse possível problema foi feito essa
inclinação maior quando comparada com os outros modelos. A massa dessa
estrutura ficou em 27,5 toneladas.
A figura 67 tem visão frontal possibilitando ter uma visão clara do pórtico e a
figura 68 demonstra o galpão de uma forma mais geral.

111
Figura 67. Vista frontal – Modelo 5.

Fonte: Própria

Figura 68. Vista geral – Modelo 5.

Fonte: Própria
4.4.6. Modelo 6

Esse modelo foi construído com grande dificuldade de desenvolvê-lo. A


curvatura fez que a finalização demorasse o cronograma proposto para a pesquisa.
O diâmetro da curvatura é de 40 metros, entretanto o software não construiu de
forma desejada. Resultando numa inclinação aproximada de 14 graus.
As linhas que eram para ser curvadas ficaram unindo pontos (em forma de reta).
A hipótese desse projeto é que analise sofra dificuldades de processamento e não
consiga trazer algum resultado real.
Essa estrutura foi a única feita pelo processo estrutural, onde é feito uma linha
e depois dito ao programa que aquela linha representa o designado eixo de um perfil.
A massa estrutural é de 27,8 toneladas.

112
A figura 69 tem visão frontal possibilitando ter uma visão clara do pórtico e a
figura 70 demonstra o galpão de uma forma mais geral.

Figura 69. Vista frontal – Modelo 6.

Fonte: Própria

Figura 70. Vista geral – Modelo 6.

Fonte: Própria

4.5. Preservação da estrutura

Durante a pesquisa da fundamentação e com as entrevistas ficou a dúvida entre


galvanizar o material ou fazer a pintura de toda a estrutura. A NBR8800/2008
comenta sobre os cuidados tanto no empoçamento e do contato bimetálico das
peças como foi mostrado na fundamentação. Esse cuidado é em relação a vida útil
da estrutura, para que a durabilidade e a performance da estrutura permaneçam
constante durante o tempo.
113
Em meus projetos futuros trabalharia no sistema Duplex, que seria a aplicação
da proteção de zinco juntamente com a pintura. Diminuindo assim as incertezas do
projeto mesmo que isso custe um pouco mais. Esse tipo se mostra mais eficiência
comparado com outros dois isoladamente.
Para isso é necessário ter um cuidado na hora dos projetos, isso porque os
toneis que fazem a zincagem do aço podem não suportar as dimensões dos seus
elementos. Então se faz necessário ficar atendo aos fornecedores desse tipo
processo. Já a parte dos empoçamentos e bimetálicos, deve se seguir a figura 22 e
23.
Por experiencia própria temos o uso do zarcão que é uma tinta que prepara a
superfície metálica para posterior pintura de alguma tinta esmaltada ou mesmo
epóxi. Recomendo verificar pontos de corrosão a cada 1 mês e caso a estrutura
encontram-se dentro de um forro recomendo passar graxa sobre essa estrutura.

4.6. Entrevistas focalizadas semiestruturadas

Foi possível conversar com duas pessoas que trabalham na parte de projetos
em estruturas metálicas. As entrevistas ocorreram de modo online utilizando um
programa de videocâmara. Uma delas se chama Joyce e outro se chama Rodrigo. A
Joice trabalha como calculista nos projetos em uma empresa localizada em Itajaí há
2 anos e já trabalha a 6 anos em projetos de equipamentos mecânicos. É técnica em
construção em naval, possui licenciatura matemática e é pôs graduação em
engenharia metalúrgica. Já o Rodrigo é formado em Engenharia Mecânica, trabalha
na área de estruturas metálicas a 3 anos em uma empresa em Curitiba onde faz
projetos de automação, estruturas metálicas, otimização de estruturas e
gerenciamento de produção.
Foi perguntado a eles em relação a seus primeiros projetos, como que foi esse
processo. A Joyce me informou que ela esteve junto a um calculista desde o começo
dos projetos então as dúvidas sempre eram tiradas com seu colega de trabalho. Já
o Rodrigo informou que geralmente era superdimensionado, ele fazia toda a parte
de cálculo sozinho e nesse processo ele pode entender a simulação x realidade.
Para entender se os entrevistados estão em busca de inovação foi feito duas
perguntas referentes a steel frame, wood frame, casa de isopor. O Rodrigo me disse

114
que não conhecia esses termos e nunca trabalhou com essa técnica no qual eu
expliquei durante a entrevista. Já a Joyce conhecia esses termos, conheciam
empresas que faziam esses processos, mas que na empresa dela não trabalhavam
com isso. Perguntei aos dois em relação do porquê esses métodos construtivos não
são adotados no Brasil. A Joyce comentou “Steel frame possui um custo maior que
a estrutura de alvenaria, acredito que como os engenheiros não tem conhecimento
desse material, resulte em um custo maior. O Brasil sempre está atrasado nas
inovações, e por não ter pessoas capacitadas resulta em não utilização dessas
técnicas.”. Faz sentido a colocação dela, trabalhar com algo inovador gera
desconfianças de projetos por exemplo: será que a mão de obra dará conta de fazer
o serviço como solicitado? Essas incertezas fazes que os projetos saiam mais caro
tanto que os clientes e as empresas se afastem um pouco desses procedimento.
A próxima etapa da entrevista foi entender o nível de entendimento pessoal
sobre estruturas metálicas dos entrevistados. Por exemplo na visão da Joyce o aço
tem vantagens ao concreto pois “suporte de cargas, a estrutura metálica pode ter um
custo mais leve para suportar uma carga maior; sustentabilidade; e limpeza da área
pois estrutura metálicas não produzem resíduos, quando comparados aos outros
métodos” já o Rodrigo vê diferente, “Peso, volume e estruturas em balanço sem vigas
mastodônticas (não apresentam apoio no meio da viga)”.
Quando perguntado sobre a diferença entre pré-moldados e estrutura
metálica de galpões a Joyce disse “na montagem é até mais rápido que uma
estrutura metálica, e a pré-moldada é mais prática também, porém tem a questão de
suporte de cargas, onde o pré-moldados não suporta grandes cargas. Para projetos
mais simples (menos peso) pré-moldadas é bom, o custo-benefício para maiores
cargas o aço é maior.”. Como o Rodrigo não trabalha com esse tipo de material ele
não soube dizer. O que foi possível de entender é que pré-moldados são bons para
estrutura simples onde haverá apenas o andar térreo, com pé-direito próximos dos
5 metros e principalmente a questão da distância entre as colunas (pórtico).
Na parte em qual é a parte mais crucial em um projeto de estruturas metálicas
foi um concesso: cuidado aos quais tipos de esforços que você irá considerar em
seu projeto. Deixando claro em no projeto o que foi considerado e o limite de carga
para aquela estrutura. Joyce ressaltou um ponto bem importante que é “na parte
arquitetônica, eu cuido muita parte esbeltez, ter uma sensação de conforto quando

115
vê a estrutura.”. Ela contou que certa vez estava calculando uma caldeira em nela
utilizou para unir duas peças 50 parafusos. Só que no caso era parafusos pequenos
e esteticamente não ficou legal, mesmo que o projeto dizendo que iria aguentar a
carga.
Na parte em quais normas que deveriam ser consideradas o Rodrigo
informou: “as normas não são obrigatórias, você pode seguir elas em seus projetos
ou não considerar.”. Esse ponto é algo que academicamente os professores não
deixam claro e muitos alunos seguem essa ideia de é necessário seguir a norma.
Mas lembrando que a norma é um sistema de defesa para os engenheiros quando
fazem seus projetos. A utilização ou mesmo fazer considerações de alguns pontos
fazem um projeto mais seguro, como se fosse “minhas mãos estão limpas”.
Na parte de como que eles fazem para mitigar os problemas de corrosão a
Joyce comentou “A galvanização a fogo, tratamentos superficiais, todo projeto é
dimensionado relacionando o tamanho do tanque de galvanização. Hoje é a
galvanização a fogo é o mais utilizado (20 anos de duração), eletrolítica, jateamento
normalmente para estruturas menores. Jateamento é um processo que joga
particular com areia ou bolinhas de vidro no material, forçando uma cobertura de
corrosão. Eletrolítica não é tão eficiente quando comparada a galvanização a fogo.”.
Já o Rodrigo trabalha só com pintura e repintura de seus projetos, em alguns casos
usa um aço especial para contornar esse problema. Frisei a frase Joyce (negrito)
pois trouxe um ponto que acho muito importante e que não encontrei nas minhas
buscas na bibliográfica.
Quando pergunta em relação aos pórticos a Joyce disse “para min é o
arquitetônico, mesmo tento benefícios como as circulares terem mais capacidade de
suportar maior cargas verticais. Estruturas arredondada tem maior custo de
fabricação relacionada aos outros tipos.” Já o Rodrigo informou que para pequenas
estruturas possuem apenas um perfil estrutural (I, H, U) onde é apoiado as telhas.
Já estruturas maiores Rodrigo cita “Estruturas de fachadas ou grandes estruturas
possuem pórticos em treliças onde é possível suportar grandes distancias em
balanço. Tirando vantagem da geométrica para reduzir peso e contornando o
problema das barras terem no máximo 6 metros de comprimento. Em arco seguiria
a ideia da treliça, mas permite a aparência arredondada, sendo mais estético.”.

116
Na próxima etapa da entrevista foi pergunta em relação as considerações em
utilizar aço nos projetos e os cuidados nas análises estruturais. Joyce cita que
depende da carga e do tamanho da estrutura já o Rodrigo pensa na confiança, alta
resistência, montagem e desmontagem, fácil modificação. E um ponto que eles
sempre pensam na hora do projeto é a parte da montagem, ou seja, que a estrutura
seja prática de ser montada.
Em relação aos fornecedores de seus projetos a Joyce citou “para perfil utilizo
a Arcelar Mital, Aços continente, Gerdau.” Para o Rodrigo “para perfil é Gerdau,
parafusos é AçoPar (revendedora), telha não se tem na região, se compra a mais
barata na região, Beretta que é a maior dos estados e a Raitz.”
Nos tipos de ligação houve outro concesso: pouco uso de solda e mais união
desmontável através de parafusos. Isso se dá pela segurança e praticidade no
processo. Já nas considerações das cargas cada engenheiro tem uma visão
diferente, exemplo a Joyce tenta prever se algum dia alguém poderia pendurar algo
na Tesoura já o Rodrigo já imagina as cargas que podem advim. Na minha visão um
ponto que não foi dito na entrevista foi em relação ao piso, esses pisos caso sofram
um desnivelamento podem gerar grandes problemas de movimentação dentro da
empresa.
Na questão de cargas excepcionais o Rodrigo informou que depende do
orçamento, se o cliente desejar ele leva em consideração. Já a Joyce disse que
nunca considerou e disse que “Geralmente a estrutura tem que suportar o dobro de
carga.”. Se observarmos a questão de incêndio, o aço perde 50% da resistência
quando chega perto dos 550ºC. Até chegar essa temperatura daria tempo para todos
saírem num galpão desse tamanho.
Em relação a metodologia adotada de cada um, deixo a resposta completa de
cada um:

Joyce: “inicialmente quando o cliente me procura eu avalio os requisitos e o local do


projeto. Faço uma visita técnica no local para ver se estrutura vai nascer do zero, ou
já tem algo construído, se é um campo aberto ou se tem prédios em volta. Faço a
análise estrutural posteriormente, dependendo do cliente a gente faz um desenho
arquitetônico. Essas partes todas são de anteprojeto. No projeto arquitetônico eu não
faço cálculo das ligações, com base na experiencia usamos construímos um nível

117
de orçamento. Na parte do cálculo estrutural é feito as análises de esforços nas
ligações, das chapas, entre outros elementos.”.

Rodrigo: “Determinação completa de quais esforços estarão presentes e quais


podem ser desconsiderados. Determinar as dimensões que satisfazem as
necessidades. Modelagem em CAD como um chute inicial da estrutura. Após o chute
inicial é possível estimar o peso da estrutura e assim calcular os esforços na
estrutura e seus respectivos coeficientes de segurança. Corrigir os componentes sub
e sobre dimensionados. Verificação de custos para averiguar se existe retorno
financeiro ou se é necessário mudar o projeto. Depois o detalhamento e produção.”.
Em relação a documentação temos: a parte ambiental, corpo de bombeiro,
aval com a prefeitura da cidade em questão, ATR tanto na parte e projeto como na
montagem dele.

5. Discussão dos resultados

Todos os modelos foram extrudados a fim de reduzir os problemas relacionado


aos cálculos/interações do programa. Entretanto o programa não é feito
especificamente para esse tipo de projeto. Ocorreu vários problemas de interações
e na construção na malha levando a uma série de erros.
O programa que foi escolhido foi por causa de ter uma versão gratuita aos
estudantes. Por esse motivo que se optou por utilizar esse software e não outro
específico para esse tipo de projeto.
O programa em si é uma ótima ferramenta para modelagem, entretanto aos
cálculos é necessário fazer de uma forma mais simples para que diminua esses
conflitos de interações onde o programa roda infinitamente, não encontrando uma
solução e chegando a dar erro depois de várias horas.
Para isso a solução adotada foi pegar um único pórtico e aplicar as cargas
verticais e horizontais nos pórticos ignorando a carga frontal. As cargas foram
calculadas devidamente com a NBR 8800 e estão no desenvolvimento e foram
descritas na metodologia. A simulação ocorreu de forma trazer a maior realidade
possível de esforços.

118
Para a construção da malha optou-se pelo o método de h-adaptative que funciona
da seguinte forma. O método adaptativo ele refaz a análise refinando a malha nos
pontos de maiores tensões. Quanto maior for o número de vezes que eu colocar para
repetir e o grau de precisão maior será a qualidade do resultado.
Supondo que em uma estrutura a tesoura está sofrendo uma carga. Na primeira
analise o programa seguiria com a malha que foi construída pelo usuário, na segunda
rodada a malha seria refeita nos pontos de maiores tensões até que se chegue em
um resultado mais exato.
O método adaptativo auxilia nesse processo da construção da malha, por isso
que foi utilizado apenas uma malha. Foi selecionado os parâmetros de loolps de 3
vezes e 98% de acuracidade. As cargas foram divididas em 6 (pois se tem 6
colunas/pórticos) e aplicadas conforme análise do vento.
O cálculo do vento demonstrar que a maior carga é para a parede de maior área
então as colunas onde não tem mezanino sofreu a carga positiva sobre a coluna e
negativa sobre a tesoura e a outra coluna. Já o mezanino sofreu a carga positiva e
a gravidade foi considerada como citado na metodologia. Para consideração da
caixa de água optou-se por colocar a carga diretamente sobre o pilar que sustenta o
mezanino, o pilar do meio.
A malha para os modelos é de 15mm com exceção o modelo 6 que é estrutural
e é o programa que escolhe a malha.
O peso das estruturas ficou bem parecidos, ao comparar pórtico com pórtico é
possível se dizer o modelo 1 e 3 tem as mesmas massas sendo que foram que são
mais fáceis de construção tanto no software como na aplicação real. Tento uma
ótima relação de resistência a carga.
Os perfis foram retirados do catálogo da Gerdau como mencionados na
metodologia. No primeiro ensaio apena a estrutura (sem as tesouras) receberam as
cargas juntamente com o suporte da caixa de água. O resultado foi positivo
permitindo a continuação das análises de cada modelo com sua tesoura.

5.1. Modelo 1

Para formar a malha demorou 2 minutos e 58 segundos. O pórtico suportou bem


a carga tendo uma tensão média de 245 MPa (figura 71). A maior concentração de

119
carga (figura 72) foi encontrada entre a viga do mezanino e seus suportes. Isso pode
ser resolvido da seguinte maneira: desenvolver um suporte com maior área de
contato com a viga. Já a figura 73 demonstra a concentração de carga na tesoura.

Figura 71. Diagrama geral – Modelo 1.

Fonte: Própria

Figura 72. Concentração de carga na viga e coluna – Modelo 1.

Fonte: Própria

Figura 73. Concentração de carga na tesoura – Modelo 1.

Fonte: Própria

120
5.2. Modelo 2

A formação da malha desse modelo ocorreu em 2 minutos e 3 segundos. Foi


possível perceber que a concentração de carga na tesoura foi elevada já que não
estrutura não suportaria a determinada pressão. Isso deve-se a fragilidade que esse
tipo de pórtico tem. Estruturas de concreto tem vantagens nesse modelo já que o
concreto suporta compressão muito melhor quando comparado com o aço.
A análise demonstrou que não é possível desenvolver um pórtico desse tipo em
aço que seja vantajoso.

Figura 74. Diagrama Geral – Modelo 2.

Fonte: Própria

5.3. Modelo 3

O modelo 3 demorou 3 minutos e 47 segundos para fazer a malha. De todos os


modelos foi o que obteve o melhor resultado. Por sua geometria ser simples e fácil
de se desenvolver creio que seja uma das estruturas mais utilizadas pela sua
eficiência. A concentração de carga ocorreu no banzo inferior (figura 75). Já no banzo
superior a carga foi muito bem distribuída (figura 74).

121
Figura 75. Diagrama Geral – Modelo 3.

Fonte: Própria

Figura 76. Concentração de carga no banzo inferior – Modelo 3.

Fonte: Própria

5.4. Modelo 4

A malha foi produzida em 4 minutos para esse modelo. A concentração de carga


ocorreu em dois pontos: no banzo superior em contato com a coluna (figura76) e no
banzos inferiores perto do cume. A média de tensão foi de 253 MPa sendo que

122
ultrapassou o limite de fluência do material no ponto de contato entre as pontas como
mostra a figura 77 e 78.

Figura 77. Concentração de carga no banzo superior – Modelo 4.

Fonte: Própria

Figura 78. Concentração de carga no banzo inferior 1 – Modelo 4.

Fonte: Própria

Figura 79. Concentração de carga no banzo inferior 2 – Modelo 4.

123
Fonte: Própria

5.5. Modelo 5

O modelo 5 demorou 3 minutos e 38 segundos para ser construído a malha. A


tensão média do modelo foi de 254 MPa. A maior carga ocorreu na tesoura, no banzo
inferior com a coluna (figura 79). Já era esperado esse resultado, entretanto a
tesoura suportou melhor que o esperado. Entretanto o modelo 3 ainda possui
vantagem em conseguir distribuir melhor a carga advinda da tesoura para o pilar.
Foi possível perceber que o banzo inferior teve a região com a maior
concentração de carga por todo o seu comprimento (figura 80).

Figura 80. Concentração de carga no banzo inferior com a coluna – Modelo 5.

Fonte: Própria

124
Figura 81. Concentração de carga no banzo inferior com o tirante – Modelo 5.

Fonte: Própria

5.6. Modelo 6
O modelo 6 foi o que mais deu problema e o que mais apresentou dificuldades
tanto na construção como também na análise. Por se tratar de uma curvatura isso
resultou em vários problemas com por exemplo o trajeto dos banzos. Ficaram
praticamente alguns pontos em linha reta. Outra dificuldade foi a necessidade de
fazer todo o modelo em peças estruturais sendo que o programa não permite mexer
na malha dificultando assim análise.
O software utilizado não possui capacidade de análise para esse tipo de
estrutura. Tentou-se fazer várias adaptações mas o modelo que mais chegou perto
foi esse na figura 82. A tensão máxima é de 320MPa demonstrando que para o
software ocorreria a deformação plástica no material e até mesmo rompendo o limite
de escoamento chegando no limite de ruptura.
Nessa pesquisa, o trabalho não conseguiu contemplar esse tipo de pórtico.

Figura 82. Diagrama Geral – Modelo 6.

Fonte: Própria

125
5.7. Resultados

Os modelos 1 e 3 demonstraram ter alta vantagem quando comparadas aos


outros tipos de estrutura pela sua simplicidade construtiva. Possuem também alta
resistência e com baixo consumo (6%) de material quando comparados ao modelo
4, 5 e 6.
Já o modelo 5 não teve um bom desempenho por ele ser uma estrutura que
necessita ser apoiada sobre a coluna e não como foi feito. Mesmo assim demonstrou
bons resultados lembrando que há uma alta inclinação que pode sim ter influenciado
nos resultados. Entretanto a configuração simplista facilitou na hora da análise
ganhando vantagem quando comparado aos modelos 2, 4 e 6.
O pórtico simples (modelo 2) resultou no que era esperado, ruptura do material.
Poderia ter sido substituído a viga U por I porém a comparação poderia surtir grandes
diferenças. Esse tipo de pórtico é recomendado para estruturas pré-moldadas por
suportarem altas cargas de compressão que é a carga sofrida por esse modelo.
Em resumo os modelos 1, 3 e 5 foram o que tiveram melhor performance e o
modelo 6 foi desconsiderado pela sua alta complexidade e resultados fora do
esperado.

5.8. Configuração do computador

O computador utilizado foi um notebook Blade da Razer modelo 2018. Ele possui
uma placa de vídeo NVIDIA GeForce GTX 1060, RAM de 16 GB e um I7. O sistema
operacional é um Windows. Como demonstra as figuras 83 e 84.

Figura 83. Configuração do computador.

126
Fonte: Própria

Figura 84. Placa de Vídeo.

Fonte: Própria

127
6. Conclusão

As formas de estrutura e de planejamento para execução de um projeto, tem


muitas etapas e métricas a serem executadas e seguidas. Tendo em vista esse
conhecimento, e conhecendo todos os materiais e técnicas que se dispõem nesse
cenário e meios que alimentam as formas de execução conclui-se que deve se ter
um conhecimento específico maior à cerca de planejamento estrutural/cálculo
estrutural.
Saber como isso se denomina e se forma, os passos traçados e as métricas
elaboradas, temos uma forma de compreender esse universo que se revela através
de pequenas formas que fazem diferença. Veja acerca da utilização do aço no
decorrer dos anos, até os dias atuais, e a importância desse implementado no
mercado atual de forma a acelerar os projetos e construções e assim termos um
maior aproveitamento de tempo. Isso sem dúvida é um dos fatos incríveis a serem
ressaltados através do texto vemos como isso se revela na execução do projeto.
Outra métrica importante e que vemos bem traçado no texto é a forma que
temos com isso em referência as obras de maior resistência. Uma vez que foi
utilizado aumentou as possibilidades de melhor aproveitamento em projetos
expandindo assim as possibilidades de design em obras que até então não eram
possíveis, já que não se tinha resistência suficiente na utilização do concreto como
matéria base para grandes vãos.
A nomenclatura técnica se faz presente, mas algumas explicações sobre o
que são, e o que representam não ficou bem claro só na leitura, logo se faz
necessário a prática. É no desenvolvimento que será observado melhor alguns
aspectos que não foram absorvidos.
O texto para um leitor que busca conhecimento sobre estruturas metálicas na
execução de um projeto, se torna prático e objetivo. A leitura é clara, e se torna
proveitosa para se ter conhecimento sobre esse universo abordado.
Foi possível perceber uma das ferramentas mais importantes já vistas que é
simplificação do modelo. Quando começa ocorrer vários problemas de interação na
análise estrutural foi necessário fazer modificações para que o projeto conseguisse
chegar em um resultado confiável e que fazia sentido.

128
A importância de utilizar um software específico para determinada aplicação se
mostrou de suma importância ao trabalhar com esse tipo de estrutura. Entretanto
softwares deveriam permitir ou mesmo trazes alunos que estão cursando a área de
engenharia a possibilidade de experimentar esse tipo de programa.
O resultado da pesquisa demonstrou os cuidados necessários para a
preservação da estrutura bem como os cuidados de montagem. Alertando a
necessidade de verificar na região qual é a dimensão máxima dos elementos para a
galvanização do material. E ao se trabalhar com estruturas de galpão as uniões entre
os elementos como viga e coluna são de ligação parafusadas e as ligação entre os
suportes-viga/coluna são soldadas. Para análise desse tipo de estrutura é
necessário fazer várias análises das uniões da estrutura ou pórtico, designar a força
atuante na ligação e fazer análise para cada caso.
A estrutura do modelo 1 e 3 demonstraram ter alta vantagem quando comparadas
aos outros tipos de estrutura pela sua simplicidade construtiva e alta resistência e
com seu baixo consumo de material quando comparadas ao modelo 4, 5 e 6.
Levando em conta também a maior facilidade de cálculo para a análise de elementos
finitos. Porém o modelo 5 teve bons resultados demonstrando ter alto potencial de
utilização e de fácil analise.
Não se utilizou contraventamento pois o software apresentou vários conflitos
tanto de geométrica na parte da malha como na parte de cálculo que ficava rodando
infinitamente sem chegar em um resultado. Por isso que nenhum dos modelos foram
contemplados.
As lições aprendidas foram:
✓ cada software possui suas vantagens e desvantagem, busque
informações tanto na modelagem como na parte de cálculo se o software
irá suprir suas necessidades;
✓ o que parece simples pode ser muito mais complicado do que imagina,
como por exemplo o modelo 6 que se teve vários problemas de geometria;
✓ a simplificação é uma ferramenta importante quando trabalhamos com
modelagem, entretanto tem seus cuidados a serem tomados
✓ busque utilizar modelos lineares e sem curvas, isso facilitará os cálculos;
✓ a como projetar um galpão metálico e a como aplicar a NBR 8800 e a NBR
6123 no projeto.

129
Sugestão de pesquisas futuras: otimização de um dos modelos feitos; otimização
de um pórtico (geometria perfeita); pesquisas para melhorar o pré-dimensionamento;
pesquisas referentes aos cuidados a serem levados quando for feito análises em
elementos finitos; comparar um galpão com suporte e sem suporte; dimensionar um
galpão com ligações parafusadas; pesquisas referentes aos contraventamentos.

130
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139
8. ANEXOS E APÊNDICES

Anexo A. Diagramas de Forças Cisalhantes e Momentos Fletores, e Equações de


Deslocamentos Lineares e Angulares para Vigas Biengastadas e Engastada em
uma Extremidade.

140
Fonte: Adaptado de Juvinall (2016).

Anexo B-1. Deflexão em vigas apoiadas

Fonte: Hibbeler, 2008.

Anexo B-2. Deflexão em vigas em balanço.

141
Fonte: Hibbeler, 2008.

142
Anexo C. ASTM – MR 250/AR350/AR350COR

Anexo D. Questionário

Questionário

Nome do entrevistado:

Estruturas metálicas apresentando diversas vantagens quando comparadas


a outros materiais construtivos como concreto, madeira e mistos. Vale destacar
algumas vantagens como: rapidez na entrega, alívio na fundação, menos perdas e
a limpeza da obra.
Ao dimensionar uma estrutura metálicas devemos estar atendo algumas
normas como por exemplo a NBR 8800 que trata sobre esse tipo de estrutura. Na
norma é demonstrado vários aspectos como os coeficientes de segurança, as

143
combinações de forças (permanentes, variáveis e excepcionais), os
dimensionamentos de elementos e seus cálculos de resistência.
Logo abaixo é demonstrado 3 figuras: a primeira representa um galpão com
um mezanino; a segunda representa alguns tipos de ligação metálica; e a terceira
representa a estrutura da cobertura do galpão. Observe atentamente estas figuras
pois posteriormente será feito algumas perguntas relacionadas a elas.

Figura 1. Galpão

Figura 2. Tipos de ligação metálica.

144
Figura 3. Estrutura da cobertura de um galpão.

Perguntas:
1. Introdutório

• Qual é sua formação?

R:

• Qual é sua área de atuação?


145
R:

• A quanto tempo você trabalha com estruturas, e com estruturas metálicas?

R:

• Você lembra como que foi o seu primeiro projeto de estruturas metálicas?
Como que foi esse processo?

R:

• Já ouviu falar sobre: steel frame, wood frame, casa de isopor? Saberia as
diferenças, as vantagens ou mesmo citar o que é cada uma?

R:

• Em relação a pergunta anterior, você já projetou ou acompanhou alguma


dessas técnicas? Por que não são difundidas no Brasil?

R:

2. Conhecimento sobre Estruturas metálicas

• Quais vantagens apresentam estruturas metálicas comparadas a estruturas


de concreto?

R:

• Estruturas de concreto pré-moldado apresentam mesma rapidez que uma


estrutura metálica? Quais são estas diferenças?

R:

• Que cuidados são necessários para construção de uma estrutura metálica?

R:

• Quais normas você acredita que não pode faltar em todo projeto de estruturas
metálicas?

R:

• Estruturas metálicas apresentam como uma grande desvantagem a


corrosão, como que você mitiga este problema em seus projetos?

146
R:

• Há diferentes tipos de pórticos para estruturas metálicas, poderia citar


aplicabilidade deles?

R:

3. Análise estrutural

• Em relação análise estrutural há 3 etapas: Anteprojeto; Dimensionamento


(cálculo estrutural) e o Detalhamento. Em relação a etapas responda:
o Que critérios levam a seleção ou não de uma estrutura metálica,
quando se fala de anteprojeto?

R:

o Quando se pensa em um projeto de estruturas metálicas que aspectos


veem em seu pensamento?

R:

o Para o detalhamento são necessários o catálogos dos fornecedores


para verificar a disponibilidades dos materiais. Quais empresas você
pode citar como seus fornecedores para este tipo de método
construtivo?

R:

• Quais tipos de ligações metálicas existentes e por você considera somente


elas?

R:

• De que forma você avalia as forças permanentes, variáveis e excepcionais?

R:

• Como é seu olhar para forças excepcionais?

R:

• Na hora da análise estrutural como que é sua análise em relação nos pontos
de ligação entre os elementos estruturais?

R:
147
• Qual é sua metodologia de projeto de estruturas metálicas para o
desenvolvimento dele? Quais passos/etapas/processo você faz para que a
ideia vire um projeto?

R:

4. Perguntas Adicionais

• Como que é o procedimento em relação aos documentos necessários para


construção de uma estrutura metálica, no caso de um galpão?

R:

Anexo E. Tabela de Bitolas Gerdau

148
149
Anexo F. Coeficiente de Flambarem

Anexo G. Memorial de cálculo para Carga gerado pelo vento

Relatório
Observação: Os resultados aqui expostos devem ser avaliados
por um professional com experiência
VisualVentos http://www.etools.upf.br
Este software está registrado no INPI No. 00062090

Dados Geométricos
b = 12,00 m

a = 24,00 m

b1 = 2 * h
b1 = 2 * 8,80
b1 = 17,60m
ou
b1 = b/2
b1 = 12,00/2
b1 = 6,00m
Adota-se o menor valor, portanto
b1 = 6,00 m

a1 = b/3
a1 = 12,00/3
a1 = 4,00m
150
ou
a1 = a/4
a1 = 24,00/4
a1 = 6,00m
Adota-se o maior valor, porém a1 <= 2 * h
2 * 8,80 = 17,60 m
Portanto
a1 = 6,00 m

a2 = (a/2) - a1
a2 = (24,00/2) - 6,00
a2 = 6,00 m

h = 8,80 m
h1 = 0,00 m
ß = 0,00 °
d = 4,90 m

Área das aberturas


Fixas
Face A1 = 0,00 m²
Face A2 = 0,00 m²
Face A3 = 0,00 m²
Face B1 = 0,00 m²
Face B2 = 0,00 m²
Face B3 = 0,00 m²
Face C1 = 0,00 m²
Face C2 = 0,00 m²
Face D1 = 0,00 m²
Face D2 = 0,00 m²

Movéis
Face A1 = 0,00 m²
Face A2 = 0,00 m²
Face A3 = 0,00 m²
Face B1 = 0,00 m²
Face B2 = 0,00 m²
Face B3 = 0,00 m²
Face C1 = 0,00 m²
Face C2 = 0,00 m²
Face D1 = 0,00 m²
Face D2 = 0,00 m²

Velocidade básica do vento


Vo = 45,00 m/s
151
Fator Topográfico (S1)
Vales profundos, protegido de vento de qualquer direção
S1 = 0,90

Fator de Rugosidade (S2)


Categoria III
Classe B
Parâmetros retirados da Tabela 2 da NBR6123/88 que relaciona Categoria e Classe
b = 0,94
Fr = 0,98
p = 0,10

S2 = b * Fr *(z/10)exp p
S2 = 0,94 * 0,98 *(8,80/10)exp 0,10
S2 = 0,91

Fator Estático (S3)


Grupo 1
S3 = 1,00

Coeficiente de pressão externa


Paredes
Vento 0°

Vento 90°

152
Telhado
Vento 0°

Vento 90°

Cpe médio = -1,10

Coeficiente de pressão interno


Cpi 1 = -0,40
Cpi 2 = -0,40

Velocidade Característica de Vento


Vk = Vo * S1 * S2 * S3
Vk = 45,00 * 0,90 * 0,91 * 1,00
Vk = 36,81 m/s

153
Pressão Dinâmica
q = 0,613 * Vk²
q = 0,613 * 36,81²
q = 0,83 kN/m²

Esforços Resultantes
Vento 0° - Cpi = -0,40

Vento 0° - Cpi = -0,40

Vento 90° - Cpi = -0,40

Vento 90° - Cpi = -0,40

154
Anexo G. Cálculo das forças atuantes nos modelos pela eq. 46 da NBR 8800.

155

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