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Apontamentos de Imagem

Na análise de uma imagem deve ter-se em conta:


1. Enquadramento: O que meter lá dentro;
2. Distância focal: Tipo de objectiva a utilizar;
Quanto maior a objectiva, mais apertado o campo;
3. Ponto de vista: Picado / Contra-picado;
4. Composição: Como são geridos os elementos na imagem;
5. Côr / Luz: Sensações cromáticas;
6. Contexto: Interpretação.

As objectivas:
1. Composta por várias lentes – Ponto nodal: Centro das lentes.
2. Variam entre si na distribuição destes elementos – Mais para frente ou
mais para trás.
3. Objectivo de corrigir certo tipo de aberrações que prejudicam a imagem;
4. Melhor definição;
5. Ajuste da luminosidade juntamente com o diafragma;
6. Conforme o formato da imagem escolhemos a melhor objectiva;

Poder de Cobertura da Objectiva:


1. Área que a objectiva abrange que é considerada uma imagem de boa
qualidade;
2. Os cantos da imagem tendem a não ter uma boa cobertura  Mais
escuro e com menos definição  Cobertura menos eficaz;
3. Cada formato de imagem tem um tipo de cobertura.

Ângulo de vista: Diagonal do formato da imagem.


Distância Focal :
 Distância entre os pontos nodais (centro de todas as lentes) e os raios
que convergem.
 Pode ser fixa ou variável = ZOOM = Elementos movem-se e modificam a
distância focal = Permite que o operador, sem sair do lugar, passe de um
primeiro plano a um plano geral.
 A distância focal das objectivas fixas é importante em relação ao formato
da imagem = normal = diagonal do formato.
 A distância focal + diafragma = Mais importantes características de uma
objectiva.
 A distância focal (medida em milímetros) de uma objectiva indica o seu
grau de ampliação da imagem e o seu ângulo de visão.
 Quanto maior a distância focal = Maior movimento físico de focagem para
cobrir as diversas distâncias.

Tipos de Objectiva:
1. Grandes angulares: Quando a distância focal é menor que a diagonal
dessa imagem = Grande profundidade de campo.
 Abaixo dos 50 mm
 Focalização é mais fácil.
 Tendência de causar distorções nos planos = Sensação de
prolongamento.
2. Normais: Quando a distância focal é igual à diagonal dessa imagem.
 50 mm para 35 mm = Normal = Olho Humano.
 25 mm para 16 mm
 MACRO
3. Teleobjectiva: Quando a distância focal é maior que a diagonal dessa
imagem = Pequena profundidade de campo.
 Acima dos 50 mm
 São produzidas para observar ou fotografar objectos a uma
distância mais elevada = Focagem é mais difícil.
 Distâncias relativas entre os objectos tornam-se menores.

Ângulo de campo visual:


 Mudam consoante o uso de 35 ou de 16 mm;
 Vai diminuindo o ângulo consoante o aumento da objectiva;
1. 28 mm = Ângulo muito maior
2. 135 mm = Ângulo muito menor

Diafragma:
1. Uma escala (Números F:) que permite saber a quantidade de luz que
entra na objectiva;
2. Distância focal ‘/. Diâmetro da abertura = Nº F:
3. Escala de Nº F: 2 – 2,8 – 4 – 5,6 – 8 – 11 – 16 .
4. De cada vez que aumentamos ou diminuímos o diafragma = Entra ou sai
o dobro da luz;
5. Quanto maior é o número do diafragma, menos quantidade de luz entra;
6. Quanto menor é o número do diafragma, mais luz entra;
7. As aberturas são iguais em qualquer tipo de objectiva porque são o ratio
entre a abertura (diâmetro) do diafragma e a distância focal.

Profundidade de campo: = Focado ao longe = + Profundidade.


1. É o espaço nítido entre o ponto mais perto da câmara e aquele que está
mais longe;
2. Permite acentuar ou isolar pormenores de objectos a 3 dimensões;
3. Varia consoante algumas condições:
Abertura: Menos abertura (menos luz) (maior nº.) = Mais profundidade
Distância: Mais perto o objecto da objectiva = Menos profundidade;
Mais longe o objecto da objectiva = Maior profundidade;
Distância Focal: Grande ângular (menos distância focal) = Mais
profundidade;
Teleobjectiva = Menos profundidade;

Formação da película:
1. Base = Triacetato Celulose
2. Camada antialo = Protege as camadas dos reflexos
3. 3 Camadas sensíveis às cores = Red / Green / Blue
4. Camada de protecção = Camada anti-abrasiva
5. A sua sensibilidade à luz é referida em valores ISO.

Exposição e Leitura Correcta da Luz:


 Medir a quantidade de luz correcta que vai ser impressa;
 Depende da sensibilidade e da temperatura;

1. Sensibilidade da película:
 Camadas compostas por sais de brometo de iodeto de prata que
quando expostas à luz, queimam;
 Os sais são aquilo que vemos como grão consoante a
sensibilidade da película;
 Quanto mais sensível a película = Mais grão tem;
 Quando fôr projectado um material temos de ter em conta a janela
de exibição = Quanto mais ampliado, mais grão tem.

 ISO é a medida da sensibilidade de película sensível à luz:


a) Quanto mais sensível fôr = Menos luz;
b) Quanto menos sensível fôr = Mais luz;
c) Películas lentas = + Luz = - Sensíveis = Até 100 ISO
 Grão mais fino + Maior resolução + Maior Contráste
d) Películas médias = Até aos 200 / 300 ISO
e) Películas rápidas = - Luz = + Sensíveis = 400 ISO +

 Sensibilidade vai ter efeito no diafragma também:


a) Sensibilidade aumenta = Aumenta 1 Diafragma (e).

2. Temperatura de Côr:
 A película capta a luz tal como ela é, por isso o fabricante tem de a
calibrar para uma determinada temperatura de côr;
 Podem ser usados filtros ou ajuste de brancos na própria câmara
para corrigir as cores também;
 D = Day Light = Luz natural = 5.500º Kelvin;
 T = Tungsténio = Luz artificial = 3.200º Kelvin;
EXEMPLO GERAL: 320 T (na lata) = Calibrada para 320 Tungsténio + 3.200 º
Câmaras normalmente calibradas para T. = Mudar para D. é
mexer nas sensibilidades.

Para obter uma exposição de Luz Correcta:


 O ajuste da sensibilidade ISO;
 Zonas do objecto que se medem;
 Ter em conta a distribuição entre o obturador e a abertura (diafragma);
 Ter em conta o tempo de exposição
o Referida através das velocidades do obturador ou dos valores F:
o Tempo de exposição controla as qualidades tonais e de côr.
o Depende da iluminação do objecto + Rapidez da película +
Condições da Imagem.
o 1/48: 24 imagens por segundo
o 1/50: 25 imagens por segundo
o Uma foto de um objecto em movimento deve ser tirada com uma
velocidade alta.
o Menos tempo de exposição significa menor quantidade de luz
atingindo o filme, exigindo uma abertura maior do diafragma.

Fotómetro: 1º medição de luz – Referência à imagem em campo


 Aparelho que mede a intensidade da luz sobre um objecto;
 Assim se decide sobre o diafragma a ser utilizado;
 Diz-nos sobre quando saímos dos limites claros ou escuros.

 Mede a luz incidente (com a bola branca);


o Estamos a medir a reflexão média = 18% cinzento
o Uma média das várias reflexões
o A média dentro do enquadramento
 Mede a luz reflectida (sem a bola branca);
o Mais vantajoso quando estamos perante uma superfície
homogénea (parede toda branca);

Dados a introduzir no fotómetro:


1. Se vamos medir a luz incidente ou a reflectida;
2. Qual a sensibilidade da película;
3. Qual a velocidade = Tempo de pose da película;
= Para obter o diafragma a utilizar!

Quando analisamos uma imagem em termos de luz:


1. Ter em conta o nível de luminosidade = Luminância = Brilho
2. Ter em conta a distinção entre as cores = Crominância = Cores
Curiosidade: Imagem a preto e Branco é o registo da luminância.

 Há variações de luz entre o mais claro e o mais escuro :


o Pode chegar a uma diferenciação de 1000 para 1;
o Vídeo distingue de 32 para 1;
o Olho distingue de 100 para 1;
o Película distingue de 128 para 1;
 Tudo para além disto é interpretado como preto e branco.

Contraste: Variação nos tons de cinzento que consegue reproduzir entre o


branco e o negro.

Latitude: Tolerância que a película tem para registar os cinzentos intermédios,


relaciona-se directamente com a exposição.

Lá vem o diafragma outra vez!


 STOP = Passagem de 1 diafragma para outro;
 Aumento ou Diminuição dos STOP = ± o dobro da Luz;
 Aquilo que nos interessa tem uma variação entre o + claro e o + escuro
de 3 STOP;
 Podemos deslocar 1 STOP para cima ou para baixo = Tolerância;
 Película = 7 STOP = Maior tolerância.
 Vídeo = 5 STOP = Menos latitude + Mais contráste = Passagem entre os
cinzentos é mais acentuada + Menor tolerância.

DECISÃO: Sobre aquilo que queremos perder e aquilo que queremos ganhar.

Monitor Forma de Onda: 2º medição de luz – Referência à imagem em campo


 Gráfico sobre as intensidades do sinal de luz;
 Nível 7,5% = Daqui para baixo é tudo negro = Nível mínimo de sinal;
 Nível 100% = Daqui para cima é tudo branco;
 Cada 2 STEP = 1 STOP – No monitor.

Posições de Zebra: 3º medição de luz.


 0, 70, 100;
 Mas, só dá a medição em determinados sítios = O mais limitado;
 Só nos diz quando saímos dos limites em relação aos claros.

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CLOUQUET

EQUIPA DE RODAGEM
Encarregada de realizar as tomadas de vista do filme
- Director de Fotografia
- Operador de Câmara
- 1º Assist. De Imagem
- 2º Assist. De Imagem

- Electricistas (têm a responsabilidade sobre o material de iluminação e sobre a


sua instalação).
- Maquinistas (fazem todas as construções necessárias para colocar a câmara e
os projectores – sobretudo quando envolve movimentos de câmara).

Director de Fotografia
- É o chefe do departamento de imagem.
- Cria a luz ideal para formar a atmosfera desejada pelo realizador.
- Dirige a instalação dos projectores.
- Determina com o Assist. Realização os horário mais favoráveis à rodagem das
cenas.
- Determina o diafragma e gere variadas astúcias afim de conseguir a imagem
desejada pelo realizador.
- Na pós-produção dá instruções ao laboratório para a étalonnage.

Operador de Câmara
- Determina, com a confirmação do realizador, a colocação da câmara.
- Dirige a equipa de maquinistas nas construções necessárias aos movimentos
de câmara e ao ritmo dos mesmos.
- Deve estar em relação directa com grande parte da equipa: electricistas
querem saber a escala do plano; maquilhagem se o plano for muito fechado a
maquilhagem tem que ser mais percisa; decoração pode ter que fazer ajustes de
ultima hora; tem uma relação muito directa com o 1º Assist. De Câmara que
procura atribuir ao operador o maior conforto possível; o perchista tem que ser a
pessoa que melhor conhece o enquadramento a seguir ao operador de câmara,
finalmente o maquinista instala a câmara no local desejado e realiza os
movimentos de câmara.

1º Assist. De Câmara
- Responsável pelo estado e funcionalidade do material.
- Realiza testes de material e de película antes da rodagem.
- Responsável pelos focos.

2º Assist. De Câmara
- Responsável pelo carregamento dos magasins e das baterias.
- Faz a ponte entre o plateau e o exterior.
- Na rodagem dos planos está encarregado de realizar os zooms se tal for
necessário.

OPERADOR DE CÂMARA
REPERAGES
- Com a ajuda de um visor de campo, o operador, dá algumas indicações sobre
as posições de câmara possíveis, sobre as distancias focais, ...
- Certifica-se da acessibilidade ao décor (no caso de existir material pesado
como uma Dolly.

RELAÇÃO COM O ASSIST. DE SOM (PERCHISTA)


- O operador e o assist. de som devem estar em perfeita simbiose.
- O perchista têm que saber a escala exacta do plano. Para tal o O.C. dá-lhe os
limites do enquadramento.
- O Operador de Câmara tem que estar atento às sombras da perche.

NOÇÃO DE VOLUME NO INTERIOR DE UM PLANO


- O olho humano tem uma visão binocular, tal permite-lhe ter uma percepção
tridimensional dos objectos.
- A câmara, por outro lado, tem uma visão monocular e como tal, bidimensional.
- É da responsabilidade do O.C. conseguir o efeito de tridimensionalidade
através dos melhor ângulos e colocação dos objectos no interior do plano.
- Noção de espaço dada também pela luz utilizada de forma a criar contraste
entre as zonas escuras e as zonas claras.
- Quando a profundidade de campo é muito grande a imagem parece mais
plana.

GRAMÁTICA CINEMATOGRÁFICA

CAMPO – CONTRACAMPO
- Manter a mesma distância focal e a mesma distancia afim de conservar a
noção do espaço entre as personagens.
- Amorces devem ter as mesmas proporções nos dois planos.

ALTURA DA CÂMARA
- Nível dos olhos do actor.

MOVIMENTOS DE CÂMARA
- Ter cuidado com a velocidade da panorâmica por causa da estroboscopia.
- Raccord de velocidade – manter a mesma velocidade de panorâmica ou
travelling entre dois planos.
- Idem para raccord de movimento.
- Travelling mecânico quando a câmara se desloca de um ponto a outro.
- Travelling lateral também pode criar estroboscopia.

A LUZ
- Propaga-se a 300.000km/s no vácuo
- Tem uma natureza corpuscular. É constituída de partículas elementares
(fotões) projectados em linha recta.
- O seu ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão.

TEMPERATURA DE COR
- Medida em graus Kelvin (zero K = -273ºC)
- Aumentando a temperatura modifica-se a cor do emissor de luz.
- A cada temperatura de cor corresponde uma cor diferente.
- Luz do dia ou lâmpada HMI – 5500ºK
- Lâmpadas de tungsténio (estúdio) – 3200ºK
- Existem películas especializadas para os dois tipos de temp. De cor:
DAYLIGHT e TUNGSTÉNIO.
- Existem filtros para alterar a temp. De cor que entra na câmara: 80A (3200
para 5500) e 85B (5500 para 3200).

MEDIÇÃO DE LUZ
- Feita com a ajuda de um fotómetro.
- Mede luz incidente(aponta-se o fotómetro ou para as várias fontes de
iluminação ou para a câmara afim de realizar uma média) e reflectida (aponta-se
para o objecto).
- O fotómetro (com a capa para luz incidente) faz uma avaliação da luz
consoante o cinzento médio 18% (equivalente ao tom de pele de um europeu
caucasiano).
- A luz reflectida pode ser feita com a ajuda de um cartão cinzento médio 18%.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DA EMULSÃO A CORES

CONSTÍTUIÇÃO DA PELICULA
- Está sobre um suporte de triacetato de celulose e contem uma camada anti-
halo.
- Substratum, está entre o suporte e as camadas de emulsão. Serve para
aumentar a aderência.
- Contem três camadas finas de emulsões fotosensíveis. A cada uma
corresponde uma das cores primárias (RGB).
- Camadas compostas por grãos de brometos e iodetos de prata.

SENSIBILIDADE
- Medida em ISO (International Standard Organization), ASA (American
Standard Organization) e DIN (Deutsche Industrie Norme).
- Quanto maior for a sensibilidade, mais rápida é a pelicula, maior é a sua
granulação, menor é a sua definição e menor é o seu contraste.
- A sensibilidade marcada na película é apenas uma média. É recomendável
realizar testes à película.
- Película de velocidade lenta : ISO 25 32 40
- Película de velocidade média : ISO 50 64 80
- Película de velocidade rápida: ISO 100 125 160 200
- Película de velocidade muito rápida: ISO 320 400 500 1000

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