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Mas, um dia, despertei espiritualmente. Antes disso acostumava zangar-me quando alguma
coisa não saía como eu queria, ou quando alguém dizia algo que me irritava. Não pensava, porém,
que tivesse feito algo errado. Tais reações começavam a fazer parte de minha personalidade. Eu me
havia convertido, e, afinal de contas, era isso que importava. Até que um dia, poucas décadas atrás,
meus olhos se abriram. Posso lembrar-me, ainda, do lugar onde estava sentada quando comecei a
chorar amargamente, depois de haver, mais uma vez, "estrilado" com alguém em um tom de voz
irritado.
O que me fizera chorar? De repente me senti face a face com o fato de que Jesus havia
pago, por mim, o preço da redenção, para que eu fosse redimida. Jesus derramara Seu sangue por
mim para que eu fosse refeita à imagem do Filho de Deus. Onde estavam as semelhanças entre mim
e Jesus, o Cordeiro? Ele era manso e prometera o reino dos céus aos mansos. Mas, será que eu me
tornara mansa? Meu relacionamento com Jesus assumira a forma de um relacionamento com uma
pessoa morta. Era exatamente como se Jesus se tivesse transformado, para mim, numa fórmula
matemática. Naturalmente, eu sabia que Ele pagara, por mim, o preço da redenção, que eu fora
alforriada e estava justificada. Mas, com o correr do tempo, esta fé tinha se transformado numa
fórmula vazia.
Onde estava o Cristo vivo e admirável em minha vida? Estando Ele vivo hoje, podemos
também entristecê-lo tanto quanto fizeram os discípulos há tantos anos. Ele ainda é o Senhor e não
deveríamos entristecê-lo, porque ofereceu Sua vida por amor a nós.
Pude ver, então, o quanto O entristecemos e O envergonhamos com nossa vida, quando
não atendemos ao Seu último apelo: "Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes
amor uns aos outros" (Jo 13.35). Isso penetrou fundo em meu coração. Meu procedimento para com
o próximo não era um exemplo de amor, e, algumas vezes, era justamente o oposto. O amor produz
bons frutos, mas eu estava tornando a vida difícil para outras pessoas. Considerava a graça como
garantida e a aceitara levianamente como se fosse de valor insignificante. No entanto, a graça fora
adquirida para nós por elevado preço, através da morte sacrificial de Jesus, de modo que só
podemos ter uma atitude diante dessa graça: entregarmo-nos completamente ao Senhor. Aí, então,
resta-nos odiar o que Ele muito odiou, tendo de pagar alto preço para vencê-lo: o pecado. Ele odiou
tanto o pecado que morreu para eliminá-lo.
AVERSÃO AO PECADO
Não disse Jesus “Se alguém vem a mim, e não aborrece... ainda a própria vida” – e, com
isso, Ele se refere ao nosso ego, nosso eu pecaminoso – “não pode ser meu discípulo” (Lc 14.26)?
Eu estava enganando a mim mesma! Pensava que era discípula de Jesus, mas, na realidade, não era,
porque eu não odiava o pecado. Nessa época, há mais de trinta anos, Deus subitamente abriu meus
olhos e me permitiu ver que o pecado esta em toda parte. Ele tem de ser odiado, como se depreende
do que diz Jesus – que melhor é arrancarmos os olhos do que darmos lugar ao pecado e tolerá-lo em
nós mesmo. Seria melhor cortarmos fora as mãos do que tolerarmos o que é mau e pecaminoso.
Percebo, agora, como o pecado se propaga como câncer. Mas eu ainda não considerava como
pecado a minha revolta e minhas zangas quando vítimas de alguma injustiça. De repente percebi
que era a mesma coisa em outros casos. Por exemplo, eu não tentava mais fazer tudo para
“santificar o dia do Senhor”. E Jesus disse: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (Jo
14.15). Seus mandamentos eram, antes de tudo, os Dez Mandamentos, que Ele interpretou com um
significado mais profundo no Sermão do Monte, tornando seu alcance muito mais amplo. Não havia
eu lido o que o discípulo mais íntimo de Jesus escrevera? “Aquele que diz: Eu o conheço, e não
guarda os seus mandamentos, é mentiroso e nele não está a verdade” (1Jo 2.4).
Portanto, eu era uma mentirosa. E, embora dissesse que cria em Jesus, estava fora do Reino
de Deus (Gl 5.19-20). Isso significa que uma pessoa assim ficará fora do reino dos céus por toda a
eternidade. Jesus diz a mesma coisa, com iniludível clareza, na parábola do credor incompassivo
que foi envolvido por Satanás e levado ao seu reino porque não quis perdoar (Mt 18.32).
Eu via, agora, que havia algo errado em minha vida espiritual. Eu sabia do sacrifício de
Jesus. Como o Cordeiro de Deus, Ele nos redimiu de modo que pudéssemos "andar em novidade de
vida". Mas, esse era um conhecimento meramente intelectual. De nada nos adianta possuir dinheiro
no banco se não o procuramos nem o sacamos. Nem nos faz qualquer beneficio saber do sacrifício e
do sangue de Jesus, se não os reivindicamos. Desse modo, a grande graça que me foi oferecida,
permaneceu como "capital morto". Conclui, então, que o conhecimento acerca do sacrifício de Jesus
não faz com que sejamos novas criaturas. Somente a fé viva, posta em ação numa batalha de fé,
pode fazer isso. Dizem as Santas Escrituras: "Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida
eterna" (1 Tm 6.12). Se devo tomar posse de alguma coisa, é preciso que eu tome essa iniciativa. Se
vou lutar, então devo fazer o esforço necessário. E não fazia esse esforço. O Apóstolo Pedro
escreveu e isso está endereçado aos crentes - que "o diabo, vosso adversário, anda em derredor,
como leão que ruge procurando alguém para devorar" (1 Pe 5.8). Eu não tinha pensado nesse fato.
Isso quer dizer que estou em perigo, ainda que possa mostrar minhas "credenciais espirituais": ser
batizado, convertido ou cheio com o Espírito. Tenho um inimigo que está sempre nos meus
calcanhares, pronto a atacar-me e vencer-me. Ele quer ter-me como presa sua. Se o inimigo não está
apenas me ameaçando mas já começou a lutar, estarei perdido, se não me armar e entrar no campo
de batalha. Daí que, enfrentar a batalha da fé ou deixar de fazê-lo, não é questão deixada ao nosso
capricho, e, sim, de absoluta necessidade. De outro modo, estamos irremediavelmente perdidos.
Não podemos , adotar uma atitude passiva e não fazer nada, a menos que, naturalmente, não nos
incomodemos de ser presa do inimigo.
Em face destes fatos concluo, agora, que tenho estado construindo castelos nas nuvens, isto
porque não tenho tomado a sério o que Jesus e os apóstolos tão claramente disseram nas Sagradas
Escrituras. Assim, não era de admirar que não houvesse vitória em minha vida. As Escrituras com
insistência nos chamam a lutar contra o pecado, de modo que possamos vencer e ganhar a coroa da
vitória. No livro de Apocalipse Jesus diz às igrejas: "O vencedor herdará estas cousas" (Ap 21.7).
Isso explica por que não era surpreendente que, naquele tempo, eu não me rejubilasse com
a redenção, e que outros não pudessem ver a alegria de Jesus em mim. E não era de admirar que não
fosse feliz. Eu tomara o caminho errado, o caminho da graça de pouco preço, que não era o
caminho de Jesus Cristo e que não podia levar-me à meta. Se não lutarmos, não seremos coroados.
E, que luta o Senhor exige de nós! É uma luta que vai ao ponto de derramar sangue, como nos diz a
carta aos Hebreus (12.4).
Entretanto, eu não tentara ainda uma ação decisiva contra o pecado que me sujeitava,
orando diariamente com fervor. Não tinha lutado contra minha inclinação para o pecado, que tanto
envergonha a Jesus, e que me vincula a esta terra e a Satanás. Eu não levara a sério o mandamento
de Jesus, quanto a arrancar os olhos. Em outras palavras, eu devia ter empreendido uma luta
intransigente contra as causas do pecado. Devia ter sentido tanto ódio para com as coisas que dão
lugar ao mal em nós, que não descansasse enquanto ele não estivesse morto. Agora, subitamente,
constatei quão anormal chegou a ser minha atitude passiva. No momento em que uma pessoa
descobre que tem um câncer, deixa emprego e família, submete-se a uma operação e gasta,
provavelmente, um bocado de dinheiro no tratamento. Embora o processo canceroso possa resultar
apenas na morte física, a pessoa faz tudo o que pode para curar-se.
O PECADO É UM CÂNCER
E que perigosa espécie de câncer é o pecado! Ele é pavoroso. A Escritura diz-nos isso, e a
realidade da vida o confirma. Embora conhecesse bastante a vida o confirma. Ele age violentamente
em nossa vida; deixa sua marca em nosso rosto e conduta e arruína a nossa personalidade. Ele nos
torna culpados diante de Deus e dos homens. Torna-nos infelizes perante os outros. O pecado nos
levará a um terrível lugar por toda a eternidade, um lugar que condiz com a sua maldade e negror. É
o reino das trevas acerca do qual Jesus tanto fala, um lugar de tormento e horror.
Sim, o pecado é um veneno, que nos conduzirá à morte, a morte eterna, uma morte
horrível. É por isso que Jesus disse aos discípulos: "Não temais os que matam o corpo e não podem
matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo" (Mt
10.28). Este medo não se havia aprofundado em meu coração. Embora eu conhecesse esse fato, ele
não tinha modificado radicalmente a minha vida.
Na realidade havia uma atitude contraria em meu coração. Levava muito mais a sério as
enfermidades físicas do que a espiritual, gerada pelo pecado que, realmente, podia ser mortal.
Contra esta última não realizara nenhum esforço específico para tornar-me livre e sã. Não deixei
que o bisturi me cortasse, trazendo meu pecado à luz e os confessando com as Escrituras mandam
que façamos: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros” (Tg 5.16). Havia várias cousas
que não gostaria de confessar, porque isso me custaria um preço – afetaria meu orgulho. Eu não
havia rompido com o meu pecado. Por exemplo, quando eu tinha uma ligação irregular com outra
pessoa, não me esforçava para esquivar-me dela. E mais, se estivesse doente, eu simplesmente ia
para o hospital e me afastava dos entes queridos. Ou, semelhantes, quando estava em desavença
com alguém, não procurava a pessoa para reconciliar-me, pois isso feriria profundamente o meu
orgulho.
Embora conhecesse bastante a Bíblia, ainda não tinha chegado a compreender que tudo na
Bíblia diz respeito a um assunto: ódio ao pecado. É apenas por essa razão que a redenção de Cristo
tem tão grande significado. Porque, se permiti que o pecado continuasse a viver na obscuridade, e
não o trouxe à luz por meio da confissão, eu o tolerei e o nutri, e ele pôde espalhar-se. E Satanás, o
senhor das trevas, dessa forma, exerceu domínio sobre mim.
Assim, em vez de tomar posição contra o pecado, tive palavras de autocomiseração e de
justificação pelo meu pecado. Senti tristeza por mim mesma, achando que os outros estavam
tornando a vida tão difícil para mim. Tentei justificar minha amargura. Não percebi que esta atitude
fez meu pecado tornar-se mais forte e aprofundar suas raízes. O meu mota deveria ter sido: "Morte
ao meu pecado! Para a luz!" Mas, em lugar disso, eu o segurei delicadamente com luvas de pelica, e
ele continuou a viver.
Onde estava eu naquele tempo, embora confessasse ser Jesus o meu Redentor? Eu pensava
que Lhe pertencia. Na verdade, eu, mais ou menos, O perdera, pois não guardava Seus
mandamentos e, assim, não poderia herdar o Reino de Deus. Estava muito longe dele.
Podemos ter segurança de que estamos salvos? Sim, podemos; não, porém, com o pré-
requisito da graça de baixo preço. Isso ficou claro para mim. Todo pecador, não importa quão mau
seja ele, pode alcançar a certeza da salvação.
Mas tem de admitir, de forma concreta, que é pecador. Tem de ter contrição, isto é, tristeza
por seus pecados. Se me sinto triste por causa de minha doença, fruto do pecado, como me sentiria
por causa de um câncer. então não posso tolerar aquilo que me causa tanta dor. Tudo farei para
libertar-me dessa dor e do pecado que me faz tão infeliz. E isto é possível. O sangue de Jesus foi
derramado. Seu sacrifício no Calvário se realizou, e posso reivindicá-lo. Ele declarou: "Está
consumado!" Posso crer nEle. pois me deu tudo; preciso apenas aceitar. Não preciso fazer mais
nada; Ele fez tudo. Já me remiu, mas preciso apropriar-me de Sua vitória.
O fato de eu ser um pecador, e continuar pecador por toda a minha vida, não afeta minha
certeza de salvação. Ao contrário, ela estará livre de tornar-se uma fórmula vazia de fé, se eu
constatar esta verdade. O conhecimento do perdão e a certeza da salvação serão conservados
sempre vivos no meu coração.
Desse modo posso colocar-me aos pés da cruz, com o coração contrito e pedir graça.
Então, tal como o ladrão na cruz, o paraíso se abrirá para mim. Mas, durante estes últimos anos,
antes da decisão, eu deixara de proceder assim. Já não chorava por causa do meu pecado; já não
possuía um coração contrito. Na verdade, já não estava vivendo na dependência da graça. Essa é a
razão por que não me sentia plena de ações de graça e de louvor pela graça. Porque eu estivera
vivendo de uma graça de baixo preço, que não me oferecia o fruto da redenção nem a grande alegria
de ser capaz de refletir mais e mais o próprio Jesus.
Ficou bem claro que se permanecermos nos pecados hereditários e em nossa natureza
insubmissa, seremos levados, sem apelação, a consequências terríveis. Nietzsche podia justificar-se
dizendo: "É preciso que os cristãos pareçam mais redimidos para que eu creia num Redentor."
Muitas pessoas têm renunciado a Jesus e se colocado contra Ele, seguindo o exemplo de Nietzsche,
justificando-se no fato de que nós, cristãos, não somos redimidos. Agora, meus olhos estavam
abertos e pude ver quão errada era minha atitude para com o pecado. As verdades bíblicas não
ficaram apenas à minha frente, mas penetraram fundo em meu coração e feriram a minha
consciência. Com muita tristeza, constatei que vinha tratando com leviandade minhas faltas para
com Deus e para com o próximo. Comecei, então, a odiar o pecado, que custou tão alto preço a
Jesus. O pecado é tão terrível que destrói a vida não apenas do indivíduo, mas também da família e
até da comunidade. Sim, ele chega mesmo a sujeitar-nos a Satanás.
Este dia me trouxe a abençoada decisão de minha vida. Expus meu pecado à luz, mais
abertamente do que jamais fizera. Eu percebia claramente há quanto tempo ele permanecia na
sombra, escondido dos olhos humanos e, ultimamente, até mesmo de mim, visto que não me
dispunha a enfrentá-lo, podendo continuar a avolumar-se. Eu o expus à luz, porque sabia que a luz
desmascara o inimigo. Expor o pecado à luz significa confessá-lo diante de Deus e do homem.
Dirigi-me, portanto, a alguém e lhe disse qual era o meu pecado. Dei ao pecado o seu verdadeiro
nome. Apresentei-o de novo a Jesus, na presença do meu confessor e renunciei a ele. Eu sabia que,
sem esta confissão, não me sentiria livre; o inimigo continuaria a reter-me em sua mão com este
pecado secreto.
Agora, que o pecado assumira o verdadeiro sentido para mim, constatei que não é o meu
pecado em si que é importante, mas, sim, a minha atitude para com ele. Se o guardo para mim
mesmo, no coração, seja por indiferença, ou por falta de ânimo, estou dando a Satanás, a
oportunidade e o direito de fazer de mim um produto do inferno. Mas, se apresento meu pecado a
Jesus, e o confesso diante dos homens, verifico que ele foi apagado pelo sangue de Jesus. Se clamo
pelo sacrifício de Jesus, insistentemente, por meio de oração fervorosa, acabo descobrindo que
"onde abundou o pecado, superabundou a graça" (Rm 5.20).
O PRÓXIMO PASSO
Entretanto, a confissão e o tomar posição contra o pecado não foi tudo que tive de fazer.
Agora tinha de ir às pessoas contra as quais havia errado, fosse por palavras, ou por atos. Embora
nunca costumasse "pedir desculpas", senti-me compelida a fazer o que estivesse ao meu alcance
para curar as feridas que eu mesma produzira, em sinal de gratidão a Jesus pelo perdão, e também
por tristeza pelo mal que fizera aos outros.
O ato pecaminoso fora apagado pelo sangue do Cordeiro. Já não precisava sentir-me
abatida por causa dele; já não necessitava ficar me acusando por causa dele, nem me sentia coagida
a chafurdar-me nele. Mas, embora sinceramente cresse que o ato pecaminoso - em palavras ou em
atos - estivesse apagado pelo sangue do Cordeiro, sabia também que a raiz desse pecado, isto é, a
marca do pecado, ainda permanecia em mim. Eu sentia isso. E sabia que teria de lutar batalhas de fé
proclamando a vitória de Jesus sobre meu pecado. Porque o sangue do Cordeiro tem poder não
somente para remir do pecado, mas, também, para livrar-me dele e retirar de mim a marca que jaz
tão profunda em minha personalidade e inclinações.
É uma questão de lutar uma batalha intensa e pertinaz. Comecei, então, a enfrentar
diariamente esta batalha de fé. Diariamente apresentava meus pecados a Jesus, classificando-os
pelos nomes. Tomava, cada dia, pelo menos quinze minutos para invocar o nome de Jesus e orar
uma litania de vitórias nestes termos: "No nome de Jesus e em Suas feridas está a vitória. Jesus
calcou sob os pés a cabeça da serpente. Aleluia! Amem.
Agora estou livre do... ”
A cada vez eu acrescentava o nome de um dos meus pecados.
Cantava versos de vitória:
Louvei Seu precioso sangue, porque sabia que alguma coisa, então iria acontecer. Falando
por metáforas, o sangue do Cordeiro é o melhor remédio para os males do meu pecado. Não posso
impedir que sejam atingidos. Quando louvamos o sangue de Jesus, Satanás se rende. Ele e seus
demônios se postam atrás dos nossos pecados. Tornou-se um grande dom da graça para mim o ser
capaz de crer em Jesus, o Vencedor, em Seu sacrifício e em Suas palavras "Está consumado!", crer
no poder transformador de Seu sangue. Se buscarmos esta vitória da fé, glorificando Seu sacrifício
bem como Seu sangue derramado por nós, então seremos transformados.
Teu precioso sangue tem grande poder,
Livra, com firmeza, do poder de Satanás.
Bendigo Teu sangue que me liberta
Das garras de Satanás e de sua tirania.
W.J.184
Foi então que experimentei a verdade de como o Senhor me livrou de vários pecados que
me sujeitaram, durante muitos anos, de acordo com Sua palavra: "Se, pois, o Filho vos libertar,
verdadeiramente sereis livres" (Jo 8.36). Verifiquei que essas palavras não são vazias. É através
dessa batalha de fé que podemos ser soltos de nossos grilhões. Jesus intitula-se o Redentor. Por essa
razão Ele não pode deixar de livrar-nos dos grilhões de nosso pecado. Seu nome é SIM e AMÉM e
Ele agirá de acordo com Seu nome. O Seu ministério é redimir-nos. Tal conhecimento encheu-me
de grande alegria. Não existe pecado para o qual o Seu poder redentor não seja eficiente. Se
faltamos com a verdade vez por outra, se cedemos aos nossos desejos vez por outra - ou invejamos,
ou somos sensíveis, ou contendemos, etc. - não importa qual seja o nosso pecado, podemos libertar-
nos dele, embora continuemos fracos e sujeitos a pecar, não importa quanto dure nossa permanência
aqui na terra.
Sim, porque, se o Vencedor de todos os pecados e poderes do inimigo está lutando ao
nosso lado, a vitória final será definitivamente nossa, não importa quanto possa durar a guerra. É
possível que aconteça uma série de batalhas perdidas, mas não haverá uma guerra perdida, desde
que permaneçamos firmes na fé e não temamos ser humilhados, pois a verdade é que estamos
firmemente unidos.
CRISES DA FÉ
É certo que, muitas vezes, quando iniciamos uma batalha de fé contra certos pecados,
acontece que tudo parece ser pior do que antes. Mas é, então, uma questão de continuar lutando,
sabendo que o inimigo está apenas irritado e fazendo todo esforço para manter seu poder sobre nós,
pois sabe que uma vitória magnífica, uma libertação, está em marcha. Quem não recua desta
batalha, mas continua pacientemente, trilhando o longo caminho de humilhações, experimentará o
poder redentor do Vencedor, Jesus Cristo. A esse respeito também posso dar meu testemunho
pessoal.
O fato de saber da vitória incondicional de Jesus em tais circunstâncias, quando eu
enfrentava uma batalha bem difícil, proporcionou grande alegria ao meu coração. Tenho um Senhor
que sacrificou Sua vida por mim. Tenho um Senhor que é o Vencedor. Posso lutar contra os meus
pecados, proclamando:
"Jesus é o Vencedor!" Tenho um Senhor que, como o Cordeiro de Deus, quebrou, de forma
triunfal, o poder de Satanás e do pecado. Isto eu bem posso compreender pela fé. Esta é a verdade.
E esta verdade fará com que o poder de Satanás e do pecado. Isto eu bem posso compreender pela
fé. Esta é a verdade. E esta verdade fará com que o poder de Satanás e do pecado capituem.
Embora este livro trate das "doenças do nosso pecado", é com grande alegria que o
escrevo, porque não precisamos conservar essas "doenças". Quando estamos fisicamente enfermos,
não sabemos se conseguiremos curar-nos, se há, realmente, o remédio que nos cure. Mas, que coisa
extraordinária: sabemos que podemos curar-nos – e nos curaremos - das graves doenças, cujas
consequências alcançam a eternidade, porque há um remédio que nos tornará inteiramente sãos. É o
sangue do Cordeiro, que flui livremente de Suas feridas. Nele está a vitória. Eis Suas palavras:
"Está consumado!". Há o sacrifício do Calvário. Todo o que apregoa estas verdades enquanto se
bate na batalha da fé, se recuperará espiritualmente. Vencerá seus pecados, desde que esteja
desejoso de que o Senhor o purifique "a fim de sermos participantes da Sua santidade" (Hb 12.10),
e possa, para glória de Jesus, refletir Sua imagem.
3. Pecado: Uma Idéia Antiquada ou o Nosso Pior Inimigo?
Antes que me refira a pecados específicos, desejo dizer uma palavra acerca da enorme
importância de enfrentarmos a batalha pessoal contra o pecado.
Estamos vivendo uma época em que o problema do pecado já não merece cuidados. Ele
não é importante; já não conta. O pecado e a existência de Satanás são, hoje, negados. O conceito de
"pecado" foi eliminado do vocabulário do homem moderno, porque muita gente diz que não existe
pecado de forma alguma. Dizem isso porque não precisam lutar contra ele, mas, ao contrário, lhe
proporcionam o ambiente para que ele floresça. A realidade de nossos dias, porém, é que Satanás
existe, e o pecado é a expressão do poder satânico e os seus resultados se manifestam em
calamidade e destruição. No mundo do crime, o aumento da média de suicídios e da toxicomania
nos mostra esta realidade, bem como suas desastrosas consequências para onde quer que olhemos.
Hoje mais do que nunca, Deus está-nos permitindo ter uma visão maior acerca dos efeitos
terríveis do pecado. É difícil haver uma outra cousa que nos chame tanto a atenção como o pecado.
Em nossos dias, só existe uma forma de impedirmos a calamidade, a destruição, a criminalidade e a
decadência moral: é odiarmos o pecado e rompermos com ele. Acima de tudo importa que nós,
cristãos, levemos mais a sério o pecado, mais do que jamais se levou. O pecado provoca
julgamento. E a Sua Palavra nos diz que o julgamento começa pela casa de Deus (1 Pe 4.17), isto é,
por nós.
Nós, os cristãos de hoje, seremos considerados os principais res responsáveis por causa de
nossa atitude para com o pecado, e seremos julgados de acordo com os padrões mais severos,
porque temos recebido mais, principal mente as claras diretrizes da vontade de Deus e, ao mesmo
tempo, a redenção de todos os nossos pecados por meio do Senhor Jesus Cristo. Sempre que
deixamos de levar nossos pecados à cruz de Jesus, de confessá-los e de nos afastarmos deles, eles
começam a agir em nossa vida. Perdemos a paz e a alegria, porque o pecado nos separa de Deus.
Pior ainda, ele nos rende, por toda a eternidade, uma terrível colheita. Teremos de sofrer por causa
dele, visto que será julgado muito severamente no porvir. O apóstolo Paulo nos diz "importa que
todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem ou
mal que tiver feito por meio do corpo" (2 Co 5.10).
Os únicos sensíveis, hoje, são aqueles que examinam seus pecados à luz das Escrituras e se
empenham numa batalha de fé contra esses pecados em sua vida. Quem assim faz tem, também, de
assumir posição definida contra o falso amor fraternal, visto que este, muitas vezes, tolera o pecado.
Muitos pretendem apontar como causas para os males e necessidades sociais (favelas, prisões,
homossexualismo e toxicomania), as condições sociais e políticas, a própria "estrutura da
sociedade". E tentam uma solução por meio do chamado "ativismo social". Os fatos, entretanto,
provam que não são as condições sociais que são deficientes e que promovem a propagação do
pecado. Estamos venda que o incremento do crime, e a decadência da personalidade e da vida de
uma nação, tudo isso é mais encontradiço nos países socialmente mais desenvolvidos como os
Estados Unidos, a Alemanha Ocidental e a Inglaterra. Essa avalanche do vício e da criminalidade,
que leva à miséria e à corrupção, só pode ser provocada pelo pecado. E ele está-se espalhando,
porque as pessoas não querem lhe fazer frente, nem reprimi-lo. Em vez disso, oferecerem-lhe livre
domínio.
Mas, sempre que, numa demonstração de pretenso amor fraternal, damos a impressão de
que o pecado dos outros é inofensivo, sempre que tomamos essa atitude, a razão, em última analise,
é que não estamos dispostos a lutar contra o nosso próprio pecado e romper com ele. Isso significa
que passamos para o campo do inimigo. Porque pecado e Satanás se pertencem mutuamente. Jesus
ama muito os pecadores, mas odeia o pecado, por ser ele a ruína do pecador. Jesus condenou o
pecado tomando-o sobre Si em nosso lugar, e mostrando, por Sua morte, que tudo que o pecado
merece é a morte.
Jesus exige que combatamos incondicionalmente o pecado. "Arranca o teu olho!" Não lhe
concedas o direito de viver, pois, "te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o
teu corpo lançado no inferno" (Mt 5.29). Repetidas vezes Ele nos diz, de forma iniludível, que o
pecado será julgado por Deus e que o pecado não perdoado, seja individual ou nacional, trará
infelicidade aqui na terra e lançará no reino das trevas e horror após a morte. E este reino do
inferno, acerca do qual Jesus fala, é uma realidade.
A mensagem de Jesus é "Arrependei-vos!" Retrocedei de vossos caminhos pecaminosos!
Jesus encara o pecado tão seriamente que, não somente diz que estamos sujeitos aos Dez
Mandamentos, mas aprofunda o seu significado, incluindo na condenação os olhares concupiscentes
e as palavras irosas. Ameaçou-nos com o castigo do inferno, se não nos penitenciarmos e nos
arrependermos. Porque Deus já advertira que os Dez Mandamentos trariam desastre, destruição e
julgamento severo para todo aquele que os não guardar.
Podemos ver como os apóstolos levavam a sério o problema do pecado, pelas epístolas do
Novo Testamento. Eles o designam pelo nome. O Apóstolo Paulo não podia limitar-se a cantar o
perdão e o amor paciente em 1 Coríntios 13, mas, também exigiu de modo solene e veemente, que
os pecadores fossem punidos (1 Co 5.5). Escreveu ele a Timóteo. "Quanto aos que vivem no
pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam” (1Tm 5.20).
Quem não deseja tornar-se culpado, permanecendo no pecado - devido, talvez, a um falso
conceito de amor fraternal - precisa tomar uma atitude contra o pecado. Porque, todo aquele que crê
realmente em Jesus Cristo e O ama, tem de odiar o que Jesus odeia, e Jesus odeia o pecado. Não
pode permitir que o pecado pareça inócuo, ou tolerá-lo, nem deixar de considerar o crime, o vício e
a depravação moral como pecado. De acordo com as Escrituras o pecado deve ser punido, porque
ele produz terríveis consequências, porque nos faz culpados e porque é a ruína de nós mesmos e de
nossa nação.
Se nós, os cristãos, deixarmos de levá-lo a sério, por efeito de má interpretação do amor
fraternal, e em vez disso procurarmos aceitá-lo como inofensivo e o tolerarmos, e, talvez mesmo, o
glorificarmos, como fazem os representantes da "nova moralidade", estaremos empurrando outros
para o pecado e levando-os a tropeçar. Estaremos, então, sendo atingidos pela severa advertência de
Jesus: "Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos - que crêem em mim, melhor
lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na
profundeza do mar" (Mt 18.6). Sim, porque essas "tolerâncias" ajudam o pecado a florescer. Isso
priva o indivíduo da oportunidade de experimentar o perdão de Jesus por meio do arrependimento e
da tristeza pelo pecado. E o priva de uma cura genuína das necessidades espirituais por meio do
Salvador.
Essa é a razão por que o nosso amor para com o próximo só é genuíno se tem base no amor
a Deus. As Escrituras declaram: "Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus (amor fraternal
no verdadeiro sentido do termo), quando amamos a Deus" (1 Jo 5.2). E a prova de que amamos a
Deus está em que "praticamos os seus mandamentos" (1 Jo 5.2). Mas o que pratica os Seus
mandamentos se coloca em oposição ao pecado. "Aquele que pratica 0 pecado procede do diabo" (1
Jo 3.8). E tarefa nossa lutar contra Satanás e 0 pecado, de modo que a transgressão da lei e a
destruição não se propaguem entre nos através de nossa própria falta, "porque 0 pecado e a
transgressão da lei" (1 Jo 3.4).
As paginas que se seguem procuram ajudar-nos a empreender a autêntica batalha da fé,
guiando nossa atenção para os pontos das Escrituras que mostram como Deus, o Senhor, condena os
vários pecados, bem como o que Ele tem a dizer acerca das terríveis consequências e punições até
mesmo o inferno - se neles persistimos.
Porque Deus é o Sim e o Amém, e porque tudo vem acontecendo como Ele disse que
aconteceria, isso também acontecerá. "De Deus não se zomba" (GI 6.7). O que o homem semeia
hoje, através do pecado, isso ele ceifará. Isso determina o lugar onde passaremos a eternidade. E é
imprevisível determinar quantas pessoas arrastaremos conosco - para a condenação eterna ou, caso
tenhamos lutado a boa batalha da fé, para a glória eterna.
Quando lemos essas verdades na Palavra de Deus e somos, por elas, acareados, nos
sentimos tentados a dizer com os discípulos de Jesus: "Duro é este discurso, quem o pode ouvir?"
(10 6.60). Temos, então, de ouvir a resposta que o Mestre lhes deu: "Mas Jesus, sabendo por si
mesmo que eles murmuravam a respeito de suas palavras, interpelou-os: Isto vos escandaliza? O
espírito é o que vivifica: a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito, são espírito
e são vida" (10 6.61,63).
Justamente porque as palavras de Jesus são espírito e vida, elas não são duras. Se cremos
nelas, elas nos farão livres e felizes. Haverá graça mais maravilhosa do que o oferecimento de
redenção completa por alguém que é, por natureza, um Redentor, apesar de nosso passado de
pecado, apesar dos inúmeros pecados que nos escravizam, apesar da dureza do nosso coração e
apesar de nossa disposição arraigada e hereditária? Não foi o próprio Jesus que disse: “Se, ´pois, o
Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livre!”(Jo 8.36)?
Desde que Deus é o Sim e o Amém, é verdade que, se levarmos a sério Suas palavras
acerca do pecado e nos deixarmos julgar aqui, experimentaremos o poder de Sua redenção e a
realidade do Seu livramento, o que salvará da punição eterna.
Haveria um preço muito alto a pagar nesta curta vida, pela redenção que Ele nos dá?
Afinal, a aflição é apenas leve e momentânea (2 Co 4.17). Não será ela seguida por uma eternidade
onde esperamos ser coroada os como vencedores desta curta batalha da fé? Disse um sábio, certa
vez, que a vida terrena, em comparação com a eternidade, é como o vôo de um passarinho em uma
sala. Ele voa na direção de uma janela. e ei-lo fora. E, assim, nosso tempo na terra é apenas um
momento em comparação com a eternidade. E, por que haveríamos de gastar esse momento
tentando poupar-nos em vez de lutar? É Satanás que nos sugere isso. No breve curso desta vida, ele
permite que permaneçamos no pecado sem nos sentirmos perturbados. Usa todos os métodos
possíveis para aliviar nossa consciência, tentando induzir-nos a considerar-nos salvos por meio da
"graça barata". Entretanto, quando nossos olhos se abrirem no outro mundo, ficaremos chocados ao
vermos quão afastados estamos de Jesus.
Não nos associemos com os que rejeitam, como um "duro discurso", a preciosa oferta de
Jesus, de redimir-nos de todos os pecados, e não murmuremos contra Suas condições. Ciente de que
alguns haviam tido essa atitude, disse Jesus: "Contudo há descrentes entre vós" (Jo 6.64). Jesus
estendeu-nos a mão e nos ofereceu redenção eterna. Quem não tomaria Sua mão e não estaria
disposto a pagar qualquer preço para alcançar a meta mais alta que Ele quer que a1cancemos: as
Bodas do Cordeiro!