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São Paulo, segunda-feira, 10 de setembro de 2001

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Legislação antilavagem é de 97
DA REDAÇÃO

O Escritório para Registros de Lavagem de Dinheiro


começou a funcionar na Suíça em abril de 1998, seis meses
após a aprovação de uma lei de combate a crimes financeiros
no país. Essa lei, de outubro de 1997, foi uma decorrência
das pressões internacionais contra a Suíça, que desde 1977
era acusada de ser um centro de lavagem de dinheiro ilegal.
As pressões se intensificaram a partir de 1995, com as
acusações de que os bancos locais teriam se apropriado de
ouro que pertencia a judeus mortos em campos de
concentração. Em 1997, as instituições envolvidas se
comprometeram a pagar US$ 1,25 bilhão aos herdeiros das
vítimas do nazismo.
Em 1999, outros dois casos chamaram a atenção
internacional: o do Bank of New York, instituição norte-
americana que teria sido usada pela máfia russa para
lavagem de dinheiro, e o do ditador nigeriano Sani Abacha,
morto em 1998, que teve a fortuna bloqueada. Esses dois
episódios acabaram por inflar as estatísticas do escritório
suíço contra lavagem.
As investigações do primeiro caso levaram à prisão, neste
ano, nos EUA, do russo Pavel Borodin, que fora responsável
pelas finanças do Kremlin na gestão de Boris Ieltsin (1991-
2000). Borodin é acusado de participar da lavagem de US$
25 milhões e de receber propinas de empreiteiras suíças.

Coincidência
Na última sexta-feira, o jornal suíço "Le Temps" ("O
Tempo"), de Genebra, disse que Abacha tinha conta na
mesma agência do Citibank onde o ex-prefeito Paulo Maluf
manteve seu dinheiro.
Ainda segundo a publicação, o ex-prefeito seria um cliente
preferencial, detentor de cerca de US$ 300 milhões. As
investigações do governo suíço sobre Abacha chegaram ao
bloqueio de US$ 750 milhões, cujos beneficiários eram
familiares do ditador. (RM)

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