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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA


IEAD – Instituto de Educação a Distância

CURSO: Gênero, Diversidade e Direitos Humanos


DISCIPLINA: Colonialidade, Interculturalidade, Branquitude e Movimentos Sociais na Luta pela
Igualdade de Gênero
PROFESSOR(A): Caterina Rea
ALUNO (A): Lindiana da Silva Oliveira

Antes de responder as questões propostas da tarefa, leia com atenção:

Caro (a) aluno,


Utilize para a formatação da sua tarefa: Fonte Times New Roman, tamanho 12, Alinhamento
justificado, Espaçamento entre linhas 1,5.

Atividade Unidade 2

Com base nas principais ideias e definições expostas pelas autoras lidas e pelos slides das unidades,
discorrer sobre as definições dos termos branquitude e gênero.

Lembrem que para apresentar estas definições, precisam se referir não somente às leituras e aos
materiais da presente unidade, podendo recorrer a outras fontes seguras, sempre fazendo referência.

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CE-060, Km 51, S/n.– Acarape, Ceará
CEP: 62.785-000, CNPJ: 12.397. 930/0001-00.
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Branquitude e Gênero

Segundo a pesquisadora em Psicologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina


(UFSC), Lia Vainer Schucman. “A branquitude acontece ao longo da vida da pessoa branca,
colocada pela sociedade em um papel de superioridade”. Sendo assim, a branquitude se refere à cor
da pele, pois em uma sociedade racista pessoas de pele branca garantem alguns privilégios. Dessa
forma, a branquitude em uma sociedade racista como é o caso do Brasil torna-se um problema
sociológico sério, uma vez que as pessoas brancas serão tratadas com superioridade e privilégios em
detrimento das pessoas negras que são tratadas de qualquer forma pela sociedade e também pelo
Estado. Por este motivo, ocorre com mais frequência o racismo seja ele velado ou não. “A
branquitude é sempre um lugar de vantagem estrutural do branco em sociedades estruturadas pelo
racismo", elucida Lia Schucman.

A autora Denise Carreira (2018) em seu texto “O lugar dos sujeitos brancos na luta
antirracista” aborda questões muito importantes em relação à branquitude como lugar de
manutenção de privilégios materiais, subjetivos e simbólicos na sociedade e base de sustentação do
racismo. Ou seja, o lugar de fala do branco garante privilégios e sustenta o racismo seja ele
estrutural ou institucional, importante ressaltar que, as pessoas brancas não querem perder esse
privilégio. Desde a escravidão as pessoas brancas não viam as pessoas negras como seres humanos,
percebiam apenas como animais, objetos e mercadorias. Dessa forma, a sociedade ficou dividida
entre brancos e negros em que os brancos teriam o total poder sobre os negros e por isso surgiu à
supremacia racial branca e que perdura até os dias de hoje. Os brancos por se sentir superiores e ter
um lugar de fala privilegiado acreditam que o racismo é um problema dos negros não se posicionam
a favor da comunidade negra.

Ângela Davis (2016) em seu texto ”Mulher, raça e classe” também traz importantes
acontecimentos em relação à branquitude, pois as mulheres brancas que se engajavam nas lutas
abolicionistas não entendiam o motivo de tantas agressões, violações as mulheres pretas. Quando
uma mulher branca tentava defender uma mulher negra, o homem branco não estuprava a branca,
mas estuprava e matava a mulher negra, ou seja, os homens brancos não podiam tocar nas mulheres
brancas, enquanto que as mulheres negras eram expostas a todo tipo de violência. Davis aborda
também que, a noção de mulher se cria a partir das mulheres brancas de mães e donas de casa. As

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brancas eram consideradas dominadoras de homens, enquanto as negras não eram diminuídas por
suas funções domésticas.

Por tudo isso, a autora Denise Carreira (2018) aborda sobre a importância das pessoas
brancas se engajarem nas lutas contra o racismo, uma vez que as pessoas brancas consideradas
superiores e com privilégios pela sociedade trariam um significado ainda maior para as lutas
antirracistas. Isso seria importante, pois toda pessoa humana tem o direito de ser tratada com
respeito, igualdade e dignidade sem distinção de cor, raça e gênero. Tratados como seres humanos
independente das diferenças como consta na constituição de 1988 que trata sobre a igualdade de
direitos entre todos sem distinção de cor, raça, gênero ou orientação sexual.

Seguindo essa premissa ao abordar a questão do gênero, percebe-se que em uma sociedade
machista e patriarcal ser mulher é ser inferior ao homem e sendo mulher e negra traz ainda um peso
negativo maior para as mulheres. Uma vez que serão duplamente oprimidas por ser mulher e por ser
negra, por este motivo, as mulheres negras vivem a margem da sociedade, sem oportunidades de
ascensão social, econômico ou intelectual, por isso a importância e urgência da interseccionalidade
quando se trata de mulher, preta e pobre.

Patricia Hill Collins (2015) defende que ‘precisamos “de novas categorias de análise que
incluam raça, classe e gênero como estruturas de opressão distintas, mas imbricadas”. Essas novas
categorias de análise que a autora aborda foram pensadas exatamente para distinguir as opressões de
gênero sofridas pelas mulheres negras que são várias, porém elas precisam ser analisadas
separadamente. Como citei acima, a mulher branca no período colonial não sofreu abusos, racismo
como a mulher negra e este padrão perpetua até os dias de hoje. Estigmatizou- se no Brasil que a
mulher branca é para casar, enquanto a negra é para cozinhar e satisfazer sexualmente o homem,
que neste contexto seja ele negro ou branco. Considerando ainda que no período da escravidão, as
mulheres negras e homens negros socialmente eram tratados como iguais, na atualidade percebemos
que este cenário mudou, uma vez que o homem negro ocupa o lugar do branco na estrutura de
dominação social e econômica. Entretanto, atualmente o que percebemos é que a mulher sendo
preta sofre opressões por todos os lados, apenas por ser mulher, negra, pobre, mãe. Por tudo isso,
quando falamos sobre gênero precisamos pensar a sociedade que está envolvida, uma vez que
gênero tem conceitos polissêmicos e que depende do sistema enraizado na nossa sociedade que

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ainda é racista, machista, homofóbica e patriarcal que ver a mulher como inferior. Sendo assim, o
termo gênero atualmente é bastante discutido, sobretudo quando se fala da diferença homem x
mulher, porém há outros significados para designar o gênero, uma vez que é definido pelas relações
que esse termo tem com o sexo. Por exemplo; o sexo social quando o sexo é construído socialmente
tornando-se irredutível ao biológico. O sistema divisor baseado na oposição e na hierarquização dos
sexos. As identidades de gênero quando se trata de múltiplas identidades e não são estáveis nem
eternamente definidas. Enfim, o termo gênero traz relevantes e importantes abordagens, pois ele
caracteriza pelas relações definidas na sociedade. Sendo assim, abordar o termo gênero podemos
pensar em uma sociedade enraizada pelo machismo e pelo patriarcado que define os padrões da
sociedade. Por este motivo, percebemos a rigidez para que os homens entendam que somos
mulheres e seres humanos como eles, que devemos ser tratadas com direitos iguais, mas
infelizmente nos percebem como inferiores que podem assediar, matar, estuprar, desrespeitar e
ainda assim não ser julgado por esses atos. Quando falamos de gênero na questão no sistema divisor
baseado na hierarquização, fica evidente o papel do homem e da mulher nessa sociedade machista,
opressora em que a mulher está na base dessa hierarquia apenas por ser mulher, enquanto o homem
está no topo definindo assim as relações de opressão dentro dessa hierarquia patriarcal. Para
complementar a questão do gênero surge ainda a identidade de gênero em que se leva em conta as
múltiplas identidades que existem na sociedade e assim a pessoa pode se identificar com uma ou
várias identidades.

Por fim, esta unidade foi de fundamental importância para o meu processo de conhecimento e
aprendizagem, as novas discussões sobre gênero e branquitude, também esclarece o motivo pelo
qual temos tantos problemas sociológicos no Brasil. Os textos foram esclarecedores e norteadores
no sentido que ajudaram a pensar essas questões com mais sensibilidade, uma vez que todas essas
questões são complexas e precisam do engajamento de todxs sendo brancos, negros, mulheres,
homens, gays, lésbicas etc.

Referências

Collins, Patricia Hill. “Em direção a uma nova visão: raça, classe e gênero como categorias de
análise e conexão”. In: Moreno, Renata. Reflexões e práticas de transformação feminista. São
Paulo: Sempreviva Organização Feminista, 2015, pp. 13-42.

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Correira, Denise. “O lugar dos sujeitos brancos na luta antirracista”. Sur 28, v. 15, n. 28, pp. 127-
137.

Davis, Angela. Mulher, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.

https://agencia.fiocruz.br/pesquisadora-explica-conceito-de-branquitude-como-privilegio-estrutural

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