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Atividade Unidade 2
Com base nas principais ideias e definições expostas pelas autoras lidas e pelos slides das unidades,
discorrer sobre as definições dos termos branquitude e gênero.
Lembrem que para apresentar estas definições, precisam se referir não somente às leituras e aos
materiais da presente unidade, podendo recorrer a outras fontes seguras, sempre fazendo referência.
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Branquitude e Gênero
A autora Denise Carreira (2018) em seu texto “O lugar dos sujeitos brancos na luta
antirracista” aborda questões muito importantes em relação à branquitude como lugar de
manutenção de privilégios materiais, subjetivos e simbólicos na sociedade e base de sustentação do
racismo. Ou seja, o lugar de fala do branco garante privilégios e sustenta o racismo seja ele
estrutural ou institucional, importante ressaltar que, as pessoas brancas não querem perder esse
privilégio. Desde a escravidão as pessoas brancas não viam as pessoas negras como seres humanos,
percebiam apenas como animais, objetos e mercadorias. Dessa forma, a sociedade ficou dividida
entre brancos e negros em que os brancos teriam o total poder sobre os negros e por isso surgiu à
supremacia racial branca e que perdura até os dias de hoje. Os brancos por se sentir superiores e ter
um lugar de fala privilegiado acreditam que o racismo é um problema dos negros não se posicionam
a favor da comunidade negra.
Ângela Davis (2016) em seu texto ”Mulher, raça e classe” também traz importantes
acontecimentos em relação à branquitude, pois as mulheres brancas que se engajavam nas lutas
abolicionistas não entendiam o motivo de tantas agressões, violações as mulheres pretas. Quando
uma mulher branca tentava defender uma mulher negra, o homem branco não estuprava a branca,
mas estuprava e matava a mulher negra, ou seja, os homens brancos não podiam tocar nas mulheres
brancas, enquanto que as mulheres negras eram expostas a todo tipo de violência. Davis aborda
também que, a noção de mulher se cria a partir das mulheres brancas de mães e donas de casa. As
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brancas eram consideradas dominadoras de homens, enquanto as negras não eram diminuídas por
suas funções domésticas.
Por tudo isso, a autora Denise Carreira (2018) aborda sobre a importância das pessoas
brancas se engajarem nas lutas contra o racismo, uma vez que as pessoas brancas consideradas
superiores e com privilégios pela sociedade trariam um significado ainda maior para as lutas
antirracistas. Isso seria importante, pois toda pessoa humana tem o direito de ser tratada com
respeito, igualdade e dignidade sem distinção de cor, raça e gênero. Tratados como seres humanos
independente das diferenças como consta na constituição de 1988 que trata sobre a igualdade de
direitos entre todos sem distinção de cor, raça, gênero ou orientação sexual.
Seguindo essa premissa ao abordar a questão do gênero, percebe-se que em uma sociedade
machista e patriarcal ser mulher é ser inferior ao homem e sendo mulher e negra traz ainda um peso
negativo maior para as mulheres. Uma vez que serão duplamente oprimidas por ser mulher e por ser
negra, por este motivo, as mulheres negras vivem a margem da sociedade, sem oportunidades de
ascensão social, econômico ou intelectual, por isso a importância e urgência da interseccionalidade
quando se trata de mulher, preta e pobre.
Patricia Hill Collins (2015) defende que ‘precisamos “de novas categorias de análise que
incluam raça, classe e gênero como estruturas de opressão distintas, mas imbricadas”. Essas novas
categorias de análise que a autora aborda foram pensadas exatamente para distinguir as opressões de
gênero sofridas pelas mulheres negras que são várias, porém elas precisam ser analisadas
separadamente. Como citei acima, a mulher branca no período colonial não sofreu abusos, racismo
como a mulher negra e este padrão perpetua até os dias de hoje. Estigmatizou- se no Brasil que a
mulher branca é para casar, enquanto a negra é para cozinhar e satisfazer sexualmente o homem,
que neste contexto seja ele negro ou branco. Considerando ainda que no período da escravidão, as
mulheres negras e homens negros socialmente eram tratados como iguais, na atualidade percebemos
que este cenário mudou, uma vez que o homem negro ocupa o lugar do branco na estrutura de
dominação social e econômica. Entretanto, atualmente o que percebemos é que a mulher sendo
preta sofre opressões por todos os lados, apenas por ser mulher, negra, pobre, mãe. Por tudo isso,
quando falamos sobre gênero precisamos pensar a sociedade que está envolvida, uma vez que
gênero tem conceitos polissêmicos e que depende do sistema enraizado na nossa sociedade que
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ainda é racista, machista, homofóbica e patriarcal que ver a mulher como inferior. Sendo assim, o
termo gênero atualmente é bastante discutido, sobretudo quando se fala da diferença homem x
mulher, porém há outros significados para designar o gênero, uma vez que é definido pelas relações
que esse termo tem com o sexo. Por exemplo; o sexo social quando o sexo é construído socialmente
tornando-se irredutível ao biológico. O sistema divisor baseado na oposição e na hierarquização dos
sexos. As identidades de gênero quando se trata de múltiplas identidades e não são estáveis nem
eternamente definidas. Enfim, o termo gênero traz relevantes e importantes abordagens, pois ele
caracteriza pelas relações definidas na sociedade. Sendo assim, abordar o termo gênero podemos
pensar em uma sociedade enraizada pelo machismo e pelo patriarcado que define os padrões da
sociedade. Por este motivo, percebemos a rigidez para que os homens entendam que somos
mulheres e seres humanos como eles, que devemos ser tratadas com direitos iguais, mas
infelizmente nos percebem como inferiores que podem assediar, matar, estuprar, desrespeitar e
ainda assim não ser julgado por esses atos. Quando falamos de gênero na questão no sistema divisor
baseado na hierarquização, fica evidente o papel do homem e da mulher nessa sociedade machista,
opressora em que a mulher está na base dessa hierarquia apenas por ser mulher, enquanto o homem
está no topo definindo assim as relações de opressão dentro dessa hierarquia patriarcal. Para
complementar a questão do gênero surge ainda a identidade de gênero em que se leva em conta as
múltiplas identidades que existem na sociedade e assim a pessoa pode se identificar com uma ou
várias identidades.
Por fim, esta unidade foi de fundamental importância para o meu processo de conhecimento e
aprendizagem, as novas discussões sobre gênero e branquitude, também esclarece o motivo pelo
qual temos tantos problemas sociológicos no Brasil. Os textos foram esclarecedores e norteadores
no sentido que ajudaram a pensar essas questões com mais sensibilidade, uma vez que todas essas
questões são complexas e precisam do engajamento de todxs sendo brancos, negros, mulheres,
homens, gays, lésbicas etc.
Referências
Collins, Patricia Hill. “Em direção a uma nova visão: raça, classe e gênero como categorias de
análise e conexão”. In: Moreno, Renata. Reflexões e práticas de transformação feminista. São
Paulo: Sempreviva Organização Feminista, 2015, pp. 13-42.
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Correira, Denise. “O lugar dos sujeitos brancos na luta antirracista”. Sur 28, v. 15, n. 28, pp. 127-
137.
https://agencia.fiocruz.br/pesquisadora-explica-conceito-de-branquitude-como-privilegio-estrutural
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