Você está na página 1de 4

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA


IEAD – Instituto de Educação a Distância

CURSO: Gênero, Diversidade e Direitos Humanos


DISCIPLINA: Colonialidade, Interculturalidade, Branquitude e Movimentos Sociais
na Luta pela Igualdade de Gênero
PROFESSOR(A): Caterina Rea
ALUNO (A): Lindiana da Silva Oliveira
Antes de responder as questões propostas da tarefa, leia com atenção:

Caro (a) aluno,


Utilize para a formatação da sua tarefa: Fonte Times New Roman, tamanho 12,
Alinhamento justificado, Espaçamento entre linhas 1,5.

Atividade Unidade 3
Reflexão sobre os discursos dominantes sobre a dissidência sexual em contextos
africanos.

Após a leitura do texto de Sokari Ekine, “Narrativas contestadoras da África Queer” e


do texto de Sibongile Ndashe, “A história única da homofobia africana é perigosa para o
ativismo LGBTI”, apresentem, em um texto de 60 linhas, quais são os principais
discursos que, segundo as autoras, se opõem à afirmação da dissidência sexual em
contextos africanos. Em que sentido, para Sokari Ekine, estes discursos impedem a
descolonização das sexualidades dissidentes em contextos africanos? E, em que sentido,
segundo Sibongile Ndashe a narrativa da homofobia africana é danosa para os
movimentos locais em prol da dissidência sexual?

Na redação do seu texto traga citações devidamente referenciadas e justifique a sua


argumentação.

Instituto de Educação a Distância - IEAD - UNILAB - Campus dos Palmares, Bloco II, 1º Andar, Sala
112, Rodovia CE-060, Km 51, S/n.– Acarape, Ceará
CEP: 62.785-000, CNPJ: 12.397. 930/0001-00.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA
IEAD – Instituto de Educação a Distância

De acordo com o texto de Sokari Ekine (2020) “Narrativas contestadoras da


África Queer”, os discursos de homofobia impedem a descolonização das sexualidades
dissidentes no contexto africano no sentido que, o fundamentalismo religioso
impregnado desde o período colonial ainda é bastante presente e engessado nas
comunidades e nos discursos dos líderes africanos. Sendo assim, os líderes tomam por
base a religião cristã para condenar e oprimir a comunidade LGBTI africana. Para eles é
um pânico moral a homossexualidade, ou seja, o país que aceitar relacionamentos entre
pessoas do mesmo sexo se desmoraliza perante toda a sociedade africana. Assim sendo,
alguns países preferem não receber ajuda a apoiar a comunidade LGBTI, incentivando
ainda mais a homofobia e os discursos de ódio e discriminatórios. A comunidade Queer
em contexto africano sofre todos os tipos de opressões, preconceitos, homofobias e
discriminações, pois os líderes utilizam da religião e da cultura local para condenar e
oprimir os LGBTs dificultando ainda mais a descolonização das sexualidades
dissidentes. Seguindo essa premissa, torna-se mais difícil descolonizar as sexualidades
dissidentes em contexto africano quando se cria movimentos antiqueer incentivando a
homofobia e criminalizando casamentos gays, desde 2009 políticos tentam colocar em
pauta o projeto de lei anti-homossexualidade acentuando ainda mais o preconceito e
discriminação contra a comunidade LGBTI. Á vista disso, a homofobia em África é tão
preocupante que casamento gay chegou a ser considerado uma perversidade. Alguns
países não aceitam a comunidade gay pelo motivo que afirmam sobre uma
homossexualidade não africana, que desmoraliza a família, os valores, e a cultura.
Colocam a homossexualidade como um desvio de caráter que ameaça a família e a
religião. Portanto, a população LGBTI africana se torna um lugar de disputa de
narrativas que dificultam suas lutas e o seu empoderamento. Sokari (2020);

“Mesmo se a população LGBTI se tornou um lugar de disputa


de narrativas ao mesmo tempo relacionadas e em competição, e
se as tensões associadas as empurram umas contra as outras
dentro da divisão interna, é essencial que tais narrativas se
engajem a partir dos seus próprios termos, no plano nacional e

Instituto de Educação a Distância - IEAD - UNILAB - Campus dos Palmares, Bloco II, 1º Andar, Sala
112, Rodovia CE-060, Km 51, S/n.– Acarape, Ceará
CEP: 62.785-000, CNPJ: 12.397. 930/0001-00.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA
IEAD – Instituto de Educação a Distância

internacional, e continuem a explorar os desafios de uma


política transformadora”

A proposta de engajamento internacional para promover uma política transformadora é


uma saída para que a comunidade LGBTI promova a criminalização da homofobia e o
livre arbítrio de se relacionar com pessoas do mesmo sexo, pois estará demonstrando
força, resistência. Enfim, percebemos o quanto o fundamentalismo religioso e o
fascismo promovem a discriminação de alguns grupos da sociedade, pois enquanto o
mundo todo não oficializar crime de homofobia ficará mais difícil a luta da população
LGBTI principalmente naqueles países que tem como base a religião como ferramenta
de opressão e dominação.

Segundo Sibongile Ndashe (2018) a narrativa da homofobia africana é danosa


para os movimentos locais em prol da dissidência sexual, uma vez que se propaga
história única sobre a homossexualidade. Sendo assim, os perigos das histórias únicas
promovem informações equivocadas a respeito de determinadas questões, como é o
caso da ideia de que o ativismo em prol das causas LGBTI não existe e que a população
gay é oprimida pela legalização da homofobia. Assim, os movimentos locais se
enfraquecem acreditando nessas histórias únicas negativas sobre a homossexualidade,
uma vez que vão impor soluções que muitas vezes não condizem com a realidade local
e isso acaba fortalecendo a homofobia dentro da comunidade. Neste sentido, a narrativa
da homofobia africana é danosa para os movimentos locais em prol da dissidência
sexual, pois os líderes africanos reforçam discursos de homofobia e não têm interesse
algum de criminalizar a homofobia, por este motivo, a homofobia continua forte no
continente africano. Entretanto, a homofobia sendo forte em alguns países africanos, os
movimentos locais em prol da dissidência sexual luta e tenta interagir com aliados
regionais e internacionais na luta pelos direitos LGBTI. Como afirma Sibongile Ndashe
(2018) “As colaborações locais, regionais e internacionais foram capazes de ajudar os
movimentos e desenvolver estratégias eficazes” que neste sentido, estratégias que
beneficiem o enfrentamento da homofobia e promoção das lutas pelos movimentos
LGBTI. Por fim, a população LGBTI perpassa por várias opressões dentro da nossa
sociedade não só no contexto africano, mas também em outros contextos, porém com
Instituto de Educação a Distância - IEAD - UNILAB - Campus dos Palmares, Bloco II, 1º Andar, Sala
112, Rodovia CE-060, Km 51, S/n.– Acarape, Ceará
CEP: 62.785-000, CNPJ: 12.397. 930/0001-00.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA
IEAD – Instituto de Educação a Distância

movimentos articulados a favor desses movimentos e o engajamento de todos, esse


quadro poderá mudar.

Referencia:

Ekine, Sokari. “Narrativas contestadoras da África Queer”. In: Rea, Caterina; Fonseca,
João Bosco Soares da; Silva, Ana Catarina Benfica Barbosa (orgs). Traduzindo a
África Queer II. Figuras da dissidência sexual e de gênero em contextos africanos.
Salvador: Devires, 2020, pp. 19-33.

Ndashe Sibongile. “A história única da homofobia africana é perigosa para o


ativismo LGBTI”. In: Rea, Caterina; Paradis, Clarisse Goulart; Amancio, Izzie Madalena

Santos (orgs). Traduzindo a África Queer. Salvador: Devires, 2018, pp. 78-88.

Instituto de Educação a Distância - IEAD - UNILAB - Campus dos Palmares, Bloco II, 1º Andar, Sala
112, Rodovia CE-060, Km 51, S/n.– Acarape, Ceará
CEP: 62.785-000, CNPJ: 12.397. 930/0001-00.

Você também pode gostar