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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

TF 0340 - UTILIDADES INDUSTRIAIS

ÁGUA DE RESFRIAMENTO
INDUSTRIAL

Francisco Eudes Maia e Silva Filho – 375417

Fortaleza - CE

1
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................... 3

HISTÓRICO ................................................................................ 4

TRATAMENTO ........................................................................... 6

TIPOS DE SISTEMAS ................................................................ 9

EQUIPAMENTOS AUXILIARES ................................................. 12

a) Torre de resfriamento por convecção natural ............. 13

b) Torre de resfriamento por convecção forçada ............ 14

c) “Spray-pond” .................................................................... 16

d) Radiador industrial ......................................................... 16

MERCADO ................................................................................... 18

IMPACTOS AMBIENTAIS ........................................................... 21

TENDÊNCIAS .............................................................................. 22

CONCLUSÕES ............................................................................ 23

REFERÊNCIAS ............................................................................ 24

2
1. INTRODUÇÃO

Ao analisar os diversos segmentos industriais, nota-se que a utilidade


industrial denominada água de resfriamento, referente ao resfriamento de
insumos, produtos e resíduos dentro do setor, é bastante imprescindível.
Tal necessidade se deve ao fato de que na maioria dos processos
dentro da indústria que envolvem as matérias supracitadas é gerado calor
enquanto é necessária a manutenção da temperatura de operação.
Além disso, essa conservação da temperatura pode ser motivada tanto
pela imposição de busca da maior eficiência do processo, quanto pela
conservação dos equipamentos envolvidos, a fim de evitar danos
provocados pelo superaquecimento.
Assim, pode-se dizer que água é largamente utilizada em processos de
resfriamento industrial pelos seguintes motivos:
a. É abundante em algumas regiões do planeta. Como um dos pré-
requisitos básicos para a resolução da instalação geográfica de uma
indústria é a proximidade de fontes de captação d’água com o intuito de
promover redução de custos acerca do insumo, a quantidade do líquido
disponível para a finalidade de resfriamento é geralmente ampla;
b. Possui calor específico relativamente elevado. Por conta dessa
propriedade, a água, quando comparada a diversos outros fluidos,
necessita de uma quantidade maior de calor para que uma unidade de
massa varie uma unidade na escala de temperatura, sendo, assim, mais
eficiente no processo de resfriamento;
c. Condutividade térmica elevada. Já essa propriedade determina que o
tempo de trânsito do calor é menor quando é utilizada água em
detrimento de outros fluidos;
d. É uma substância segura. Como é sabido que a água não é uma
substância inflamável, nem explosiva, além de que não é corrosiva aos
tecidos corporais humanos, portanto, pode ser considerada menos
nociva para a aplicação dentro da indústria, já que há determinados
riscos de vazamentos.
Diante da necessidade da importância de economizar recursos como
água e energia, para que, desse modo, seja alcançada uma redução de
custos, o sistema de resfriamento de água industrial ganhou mais evidência
e, de tal forma, passando por algumas inovações dentro dos processos
produtivos.
Dentre as inovações, podem ser citados os equipamentos adicionados
aos sistemas de refrigeração nos quais a água foi empregada ao longo dos
anos.
2. HISTÓRICO

3
A partir de certas fontes, é estimado que a água de resfriamento foi
utilizada pelo homem primordialmente na pré-história, mais especificamente
na idade dos metais, entre 5000 a.C. e 4000 a.C.
Nos processos de metalurgia desenvolvidos nesse período, as ligas
metálicas de cobre, de bronze e de ferro recém fundidas eram mergulhadas
em banhos d’água, a fim de promover o resfriamento imediato das peças.
Bem após esse período, já na Revolução Industrial, por volta do ano de
1850, junto à elevada disseminação de fabril europeia, o processo de
resfriamento com água foi aprimorado com o advento das torres de
resfriamento de tiragem natural de calor, buscando, assim, ser uma solução
ainda mais eficiente e barata.
Esse aprimoramento foi fomentado especialmente pela necessidade de
resfriar máquinas e condensadores de motores à vapor.

Figura 1: Imagem de uma máquina à vapor utilizada na Revolução Industrial.

Ao observar o Ciclo de Rankine, metodologia que explica a produção de


trabalho a partir de inserção de calor, no caso o calor gerado pela a queima
de carvão mineral, matriz energética da Revolução Industrial, observa-se
que o resfriamento é de crucial importância.
O resfriamento de condensadores do ciclo de geração de potência
supracitado tem a função de viabilizar a condensação do fluido recém
chegado da turbina, fazendo com que nenhuma parcela dele alcance a
bomba hidráulica ainda no estado vapor. Caso contrário, ocorreria o
fenômeno de cavitação, em que bolhas de vapor passam pelas pás da
bomba às danificando por erosão.

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Figura 2: Representação de um Ciclo de Rankine com sistema de água de resfriamento para
condensador com torre de resfriamento acoplada.

A necessidade de remover calor pelo condensador de uma máquina


térmica qualquer também se dá pela manipulação do seu rendimento, uma
vez que junto ao valor do calor absorvido pelo ciclo, dão o seu valor.
Lembrando que quanto mais próximo da unidade, mais eficiente será o
equipamento, pois quando igual à unidade, tem-se uma máquina ideal.

Imagem 3: O rendimento da máquina térmica.

Passada a Revolução Industrial, no século XX, o petróleo,


suplementado pelo gás natural, derrubou o carvão do topo da lista que
ocupava como fonte de energia para o mundo industrial. Ainda assim, a
água de resfriamento continuou sendo bastante importante no setor.
Agora, a água passou a ser utilizada no resfriamento de correntes de
destilados do petróleo recém saídas das torres de separação por
destilação, já que os compostos são separados por vaporizações
sequenciais por ordem decrescente de volatilidade, isto é, o petróleo é
aquecido para ser refinado, resultando na saída correntes aquecidas.

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Imagem 4: Indústria petroquímica equipada com torres de destilação fracionada.

3. TRATAMENTO

Para manter a eficiência e a integridade do sistema de resfriamento


com água, são realizados tratamentos contra: corrosão, incrustação e slime.
No caso da corrosão, é presenciado um fenômeno que pode ser
responsável, em circunstâncias mais severas, pela perfuração ou pelo
rompimento das tubulações destinadas ao transporte da água em questão.
Em condições mais amenas, tem-se apenas a formação seguida da
deposição de óxidos devido à corrosão do metal que compõe tais
tubulações que, consequentemente, são responsáveis pela diminuição do
coeficiente médio de transferência de calor por convecção, tanto pelo fato
dos óxidos serem isolantes térmicos, quanto pelo aumento provocado na
espessura da parede dos dutos.
A formação de óxidos podem ser resultantes, também, no entupimento
das tubulações e dos trocadores de calor envolvidos, uma vez que os
óxidos podem se desprender da região onde foram formados.
Para combater a corrosão são executados processos de dessalinização
e de controle de pH, já que a alta salinidade aliada a um potencial
hidrogeniônico próximo ao neutro são condições excelentes para troca de
elétrons ocorridas nas reações de óxido-redução que promovem o
fenômeno.
Outro meio utilizado na prevenção da corrosão nesses sistemas é
adição da hidrazina (N2H4), substância que reage fortemente com o oxigênio
dissolvido em água, evitando a permanência dessa substância altamente
oxidante, formando apenas composto inertes como representado na reação
abaixo:

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N2H4(l) + O2(g) → H2O(l) + N2(g)
O sulfito de sódio (NaSO3) é outra substância que também é usada com
sequestrante de gás oxigênio dissolvido em água, uma vez que reage com
ele, formando sulfato de sódio (NaSO4) como representado na reação:

NaSO3(aq) + O2(g) → NaSO4(aq)

Ao se tratar da incrustação, é notado um acúmulo de material fortemente


aderido sobre às superfícies das tubulações, necessitando, desse modo, de
esforços consideráveis para sua remoção, sejam eles limpezas mecânicas
ou limpezas químicas.
As substâncias formadoras de incrustações, sendo, em sua maioria, sais
minerais, ao terem seus limites de solubilidade ultrapassados, iniciam uma
precipitação sob a forma de pequenos cristais.
Tais grãos cristalinos, por sua vez, apresentam uma estrutura molecular
bem ordenada e podem se aderir fortemente às superfícies metálicas dos
equipamentos. Uma vez formado o cristal, ocorre um rápido
desenvolvimento do mesmo, através da agregação de novas moléculas,
resultando em incrustações com tamanhos cada vez maiores.
Assim, é observada, novamente, a redução do coeficiente de troca
térmica em forma de agravante, pois há a formação de uma nova
resistência térmica nos interiores do sistema. Além de que há a
possibilidade de obstrução integral de algumas linhas de fluxo, podendo, de
tal forma, ocasionar o Golpe de Ariete, fenômeno acarretado pelo acúmulo
de líquido sobre altas pressões, as rompendo e causando possíveis
acidentes.
Em determinado caso, são utilizados anti-incrustantes, dispersantes e
floculantes, a fim de solubilizar, mais uma vez, as moléculas que foram
cristalizadas no interior do sistema. Porém, esses produtos devem ser
aplicados de forma coerente, visto que se utilizados em excesso, podem
propiciar a formação de espumas que, por sua vez, também são isolantes
térmicos por serem formadas por bolhas de ar.
Ademais, há certos métodos de pré-tratamento, por exemplo, a filtração
da água antes de sua inserção no sistema, contudo, será um meio de
resolução ineficiente, uma vez que não será impedir a incrustação no seu
interior.
Já outro método de abrandamento, conhecido por fazer remoção de sais
catiônico de cálcio (Ca), de magnésio (Mg) e de ferro (Fe), sais que são
insolúveis em água, é um método de pré-tratamento bastante eficaz no
caso de captação das chamadas “águas duras” que ao depender da
localização geográfica, podem ser as únicas disponíveis para às indústrias.

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Imagem 5: Formação de incrustação por carbonatos no interior da tubulação de um sistema de
resfriamento com água.

Por fim, o fenômeno da slime é caracterizado pelo desenvolvimento


microbiológico no interior dos circuitos de resfriamento, ou seja, pela
formação de bactérias, de fungos e de algas. Reduzindo,
consequentemente, a taxa de transferência de calor pela formação de
resistências térmicas.
Para a solucionar tal problemática, devem ser utilizados produtos ou
técnicas bactericidas, fungicidas e biocidas, respectivamente. Dentre os
produtos podem ser citados o cloro e seus compostos, os peróxidos, o
ozônio, os quaternários de amônio, as aminas complexas, os carbamatos, o
glutaraldeído, as biguanidas, dentre outros. Já se referindo às técnicas,
podem ser exemplificadas a radiação ultravioleta e a filtração lateral ou em
paralelo.

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Imagem 6: Deposição de algas em sistemas de resfriamento.

Imagem 7: Desenvolvimento de colônias de micro-organismos nas paredes de uma torre de


resfriamento.

4. TIPOS DE SISTEMAS

Com o desenvolvimento de equipamentos auxiliares, foram criados


novos tipos de sistemas de resfriamento com água, logo, são conhecidos
atualmente os seguintes: sistema aberto, sistema semiaberto (ou aberto de
recirculação) e sistema fechado.
Primordialmente, eram-se utilizados apenas sistemas abertos de
resfriamento, também chamados de sistemas de uma só passagem, do
inglês “once-through”. Nesse caso, a água é captada de sua fonte de
captação, circula pelo processo de resfriamento e é descartada ao final,
obviamente, com uma temperatura mais elevada. Portanto, tal processo tem
o inconveniente de gerar a chamada “poluição térmica” das águas.
Esse tipo de sistema é adequado em casos em que as quantidades de
água disponível na captação e a demanda para sistema de resfriamento da
indústria são ambas bastante elevadas.
Além disso, vale ressaltar que qualidade da água captada deve ser
compatível com a qualidade exigida pelo processo, uma vez que seria
bastante dispendioso executar tratamentos em correntes d’água que seriam
descartadas imediatamente após a primeira utilização.
Ao se referir à “poluição térmica” das águas, sabe-se que esse
fenômeno é responsável por prejuízos aos ecossistemas que dependem
desse recurso, já que o aumento da temperatura hídrica tem como
consequência o redução dos teores de oxigênio dissolvido na água.

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Imagem 8: Representação esquemática do sistema aberto de resfriamento.

É importante mencionar no sistema aberto de resfriamento com água


não é necessário o uso obrigatório de trocador de calor, justificado pelo fato
ser desnecessário o mantimento da qualidade da água, pois ela será
descartada logo em seguida.
Com o advento das torres de resfriamento por convecção natural,
passaram a ser utilizados sistemas semiabertos de circulação, em que após
passar pelas instalações que devem ser resfriadas, a água então aquecida
circula através de uma instalação de resfriamento, geralmente torres de
resfriamento, a fim de reduzir sua temperatura e se tornar novamente
apropriada para o reuso.
Assim, determinado sistema é utilizado quando existe uma demanda
elevada junto à disponibilidade limitada de água, principalmente em locais
onde a qualidade dela está comprometida, uma vez que é imprescindível a
redução de custos provenientes do tratamento hídrico.
Portanto, é viável economicamente para sistemas que requerem certo
padrão de qualidade para a água de resfriamento.
Por fim, tal modelo apresenta um custo inicial elevado, devido à
produção e à instalação dos equipamentos auxiliares, porém resolve em
parte o problema de eventual escassez de água, pois possibilita menor
volume de captação pelo fato de apenas pequenas parcelas serem
perdidas por evaporação, além de que evita o transtorno da “poluição
térmica” das águas.

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Imagem 9: Representação esquemática do sistema semiaberto de resfriamento.

Com o aumento dos anseios por sistemas de resfriamentos mais


eficazes, foram implementados outros equipamentos auxiliares que
configuram componentes de sistemas de recirculação parcial, isto é, apesar
de mais eficientes, promovem, também, a perda d’água por evaporação. O
melhor exemplo a ser citado é a torre de resfriamento por convecção
forçada.
Agora, ao se tratar de sistema de resfriamento fechado, sabe-se que é
um circuito no qual não há sequer perda mínima de água, dispensando,
dessa forma, reposições ao fim de cada ciclo.
Geralmente, aplicado em pequenas correntes de água, uma vez que
necessita de equipamentos que não possuem coeficientes de troca térmica
elevados, como os radiadores industriais. Ademais, antes de introduzida, a
água do sistema deve passar pelos devidos tratamentos, devido ser mais
adequado em casos em que seu controle de qualidade é bastante exigente.
Por conseguinte, devem ser acompanhados obrigatoriamente por
trocadores de calor, com o intuito de evitar a contaminação da água de
resfriamento do circuito.

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Imagem 10: Representação esquemática do sistema fechado de resfriamento.

5. EQUIPAMENTOS AUXILIARES

De acordo com as distinções dos tipos de sistemas de resfriamentos


industriais com água, eles são definidos de acordo com o nível de
reaproveitamento cíclico da água.
Assim, para haver aproveitamento são necessários equipamentos que
facilitem tal benefício. Sabe-se, então, que os únicos dotados por esses
equipamentos são os sistemas semiabertos e fechados.

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a. Torre de resfriamento por convecção natural

Também chamada de torre de resfriamento de tiragem natural, é


o primeiro equipamento suplementar a ser utilizado em sistemas
de resfriamento industrial. Nele, a água recém aquecida é
bombeada até seu topo, sendo, então, pulverizada com a
intenção de aumentar a área de contato com o ar interno da torre,
a resfriando, dessa forma, até chegar à bacia coletora, localizada
na base do aparato.

Na maioria das vezes, possui forma de sólido de revolução de


hiperboloide, para que, assim, tenha uma área de troca térmica
maior possível com o ar externo, viabilizando um maior fluxo de
calor e uma maior eficiência para a torre. Sua altura pode
alcançar até 200 metros e seu diâmetro até 100 metros.

Nesse equipamento, ocorre a evaporação de um pequeno


percentual da água de resfriamento, devido ao fato da sua maior
área de contato com o ar interno contribuir no aumento da sua
volatilização, o que promove ainda mais queda de temperatura da
parcela de água que não evaporou, devido à perda de calor por
vaporização.

Devido essa evaporação, bem como perdas por respingos e por


arraste, deve ser reposta a quantidade de água perdida no
fenômeno para manter, de tal forma, a eficiência do circuito, além
de que sem essa reposição, seria observada uma concentração
de partículas no seu interior.

Por fim, a instalação desse tipo de torre tem como variante de


viabilidade, a localização geográfica, pois seu rendimento
depende das condições climáticas do ambiente, ademais, não é
recomendado para regiões de clima seco, uma vez que haveria
uma evaporação acentuada do fluido em questão.

Imagem 11: Torres de resfriamento de troca térmica por convecção natural.

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b. Torre de resfriamento por convecção forçada

Com o objetivo de reduzir perdas de massa de água causadas


por evaporação, por arraste e por respingos, assim como o de
obter menores dimensionamentos e melhores rendimentos, foram
desenvolvidas as torres de resfriamento por convecção forçada,
equipamento com funcionamento baseado nas torres de tiragem
natural, porém automatizadas e menos vulneráveis às condições
climáticas.

Análogo ao caso anterior, a água cai de aspersores na parte


superior de uma caixa que possui paredes laterais permitindo a
entrada de ar por venezianas, seja por corrente de ar induzida, ou
por corrente de ar forçada.

Em uma abertura na parte superior o ar sai, graças à atuação de


um ventilador axial de pás fixas ou de passo ajustável. A ação
desse ventilador produz uma rarefação na torre, de modo a
induzir a entrada do ar em sentido contrário ao da água que
goteja. Por isso a torre desse tipo se chama de contracorrente.

Internamente à torre existe um enchimento de grades e colmeias


especiais, em cuja travessia a água processa a transferência de
seu calor para o ar. Além de impulsionarem uma maior troca
térmica, esses recheios de torres evitam, também, perdas de
água por arraste.

Forma-se no enchimento um filme turbilhonado ou de respingos.


O ar úmido e quente é expelido pelo ventilador para a atmosfera
de baixo para cima.

As torres possuem na parte superior, entre os aspersores e o


ventilador, eliminadores ou separadores de gotas para impedir
que as gotas cheguem até os ventiladores. Mais uma vez,
impedindo a perda de gostas d’água por arraste.

Imagem 12: Separador de gotas de uma torre de resfriamento.

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Como evidenciado na imagem 12, o separador de gotas conta
com uma superfície inclinada que possui como função reter
gotículas de água empurradas pela corrente de ar para que
venham a coalescer e formar gotas maiores para que, assim, por
gravidade, caiam em direção à bacia coletora.

Imagem 13: Representação do funcionamento de uma torre de resfriamento por


convecção forçada.

Imagem 14: Fotografia de uma série de torres de resfriamento de tiragem mecânica.

c. “Spray-pond”
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Ainda se tratando de equipamentos de circuitos semiabertos, o
“spray-pond” é formado por um lago de grande extensão territorial
e baixa profundidade encarregado de receber a água aquecida no
processo de resfriamento em que o líquido é aspergido na lagoa
através de diversas tubulações equipadas com bicos de Spray.

Esta situação favorece a troca térmica entre o fluxo de líquido e o


ambiente durante o percurso entre a saída do bico e a lâmina
d’água da lagoa. Uma vez que são formadas nesse percurso,
gotículas quem ficam circundas pelo ar atmosférico.

Imagem 15: Reservatórios onde a água é pulverizada e resfriada naturalmente pelo


próprio ar que a circunda.

Dentre as desvantagens do “spray-pond”, está o fato do


equipamento dele ocupar um grande espaço, sendo um
empecilho em determinadas localidades devido ao alto custo de
implantação e, principalmente, a inadequação em climas secos,
pelo motivo de volatilizar uma enorme fração da água do sistema.

d. Radiador Industrial

Semelhante ao radiador utilizados nos sistemas de resfriamento


de veículos à combustão, porém discrepante quanto à escala de
tamanho, tem o objetivo de tornar a água termicamente
apropriada para reuso, operando no sistema sem qualquer perda
do fluido.

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Nele, a água aquecida entra em diversas tubulações estreitas e
aletadas, para que, assim, haja aumento da área de troca térmica
com o ar. Nesse conjunto está acoplado um ventilador cuja
função é promover uma convecção forçada para que o ar
circulante troque calor promovendo o resfriamento da água que
percorre tais tubulações.

Por ser um equipamento incapaz de realizar trocas térmicas de


grande magnitude, os sistemas de resfriamento fechados com
uso de radiador são implantados quando atuam com pequenas
correntes de fluido.

Imagem 16: Radiador de escala industrial com ênfase no conjunto de tubulações e


aletas.

Imagem 17: Radiador de escala industrial com ênfase no ventilador.

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6. MERCADO

A água de resfriamento é imprescindível em vários tipos de indústrias, já


justificado pelo motivo de que, na maioria delas, são executados processos
que geram calor enquanto é necessário o mantimento de sua faixa de
temperatura ideal. Sendo assim, podem ser exemplificados os seguintes
tipos de indústrias:

a. Usinas Termelétricas. Como o funcionamento das termelétricas é


compreendido principalmente por um ciclo de geração de potência, no
caso, Ciclo de Rankine, no qual é gerado vapor superaquecido para
ativar a rotação de uma turbina, tornam-se bastante uteis sistemas de
resfriamento com água, uma vez que esse mesmo vapor precisa ser
condensado para evitar danos ao sistema de bombeamento no qual
deve passar apenas em fase líquida.

b. Usinas Nucleares. Assim como nas termelétricas, as usinas de energia


nuclear também operam de acordo com um ciclo de geração de
potência, todavia, diferindo pela fonte de calor utilizado para a sua
realização. Devido às usinas nucleares promoverem fissão atômica para
obtenção de calor, são recorridos à sistemas de resfriamento mais
rebuscados. São as indústrias mais responsáveis pela “poluição térmica”
das água.

c. Indústrias Petroquímicas. Utilizados no resfriamento de correntes de


derivados recém saídas das torres de destilação fracionada do petróleo
cru, os sistemas de resfriamento com água também são indispensáveis
nesse segmento industrial.

Imagem 18: Indústria petroquímica equipada com torre de destilação fracionada.

18
d. Indústria Químicas. Conforme à existência da manipulação de diversos
processos exotérmicos, isto é, que liberam calor, nas indústrias
químicas, por exemplo, a simples diluição de ácidos, tornam-se
necessários processos de resfriamento com água.
e. Indústrias Siderúrgicas. Utilizados tanto no resfriamento da escória de
alto-forno, rejeito da indústria composto por vários óxidos, bem como no
resfriamento de peças de aço recém laminadas e/ou moldadas em altas
temperaturas.

Imagem 19: Barra de aço incandescente no setor de laminação de uma siderúrgica.

f. Indústrias de Fundição. Nesse setor industrial, a água de resfriamento


é empregada no controle da temperatura das peças metálicas que são
derretidas no processo de manipulação de forma.

g. Indústria Alimentícia. Na produção industrial de alimentos, além do uso


de sistemas de resfriamento, há também a utilização de sistemas de
arrefecimento com água, ou seja, sistemas que visam reduzir a
temperatura para próximo do ponto de congelamento da água. Um caso
a ser citado é o arrefecimento de água mineral para aproximados 4ºC
com o intuito de facilitar a adição de gás carbônico (CO 2) para, assim,
obter a água e outras bebidas gaseificadas, como refrigerante e água
tônica. A técnica pode ser explicada pelo aumento do favorecimento do
equilíbrio químico entre as fases líquida e vapor.

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Por ser tão essencial nesses segmentos industriais supramencionados,
assim como em diversos outros, o preço de mercado da água é
estabelecido como um forte determinante da localização geográfica das
indústrias de acordo com suas respectivas proporções.

Imagem 20: Valor de mercado da água de acordo com cada unidade federativa brasileira.

Por fim, pode-se concluir que o setor industrial é responsável por


grande parte do consumo de água de qualquer país industrializado,
contudo, por ser um país predominantemente voltado para o agronegócio, o
setor que mais consome água no Brasil é o agrícola, uma vez que ele
carece de irrigações para ser praticado.

Imagem 21: O consumo de água no Brasil de acordo com cada setor econômico.

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7. IMPACTOS AMBIENTAIS

Dentre às problemáticas causadas no meio ambiente, se destaca a


“poluição térmica” das água sendo a mais grave. Ressaltando sua inerência
apenas aos sistemas abertos de resfriamento, justificado pelo fato de que
nesse caso a água aquecida durante sua utilidade é simplesmente
despejado num efluente próximo, podendo ser rios, açudes, lagos e mares.
Um exemplo comum é o aquecimento de águas pelo resfriamento em
usinas de energia nuclear, uma vez que nesse segmento, há uma geração
de calor exorbitante, causada pelo processo de fissão nuclear.

Imagem 22: Foto que mostra os agravantes da poluição térmica causa pelas águas de
resfriamento de uma usina nuclear.

Tal impacto é bastante relevante devido ao fato de que esse


aquecimento das águas de ecossistemas causa uma redução significativa
nos teores de oxigênio dissolvido nelas, ocasionando a morte de peixes e
demais seres vivos dependes delas, assim, consequentemente, provocando
o acúmulo de matéria orgânica, denominado eutrofização.
Outro impacto a ser mencionado é a perda d’água na região onde são
instaladas as indústrias que fazer o uso de sistemas de resfriamento
semiaberto. É considerado, então, como a soma das perdas por
evaporação, por respingo, por arraste e pela purga de desconcentração.
A água que é perdida apenas por evaporação em qualquer dos
sistemas de resfriamento que se adote é da ordem de 1 a 2% de volume de
água em circulação.

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O percentual de perda de 2% de 3000 m³, volume médio de água em
circulação por hora em um sistema semiaberto, tem-se o equivalente a 60
m³ de água. Sendo essa a quantidade de água que se perde por hora na
torre de resfriamento ao funcionar em sua capacidade máxima. 
Sabe-se também que o desequilíbrio provocado por esse deslocamento
de massa de água não se restringe apenas ao local de perda, uma vez que
o fenômeno provoca precipitações nas regiões adjacentes, ocasionando
possíveis transtornos por enchentes.

8. TENDÊNCIAS

Em prol dos combates à elevação de custos e aos problemas


ocasionados são adotadas aos poucos, medidas inovadoras que possam
viabilizar de forma mais econômica e sustentavelmente essa utilidade
industrial.
Por conseguinte, há busca incessante por melhorias com o intuito de
reduzir as “poluições térmicas” provenientes das águas de resfriamento
industriais, assim como reduzir a perda delas nas torres de resfriamento,
como já demostrado pelos recheios de torres.
Por fim, o reuso das águas de resfriamento também tem papel de
responsabilidade social, já que aumenta a oferta de água para população,
da mesma forma que descongestiona os sistemas de esgotos destinados à
ela, possibilitando o acesso ao saneamento básico.

Imagem 23: Gráfico informativo dos atendimento com rede de água e esgoto para cada
região brasileira.

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9. CONCLUÕES

Os sistemas de aplicação de água de resfriamentos são até a atualidade


de suma importância na viabilização dos procedimentos de diversas
indústrias, sendo até mesmo uma variante de mercado delas. Pois são
responsáveis por uma redução significativa de custos energéticos de
manutenção de temperatura desses processos.
Todavia, são constatadas constantes inovações em busca de maior
eficácia e redução de custos, bem como menores danos às instalações e ao
meio ambiente.
Por fim, o advento de equipamentos à disposição estão entre os maiores
aperfeiçoamentos da prática, uma vez que permitiram melhores condições
de instalação por necessitarem de menores volumes de captação de água e
menores custos referentes aos tratamentos hídricos.

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10. REFERÊNCIAS

MACINTYRE, Archibald Joseph. EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS E DE


PROCESSO – 1ª edição. 2008

http://www.snatural.com.br/PDF_arquivos/Torre-Caldeira-Tratamento-
Agua.pdf

http://refrisat.com.br/conteudo/sistema-de-resfriamento-industrial /

https://www.ebah.com.br/content/ABAAAervgAK/5-operacoes-unitarias

https://www.lujetec.com.br/informativo/torre-de-resfriamento-reducao-de-
custos-de-energia-eletrica-e-agua/

https://www.mecanicaindustrial.com.br/557-torre-de-resfriamento /

https://brasilescola.uol.com.br/quimica/poluicao-termal.htm

http://ecoblogssa.blogspot.com/2013/07/impactos-ambientais-
decorrentes-de.html

https://www.youtube.com/watch?v=n0QJHAp97DE

http://kurita.com.br/index.php/artigos-tecnicos/tratamento-de-agua-de-
resfriamento/

https://www.dw.com/pt-br/quanto-custa-a-%C3%A1gua-no-brasil/a-
43042579

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