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CENTRO TECNOLÓGICO
ESCOLA DE CHICAGO
Florianópolis/SC
Maio/2013
Os caminhos da nova arquitetura
No ano de 1804, no encontro do rio Chicago e do lago Michigan, foi fundado pelo
exército americano o Forte Dearborn (fig. 1), em seu entorno começaram a se assentar
moradores, até quem em 1833 é fundada a vila de Chicago, povoada por 200 habitantes. Após
a expulsão dos povos nativos da região, a vila passou a crescer rapidamente, sendo elevada no
ano de 1837 ao posto de cidade, na qual residiam 4 mil habitantes. O investimento do estado
americano no setor de transportes fomentou a ocupação da região, através da construção do
canal que interligava o lago Michigan aos rios Mississipi e Missouri, além da nova malha
ferroviária americana, cujo projeto tornou Chicago o centro ferroviário mais movimentado do
mundo (fig. 2).
O território da cidade tem seu centro delimitado pelo leito do rio Chicago e pela
margem do lago Michigan, tal restrição de espaço (fig. 5), aliada à importância econômica da
cidade e à especulação imobiliária, fez com que as novas construções fossem verticalizadas, de
modo a ocupar o mínimo possível do solo possuindo a maior área construída possível.
O “balloon frame” utilizado até então, foi substituído por Le Baron pelo “steel frame”,
ou “gaiola equilibrada” (fig. 8), ou seja, a construção através de peças indiferenciadas de aço,
que poderiam estruturar edificações de qualquer porte. A utilização de estruturas de aço foi
favorecida pela localização da cidade, próxima a muitas indústrias de ferro.
A fundação dos novos edifícios não mais foi feita de pedra, e sim de concreto,
material que ainda não era amplamente utilizado (Chicago Caisson).
Para diminuir o peso das edificações, o tijolo maciço foi substituído por lajotas
cerâmicas nas abobadilhas, o que reduzia o peso dessas estruturas pela metade.
Características
- Volumetria cúbica presente nos edifícios, que eram compostos de fachadas compostas por
superfícies planas ortogonais.
- Janela Chicago (3 folhas, sendo a do meio fixa e a das pontas subdivididas e móveis)
- Subdivisão clássica das edificações em três. Pavimento de base, geralmente com uso
comercial, com decorações “finas” que pudessem ser observadas pelos usuários do exterior da
edificação. Sobre ela os pavimentos em repetição, nos quais ocorria a rarefação da
ornamentação. Como “coroamento”, havia o ático, último andar da edificação com ornamentos
grossos, a ponto de serem vistos exteriormente de sua base.
A Escola
Ao coletivo dos protagonistas desse novo movimento estético e estrutural deu-se o nome de
“Escola de Chicago”, apesar de os próprios participantes não terem um caráter homogêneo.
Leonardo Benevolo, em seu livro intitulado História da Arquitetura Moderna, subdivide a escola
em duas partes, a primeira geração, que passa agir logo após o incêndio e é integrada por
engenheiros formados nas características militares durante a Guerra da Secessão, tal como
Boyington, Van Osdel e Le Baron Jenney. Além de uma segunda geração, a de projetistas que
começaram atuar algum tempo depois e que passaram pelo estúdio de Jenney, como Daniel
Burnham, John Root, Willian Holabird, Martin Roche e Louis Sullivan. Este último se associa com
Dankmar Adler, e desta parceria saem grandes edifícios característicos desta escola. (fotos dos
engenheiros)
PRIMEIRA GERAÇÃO
- Jenney
Jenney pode ser considerado o precursor do movimento por atribuir-se a ele a invenção do
steel frame, sistema fundamental para as construções de grande altura. Tal princípio foi
aplicado pela primeira ver no Leiter Building (1879) (foto), apesar de, nesse caso, ainda ser
mantida fortemente a alvenaria na parte externa do edifício.
Home Insurance Building (1885) primeiro edifício com estrutura completamente de metal em
Chicago.
Apesar do HIB ser tido como o primeiro edifício da escola de Chicago, o conceito de tal escola
se torna mais preciso somente nos edifícios seguintes de Le Baron, o Fair Building e o Leiter
Building II (prédio Sears) (1889), com a redução da utilização da alvenaria, convervando nos
pilares os capitéis clássicos.
SEGUNDA GERAÇÃO
- Holabird e Roche
Em conjunto, constroem o Tacoma Building (1889), em estrutura mista com algumas paredes
de sustentação além da estrutura metálica. 12 andares. Aqui ocorre a rarefação dos elementos
decorativos relacionada à altura do edifício, contendo no alto um ático. Utilização de Bay
Window.
- Burnham e Root
Projeto do Monadnock Building (1891), edifício de 16 andares, com paredes externas de
sustentação em tijolos maciços sem qualquer ornamento, expondo pela primeira vez a chamada
“forma mural”, evidenciando o volume do edifício e as janelas bay window.
Great Northern Hotel (1892), onde adaptaram as características dos edifícios comerciais a um
hotel, que também assumiu a forma mural, além de bow e bay Windows.
Capitol Building, conhecido como “Templo Maçônico” atinge 22 andares, 90 metros, mais alto
edifício da velha Chicago, aqui a dupla perde a forma mural a arquitetura sem influências
históricas, já que usam de arcos na base, além de um telhado muito inclinado, de influências
românticas.
Até então, ainda eram usados ornamentos nas fachadas, e ainda eram influenciados pelo
passado histórico da arquitetura, indo contra o movimento que pretendia dar destaque a
própria estrutura, e mostrar em seus projetos uma cultura moderna. Root notou tal contradição
em 1890, e obre ela escreveu:
“Era mais do que inútil espalhar profusamente neles uma abundância de ornamentos delicados,
eles deviam, antes, como sua massa e suas proporções, inspirar, num vasto sentimento
elementar, a ideia das forças conservadoras, grandes e estáveis da cultura moderna. Um
resultado dos métodos que indiquei será a decomposição de nossos projetos arquitetônicos em
seus elementos essenciais. A estrutura íntima desses edifícios se tornou tão vital que ela é que
deve impor de modo absoluto o caráter geral das formas externas.”
- Louis Sullivan
Sullivan não possuiu uma linha de características físicas na construção de edificações, e sim
uma linha teórica, visto que suas construções eram todas baseadas em longas pesquisas, que
muitas vezes não conseguiu exteriorizar visualmente.
Rotschild Building: edifício com ornamentação grossa e sem estilo característico, primeiro da
associação entre Sullivan e Adler
Auditorium Building: edifício no qual a função não é demonstrada na fachada. Era um prédio
comercial, onde havia um hotel e várias salas de auditório. Considerado um passo para trás se
comparado aos outros edifícios, visto que nele a fachada é carregada de alvenaria.
Wainright Building: tido como o antecessor dos arranha-céus de hoje. Localiza-se em Saint
Louis. Contraposição da subdivisão clássica em 3 através das linhas horizontais e verticais.
Carson, Pirie & Scott: último dos grandes edifícios de Sullivan, que mudou sua estratégia d
evidenciar claramente a subdivisão clássica da edificação, e preferiu enfatizá-la através da
repetição dos andares de pavimentos. Era para existir um ático recuado que não aparecesse na
fachada, mas a construção do mesmo foi abolida.
O fim
Referências
- BENEVOLO, Leonardo; História da arquitetura moderna; São Paulo: Editora Perspectiva, 1998
- http://www.fau.usp.br/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/auh0154/Professor_
faggin/Seminario_08.pdf
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Glasgow
- http://artenova.no.sapo.pt/modernismo.htm
- http://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/06/16/escola-de-chicago/
- http://www.arquitetonico.ufsc.br/chicago-uma-aula-de-arquitetura
- http://www.discoveramerica.com.br/usa/experiences/i/illinois/chicagos-architecture.aspx
- http://pt.scribd.com/doc/19981953/Arquitetura-do-Seculo-XX-Escola-de-Chicago
- http://pt.scribd.com/doc/90906616/A-Escola-de-Chicago
- http://www.estagiodeartista.pro.br/artedu/histodesign/3_arqui.htm
- http://www.ci.com.br/saiba-mais.chicago-capital-da-arquitetura-e-mae-dos-arranha-ceus
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Chicago
- http://www.inquiring-eye.com/anatomy/framing.htm
- http://inventors.about.com/od/estartinventions/a/Elevator.htm