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BOA VISTA
2007
LILIANE BARBOSA DOS SANTOS GADELHA
BOA VISTA
2007
A monografia “UMA ABORDAGEM SOBRE A TEORIA DO EXCEDENTE DO
CONSUMIDOR COMO MEDIDA DE BEM-ESTAR ECONÔMICO” elaborada por
LILIANE BARBOSA DOS SANTOS GADELHA, foi submetida à banca examinadora
como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Bacharel em Ciências
Econômicas, outorgado pela Universidade Federal de Roraima – UFRR, conforme
resolução nº 065/93 – CEPE e 079/94 – CEPE.
Examinadora abaixo:
Banca Examinadora:
__________________________________________ ___________
Orientador: Professor Ruben Eurico da Cunha Pessoa
_________________________________________ ____________
1º Examinador: Professora M.Sc. Verônica Fagundes Araújo
_________________________________________ ____________
2º Examinador: Professor Doutor Genival Ferreira da Silva
E existe outra razão pela qual sempre damos
graças a Deus. Quando levamos a vocês a
mensagem de Deus, vocês a ouviram e
aceitaram. Não a aceitaram como uma
mensagem que vem de pessoas, mas como a
mensagem que vem de Deus, o que, de fato,
ela é. Pois Deus está agindo em vocês, os
que crêem.
(1 Ts 2:13 BLH)
A sabedoria que vem do céu é antes de
tudo pura; e é também pacífica, bondosa
e amigável. Ela é cheia de misericórdia,
produz uma colheita de boas ações, não
trata os outros pela sua aparência e é
livre de fingimento.
(Tiago 3:17; BLH)
RESUMO
The decision takers analyses and losses that the consumer in your
participation in the market. For so much, they use economical tools propitiate such
measure. Such measures of economical welfare state can be denominated with the
consumer's surplus, compensatory variation and equivalent variation that will
condition us to measure in monetary terms the welfare state variation gained by the
consumers.
Key words: welfare state, the consumer's surplus, compensatory variation and
equivalent variation.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE FIGURAS
1. INTRODUÇÃO:....................................................................................................10
8. CONCLUSÃO:.....................................................................................................43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:...........................................................................45
1. INTRODUÇÃO:
9
Fundamentação Teórica sobre o Excedente do Consumidor:
1
Fundamentado segundo a teoria ordinal do comportamento do consumidor descrita em Simonsen,
1993, vol. 1, pág. 61 a 64.
2
Preferências são de modo subjetivo o desejo de cada consumidor, ou seja, as preferências são
determinadas hipoteticamente.
10
mensurada, da mesma forma que se mede o peso de um objeto. Onde utilidade é
definida como a capacidade de satisfação de desejos humanos, provenientes do
consumo de determinada quantidade de bens e, adicionalmente3. Outro conceito
que contribui na analise do comportamento do consumidor está na utilidade marginal
decrescente - a satisfação obtida pelo consumo da última unidade do bem se difere
da utilidade total, que mensura a satisfação adicional decorrente do consumo de
uma quantidade adicional. Respectivamente dadas pelas equações:
UMgi d2ui
2 0 para toda mercadoria i. (2.1.2)
qi dqi
x1 x1p, m (2.1.3)
3
Possui característica aditiva devido ao fato que o consumidor poderá designar um número de
qualquer quantidade de um produto, e a utilidade total será a soma das utilidades associadas a cada
produto consumido, conforme expresso na equação (1);
11
excedente auferido por Lara, ou melhor, quanto ela ganhou com a comercialização
da água.
Uma maneira de verificarmos o nível de satisfação obtido por um consumidor
individual estar em analisarmos a curva de demanda individual de modo que ela se
pareça com uma escada.
Preço
(R$)
4
3,5
2,5
Excedente do
consumidor
2
C Quantidade
0 1 2 3 4
(x)
12
O excedente do consumidor total é obtido por meio da soma dos valores dos
excedentes correspondentes a cada uma das unidades adquiridas. No caso da
Figura 1 o excedente do consumidor é igual a:
Preço
R$
CExcedente
do
consumidor
Quantidade de
garrafas d’água
13
Outra concepção de analise do excedente do consumidor partir do conceito
do preço de reserva, o preço máximo que o consumidor está disposto a pagar pelo
bem, dado pela diferença nas utilidades:
r1 1 0
r2 2 1
r3 3 2
.
.
.
r1 r2 r3 3 0 (2.1.5)
EC r1 p r2 p ... rn p rn np (2.1.6)
14
5. Os efeitos sobre o Excedente do consumidor e do produtor:
Preço
R$
Excedent
e do
consumid
P0 or
Excedente do produtor
Q0 Quantidade
15
Para demonstrarmos o item IV, consideremos uma situação onde a
intervenção do governo seja sob o controle de preços, onde não se permite que os
produtores cobrem mais do que o preço máximo, estabelecido abaixo do nível que
equilibra o mercado.
O preço máximo de um bem foi fixado em PMÁX , que está abaixo do preço de
mercado p0 . O ganho dos consumidores é a diferença entre o retângulo A e o
triangulo B. a perda dos produtores é a soma do retângulo A e do triângulo C. Os
triângulos B e C em conjunto medem o peso morto devido ao controle de preços. O
peso morto corresponde à perda líquida do excedente total.
Preço
R$
Peso morto S
Peso Morto
B
P0
C
A
Pmáx
Escassez D
FiguraQ4 Quantidade
1 - Variação do
Q0 Excedente
Q2 do consumidor e do produtor devido
ao controle de preços.
16
Em se tratando de uma curva de demanda inelástica, o controle de preços
Figura 5, onde o triângulo B mede a perda sofrida pelos consumidores que não
conseguem adquirir a mercadoria, maior que o triângulo A, que mede o ganho dos
Preço
R$
D
S
B
P0
Pmáx A C
Q1 Q2 Quantidade
17
No caso de uma empresa (monopolística) cobrar apenas um preço de todos
empresa gostaria de cobrar mais dos consumidores que estejam dispostos a pagar
dispostos a pagar preços inferiores a P , mas somente se isso não acarretar uma
redução de preço para os demais clientes. Dessa forma, ela poderia também captar
R$/Q
Pmáx
A
P1
P*
B
Cmg
Pc
Rmg
Q* Quantidade
18
6. A política comercial internacional e seus efeitos sob Excedente do consumidor e
do produtor:
As relações comerciais entre países, são dotadas por instrumentos políticos que
controlam o comercio entre as nações. E estes instrumentos produzem efeitos que
equilibram o mercado. Segundo a teoria do excedente do consumidor e do produtor
os custos e benefícios serão auferidos através da imposição de barreiras como:
tarifas, subsídios, cotas etc...
Um exemplo para retratar o ganho com o país consumidor, quando este está
disposto a pagar US$ 8,00 por tonelada de trigo, mas o preço fosse de apenas US$
3,00, o excedente do país consumidor nessa compra seria de US$ 5. Esse
comportamento já apresentamos com a Figura 1.
19
Preço,P
O
PT
b
a c
PW d
T*
e
P
D
Q1 Q2 D2 D1 Quantidade, Q
= ganho do produtor ( a )
= perda do consumidor (a + b + c + d )
20
a área acima do preço, mas abaixo da curva de demanda. Como o preço com que
os consumidores se defrontam aumenta de P W para P T , o excedente do
consumidor cai pela área indicada por a + b + c + d. logo os consumidores são
prejudicados pela tarifa.
O governo ganha ao arrecadar a receita das tarifas. Tendo essa receita valor
igual a alíquota da tarifa t vezes o volume de importações: QT D2 Q2 . Como
t PT PT
*
, a recita do governo é igual a soma das áreas c e e.
a b c d a c e b d e (4.1)
21
Preço,P
O
PT
b
PW d
e
PT* D
Quantidade, Q
Importações
= perda de eficiência (b + d)
Os efeitos líquidos das tarifas sobre o bem-estar podem ser verificados pela
perda de eficiência que sugere quando uma tarifa distorce os incentivos para
consumir e produzir, e pelo ganho dos termos de troca que surge porque a tarifa
diminui os preços das exportações estrangeiras.
22
Preço,P
O
S
P
a c d
Subsídio PW b
e f g
PS*
Quantidade, Q
Exportações
= ganho do produtor (a + b + c)
= perda do consumidor (a + b)
23
No país exportador, os consumidores são prejudicados, os produtores
ganham e o governo perde porque deve gastar dinheiro com o subsídio. A perda do
consumidor é representada pela área a + b, o ganho do produtor, pela área a+ b+ c,
e o subsídio do governo (a quantidade de exportações vezes o montante de
subsídio), pela área b + c + d + d + e + f + g. A perda líquida de bem-estar é,
portanto, a soma das áreas b + c + d + d + e + f + g. Dessas b + c pela distorção do
consumo e da produção. Além disso, o subsídio a exportação piora os termos de
troca, na medida em que baixa a preço das exportações no mercado estrangeiro de
24
7. Calculando o excedente do consumidor e do produtor através da integral
definida.
n
_
f i p x , (5.1)
i 1
Onde:
4
Matemático George Friedrich Bernhard Riemann (1826 – 1866)
25
p
i, f i
f i p
A x, p
p f x
p
i
0
x x x x
Figura 10 - Analise de Riemann, sobre o excedente do consumidor.
x
i 1 i
demanda x assume todos os valores do intervalo xi 1, xi , dados pela Soma de
Riemann na equação (5.1), que é uma aproximação do que os economistas tomam
intuitivamente de excedente do consumidor.
f x dx f x dx p x
x x x
0 0
pdx
0
(5.3)
26
que dá a área da região abaixo da curva de demanda e acima da reta p p.
E que nos leva a seguinte definição, o excedente do consumidor é dado pela área
abaixo da curva de demanda e acima da reta de preço. Logo, o EC é o numero de
unidades monetárias correspondente ao excedente do consumidor.
f x dx p x
x
EC
0
(5.4)
gp dp
b
EC (5.5)
p
onde b f 0
32 x 8
3 p 2 p 32 3 p 0
24
EC dx 24
0 3 3
3 p 4 p 32 0
2
24
32 1
x x 2 64
3 p 8 p 4 0 3 6 0
8 96
p , x 24
3
8
E 24,
3
27
e onde cada intervalo vale x . Em cada subintervalo escolhemos o número i , tal
que x i 1 i x1 .
p hx
i, hi
p
A x, p
a
i
o x i 1 xi x x
x
Figura 11 - Analise de Riemann, sobre o excedente do produtor.
mercado , dado por p , é maior que hi , assim o ganho do produtor com o preço
p h x
n
i
i 1
28
p h x p h dx
n x
lim i i
n 0
i 1
ou equivalente,
p dp ,
P
EP 0
onde a = h(0).
1 12 x 1
dada a equação p hx , determine o excedente do produtor. Tendo o
6
8 8
ponto de equilíbrio 24, , x = 24 e p = ; assim , se EP é o excedente do
3 3
produtor temos.
8 24 1 12 X 1
EP 24 dx
3 0 6
24
1 1
64 1 12x 3 2
x
2 18 0
358
13,26
27
29
8. Medidas de variação de bem-estar:
preços mudarem.”
preço cai, a utilidade marginal também deve reduzir-se. Portanto Hicks considerou
de demanda do consumidor não seriam afetadas por mudanças na sua renda real, e
30
John Richard Hicks (1904-1989), reformulou a analise do excedente do
A variação na renda necessária para fazer com que o consumidor seja devolvido
renda. O que faz com que a linha orçamentária final se desloque, e surja um novo
31
8.1.1. Variação Equivalente5:
q2
D
VE/p2
A
E2
E1
E0
I1
I0
B F C
1
VE/p 1
q1
5
Fundamentado em VASCONSELLOS, Marco Antonio S. de, OLIVEIRA, Roberto Guena de,
Manual de Microeconomia. 2ª ed. São Paulo : Atlas, 2000.
32
Um exemplo pode facilitar a compreensão sobre variação equivalente. Seria o
programa desenvolvido pelo governo de Roraima, denominado “Programa Vale
Alimentação”, com o objetivo de complementar mensalmente com recursos parcela
da população do Estado, que se encontram em situação de vulnerabilidade social e
possui renda mensal per capita igual ou inferior a meio salário mínimo. Tendo em
vista essa situação o governo através deste programa indeniza o consumidor pela
não realização da assistência devida, seja referente à geração de emprego,
aumento salarial, assistência médica a idosos, etc.
VC/p2
D
E1
E0
E2
B F C
1
VC/p 1
33
DB indica qual seria a sua restrição orçamentária se após a redução no preço da
mercadoria 1 de p10 para p11 (p10 > p11). ´
R0 R1
OA ; OD ; o segmento DA tem sua medida dada por DA = OA – OD =
p2 p2
R0 R1 VC
. Assim, o segmento DA representa a variação compensatória na
p2 p 2 p2
VC
compensatória da renda também é dada por FC , ou seja, VC FCxp11 .
p11
34
estaria disposto a pagar o valor dado pela variação compensatória. Neste caso a
variação compensatória como uma medida monetária do ganho obtido pelo
consumidor em decorrência da redução do preço do bem.
RE
VE
R0 E0 E1
VC
RC
I1
I0
q1
35
certo limite. Verificamos que nestes casos o consumidor tem sua utilidade afetada
conforme a disponibilidade do bem se torna maior ou menor.
preço desde que esse consumo não ultrapasse um limite q10 . Terá sua restrição
orçamentária representada em um gráfico de duas dimensões; a renda disponível
para o consumo com todos os outros bens como sendo o bem representado no eixo
vertical. Se R0 é a renda disponível do consumidor, o conjunto de cestas de
consumo disponíveis a ele será dado pela área em cinza-escuro abaixo e sobre a
linha horizontal R R0 . Nesse caso, o consumidor optaria por consumir no ponto
E0 sobre a curva de indiferença I0 .
0
Havendo um elevação no limite de consumo do bem sem preço de q1 para
1
q1 . O conjunto de cestas de consumo disponíveis seria acrescido da área cinza-
x1, x 2 x1 2 , x 2 2 ,
1 1
Dada a função utilidade os preços 1,1 , renda US$100,00 .
7
Extraído de Varian, 2007, pág. 274 e 275.
36
m m
x1 e x2 ;
2p1 2p 2
m 100 2 141.
m 50 2 70.
Neste caso, se o consumidor tivesse uma renda de US$ 70,00 aos preços originais
estaria tão bem quanto ao defrontar-se com os novos preços e ter uma renda de
US$ 100,00. A variação equivalente na renda é, portanto, de aproximadamente 100-
70= US$ 30,00.
37
9. Função de utilidade indireta com métrica monetária aplicada a Variação
Compensatória (VC) e a Variação Equivalente (VE):
8
Quando tratamos os recursos naturais como bens públicos adotamos o governo como fornecer
deste bem, ou seja, o governa será encarregado de compensar o consumidor por variações de preço,
para que se possa preservar um recurso natural.
9
Ao adotarmos a função utilidade com métrica monetária, optamos por uma ferramenta
microeconômica que nos proporcionará medir o bem-estar, através da despesa mínima que o
consumidor terá de desembolsar para manter determinado recurso natural. Esta função assume
característica de uma função utilidade quase linear, ou seja, o comportamento das curvas de
indiferença são versão deslocadas de uma curva de indiferença.
38
que mantenha o consumidor no mesmo nível de utilidade inicial. Verificamos que a
medida está descrita por:
VC p1; p1, R1 p1; p0 , R0 R1 p1; p0 , R0 (7.3)
a definição descrita pela equação anterior, a variação de bem estar pode ser
expressa como:
q; p1, m1 q; p0 , m0 (7.3)
39
A variação equivalente mede o impacto, em termos de renda, de uma
mudança no cenário econômico. Em outras palavras, mede a variação de renda que
faz com que o consumidor permaneça no mesmo nível de utilidade anterior caso
houvesse essa variação. De outro modo, considerando a variação nos preços p 0
para p 1 ,
VE = p0 ; p1, m1 p0 ; p0 , m0 (7.7)
Ou
VE = p0 ; p1, m1 m0 (7.8)
x1 x1
VC
Peso
VE
Peso
p1
p0 p 1
0
Peso
p
Peso Peso A
Peso x2
B x2
40
A moldura teórica fundamenta o Método de Valoração Contingente (MVC),
que utiliza as variações compensatória e equivalente para medir o maior grau de
satisfação dos indivíduos em relação à alteração na disponibilidade dos recursos. O
modelo sugere um apresenta tratamento matemático mais detalhado para explicar e
justificar as decisões do consumidor. Através de hipóteses que devem ser
formuladas sobre o comportamento do consumidor a fim de obter algum tipo de
previsão de suas decisões.
41
10. CONCLUSÃO:
42
As ferramentas apresentadas no desenvolvimento deste trabalho são técnicas
disponíveis para a mensuração de perdas e ganhos, tornando-se grande aliado na
aplicação de políticas publicas que visem promover a satisfação de seu público alvo,
na aplicabilidade de projetos e destinação de recursos para fins específicos de
atendimento social. Vimos também à aplicabilidade do instrumental no âmbito das
relações comerciais internacionais tendo os mesmos objetivos de mensurar ganhos
e perdas entre países com relações comerciais.
43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
CUNHA, Sandra Baptista da; GUERRA, Antonio José Teixeira, org., Avaliação e
perícia ambiental, 5ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.
FILHO, André F. M. │et. al.│; Manual de Economia. Diva Benevides Pinho, Marco
Antonio Sandoval de Vasconsellos. (org.) 3ª Ed. São Paulo : Saraiva, 1998.
44
MARKIW, N. Gregory; Introdução à economia. Tradução Allan Vidigal Hastings.
São Paulo: Thomson Learning, 2007.
MAY, Peter H.; LUSTOSA, Maria Cecília; VINHA, Valéria da, (organizadores).
Economia do Meio Ambiente. 2ª reimpressão. Rio de Janeiro : Elsevier 2003. cap
1. pág. 33 a 60.; cap 3, pág. 81 a 99.
NOGUEIRA, Jorge M, │et. al.│. Quanto vale aquilo que não tem valor? Valor de
Existência, Economia e Meio Ambiente. Caderno de Ciência & Tecnologia,
Brasília, v.16, n.3, p. 59-83, set/dez 1999.
45
VARIAN, Hal R. Microeconomic analysis. 3ª ed. W.W. Norton & Company, Inc;
1992.
46