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A desunião entre irmãos

Ainda não aprendemos a discordar


sem dividir e desunir.

Pr. Antonio Carlos Paiva


Cianorte, PR
 
Infelizmente ainda existem grandes empecilhos entre os "irmãos"
da grande família de Deus na terra - a Igreja.
Tais empecilhos agem como fortes muralhas de separação.
Fato é que o radicalismo dogmático, vindo de nossas próprias regras
e convicções, têm dividido a Igreja de Cristo Jesus. Ainda não aprendemos
a dialogar ou discordar sem dividir e desunir irmãos.
Vamos refletir sobre alguns deles.

A idéia de que Deus só pertence ao "meu" grupo.

O conceito de que Deus seja patrimônio de grupos, que o Espírito Santo pode ser
preso a determinados costumes locais. Conseqüentemente quem sai destes grupos
não tem Deus, está fora da visão, está sem cobertura espiritual, ou ainda está em
rebeldia. Que tolice!

A idéia de que só a minha hermenêutica está correta.

O conceito de que só eu sei fazer a coisa certa. De fato, devemos seguir os


princípios universais da interpretação bíblica. Mas longe de nós dizer: a minha
exegese é perfeita. Porque o exegeta sempre leva para o texto que está
interpretando sua cultura e tradição teológica.

A idéia de que só a minha "performance" espiritual está correta.

O conceito de que só eu sei tudo. Este é outro motivo que tem fragmentado o corpo
de Cristo. Já é tempo de sabermos que a multiforme graça de Deus não opera
sempre da mesma maneira. Não posso julgar ou condenar outros irmãos que não
têm o mesmo jeito que o meu ao liderar, ao pregar, ao ensinar, ao agir. Pelo
contrário, precisamos sempre uns dos outros. Ninguém sabe tudo, ninguém recebe
tudo, e só Deus tem a última palavra.

A idéia de que as tradições são intocáveis.

O conceito de que não se pode mudar nada. O apego extremado às tradições tem
causado separações e divisões entre irmãos. Todos os grupos têm tradições e nós
temos as nossas. Em alguns grupos a tradição é tão forte que, quando alguém sai,
o motivo não é a violação de alguma doutrina bíblica, mas a quebra de alguma
tradição. As tradições são como odres velhos que são deixados de lado, não porque
sejam velhos, e sim porque enrijeceram. O odre é feito de pele, precisa ser macio e
elástico porque, quando o vinho novo fermenta, o odre estufa e, se a pele for
velha, arrebenta-se.

Ah! Que força têm as tradições! Mas é de flexibilidade que precisamos diante de
fatos novos, de tempos novos. Às vezes Deus nos obriga a quebrar algumas
tradições para bem dos irmãos e para o êxito da causa que abraçamos.
Palavra final

Vamos pensar sobre este assunto? Sabendo que pensar pode ser perigoso, porque
costuma levar a conclusões de que é preciso mudar, e mudanças podem custar
algumas coisas que nos tirarão da área de conforto.

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