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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE TERAPIA OCUPACIONAL
TERAPIA OCUPACIONAL NA ADOLESCÊNCIA

Bruna de Sousa Barbosa

Tema: O uso abusivo de eletrônicos Data: 31/01/2021

BUENO, G. R.; LUCENA, T. F. R.. Geração cabeça-baixa: saúde e comportamento dos


jovens no uso das tecnologias móveis. In: SIMPÓSIO NACIONAL DA ABCIBER, 9. Anais.
São Paulo, 2016. p.1-14.

Desde a primeira década do século XXI, os eletrônicos foram ganhando espaço nas
casas e nas vidas das pessoas. O celular, que antes só realizava e recebia ligações, passa a
oferecer uma gama de funcionalidades (facilitadoras e de entretenimento) indispensáveis à
vida contemporânea, os chamados smartphones, cada vez mais acessíveis e que conectam as
pessoas à rede de internet. No entanto, diversos estudos apontam as consequências para a
saúde do consumo demasiado de tecnologias e conteúdos nas mídias móveis e portáteis
(BUENO; LUCENA, 2016).
Os “nativos digitais”, que já nasceram inseridos nessa cibercultura e boom
tecnológico, que se crescem familiarizados com o toutch, whatsapp, facebook, instagram,
twitter, entre outros aplicativos e jogos onlines, estão suscetíveis a desenvolver problemas de
saúde tanto de natureza física, quanto mental, devido ao uso abusivo dos mesmos.
Bueno e Lucena (2016) destacam as condições de ordem musculoesquelética em
adolescentes e jovens decorrentes do uso constante de celulares, a “geração cabeça-baixa”. A
postura desajustada para a visualização das telas a longo prazo altera postura fisiológica do
corpo e vem sendo relacionada a dores de cabeça, tensão muscular na nuca, pescoço, ombros
e braços, além de cefaléia cervicogênica e lesões significativas em punhos e mãos.
Ademais, alterações de natureza psíquica e comportamental também já foram
identificadas nesse mesmo público, por exemplo a "nomofobia", comportamentos e sintomas
como ansiedade psicológica e fobia situacional, ocasionados pela angústia de não ser capaz de
comunicar-se na ausência do celular.
A qualidade de sono também apresentou-se prejudicada entre os adolescentes. O
tempo gasto em dispositivos (TVs, computadores, celulares, jogos online e músicas) está
relacionado ao tempo de sono perdido, o que pode favorecer o aparecimento de distúrbios do
sono e depressão, além de consequências negativas para o aprendizado e disposição na rotina
escolar (BUENO; LUCENA, 2016).
Contudo, o fator de risco não é a existência dos dispositivos, mas sim o seu uso
excessivo e o tempo de exposição às telas, que podem provocar certa dependência
não-química, bem como diversas complicações para a saúde, além das mencionadas, para os
adolescentes.
É preciso voltar a atenção para esse público em especial, considerando a adolescência
como uma fase do desenvolvimento em que o sujeito tem que lidar com diversas alterações
fisiológicas, psíquicas/comportamentais e demandas sociais acerca da construção de sua
identidade, e as redes podem servir de refúgio das aflições da mente ou do estresse rotineiro.
E considerando que dificilmente o adolescente irá voluntariamente abrir mão de passar mais
tempo em seu smartphone para fazer uma atividade física, ler um livro, dormir mais cedo,
entre outras atividades que são benéficas para o bem-estar físico, social e mental, outras
figuras devem estar atentas a essas situações.
Familiares, professores, psicólogos, terapeutas ocupacionais, entres outros, podem
propor uma organização da rotina junto com o adolescente, determinando horários mais
propícios ao uso das redes intercalado com outras atividades que fazem parte de seu cotidiano,
até mesmo incluindo novas, a fim de dinamizar o dia-a-dia e diminuir o tempo ocioso que
seria facilmente preenchido pelos dispositivos.

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