Você está na página 1de 14
‘A Quanrier Lazin teve o mérito de der inicio a uma nova 8; Havapresentagio grifica dos livros juridicos, quedrando a “capad neutras ¢ trocando-as por edigles artisticas. impactou de tal forma o setor, que intimeras ‘Tves Gawpra pa Siiva Marrins Ediitora Quartier Latin do Brasil Empresa Brasileira, fandada em 20 de novembro de 2001 Rus Santo Amaro, 316 ~ CEP 01315-000 ‘Vendas: Fone (11) 3101-5780 Email: quactierlain@quarterlatinarcbe Sice: wwow.quattieriatin arebr LUCIANO ANDERSON DE SOUZA Mestre ¢ Doutor em Dirvite Penat peta Faculdade de Direito da Universidad: de Sao Paulo (USP). Advogado Criminatista, Direito PENAL ECONOMICO FUNDAMENTOS, LIMITES E ALTERNATIVAS Editora Quartier Latin do Brasil Sao Paulo, outono de 2612 quottierlatin@ quartieriatin art.br www.quertiedlatin.act.br EDITORA QUARTIER LATIN DO BRASIL Rus Sante Amaro, 316 - Centro - Séo Paulo Contato: uartirlsin@quartietatin.artbr ‘trwau guartirarin arr ‘Coordenagiio editorial: Vinicius Vieira Dingramsgio: Antonio Marcos Cavalhciro Revisio gramatical: Rafael de Almeida (Capa: Eduardo Nallis Villanova SOUZA, Luciano Anderson de. Diteito Penal Eeondmico ~Fundamentos, Limites ¢ Alternativas, Sao Paule: Quartist Latin, 2012. ISBN 85-7674.597-5 A, Disvito Penal 2, Dine Fenal Eeonganico I, Titalo Sndices pra catego sistemsico: |, Beas Dito Penat 2. Bra Ditto Penal Baondnico {08 DIREITOS RESERVADOS. Poikidas mprduto tote puch, por quire elo ov poeta, ozate pot ssn gos, mcf, fatoprdfes, epoprticon Knog, ution, Velach 89 e's reper ol ou pil bon com amelie dequlquer fred obe om qo toa sane do Ess pris cana abn i eerie fio eb Aeon eto A dost soni ¢ punt come rine re. 04 e parigs do Cigo Peracom pra de pn ela, cna eine divers 101 319d 49.51 12.199, La on Diane Ase SUMARIO Peefacio: A confianga econdmica Apresentagao... Agradeciments eu Inviodugac ... 1. Ordem Econdmica: Conceituacao e Tentativas de Tutela Penal 2 VAT, ESCOrcO hiSt6FiC0.a - 1.4.1, Primeita fase: casufsmo legislativa 1.1.2, Segunda fase: protego ao liberalism, 1.1.3, Tercera fase: Etado do Bem Estar Social. 1.1.4, Quarta fase: etagéo de papel do Estado 1.1.5. A delinguéncia econdrice no Brasil 1.1.6. Conelusto.. 1.2, Pressupostos fandamentais. 1.2.1. A compreensio de Direita Penal Economic. 1.2.1.1. A protect de bens juridicos como referéncia interpretativa material do Direto Penal . 1.3, Aproximacto ao conceito de orcem econémica 1.4, A confianga como elemento necessirio para a reprodugio e circulacdo da riqueza.. 1.5. Aesperiéncia penal de garantia do sistema econdmico na legidagio brasileira ata... 1.6. Probleeras dogmatices do Direito Penal Econdnico. 1.6.1. Crimes de perigo abstato 1.6.2. Tipos penais aberes.. om 1.6.3. Tipos penais de assessoriedack administrativa. 1.6.3.1. Normas penais em branco.. 1.6.4. Tipos omissivas e eulposo: 1.6.5. 4 incoerencia do discanso legitimador dos fins da pena 2, © Canceito de Lesividade Penal ~ 2.1, Inkrodugao ... sen 2.2. Aletividede no pensamento penal dassicd nouns 2.2.1, Princo da lesividade e crimes de perign abrato 2.2.2. Conclusio, 2.3. Aletividade como trarspressio ao ordenamento..... 2.3.1. Referéncias cificas e conclusao : 2.4. Abousca da demarcazao ca lesividade nos crimes econdmrices 3. Construgio das Delitos Cumulatives. 3.1. Nogto de cumulatividede delitva. 3.2. 0 surgimento pragmatico do canceito de cumulatividade.... 3.3, Perspectiva fundarnentadora floséfica: a questio do free-sider 53.4, Grimes cumulativs como crimes de perigo ou crimes de resultado, 3.5. Cumulatividade e a reconstrugio da lesividade penal... 5.6. Belitos cumulativos e sua capacidarle justifcadorada tutela peral econémrica 4. Direito Administrative Sancionador. 4.1. Introdugzo 42. Néscola de Franklurt eo discursa de wsstencia & expansiio do Direito Penal. 4.3, Aproposia de WINFRIED HASSEMER: o Direto de Interveng Sos 4.4, Aproposta de SILVA SANCHEZ: 0 Direito Ponal de duas velocidades.cs.nnu. 132 45, Aleitura administrativo-sancfonadora no Brasil. 45.1. Introdugio.. 45.2. Diterenciagio entre olifcio acministatvo oo ifcto penal. 4.5.3. Raztes alegadas para a utilize do Ditelto Adminiscaivo Sanclonador.r... 45.4. Propostas para o aperieigoamento do Diteito Administativo Sancienader.. 4.54.1. Adogio do principio da legalidads 4.5.4.2. A flexibilizagio da aferigao do elemento subjetivo na hipétese, com uma presuncio de dolo. 4.54.3. 0 estabelecimeato da solidariedade entrea empresa seu dirigente na imputacao da pritica de infagSo 8 ordem econémica.vau. 149 4.544. A fxagdo de noms elativas 8s causas rimentes escoradas na inexigibilidade de ourra conduta 4.54.5. A previsio do etro de tipo e de forga maior, a exclu a sangéo 4.5.4.5, © regramento preciso da individualizagéo da sancSo. 4.54.7. A contemplacio de causas de extingao da unlbilidade ¢ prescrici sancionatiia sea sann 4.5.4.3, Eigimento de um sistema processual adequado, com independéncia organica 5. 0 Direito Penal e as Infiaces Economica 5.1. brtrodugo, v 5.2. Os eiscursos de ciminalizagae difusa su 5.3, Atutela da ordem econémica ~ finalidade e ‘eficincia: deslogitimacao do Direito Penal. 5.4. As opges juridicas come lege ferenda. ConelUsbe eer Bibliografia ‘Those who desire to give up freedom in order to gain security w nor do Hoey deserv ‘THOMAS JE LUCIANO ANDERSON U8 SOUZA- 23° 1.1. Escorco HistOrico ‘Nao € recente a relagio entre Direito Penal ¢ economia, nem tampouso cexclusividade de sistema capitalista, consoante se pode verficar por meio de uma i seferéncia histérica Tnicialmente rermotos esparsos,os casos de talirnbricamento \ ‘vao assumir slgum sentido maior de protesdo econdmica somente a partir do liberalismo e, num terceizo momento, caractesistico do Estado do Bem-Estar Social, ostentar um fundamento oxdenador com intuito simultineo de tutela do modelo econdmico estatal vigente ¢ assecurayao das politicas piblicas deste : modelo!, Porfim, constate-se uma fase dltima, que se afista do Estado do Bem- -Estar Social, de retragto do papel estatal relativamente & economia, Em face das peculiaridadesds realidade brasileira, esta receberd mengto apartada ao final do t6pico. 1.1.11, PRIMEiRA FASE: CASUISMO LEGISLATIVO ‘Inicialrente,os escassos exemplos colacionados peladoutrina aifo revelam ina hist6ria juridico-penal qualquer traco de continuidade ox maior ondenacio, consubstanciando-se em proibigées esporidicas’ e envokas em peculiaridaces de contextos sociais espeeifices. ‘Assim é que ja na Grécia antiga,cujo sistema econémico era escravista,as i moedas, conhecidas pelos gregos antes dos romanos?,tinham sua filsificagao punida com apena de morte’. Estabelecendo a mesma sang, nofinal do século LL s.C.,a legislagfo vigente nacidade de A tia vedayac abuso na comercializagio. de gros, xegulamentando-se estoques e limitando-se lusres 7 Gonscania cts momentos evolves da discipina da conceércia propos por PAULA A. FORCIONL eae se aol a0 histo da dedingusnetaeeorOrtca saber) uma primeira ‘apa, debuicaporeliminago de dors peas, pot ade praicas 3) omernentosubzeyuente 2 Hevelusdolnaustia de covecdode feos pontanis darososvsando& marukeigi do sistema ® poratimo, ca fate de manutono do ssema em conjunto com knplementaca de pelficas pabilas, caractrftca do etada intewercienisa, Cl: FORGIONI Paula. Os unsarentos do lrdirast. $50 Paio: RT, 2008, pp 32. Todava, tendo em visa os nudges de tuo das polticas acondraeas fomentadat a pate dos ates Unidos da Améicae iro Unido na déeada $e 80 do seul passado, deniicarse-é uma quar fs, de diminigio do papel do Esato na cont 2 BECHARA, Ana Fla Lberalte, Dist penal e economia: sla penatda ordem economica Revise co Faculdade de Otto ce Sto Bernardo do Carp, 30 Bernao do Capo, ano 12, B14, 2008, 9.64 3 Amoedacunhac, garam pelo fsa, remorta ap séulo Vila. CL AQUINO, Rubim Sartos Leto de; FRANCG) Denize de Rzevado & LOPES, Oscar Guilherne Fah Campos. Mitta das sosladabs das comuniddespronivas sociedad medievals RiodeJaneive: a vie Téenio, 1980, p16. 4 PRADO, tae Regi. Curso de crit pant baile, volume Apart especial, ats 208 335954, ‘580 Paulo: Reva dos Tibunay, 200, . 68 5 Refer regametto, segundo KOTSIRIS, ckado por FORGIONI, etn gerade o rien e280 24 ~ Dinero Penal ECONOMICO ~ FUNDAMENTOS, LIMITES E ALTERNATIVAS Ainda na Antigaidade’, em 18 a.C., durante o Alto Império, Roma teve promulgada por OTAVIO AUGUSTO, de dinastia juliana, a Le Julta de Annona, que estabelecia a pena de morts para a alta de progos ¢ a violagio de normas sobre importagiie e comérciode géneros alimenticios”. Cuidava-se de um pesiedo de autoritasismo governamental que experimenton. lrgo expautsionistio comercial, fomentado pela politica cconémica de AUGUSTO, tendente a Gxar 0 comércio como um trago de uniio do Império®. Dai a caracterizagio de estreita regulagfo mercantil. No periodo medieval, eg, com viés punitive, 0 Direito Canénico condenava & excomunhio aquele que praticasse a usura?, por considerar que dinheiro jamais poderia gerar dinkeiro™, sendo 0 tempo algo sagrado sobre o qual o homem nao poderia criar uma taxagio"l. Néo obstante, 0 ‘ntivuste et Hstéria. Cl FORGION,, Paula A. Os fendamentos... Gt, pp. 35-37. ‘Sobre operiodo, observa FERRAR "Se de umlado 6 veraz sue en Roma explé:ita oa egitagho ‘quarto As norms de probicao de explorarde da econotria popula, punindo squeles que "onopelizavam atividades com figuras crimbnals tendents 9 aumentar 03 pregos de quaiquet Uilidades, especiolmenve ai destinadas 0 Uso essence para, porate, nares, arate ‘ene punindo os monapolsts que especulavamy, amazerando quaisuer mescadria gue ‘ster forgat at alias ds preges de era ileits, adenotar quedesdeo sa nascedouro # sera [panel econdmicateve coma final dade inlaro comportamento socal, prolerindo-s anos ver ‘equiocadamenteeporsibologia, a paniggoceimiral do que reguanentacao adminsaliva". REAR, fdunrdo Reale, Legélago penal aniteust: creo penal econOnico e sua coneapcao «onaitucional.n-REALE, Miguel; REALEIUNIOR, Miguel & FERRARI, Eduardo Rese. Cxpericiae ‘rato, Campinas: Millenium, 2004, p 254. Nemesero sentida nadaatra estangely cl, por ties, TIEDEIMANN, Klaus. Derecho pena! econornice inteduccian y parte genera Lima: Ceiiy, 2009, p78. DIAS, Jorge de Fgusitedo & ANDRADE, Manus! da Costa. Problmitca geral das infagtes ‘cna 9 economia aacional. In: ISTITUTO DE DIRETO PENAL ECONOMICD # EUROPCU, “FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE OF COINUPA, Dito panal ecansmaica @ ‘emcpet: exes doutrinarns, Camera: Comba, 1998, vl p. 324; SIVEIKA, Renato de Mello Jb1ge- iieto penal econdimico como diet pena deere. Sto Paulo: Rexista dos bans, 3006 p20; mate 2, wp; ROVSEN, Jeyee. Historica cxtamalléads economics. Aevta Beasleia de Cidecls Cems, ano 11,81, jansmat, 2003, p. 192. AQUINO, Rubim Senos Leo de; FRANCO, Danize de Azevoto & LOPES, Otear Ciherme Pahl Campos. Hitt das. it, pp. 244-243, Enboraa usu jt conkacesse vedojso dee 0 Cig de Hamurabi, hd oxllagho ma hist ‘quanto 20 seu tretarerto nena conerme abservou CARRARA. Apud AZEVEDO, il Cores de, vad ahah ho re, So Pauls Revista dos Tribunal, 2007, p. 164. CONZAGA, Jose Bernardino. A dnguti¢ao em seo mundo, Sin Pauls Sars, 1992, 9, 26, ‘ola 4. CE ROBERTO LYRA: °F tade evolucaohurrana foram conaagiadasregias merals € ‘eligosss,proclanando, cesée Chit, a irpredutivdade das somas erpestadas, Nemrrus ‘aun ron part. Sao Toms da Aquino ststenios,espeellment: ‘Aquich que rocebe, pot Cenprésime, omaquanta, ovra-efropretirio dela, coma gropriciio, njoclevee pagameno ‘de qualqusinleresie’”- LYRA, Rabat. Crnies conta aecontenis popu legislag ~doutins, ~ispradenca, Rio de Janelos vars facto, 190, pp. 161-162, ROYSEN, Joven, Hisico dau dt p. 192. Lucie ANDERSON nf Souza ~ 25 desenvolvimento econdmico da humanidade foi, pouco a pouco, temperando referido entendimento eclesiéstico™. Ainda acerca da Spoca medieval, esereve KLAUS TIEDEMANN: (0) A Teade Média traz consigo um conceito global de apl geral do faltum que reuniu, até entradada Idade Moderns e em umn principioscm um desenvolvimento de um tipo especfico de estelionato {com orequisito de um dane petrimonial doloso),aspectos de protesio Instinucionais queseencontrat, atuelmente,no Ditto penal acesstnio © em tipos especiais Ge frande (fakificasio de dimentos, moedas € pesca). Jano século XVII, ao final da Idade Moderna, seguindo-se com o rol ilustrativo desta primeira fase, durante o reinado de MARIA TERESA, rainha da Hungria e Boémia,a exportagio de cereais ¢ frutas ea violagfo de normas sobre o fabrico de cerveja podiam ser punidas até com 2 morte’, ‘Até esse momento histérico, conforme o proprio teor exemplificativo demonstra, por sen easuismo, hé nz utilizaglo do controle penal de assuntos de interesse da economia meto seatido de busca por corrego de situagies poncusis, sem sistematizagio ou uma Igica evolutiva, quer legislativa ou dogmatica. 1.1.2. SEGUNDA FASE: PROTEGAO AO LIBERALISMO. © fortilecimento do modelo econdmica liberal do Estado-nagio, por outro lado, vai despontar pela primeira veo ra histécia uma razio sistémica na regulagio econdmica, no geral, que possuii consectirios juridico-penais!’. A matriz juridica do Estado liberal pressupte, notadamente, a estreita separagio entre diteito piiblico e privado e © predominio da autonomia da vontade privaca na esfera econ6mica'®, Como ravfo de ser de um modelo ‘burgués que procurou superar as limitagées & atividade econdmica tpieas das corporagéies de oficio”, nfo hi maiores dificuldades de assimilagio de tis caracteristicas. Neste influxo, a liberdade econémica num contexto de industrialiaagao pressupie o poder de conquistar novos consumidores € mexcados. Ocosre 1 GONZAGA et Hemardina, A inguisi.. t, p. 76, no 4 13 TIEDEMANN, Klas. Deracho pena. cit p78 tenducio vm) 14_DIAS Joige de Figudvedo & ANDRADE, Maruel de Costa Problerstca gorabay cy ps 224 SLVEIRA, Renato de Malle loge, Dh paral econo city. 20,2089 2 15 Neat fave so menosem termes egisiatvos 16 MONDACA, lus. Cabral de, Dreier econdraico. Cainbra: Coimbra, 2007, pp.10-€s. V7 FORGION( Paule A. Or fice. el ip. 57-58. 26 — DREITO PAMAL ECONDMICO - FRINDDAMAINTOS, LUANTES E AN-TERNATIVAS que, neste pote, verificon-se empiricamente que a livre stuasio dos agentes ‘ccondmicos culminou por gerar atos de concentragtio de capitaise monopélio™, os quais representam fatores contritios as ctrecteristicas do sistema, devendo entdo ser rechagados com vistas & prépria manutengao deste”, Assim é que nesta conjuntora de pleno liberalismo econdmico e poder politico do Estado-nagio consagrado pelo movimento codificador, ex., 08 Cédigos Penais da Franca (1810), Bélgica (1867) e Ttélia (1889) puniam criminalmente 4 especulago de mercadorias e titulos”, “Também neste periodo fai promulgsdo nos Estados Unidos da América © Sherman Act, primeira legislacio antitruste daquele pais. Datada de 1890, a lei recebeu a sleunha em homenagem a sea autos, senador republicano JOHN SHERMAN, euidando-se de legislagio que punia criminalmente tanto a pessoa fisiea quanto a juridiea em razio de atos de monopélio”, PAULA ‘A. FORGIONT considera que, denteo da linha evolutiva da disciplina da coneorréncia que prope, o Sherman Adt & 0 coroamento do segundo periodo identificado, pois consagra a concorréncia “(..) como primordial parz o sistema econdmico,ao mesmo tempo em que exige uma atuagiio do Estado para eliminar as distoryées que pode causar ao sisterna” 2, Apessr de consagrador desta segunda fase evolutiva do teatamento penal da economia, em raz da falta de precisio quanto as condutas proibidas, no VE BERSTEI, Serge ai a Hite do séeuto XX volumet: 1800-1945: ofim do “undo europeu’, Trad, Fernando Satos Sto Paulo: Compania Ediora Nacional, 200?, p. 19. 1S FORGIONLPadlaA, Ge fandamanir.. ci, p64 88; GRAL, Fos Roberto. Acne scendonca ‘na consttuicd de 1888. 80 Paulo: Mahetes, 2007, p. 30 ¢ pasos REALE, iguel. sec Caplialsmoe cise do estado, Sio Pao: SENAC, 2003, p25. No mesmo seo, artenderdo a ‘concertrago eanica como uma fahaestulac(- 4, NUSDEO, Fabia, Cursodo conc: Inert 20 drete scendimico, Sao Pak: Revite ds Irounas, 2008, pp. 14S, 20 DIAS jlorge de igusirede & ANDPADE, Manu da Conta Problemtica gral cl, 324,08 15, SILVEIRA, Renato de Mello Jorge. Delo penal econdnvica. cit, f. 20, nls 2; ROYSEN, Joyce. Hitico de... et, p. 193; FERRAR!, Eduardo Real. Legilagao penal. cl 254 21 CF UNITED STATES OF AMERICA GOVERNMENT, Shemn Anti Trst Ac (1690), Disponivel cer: chupfhnwwourdocuments goviderphpillashattunddocest>. Acesso em 14/10/2008, ‘Conforme RICH, “Segura a opinisodomiranie, ett leslg30 01 canseqretado eclarncs lor setados pea cescente roncenta;3e ce poder acondmieo em ima iit qusetida ‘apo ecantnicos, cs qualsogoverno federal evens para preserva a We ceneorréncia posta fr pig, 0 que & poste em guestioamente pot aquees que, embora admiam a propensio monopolsta de algumas companhia impotartes stent que fol um comportamonto qu ‘durou pauce tempo eestve condenad 20 tracasso”. RIG, (steban. Las detox rants, Burnos Aires: Adiog, 2000, p19 (radugao lve 22, FORGIONL Paulas. Osdndarertos.. ct, pp.7-72 Em sentido similar a0 expsto, NUSDEO- ceniende que desde a Aniguidade ha nowncsexpasas cle combate 8 concentraya> econbrles, fas que aesumemsignficagdo apenas notin do rato XIX, sendo 0 Sherman deta tld alee Fepereusao. NUSDEO, FADO, Cos0 $6. dlp. ISH Liciano Antenson D6 SoUzs = 27 entanto, © Sherman Act foi substicuidle em 1914 pelo Clayton Antitrust de®, seguido por sucessivas modificages", 1.1.3. Teeceira rAse: ESTADO DO Ben-Estar SOCIAL E apenas com o surgimento do inrervencionismo do Estado do Bem- Estar Social ~ Wiffere State -, decomente das guerres mundisis do sécalo XX e, no interregno destas, da crise de 1929, que se inicia uma sistemética centralizagio de regramento econdmico, com vistes 4 protecio de economias aacionais frsgilizadasutilizando-se amplamente do Dincito Penal pare tanto™, ‘A pati daf comegam as preocupagies dogmiticas sobre a relagio entre este samo juridico ¢ a economia. O inicio desta terceira fase de regulamentaso da economia, qual seja, de intervencionismo econémico, relativamente ao qual se exaspera da utilizaste do Direito Pena! para tanto, dé-se com a 1* Grande Guerr’*, Os conflitos socials a ea relacionailos, « necessiuce de diregio e robilizasiio econémica pare os esforgos de guerra, em ravo fanclamentalmente da escassez de produtes © preméncis de contaole de presos,forjaram uma radicalizagz0 do controle estate! davida.econSmica x0 sentido de diresiio,conformagice defese”. corre entio, nas palavias de FORGIONI, vendacleiro “surto de regulamentagao estutal da atividade econdmica”™, Sobre 0 periodo, escrevem JORGE DE FIGUEIREDO DIAS & MANUEL DA COSTA ANDRADE: As carénelas provecadas pela guerea levazam (em 1914) as leis que autorizaram 0 Bundesrat [Conselho Federel alerailo] a tomar medidas considenidas necessdcias em matéria econémica e, em espacial, no dominio dos pregos (méximos), Seguiu-se « proliferecfo quase incontrolada de nosmas administrativas de direccdo da vida econdrnica que recorriam (abusivamente, por vezes) 38 sangées pensis como sarantiadeeficacine de prevengio.S0 em materis de luca contia fortaas 23 FORGION, Faule A, Os fendaments.. cl gp. 80-81 24 RIGHL Fsaben, Losdetto... ck, p20, 25 —_TIEDEMANN, Khus Pol econimicoy delio.etradvecibnal derecho panal econinvcay €& Ibempess, Tad. Amela M. ilegas.Barcalota: Ariel, 1885, p. 24 SILVER, Kena de Melo Ibnge. Dro penal acandiico. ch, 21 ep- 64 ROVSIN, Joyce. Hite dan cP 19%: BECHARA, Ana Esa Lbeptore Cie poral ta eli, 64 26 Momento qlemsee.o ino de Nstxlado Diste Penal Econéeico, segundo UIAS e ANDRA CL DIAS, rge de Figusvedo & ANDRADE, MarueldaCous, Problematic gral. chp. 325+ fo memasentio, e.g, BECHARA, Ana Elsa LiberatareS.Diteto poral. cl, p.64/SLVARN, Renslode Mello long. Diet renal econdve, ety pp. 20-21 64. 27 DIAS, Inge Figueiredo &¢ ANDRADE, Manuel da Costa, Problemstica geal cit, 323 28 FORGION! Paula A, Or fndaronto.. cy. 83. 28 ~ Ditto PENAL ECONOMICD ~ FLNDAMENTOS, LAIES E ALTERNATIVAS cespeculativas (Krizgsevuchergeretze) foram publicadas mais de quarenta anil disposigbes penais, que depois veriam a sua vigencia profongada paraalémdo tertro da guerm ma forma de leis eguladoras sistematica © de modo a se proteger os mais diversos interesses”. Para corroborar tal entendimento cbserva-se que,embora a Constituigto de 1934 tenha sido efetivamente induensiada pelo fundamento do Estado intervenctonista’, teve curta vigéncia e, no que diz respeito 20 ordenamento penal, nfo se viu acompankada de um fendmeno de ampla tipificagio de cunho econdmico, Inclusive, na maior parte dos anos de 1930, momento de efervescéncia do Estadodo Bem-Estar Social athures,com ampla criminalizagso econdmica, o Brasil” deteve com algum interesse penal econéimico apenas os crimes contra a liberdade de trabalho’ e « falsficagio de moedas”, previstes 1na Consolidapto das Leis Penais,e a repressio a0 delito de usua, pelo Decreto n° 22,626, de 1933", E somente a pattir do Deereto-Lei 869/38 que a relagio entre Direito Penal ¢ economia comesa a yenhar alguma importincia no pats. Decorrente de uma regulsmentagio do artigo 141 da Constituigio de 1937”, que adotwva dentre seus prinefpios 4 proteso & economia popular, a legislagio varguista 1.1.5. A DELINQUENCIA ECONOMICA NO Baas, Até as primeiras décadas do séeulo XX, é pouco significativa a relagio entre Direito Penal economiano Brasil. Erobora posca haver maior interesse histérico para o Dircito Econdmico na andlise do periodo colonial, que aptesentou a fase de simples exploracio econémnice e,posteriormente, de inicio. de orientasiio econérnica, esta com 2 vinda de Corte portuguesa para o Brasil, em 18084, em termos juridico-penais 2 época, nas Oxdenagées Filipinas", e,,, no Titulo XII do Livro ¥, punia-se a falsificago de moedas, ¢, no Tinalo LVT do mesmo Livro, as fraudes empreendidas por ourives, Ne Brasil independente observa-se que o Cédigo Criminsl do Tmpério (1830) ¢ 0 Cédigo Penal Republicano (1890) puniam, por exemplo, a filbificagio de mocdas” ca feléncia* (chamada*banca-rota’ naquele)”. Todavia, possivelmente em face daindustrializagio tardia nacional”, nfo se notam trigos teveladores de uma identificagio com a fase correspondente no Direito anglo- ~saio oy europeu continental da mesma época, qual seja, ce despontumento de normas tendentes a ume protesio do modelo econémico liberal”, Allis, neste infuxo, o pafs parece ter sattado de uma fase meramente casuistica para, a partir do final dos anos de 1930, seguir 2 tendéncia de FRANCO, Alberto Silva, Gleballzago 08 rscos.., ct, p, 6, Posterionnente, o auto: emperaa PERU een epee re ce concern eg me 6h Antigo. 263 do Codigo Criminal de 1930 c artigos 336 & 337 do Cio Pent de 1880. i slo Dieta Penal. FORGIOND, Paula A, Os frdametosevele . 10. 72 “Geer Faro cpt de eoigo lv no il hi derecontecr 9 pt de 193 7% (Uattane nae to ices ele no heer de Baa HRA Het. Cs Contact p 3 72 Nore anti ate PORCIONPeINA. C5 aber. cy 74 Seuarigo 1s ao Aorom ecorisca deve et onpnads fen spn ae fae neces th ea nacional, ce odo a pose sds einen cgro Be Seligman sont rennin ees ene nt e RIPCS RE 69 ROVSEN Joyce Hitrice din ci, p13. 76 Amo 20d Coed cs es Penis 70 Aponte 42085 do 130, e. PRADO JUNIOR, Caio Harn condinca do Bra Ste 77 Atigos 294244 dy Coeatdacto dato Pons Paulo: Brasilense, 1570, pp. 287 es. 78 —_FERRAR) cansdera eta diploma come apsrimeia maniestegao penal scondmica ia Bras, 75 tenses lane epctco modo Oe Creve ee FORGIONY i TFRRARL crc eal, Lega penal ck p23 7 “Clon vemo: de liberals, ro Sal teat ae sede ornaraitopaielore icine ty i Joteor a caeguite: "Ali frrenoxda corona pop, ssapandeste paniasrpedas alae dos getesecngmiconno nevada bardo suse dlvecancoéclae nes 9 ! Grenson senna ot so cuprates timesooneso tedden sso do poder ecoremica asuame ainda hoje umcariter bastante pica aque dace: dttanente, i comninarthes penas graves. prescie/eclhes prcersos e JUgamentos adequais 9 sua pronla © derosa elico histe),desa dos demas besnamentn om que nbnanns age j sspuapungie" ‘busca sua inspizase". FORGION|, Paula A, Cx funcimentos... ci. a. 94, ‘ " 36 ~ Dikero Pewal FooNdMcO = Fussoawevtos, Luss £ ALTERNATIAS procuniva coibir pontuais abusos do poder econémicc™, tendo em vista 01 interesses do consumnidot*, Com 0 Cédigo de 1940, caje edigio nio revogou 0 Decreto-Lei 869/38 hi rovamente apenas o imricamento esporidico entre Direito Penale economia, come com os exemplos dos crimes de moeds falsa ¢ conteabando. A scguir,revelando falta de sistermatizagio quanto ao tema da tepressiio.ac abuso do poder econémico!,o Decreto-Lel 7.66/45, de cunho exclusivamente administrativo, procurou coibir atos contratios aos interesses econdmicos ‘aacionais, definidos pele diplora,e eriou a Comissio Admninistrativa de Defesa Econdmica, Esta norma, todavia, teve poncos meses de vigéncia, tendo sido revogada com a queda de GETULIO VARGAS®. Postetiormente, procurande regulamentar o artigo 148 da Constituigio de 1946", que previ expressainente a repressio ao abuso do poder econdmico*, a Dei 1521/51, consagrou a utilizagio do Dieito Penal na seara econémica, 8 Governing Beis BE, eww NELSON HUNGRI en 129 Napa ce Pots iba een std: penn nds soni eee Uindontinaquen expen ciapodanoineronersniani comet ee ahinsunalivofgodengsconpeagnse snags statunacntab canes stovenbs tact, eater ti us tnma feo eaban ae en come its er sane as igi farsi covcreck hens eto ta arora maint an sto ds horse eld Sone iveodogda aapoul bares aeniguemane Seprece en nanio see sraea da popula. A aide, a olrcls 89 abuso sors feels eect ee sas inom conte eparmafoss sale ca bisenioee ne Drs aos pro abiioe pf abeahe Ls cUN ine fee Sis cna a conan opus tc whtva eas cog ashe ee ics hr Se Pan rates ce as ee ee eto pc pels art UNG Naan, Osctne ame coroua aie ay cmon biti Res rn oes aS 8 1M Robto, Ges cop. 29;FORCION, Pale Ostatnio Entra ea meaner sn 3 ra eset cernctedaesone eae Slit talon fej mrcape acannon Fatdin on ots cron'y Wepre ore ec a Reet Sec tui pocru cmb dana wes keto leconinssonsen hes Noreiodd muscnunyo €F FORCOM, Dale Dretne ae 82 FORGION, Pans Os fonder, 83 FORGION, Pals. Ostia eh. 12123, 8% Ogun eto: Ale reiledae qualquer era ce tu do pater conic inchsve ‘sre: on ayupareto de enpese Ins oso tel fo ga eas {tnam por im deminat or mercado nocanal chines a corcaenck ¢ soe alttatametcoslucos. 85 Soireotno contri eo REALE JONOR: "Gras isin do Depo Aprmenen Maasai det tyr ar. 8 auc bers cma oon cowezuode anworem eorGos ja opine oshusoopodacronnet JUNIOR big: Dsperafagso no tro penaleconcnico ama tcearavnenies eines insagi wiinstavn vse Baw de anc Cao Sis Paka v9) Tne Be scam do Demoeritco de Diveto em 1946, disposi foram sursinds Lucane ANDERSON DE SouEe = 37 revelando escopo antitruste” ede tatela do consumider. Este o duplo aspecto que defiui da andlise cs discussies legislativas quando da elaboracio da Ie, ‘oportunidade em que se refere inclusive a consumidor™, Apésisso,apenas a partir da déceda de 60, fundamentalmente no periodo de autoritarisme politico posterior a Constituigio de 1967, forar editadas leis de cutho penal econdmico, sob questioniveis argumentos de necessidade de combate & inflagao ¢ de valorizago monetéria, sem ordenagio ¢ com pouca aplicabilidade pritica®.A tendéncia expansiva, ainda sem sistematizagio ¢ de forma pouco técnica, radicaliza-se nos anos 90 do século passado. Em que pese a edigfio do Codigo Penal de 1940”, reformade em sua Parte Geral em 1984, no que diz zespeite & criminalizago econémica, a via escothida pelo legislador nacional foi preponderantemente z co tratamento do tema em legislagio extravegante, relativamente & qual se fiz: mengio, em termos genéricos, dentre outros, aos seguintes significativos diplomas de interesse: Lei 1521/51 (crimes contra 1 economia popular), Lei 4.729/65 (crimes de. sonegagéo fiscal), Lei 7.492/86 {crimes contra o sistema financeixo nacional), Lei 8.078/90 (Cédigo de Defesa do Consumidor), Lei 8.137/90 (crimes contra a orem tributérig, econ6mica € contre as relagées de consumo), Lei 8.176/91 (modalidades de crimes contra a ordem econdmica), Lei 8.666/93 (ei ce Licitagées), 9.605/98 (crimes ambientais), Lei 9.613/98 (crimes de lavagem de dinheiro), Lei Complementar 105/201 (delitos contra o sigilo das operacées de instituigdes financeiras) e Lei 10.303/2001 (crimes contra 0 mercado de capitais) De se notar que a significativa maioria dos diplomes lepais referentes 20 temirio foieditads ap6s avigtnela da Constiruigo da Reptiblica Federativa do Brasil de 1988, devendo, desse modo, haver uma particular referéncia a respeito. “ede dezeniode1951, a primer alepenalordnila disyondoinarakmante accra detendica

Você também pode gostar