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CAMPINAS
2014
i
ii
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO
Assinatura do orientador
CAMPINAS
2014
iii
iv
v
vi
RESUMO
vii
viii
ABSTRACT
The National Waste Policy (PNRS), established by Law No. 12305 of August 2, 2010
and regulated by Decree No. 7,404 of December 23, 2010, shows the importance of the
tripod between Government, the Companies and Society in waste management solid,
encouraging the participation of waste pickers cooperatives in the receiving process /
collection, sorting, baling and marketing of materials, but also can highlight the
importance they play in the social inclusion and income generation. This research aimed
to evaluate effects caused by PNRS under the conditions and in the work environment
of cooperatives, changes in relationships with business and society about the size and
quality of the waste received, and municipal agencies. The cooperatives were surveyed
with the city of São Paulo City Hall, where they answered a form that lifted the variables:
environmental, sanitary, economic, institutional, infrastructure, health and safety at work.
We interviewed the presidents of cooperatives, as these are the oldest cooperative and
some even participate in drafting the law. It was this possible to portray the conditions of
cooperatives and concluded as soon as the PNRS is configured as shaping of new
social paradigms, among which stand out the principle of shared social responsibility,
required behavioral changes by the legal document should not be obtained quickly, but
gradually in successive advances. The acceleration of this process will only be given to
increasing the supervision and government support to the issue of recycling, which will
ensure the effectiveness of the law.
ix
x
SUMÁRIO
Página
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 1
2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 5
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 5
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 7
3.1 COLETA SELETIVA .................................................................................................. 7
3.1.1 TIPOS DE COLETA .................................................................................................. 9
3.1.2 DESTINAÇÃO DA RECICLAGEM ............................................................................... 10
3.1.3 NOVOS RESÍDUOS ................................................................................................ 17
3.1.3.1 Isopor ............................................................................................................... 17
3.1.3.2 Resíduo de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos ........................................... 20
3.1.3.3 Tecidos e Móveis ............................................................................................. 26
3.1.3.4 Resíduo da Construção Civil ............................................................................ 29
3.1.3.5 Resíduo de Serviço de Saúde - RSS ............................................................... 31
3.2 COOPERATIVAS DE TRABALHO .............................................................................. 33
3.2.1 EVOLUÇÃO DO COOPERATIVISMO .......................................................................... 36
3.2.2 COOPERATIVISMO NO BRASIL ................................................................................ 38
3.2.3 COOPERATIVAS DE CATADORES DE RESÍDUO SÓLIDO ............................................. 40
3.3 CONDIÇÕES E AMBIENTE DO TRABALHO ................................................................. 42
3.3.1 AMBIENTE DE TRABALHO SEGURO - AMBIÊNCIA ...................................................... 43
3.3.2 ACIDENTES E QUASE ACIDENTES NO AMBIENTE DE TRABALHO ................................ 44
3.3.3 RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO ..................................................................... 46
xi
3.4 O TRABALHO DAS COOPERATIVAS DE CATADORES DE MATERIAL RECICLÁVEL .......... 50
3.4.1 DISTRIBUIÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CATADORES DE RESÍDUO SÓLIDO NO BRASIL . 51
3.4.2 RECONHECIMENTO DA ATIVIDADE DOS CATADORES ................................................ 55
3.4.3 AMBIENTE DE TRABALHO DAS COOPERATIVAS DE CATADORES ................................ 56
3.4.4 CASOS DE ACIDENTES DE TRABALHO NAS COOPERATIVAS DE CATADORES ............... 61
3.5 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................... 64
3.5.1 HISTÓRICO DA POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS) ...................... 66
3.5.2 LOGÍSTICA REVERSA E RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA .................................. 70
3.5.3 A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E AS EMPRESAS ............................... 75
3.5.3.1 Companhia de Bebidas das Américas - AMBEV.............................................. 76
3.5.3.2 Telefonia Móvel - VIVO .................................................................................... 78
3.5.3.3 Embalagens Longa Vida - TETRA PAK® ......................................................... 79
3.5.3.4 Eletrônicos - ITAUTEC S/A .............................................................................. 81
3.5.4 A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E AS PREFEITURAS ........................... 83
3.5.4.1 Prefeitura Municipal de Guarulhos ................................................................... 84
3.5.4.2 Prefeitura Municipal de Campinas ................................................................... 86
3.5.4.3 Prefeitura Municipal de São Paulo ................................................................... 88
3.5.5 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E AS COOPERATIVAS DE CATADORES .... 93
4 METODOLOGIA ................................................................................................ 97
4.1 ESCOLHA DO MUNICÍPIO ....................................................................................... 97
4.2 ESCOLHA DAS COOPERATIVAS DE MATERIAL RECICLÁVEL ....................................... 98
4.3 PESQUISA DOCUMENTAL E BIBLIOGRÁFICA ............................................................. 98
4.4 REGISTRO DA PESQUISA NO SISTEMA NACIONAL DE ÉTICA EM PESQUISA (SISNEP) E
SOLICITAÇÃO DE APROVAÇÃO POR PARTE DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA (CEP) ............ 99
4.5 OBTENÇÃO DOS DADOS ...................................................................................... 100
4.5.1 VARIÁVEIS LEVANTADAS PARA A OBTENÇÃO DOS DADOS ...................................... 102
4.5.1.1 Variáveis Ambientais e Sanitárias .................................................................. 102
4.5.1.2 Variáveis Sociais ............................................................................................ 102
4.5.1.3 Variáveis Institucionais ................................................................................... 103
xii
4.5.1.4 Variáveis Econômicas .................................................................................... 104
4.5.1.5 Variáveis de Infraestrutura ............................................................................. 104
4.5.2 REGISTRO FOTOGRÁFICO ................................................................................... 105
4.6 ANÁLISE DOS DADOS .......................................................................................... 105
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 109
5.1 DESCRIÇÃO DAS COOPERATIVAS CONVENIADAS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ....... 110
5.1.1 COOPERATIVA TIETÊ .......................................................................................... 113
5.1.2 COOPERATIVA COOPERE-CENTRO ...................................................................... 114
5.1.3 COOPERATIVA COOPERAÇÃO .............................................................................. 115
5.1.4 COOPERATIVA COOPERLESTE ............................................................................. 116
5.1.5 COOPERATIVA COOPERVILA E TIQUATIRA ............................................................. 117
5.1.6 COOPERATIVA SEM FRONTEIRAS ......................................................................... 118
5.1.7 COOPERATIVA VITÓRIA DA PENHA ....................................................................... 119
5.1.8 COOPERATIVA COOPERCAPS .............................................................................. 119
5.1.9 COOPERATIVA NOVA CONQUISTA ........................................................................ 120
5.1.10 COOPERATIVA COOPERVIVABEM ......................................................................... 121
5.1.11 COOPERATIVA CRESCER .................................................................................... 122
5.1.12 COOPERATIVA UNIÃO ......................................................................................... 123
5.1.13 COOPERATIVA COOPERMYRE .............................................................................. 124
5.1.14 COOPERATIVA VIRA LATA ................................................................................... 124
5.1.15 COOPERATIVA FÊNIX AGEPÊ ............................................................................... 125
5.1.16 COOPERATIVA NOSSOS VALORES ....................................................................... 125
5.1.17 COOPERATIVA COOPERMITI ................................................................................ 126
5.1.18 COOPERATIVA CHICO MENDES ............................................................................ 127
5.1.19 COOPERATIVA NOVA ESPERANÇA ....................................................................... 128
5.1.20 COOPERATIVA COOPERPAC ................................................................................ 129
5.1.21 ASPECTOS COMUNS ÀS COOPERATIVAS............................................................... 129
5.2 VARIÁVEIS SOCIAIS ............................................................................................ 130
5.2.1 NÚMERO DE COOPERADOS ................................................................................. 130
xiii
5.2.2 ROTATIVIDADE ................................................................................................... 133
5.2.3 DIVISÃO POR GÊNERO ........................................................................................ 135
5.2.4 COMPOSIÇÃO ETÁRIA ......................................................................................... 138
5.2.5 ESCOLARIDADE DOS COOPERADOS ..................................................................... 139
5.2.6 TURNOS DE TRABALHOS E REMUNERAÇÃO ........................................................... 140
5.3 VARIÁVEIS AMBIENTAIS E SANITÁRIAS .................................................................. 141
5.3.1 QUANTIDADE E TIPO DE MATERIAL COLETADO E SUAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS,
VOLUME DE REJEITOS E DESTINAÇÃO............................................................................... 141
5.3.2 CONDIÇÕES DE DEPÓSITO DE MATERIAL A SEREM MANIPULADOS E SEU
xiv
5.8.4 COMPARATIVO DO IMPACTO DA PNRS SOBRE AS COOPERATIVAS DE CATADORES DE
xv
xvi
DEDICATÓRIA
xvii
xviii
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha mãe, irmãos, cunhados, sobrinhos pelo apoio, minha família
que sempre torceu por mim.
Ao Prof. Dr. Bruno Coraucci Filho pela sua orientação por todos estes anos
desde o mestrado.
A Profª. Drª. Eglé Novaes Teixeira que também me acompanha nos meus
trabalhos.
Ao Prof. Nelson Vilella do IFSP e Maria Cecilia Centini Goy por sua valiosa
contribuição.
Aos meus amigos entre eles Ana Maria F. Lemos, Simone A. Freitas, Ana Maria
Trevisam, José Augusto Mendes, Fernando Duarte e muitos outros pela paciência de
me ouvirem e discutirem comigo temas que contribuíram para a reflexão desta
pesquisa.
xix
xx
EPÍGRAFE
xxi
xxii
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 3.1 Evolução dos municípios que possuem serviços de coleta seletiva no
Brasil de 1994 a 2012 .................................................................................................... 12
Figura 3.2 Distribuição em porcentagem dos municípios com programa de coleta
seletiva por regiões territorial no Brasil .......................................................................... 13
Figura 3.3 Evolução da população atendida por programa de coleta seletiva no Brasil
período de 2006 a 2012 (em milhões) ............................................................................ 14
Figura 3.4 Distribuição de modelos de coleta seletiva nos município brasileiros (em
%) ................................................................................................................................... 15
Figura 3.5 Distribuição de agentes executores de coleta seletiva nos municípios
brasileiros em 2012 (em %)............................................................................................ 16
Figura 3.6 Armazenamento do isopor nas cooperativas para manipulação e
destinação ...................................................................................................................... 19
Figura 3.7 Fluxograma do processo de reciclagem do isopor da coleta até sua
reciclagem ...................................................................................................................... 20
Figura 3.8 Equipamentos que compõem o lixo eletrônico e sua participação em
porcentagem, no volume coletado em 2006 .................................................................. 22
Figura 3.9 Fluxograma do encaminhamento dos resíduos eletrônicos realizado pelo
consumidor em 2011 ...................................................................................................... 23
Figura 3.10 Fluxograma dos Resíduos Eletrônicos no processo de logística reversa ... 24
Figura 3.11 Continuação do fluxograma dos resíduos eletronicos, tratamento e usos
pós consumo, suas utilizações e descaracterização ...................................................... 25
Figura 3.12 Detalhe do local de entrega e equipamentos do Ecoponto Tatuapé ........... 28
Figura 3.13 Detalhe de resíduos entregues no Ecoponto Tatuapé ................................ 29
Figura 3.14 Pirâmide de Bird da evolução dos incidentes até as lesões graves ............ 46
Figura 3.15 Distribuição das cooperativas de catadores nos Estados brasileiros .......... 51
Figura 3.16 Número de catadores de resíduos vinculados a
cooperativas/associações .............................................................................................. 52
Figura 3.17 Percentual de municípios onde há existência de
cooperativas/associações de catadores, segundo as Grandes Regiões em 2008......... 53
Figura 3.18 Vista geral do modelo de um Galpão de cooperativa de catadores e sua
organização por serviços e atividades ........................................................................... 58
xxiii
Figura 3.19 Modelo de distribuição dos trabalhos na esteira de triagem nas
cooperativas de catadores ............................................................................................. 59
Figura 3.20 Equipamentos normalmente utilizados nos trabalhos das cooperativas
de catadores................................................................................................................... 60
Figura 3.21 Evolução dos canais de distribuição dos produtos manufaturados do
fabricante até o consumidor ........................................................................................... 72
Figura 3.22 Apresentação dos canais de distribuição diretos e reversos, de produtos
e manufaturas e os atores envolvidos ............................................................................ 73
Figura 3.23 Fluxograma de catadores, empresas e prefeituras envolvidas na
logística reversa e responsabilidade compartilhada ....................................................... 75
Figura 3.24 Evolução das embalagens tipo Tetra Pak® recicladas (mil milhões) .......... 80
Figura 3.25 Volume embalagens tipo Tetra Pak® coletados e sua distribuição no
processo de reciclagem e reutilização. .......................................................................... 81
Figura 3.26 Ciclo de vida dos equipamentos produzidos pela Itautec, sua reutilização
e reciclagem ................................................................................................................... 82
Figura 3.27 Localização das estações de transbordo, aterros sanitários e de inertes
no município de São Paulo............................................................................................. 91
Figura 4.1 Variáveis ambientais e sanitárias levantadas nas cooperativas de
catadores de material reciclável ................................................................................... 102
Figura 4.2 Variáveis sociais levantadas nas cooperativas de catadores de material
reciclável ...................................................................................................................... 103
Figura 4.3 Variáveis institucionais levantadas nas cooperativas de catadores de
material reciclável ......................................................................................................... 103
Figura 4.4 Variáveis Econômicas levantadas nas cooperativas de catadores de
material reciclável ......................................................................................................... 104
Figura 4.5 Variáveis de Infraestrutura levantadas nas cooperativas de catadores de
material reciclável ......................................................................................................... 104
Figura 5.1 Concetraçao por Zona das cooperativas conveniadas no município de
São Paulo por Região até janeiro de 2014 ................................................................... 111
Figura 5.2 Localização das cooperativas conveniadas no município de São Paulo..... 112
Figura 5.3 Levantamento do número de cooperados no início das atividades e que
atuam nas cooperativas conveniadas em dezembro de 2013 no município de São
Paulo ............................................................................................................................ 131
Figura 5.4 Porcentagem da rotatividade dos cooperados nas cooperativas
conveniadas no município de São Paulo em dezembro de 2013 ................................. 134
xxiv
Figura 5.5 Quantidade de homens e mulheres cooperados nas cooperativas
conveniadas no município de São Paulo até dezembro de 2013 ................................. 135
Figura 5.6 Porcentagem de homens e mulheres nas cooperativas conveniadas no
município de São Paulo ............................................................................................... 136
Figura 5.7 Número total e porcentagem de homens e mulheres das cooperativas
conveniadas no município de São Paulo em dezembro de 2013 ................................. 137
Figura 5.8 Composição etária em porcentagem dos cooperados das cooperativas
conveniadas no município de São Paulo ..................................................................... 138
Figura 5.9 Escolaridade dos cooperados em porcentagem nas cooperativas
conveniadas no município de São Paulo ..................................................................... 139
Figura 5.10 Quantidade média mensal por cooperativa em toneladas do material
entregue, comercializado e rejeitos 2011 ..................................................................... 142
Figura 5.11 Quantidade média mensal em toneladas do material entregue,
comercializado e rejeitos 2012 ..................................................................................... 143
Figura 5.12 Quantidade média mensal em toneladas do material entregue,
comercializado e rejeitos 2013 ..................................................................................... 144
Figura 5.13 Quantidade média mensal em toneladas do material entregue,
comercializado e rejeitos – janeiro a agosto de 2014................................................... 144
Figura 5.14 Recebimento de material reciclável com caminhão compactador da
concessionária de serviços de coleta ........................................................................... 147
Figura 5.15 Detalhe do recebimento de material reciclável com caminhão tipo gaiola
cedido ou proprio da cooperativa de catadores............................................................ 148
Figura 5.16 Detalhe do acumulo de material reciclado a ser triado.............................. 149
Figura 5.17 Detalhe do material acumulado a ser triado ou que será destinado como
rejeito ........................................................................................................................... 149
Figura 5.18 Detalhe do material reciclável recebido, cooperativa ................................ 150
Figura 5.19 Detalhe de mesa separadora com esteira rolante ..................................... 156
Figura 5.20 Detalhe do final da linha da mesa separadora de material reciclável com
esteira .......................................................................................................................... 157
Figura 5.21 Mesa separadora fixa de material reciclável ............................................. 158
Figura 5.22 Detalhe do sistema de separação de material reciclável depositado em
gaiola metálica ............................................................................................................. 159
Figura 5.23 Detalhe de mesa separadora elevada com esteira rolante ....................... 160
Figura 5.24 Mesa elevada para separação de resíduos em fase de implantação. ....... 160
Figura 5.25 Prensa hidráulica para material reciclável sendo alimentada .................... 162
xxv
Figura 5.26 Detalhe da prensa hidráulica com o material já prensado ......................... 163
Figura 5.27 Detalhe do material prensado e enfardado ............................................... 163
Figura 5.28 Máquina picotadora de papel .................................................................... 164
Figura 5.29 Máquina trituradora de vidro ..................................................................... 165
Figura 5.30 Caçamba para armazenamento e comercialização de vidros ................... 165
Figura 5.31 Desfragmentadora de isopor ..................................................................... 166
Figura 5.32 Empilhadeira ............................................................................................. 168
Figura 5.33 Mini carregadeira tipo Bob Cat .................................................................. 168
Figura 5.34 Local de descanso e alimentação ............................................................. 170
Figura 5.35 Local destinado a alimentação e descanso ............................................... 171
Figura 5.36 Detalhe das condições sanitárias e de manutenção de banheiros e
vestiários ...................................................................................................................... 171
Figura 5.37 Detalhe do estado de conservação e de higiene de sanitários e vestiário 172
Figura 5.38 Local destinado para leitura, descanso e reunião ..................................... 173
Figura 5.39 Esteira rolante para a triagem de material reciclável. ................................ 175
Figura 5.40 Detalhe do início da esteira rolante para separação de material reciclável176
Figura 5.41 Circulação dos sacos plásticos na esteira sendo abertos para a triagem . 177
Figura 5.42 Detalhe dos “bags” para o depósito de material selecionado .................... 177
Figura 5.43 Detalhe final da esteira, material rejeitado ................................................ 178
Figura 5.44 Resultado das respostas em porcentagem de como a PNRS alterou a
rotina das cooperativas ................................................................................................ 181
Figura 5.45 Alteração das condições no ambiente de trabalho após a implantação da
PNRS ........................................................................................................................... 182
Figura 5.46 Alteração dos volume recebido nas cooperativas após a implantação das
PNRS ........................................................................................................................... 183
Figura 5.47 Qualidade dos resíduos recebidos na cooperativa após a implantação da
PNRS ........................................................................................................................... 184
Figura 5.48 Gráfico comparativo do impacto da Política Nacional de Resíduos
Sólidos volume e qualidade dos resíduos recebidos.................................................... 185
Figura 5.49 Consciência da sociedade na segregação dos resíduos recicláveis após
a implantação da PNRS ............................................................................................... 186
Figura 5.50 Mudança de conduta das empresas após a implantação da PNRS.......... 187
xxvi
Figura 5.51 Mudanças observadas na Prefeitura do Município de São Paulo após a
implantação da PNRS .................................................................................................. 189
Figura 5.52 Gráfico comparativo do impacto da Política Nacional dos Resíduos
Sólidos sobre as cooperativas de catadores de material reciclável, com relaçao a
sociedade, empresa e prefeitura .................................................................................. 191
xxvii
xxviii
LISTA DE TABELAS
Página
xxix
Tabela 5-4 Massa e valor de venda de cada material reciclado e porcentagem de
cada material em relação ao total coletado e comercializado mês base novembro e
dezembro 2013 ............................................................................................................ 151
Tabela 5-5 Valor médio recebido pelas cooperativas com a venda de material
reciclável, total de despesas mensais e receita final em 2013 nas cooperativas
conveniadas no município de São Paulo ..................................................................... 152
Tabela 5-6 Riscos ambientais das mesas separadoras e gaiola metálica ................... 161
Tabela 5-7 Riscos ambientais na prensa hidráulica, triturador de vidro, picotadora de
papel e desfragmentadora de isopor ............................................................................ 167
Tabela 5-8 Riscos ambientais da empilhadeira, mini carregadeira e caminhão gaiola 169
xxx
LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS
xxxii
PP - Polipropileno
xxxiii
xxxiv
1 INTRODUÇÃO
1
cooperativas inviáveis sob o ponto de vista da organização do ambiente do trabalho
nestes locais e, em muitos casos, precárias condições de higiene e limpeza.
2
nestes primeiros quatro anos da implantação da Lei nº 12.305/10, ou seja, a eficácia
deste marco legal sobre a sociedade brasileira.
3
de catadores de material reciclável devem desempenhar um papel importante, não
somente nas questões ambientais, mas também por ser responsável pela inclusão
social dos cidadãos de baixa renda, ligados a elas.
Diante deste fato, faz-se necessário verificar e avaliar os resultados obtidos junto
às cooperativas e seus cooperados em relação às ações dos órgãos públicos
municipais, em específico as da Prefeitura Municipal de São Paulo; as empresas
privadas e a sociedade, para a melhoria da qualidade e quantidade do material
reciclável, das condições de trabalho e do desenvolvimento da consciência dos atores
envolvidos.
4
2 OBJETIVOS
O objetivo principal deste trabalho foi avaliar os efeitos causados pela publicação
da Lei Federal nº 12.305/10 - Política Nacional de Resíduos Sólidos, nas condições e
no ambiente de trabalho dos profissionais que trabalham nas cooperativas de catadores
de resíduos sólidos conveniadas com a Prefeitura do Município de São Paulo.
5
6
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este autor também expõe que as principais formas de coleta seletiva, aqui no
Brasil, são: porta a porta ou domiciliar; postos de entregas voluntárias em
supermercados, postos de gasolina, praças; postos de troca; e, por catadores.
7
Adeotado (2008), traça uma linha no tempo mostrando a história da coleta e da
utilização do resíduo pela humanidade e os caminhos percorridos no Brasil:
1031: o Japão desenvolve um sistema de reutilização da matéria-
prima do papel;
1690: o moinho Rittenhouse da Filadélfia, nos Estados Unidos,
começa a reciclar papel a partir da fibra obtida de trapos de algodão e linho;
1865: criado o Exército da Salvação em Londres. Entidade emprega
as pessoas mais pobres para coletar e reciclar material usado;
1897: inaugurado o primeiro centro de reciclagem de material em
Nova York no qual metais, papéis, tecidos e cordas são separados;
1904: são criados os primeiros centros de reciclagem de alumínio
em Chicago e Cleveland;
1939-1945: milhares de toneladas de material são recicladas nos
países aliados para ajudar no esforço de guerra contra o Eixo;
1968: a indústria de latas de ferro e alumínio reconhece a
importância de reaproveitar a matéria-prima e introduz um programa em larga
escala de reciclagem. Nos Estados Unidos é lançada a campanha “Ban the Can“
(Elimine as latas) para evitar o problema do lixo;
1985: o bairro de São Francisco, em Niterói, inicia a primeira
experiência brasileira formal de coleta seletiva de lixo;
1989: nasce em São Paulo a COOPEMARE, a primeira cooperativa
de catadores de material reciclável do País;
1990: em Belo Horizonte é criada a ASMARE, que reunia os
moradores de rua;
2007: sancionada a Lei Nacional de Saneamento Básico,
reconhecendo as cooperativas de catadores como agentes de saneamento;
2008: o Brasil recicla algo em torno de 12% do lixo urbano (140 mil
ton/dia), e está entre os países do mundo que mais reciclam latinhas de
alumínio, além de papelão, plástico tipo PET e embalagens longa vida; e,
8
2010: aprovada a Lei n° 12.305 instituindo a Política Nacional de
Resíduos Sólidos.
Para Gouveia (2012), a importância da gestão do resíduo é fundamental no
que se refere à saúde pública e no caso dos atores envolvidos, como as cooperativas
de catadores, é um elemento de inclusão social. Ainda para o autor, devem-se buscar
cada vez mais políticas públicas que incentivem o mercado de coleta seletiva, ou seja,
está na destinação correta de resíduos o caminho para outros ganhos ambientais em
um desenvolvimento saudável, ambientalmente sustentável e sob uma perspectiva
socialmente justa.
9
lojas, restaurantes e outros. Para grandes volumes, a responsabilidade da
retirada é do gerador;
o resíduo de serviços de saúde proveniente de farmácias,
consultórios e hospitais têm destinação específica, e a responsabilidade pelo
descarte é do gerador;
cooperativas de catadores: recebem o resíduo coletado pelos
cooperados e de catadores autônomos, faz a segregação fina, o enfardamento e
a comercialização do resíduo;
sucateiros: recebem o resíduo das cooperativas de catadores e
outras fontes de grande porte; e,
indústria: utiliza o material reciclado como papel, vidro, garrafas PET
e plásticos para processamento e beneficiamento de seus produtos.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos BRASIL (2011b), Cap. III, Seção II, Art.
31, IV, pag. 14, determina que:
10
Este avanço pode ser destacado no período de 2000 a 2008, conforme
apresentado na Tabela 3.1 (IBGE, 2014a).
Tabela 3-1 Comparativo dos municípios atendidos com serviços de manejo de resíduo sólido no Brasil e
sua distribuição por regiões territoriais no período de 2000 a 2008
Total de Municípios Manejo de Resíduos Sólidos
Brasil e Regiões
2000 2008 2000 2008
Ainda para o autor, a coleta seletiva para o administrador público pode ter
interesses variados, dependendo do município e do envolvimento das autoridades,
como o uso de aterros sanitários ou um manejo mais sustentável.
11
resíduos sólidos, sendo que a coleta seletiva em 2000 era realizada por apenas 8,2%
dos 5.564 municípios, e aumentou para 17,9%, em 2008.
Apesar do aumento observado, este percentual ainda é baixo, sendo que, entre
os municípios que oferecem o serviço de coleta seletiva, apenas 38% o fazem em todo
o município.
Ainda para CEMPRE (2012), os serviços de coleta seletiva eram oferecidos para
apenas 766 municípios brasileiros, ou seja, cerca de 14% do total dos municípios
brasileiros. A Figura 3.1, apresentada a seguir, registra a evolução destes serviços no
Brasil, no período de 1994 a 2012.
766
443
405
327
237
192
135
81
12
Na Tabela 3.2, apresentam-se os municípios, agrupados por região territorial,
que possuem programa de coleta seletiva.
Tabela 3-2 Número de municípios que possuem programa de coleta seletiva por região territorial no Brasil
Norte 14
Centro Oeste 18
Nordeste 76
Sul 257
Sudeste 401
TOTAL 766
Fonte: CEMPRE, (2012)
Figura 3.2 Distribuição em porcentagem dos municípios com programa de coleta seletiva por regiões
territorial no Brasil
13
Outro dado importante é o que registra a quantidade de habitantes que possui
acesso a algum programa municipal de coleta seletiva.
Figura 3.3 Evolução da população atendida por programa de coleta seletiva no Brasil período de 2006 a
2012 (em milhões)
14
Modelos de coleta seletiva existentes nos
Figura 3.4 Distribuição de modelos de coleta seletiva nos município brasileiros (em %)
municipios brasileiros
88%
72%
53%
15
Figura 3.5 Distribuição de agentes executores de coleta seletiva nos municípios brasileiros em 2012 (em
%)
Pode-se destacar as latas de alumínio, que pelo alto valor comercial é um dos
produtos mais coletados e reciclados, e também os pneus que, pelo disposto na
Resolução 258/99 do CONAMA (CONAMA, 2014), a partir de janeiro de 2002, para
cada quatro pneus novos inclusive os importados ou fabricados no país, e aqueles que
acompanham os veículos importados, as empresas fabricantes e as importadoras
devem ser responsáveis pela destinação final de um pneu inservível (JURAS, 2014).
16
Tabela 3-3 Peso e percentual de materiais reciclados por tipo no Brasil em 2010
3.1.3.1 Isopor
17
Segundo Castellani (2012), a utilização deste resíduo tem aumentado bastante
para o uso de acondicionamento e proteção de produtos, conservação de alimentos e
outros usos.
18
Figura 3.6 Armazenamento do isopor nas cooperativas para manipulação e destinação
19
Figura 3.7 Fluxograma do processo de reciclagem do isopor da coleta até sua reciclagem
20
Outro resíduo presente na cadeia de material reciclável e que atualmente é
enviado para as cooperativas de catadores ou para a indústria é o Resíduo de
Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE).
21
Figura 3.8 Equipamentos que compõem o lixo eletrônico e sua participação em porcentagem, no volume
coletado em 2006
DVD, vídeo-
cassete, rádios e
outros Máquinas de
15% lavar, secadoras,
aspirador de pó,
etc
30%
Resíduo Eletrônico
Resíduo Elétrico
Geladeiras
20%
Monitores
10%
Computadores,
celulares,
impressoras e
outros Televisores
15% 10%
22
Figura 3.9 Fluxograma do encaminhamento dos resíduos eletrônicos realizado pelo consumidor em 2011
Após o descarte o resíduo pode ser encaminhado para doação, coleta para
reciclagem ou retorno para a indústria. Este processo denomina-se Logística Reversa e
é apresentada na Figura 3.10. A logística reversa será vista com mais detalhes no item
3.5.2.
23
Figura 3.10 Fluxograma dos Resíduos Eletrônicos no processo de logística reversa
Logística
Reversa
4.b- Pontos
permanentes
de coleta
4.a- Feiras de Prefeitura
descarte e de 4.c- Pontos de coleta
conscientização No varejo
ambiental
Por fim, o resíduo recebe tratamento para que se realize a separação dos
elementos perigosos, a destinação de peças para for reaproveitamento, o descarte do
resíduo inservível e o envio dos elementos químicos para tratamento (Figura 3.11).
24
Figura 3.11 Tratamento e usos pós consumo, suas utilizações e descaracterização
5- DESMONTE e
TRIAGEM 7.3- Placas
7.1. - de circuito
Empresas e Plásticos
7.2. -
Metais impresso
cooperativas
8 - REJEITOS
25
mercúrio (monitores de LCD, baterias, ligamentos, termostatos,
lâmpadas);
chumbo (soldas, baterias, circuitos integrados, monitores de tubo –
também chamados de CRT);
cromo (placas);
cádmio (bateria, chips, semicondutores, monitores); e,
arsênio (celulares).
26
Tabela 3-4 Produção têxtil brasileira de produtos acabados e porcentagem de rejeitos gerados.
Vestuário 1.100.000 12
Meias/acessórios 20.000 2
Linha Lar 370.000 5
Artigos técnicos 300.00 5
Fonte: elaboração ABIT a partir de dados do IEMI/2012.
27
finalidade principal de evitar o descarte de material em vias públicas e de dar
destinação correta para resíduos como eletrodomésticos, móveis velhos, restos de
madeiras, pneus, entre outros.
Estes materiais também podem ser entregues pelo munícipe nos Ecopontos,
locais de entrega voluntária, inclusive pequenos volumes dos resíduos de construção
civil de até 1 m³, estes locais também estão preparados para receber grandes volumes
como móveis, poda de árvores e materiais recicláveis. Estes pontos de entrega estão
presentes em vários bairros de São Paulo (PMSP, 2012).
28
Figura 3.13 Detalhe de resíduos entregues no Ecoponto Tatuapé
O resíduo de serviço de saúde (RSS) tem como geradores todos os serviços que
proporcionam atendimento à saúde humana ou animal; assistência domiciliar e
trabalhos de campo; laboratório de análises clínicas de produtos de saúde; necrotérios;
funerárias e serviços de embalsamento, medicina legal; farmácias, drogarias e
farmácias de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde;
centros de controle de zoonoses; distribuidores, importadores e produtores de artigos
farmacêuticos e de materiais e controles para diagnóstico in vitro e unidades móveis de
atendimento à saúde; serviços de acupuntura, tatuagem e similares (ANVISA, 2006).
31
GRUPO B: resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar
risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade;
GRUPO C: quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que
contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de
eliminação específicados nas normas da Comissão Nacional de Energia
Nuclear-CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista;
GRUPO D: resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou
radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos
resíduos domiciliares; e,
GRUPO E: materiais perfurocortantes ou escarificantes.
Para Teixeira et al. (2008), citado por Melo (2011), devido à grande
descartabilidade do resíduo de serviço de saúde, seu aumento de volume que é
significativo, necessita de melhor segregação e destinação dos mesmos.
Por fim, este resíduo representa um grave risco para a saúde ocupacional dos
profissionais e das pessoas que o manipulam, e ao meio ambiente e locais em que
circulam, que podem agravar os riscos quando sua destinação é inadequada (ANVISA,
2006).
32
3.2 Cooperativas de Trabalho
A Lei n° 5.764 de 1971, do código civil brasileiro (BRASIL, 2011a), rege sobre as
cooperativas, e em seu artigo 4°, define as cooperativas como “...sociedades de
pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a
falência, constituídas para prestar serviços aos associados...”.
33
V. singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais, federações e
confederações de cooperativas, com exceção das que exerçam atividade de crédito,
optar pelo critério da proporcionalidade;
VI. quorum para o funcionamento e deliberação da Assembleia Geral baseado no
número de associados e não no capital;
VII. retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações
realizadas pelo associado, salvo deliberação em contrário da Assembleia Geral;
VIII. indivisibilidade dos fundos, de Reserva e de Assistência Técnica
Educacional e Social;
IX. neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social;
X. prestação de assistência aos associados, e, quando previsto nos estatutos,
aos empregados da cooperativa; e,
XI. área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião,
controle, operações e prestação de serviços.
Para Gabriel (2006), as cooperativas são constituídas por meio de estatuto que
disciplinará seu objetivo e funcionamento e estas podem adotar qualquer objeto do
gênero de serviços, operação ou atividades, e ser classificadas como:
34
cooperativas singulares: constituídas por no mínimo, vinte
cooperados pessoas físicas e pode admitir no seu corpo uma pessoa jurídica
desde que esta possua o mesmo objetivo;
cooperativas centrais ou federações de cooperativas: formadas por,
no mínimo, três cooperativas singulares, mas que podem excepcionalmente
admitir um sócio singular. A finalidade das cooperativas centrais ou federações é
realizar a representação regional de determinadas cooperativas singulares; e,
confederação das cooperativas: formada por pelo menos três
cooperativas centrais e que tenham por finalidade a representação nacional.
Tabela 3-5 Principais diferenças na organização entre as empresas cooperativas e as não cooperativas
35
As cooperativas não possuem capital social declarado em virtude da
possibilidade de variação. A remuneração dos membros cooperados é realizada pela
distribuição das sobras líquidas de acordo com as operações por eles realizadas, salvo
disposição estatutária em contrário (GABRIEL, 2006).
Segundo Rique (2011), estes tecelões tinham como objetivo inicial a criação de
uma cooperativa de consumo, mas foram adaptando as ideias já existentes na época e
com isto estabeleceram as seguintes primícias:
36
juros limitados ou fixados sobre o capital subscrito;
distribuição de parte do excedente proporcional às compras;
vendas à vista, sem crediário;
vendas só de produtos puros, não adulterados; e,
neutralidade política e religiosa.
Ainda para Pinho (2004), em 1886, no sul da França, na cidade de Nîmes, outras
iniciativas surgiram com relação à cultura cooperativista, sendo uma delas a de
Edouard de Boyr, que já conhecia o movimento inglês, juntamente com Auguste Fabre
proprietário de uma pequena fábrica de fiação. Estes já vinham a algum tempo
organizando pequenas cooperativas de consumo e discutindo os problemas sociais da
época, estes posteriormente organizaram o I Congresso das Cooperativas da França,
fundando assim a primeira federação de cooperativas.
37
pessoas que estão envolvidas no processo, mas trata-se de uma atitude de ajuda,
especialmente para os momentos de grandes dificuldades e fragilidades. Já
cooperativismo é a união de um grupo de pessoas, com objetivos comuns, ajuda
mútua, a busca na satisfação das necessidades econômicas, culturais e sociais,
confiança e ação coletiva.
Para Pinho (2004), o cooperativismo no Brasil não é uma ideia recente, uma vez
que em 1610, nas missões dos Povos Guaranis administradas pelos padres Jesuítas,
inicia-se a construção de um estado cooperativo que se localizava junto à bacia dos
Rios Paraguai, Paraná e Uruguai. Esta sociedade era baseada no trabalho coletivo no
qual o bem-estar do indivíduo e da família se sobrepunha ao interesse econômico da
produção. A ação dos padres jesuítas se baseou na persuasão, movida pelo amor
cristão e no princípio do auxílio mútuo (mutirão), prática esta encontrada entre os
indígenas brasileiros e em quase todos os povos primitivos. Na Tabela 3.6 está
apresentada a evolução do movimento cooperativista no Brasil.
38
Tabela 3-6 Linha do tempo do cooperativismo, no Brasil: de seu surgimento à sua adoção e regularização
PERÍODO DESTAQUE
1932 a 1964 Primeira Lei Cooperativa (Decreto n° 22.239/32) e Reforma Bancária de 1964.
39
Pinho (2004), destaca que na atual era da informação em que a sociedade vive,
não há lugar para a improvisação, ou seja, as cooperativas atuais devem enfatizar a
gestão técnica. A importância de se valorizar a educação, a formação profissional, a
integração escola-empresa, o trabalho solidário e a autogestão cooperativa e elemento
fundamental para o seu bom funcionamento.
40
dos catadores em associações e posteriormente cooperativas, culminando com a
criação, em 1989, da Cooperativa dos Catadores Autônomos de Papel, Aparas e
Materiais Reaproveitáveis - COOPAMARE (COOPAMARE, 2012).
42
salário mínimo, indenização para acidentes, contratos coletivos em vez de individuais,
dentre outros. (BRASIL, 2012)
Moraes (2002) define ambiente de trabalho como sendo o local onde o homem
desenvolve a prestação do objeto da relação jurídico-trabalhista, ou seja, é onde ocorre
a atividade profissional em favor de uma atividade econômica, no qual o trabalhador
exerce papel importante.
43
Ainda para Moraes (2002), é no ambiente de trabalho que acontece a interação
dos meios de produção e da infraestrutura necessária para o desenvolvimento das
atividades laborais. Para que isto ocorra é necessário o conjunto:
44
A Lei n° 8.213/91 (BRASIL, 2011c), dispõe sobre os planos de benefícios da
Previdência Social, e no artigo 19 define que:
Ainda para Benite (2004), citando a pesquisa realizada por Frank Bird, que ao
analisar cerca de 1.750.000 ocorrências em aproximadamente 300 empresas,
identificou a proporção de acidentes e quase acidentes, conforme apresentada na
Figura 3.14.
45
Figura 3.14 Pirâmide de Bird da evolução dos incidentes até as lesões graves
46
O MET/SIT/DSST (2011) define perigo como uma fonte que em potencial pode
causar dano ao trabalhador e o risco à exposição de pessoas a perigos. O risco pode
ser dimensionado em função da probabilidade e da gravidade do dano possível.
Segundo Buda (2004), também pode-se incluir outros riscos aos quais os
trabalhadores estão expostos: riscos ergonômicos, riscos mecânicos ou de acidentes.
Desta forma fica explícito que, a gama de agentes causadores de danos à saúde do
trabalhador é maior do que apresenta na NR n° 09 e muitas vezes atuam de forma
conjunta.
47
Riscos Ergonômicos: postura incorreta no levantamento de material
ou no posto de trabalho, trabalhos em que o trabalhador fica muito tempo em pé,
trabalho noturno, trabalho por turnos e outros.
Riscos Mecânicos/Acidentes: arranjo do local de trabalho,
eletricidade e todo acidente que não está classificado nos riscos anteriores.
48
as normas de segurança e de saúde no trabalho sejam
aperfeiçoadas e atualizadas com mais constância;
as concepções e os projetos de máquinas, equipamentos e produtos
sejam melhores adaptadas à atividade do ser humano, afim de oferecer riscos à
saúde e à integridade física do trabalhador;
os sistemas de gestão das empresas estejam sempre atualizados;
ocorra melhoria do desenvolvimento tecnológico;
ocorram melhores condições de higiene e de trabalho; e,
se aumente a confiabilidade do sistema de prevenção e gestão de
segurança e saúde no trabalho.
Segundo Barbosa (2001), muito além das atribuições legais que regem as
condições do ambiente de trabalho, os administradores podem contribuir para
desenvolver hábitos de segurança, pois uma vez identificados os riscos, é possível
realizar trabalhos educativos dentro das organizações. Os trabalhos de informação,
formação, educação e orientação devem ser feitos de forma dinâmica e com avaliações
constantes e acompanhamento dos índices de acidentes, mesmo os não fatais.
49
3.4 O Trabalho das Cooperativas de Catadores de Material Reciclável
50
3.4.1 Distribuição das Cooperativas de Catadores de Resíduo Sólido no Brasil
51
Na Figura 3.16 apresenta-se o número de cooperados ligados às cooperativas/
associações de catadores. É possível observar também a grande concentração destes
profissionais nas regiões sul e sudeste.
52
Figura 3.17 Percentual de municípios onde há existência de cooperativas/associações de catadores,
segundo as Grandes Regiões em 2008
53
Grimberg (2008), relata que no Fórum Lixo e Cidadania da Cidade de São Paulo,
na sua agenda de ações 2008, relaciona-se uma série de benefícios econômicos,
sociais e ambientais da coleta seletiva com a inclusão de catadores e catadoras, sendo
estes:
redução do custo de operação dos aterros sanitários e da coleta
convencional de resíduo sólido;
redução de custos de energia e matéria prima através do
aproveitamento de resíduo sólido;
redução do número de ocupações em áreas públicas disponíveis,
através do uso de parte destas áreas para a implantação do sistema de coleta
seletiva com inclusão de catador e catadora de material reciclável;
ampliação do número de cooperativas legalmente constituídas,
gerando maior circulação de mercadorias, bens e serviços tributáveis;
ampliação do número de postos oficiais de trabalho e renda, num
sistema municipal de realização de serviços de coleta de material reciclável;
redução de custos com limpeza de margens de rios e córregos;
otimização dos recursos e das áreas públicas da cidade com
implantação de unidades de coleta seletiva de material reciclável, nos ecopontos
já existentes e nos futuros;
oportunidade de inserção social e reintegração de catadores e
catadoras e suas famílias aos sistemas educacionais e sociais;
construção coletiva e exercício de cidadania e de valores sociais
mais solidários;
preservação e uso sustentável dos recursos naturais por meio do
reaproveitamento de resíduo sólido – compostagem e reciclagem;
aumento da vida útil dos aterros sanitários;
redução da emissão de poluentes;
preservação dos rios, córregos e mananciais em São Paulo;
54
possibilidade de experiência economicamente viável e
ambientalmente sustentável;
estimulo à coleta e reciclagem de óleo de cozinha usado,
minimizando o impacto quando de seu destino na rede de esgoto; e,
ampliação da consciência ambiental e da participação da sociedade
por mecanismos geradores de renda e trabalho e de educação ambiental.
55
surgem especializações de trabalho que tendem a aumentar o número de
postos, como os de separador, triador e enfardador de sucatas.
Código Internacional CIUO88: 9161: recolectores de basura
(coletores de lixo).
Título 5192-10 - Selecionador de material reciclável: separador de
material reciclável, separador de sucata, triador de material reciclável, triador de
sucata;
5192-15 Operador de prensa de material reciclável: enfardador de
material de sucata (cooperativa), prenseiro (aquele que trabalha com a prensa),
prensista (trabalhador que maneja a prensa).
56
Ainda de acordo com o Ministério das Cidades, os trabalhos podem ser
distribuídos em dois turnos diários, sempre que houver disponibilidade de material a ser
reciclado. Na Tabela 3.7 apresentam-se parâmetros básicos para o dimensionamento
das diversas tarefas, para cada metro cúbico de resíduo coletado, solto (peso médio de
45 kg.
Tabela 3-7 Organização e distribuição das equipes dos trabalhos realizados nas cooperativas de
catadores
FUNÇÕES PARÂMETROS PARA DIMENSIONAMENTO
Coletores de Rua Coletores com carrinhos manuais conseguem recolher até 160kg/dia
Triadores internos Conseguem triar 200 kg por dia
Deslocadores de tambores 1 para cada 5 triadores
Retriadores de plástico 1 para cada 5 triadores
Retriadores de metal 1 para cada 5 triadores
Enfardadores Conseguem enfardar 600 kg por dia
Administradores 1 para cada 20 pessoas na produção
57
Após a triagem, os materiais são depositados nos “bags” e/ou tambores, levados
para prensagem por tipo e encaminhados para uma área destinada para o seu
armazenamento e posterior comercialização.
Na Figura 3.18 é apresentada uma vista geral desta configuração com a entrada
do material a ser triado, mesa separadora fixa para a triagem primária, local destinado
para a triagem secundária e suas baias, prensagem e saída dos materiais separados e
enfardados.
Figura 3.18 Vista geral do modelo de um Galpão de cooperativa de catadores e sua organização por
serviços e atividades
58
Na configuração proposta na Figura 3.18 faltou inserir área para pesagem de
materiais, local de depósito para refugos, área administrativa, local para
descanso/alimentação, banheiros/vestiário e outras de uso comum e de operação dos
materiais recebidos e ou triados.
Figura 3.19 Modelo de distribuição dos trabalhos na esteira de triagem nas cooperativas de catadores
A Figura 3.19 tem caráter apenas ilustrativo, suas dimensões e/ou quantidade e
posição dos tambores necessitam de revisão, pois conforme se pode observar o
espaço para o desempenho das atividades de triagem de resíduos não oferece
conforto e boas condições de trabalho.
59
Normalmente quando há a utilização de tambores para o armazenamento do
material separado, não se utiliza “bags”, e vice-versa.
Figura 3.20 Equipamentos normalmente utilizados nos trabalhos das cooperativas de catadores
60
Como apresentado, as cooperativas de catadores são organizações que
possuem uma atividade organizada com métodos e equipamentos que auxiliam na
otimização dos serviços. A boa manutenção e conservação destes equipamentos são
elementos importantes para que ocorra o serviço com qualidade e segurança.
61
Na Tabela 3.8 são apresentados os acidentes mais comuns levantados no
município de Governador Valadares do Estado de Minas Gerais o numero de
ocorrências (sofridos) e os que foram presenciados por outros cooperados.
Tabela 3-8 Tipos de acidente mais comuns nas associações de catadores de material reciclável no
município de Governador Valadares
Cockell et al. (2004) focaram a pesquisa na mesa de separação, pois esta era
totalmente manual, com os cooperados trabalhando e distribuídos em torno das mesas
de triagem. A mesa ficava na altura da cintura do cooperado. O tempo de triagem de
cada “bag” variava de 15 a 20 minutos. Este setor estava dividido nos seguintes postos
de trabalho:
abastecimento: cooperado fica na ponta da mesa abrindo os “bags”
com material cortante e o material coletado é disposto sobre toda a extensão da
mesa para a próxima etapa; e,
triagem: seleção dos materiais colocados em cima da mesa e
separação segundo seu tipo. Depois estes materiais foram acondicionados em
bombonas específicas por tipo de material.
63
buscar a troca de experiências entre cooperativas, contribuindo
para a melhoria de informações; e,
alfabetização e capacitação técnica dos cooperados.
64
Para Donato (2008), a coleta seletiva faz parte não só de um processo é fechado
em si, mas sim de um sistema que engloba outras ações ambientais, entre elas a
redução e a reutilização do resíduo sólido, e que se denomina hoje como a matriz dos
03 Rs:
1. Reduzir o consumo
2. Reutilizar
3. Reciclar
Esta matriz não deve ser somente aplicada para material e novos produtos, mas
em todo o período do projeto e em todas as suas etapas, incluindo-se a contratação, a
fabricação, a movimentação e o descarte de produtos e serviços. Esta nova matriz está
afinada com a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS e incorporada à Logística
Reversa.
65
3.5.1 Histórico da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS)
As questões ambientais na década de 70, não encontravam eco junto aos órgãos
governamentais, empresas e sociedade civil, pois o pensamento na época era o de que
estas não passavam de um modismo que iria se extinguir com o tempo. As bandeiras
levantadas, como proteção das florestas, biodiversidade, fauna silvestre, oceanos e
combate a todas as formas de poluição, não obtinham respostas concretas para seus
questionamentos e lutas. Mas isto mudou a partir da década 80, quando boa parte da
sociedade civil organizada aderiu a estas ideias, bem como parte de respeitáveis forças
políticas (FREITAS 2009).
67
de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11
de maio de 1978; e dá outras providências; e,
Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010 - Institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e dá
outras providências.
Um conceito importante estabelecido pela PNRS foi que a gestão do resíduo não
é mais voluntária, mas passa a ser de responsabilidade das empresas, poder público e
sociedade, nos itens como: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento
do resíduo sólido e sua disposição final que devem ser ambientalmente aceitáveis. Esta
lei estabelece uma diferença importante entre resíduo e rejeito, sendo que o primeiro
deve ser reaproveitado e reciclado, já o segundo, quando não é mais possível seu
reaproveitamento, deve ter sua destinação final adequada (MMA, 2012).
68
independente do serviço público de limpeza urbana. Com ênfase para
embalagens de resíduo de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos
lubrificantes, resíduo e embalagens, lâmpadas fluorescentes de vapor de
sódio, de mercúrio e de luz mista, produtos eletrônicos e seus
componentes; e,
o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas e
outras formas de associação dos catadores de material reciclável,
devendo planos municipais estimular e priorizar estas atividades:
Segundo CEMPRE (2010), a PNRS vem dar uma visão moderna sobre a gestão
dos resíduos no Brasil, enfatizando a responsabilidade compartilhada.
69
3.5.2 Logística Reversa e Responsabilidade Compartilhada
Logística pode ser definida como a junção de quatro atividades básicas que são:
aquisição, movimentação, armazenagem e entrega de produtos. Para que estas sejam
eficientes e eficazes, é importante o planejamento de material ou processo para que
estejam intimamente ligadas com a manufatura e o marketing (FERRAES NETO,
KUEHNE JUNIOR, 2012).
70
A logística acontece através de seus canais de distribuição, que é o caminho
percorrido pelo produto, do fabricante até o consumidor final. O fabricante vende para o
atacadista, que vende para o varejista e este para o consumidor final. As atividades da
logística podem ser classificadas em três partes: suprimento, produção e distribuição
(CASTIGLIONI, 2009).
71
Figura 3.21 Evolução dos canais de distribuição dos produtos manufaturados do fabricante até o
consumidor
Canal 1
Canal 2
Fabricante
Canal 3
Fabricante
Leite (2003), ainda define que a logística reversa faz parte da área do
conhecimento que planeja, opera e controla o fluxo e as informações correspondentes
ao retorno dos bens de pós-venda e pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo
produtivo, através dos canais de distribuição. Estes canais apresentam o fluxo dos
produtos pós-venda e pós-consumo e como estes retornam para o mercado em forma
de novos produtos, que não necessariamente o original. Estes canais agregam
72
diferentes valores: econômico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. Na
Figura 3.22 exemplificam-se estes fluxos da logística reversa.
Figura 3.22 Apresentação dos canais de distribuição diretos e reversos, de produtos e manufaturas e os
atores envolvidos
73
coleta seletiva, no desenvolvimento de novos produtos, na reciclagem, no tratamento e
na destinação final.
Com relação à responsabilidade compartilhada, no Capítulo II, art. 3º, inciso XVII
da PNRS (BRASIL, 2011), apresenta-se que, o ciclo de vida dos produtos e as
atribuições dos elementos responsáveis por sua manipulação, acondicionamento e
destinação, tem início pelos: fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes
passando pelos consumidores e chegando aos responsáveis pelos serviços públicos de
limpeza urbana.
74
Figura 3.23 Fluxograma de catadores, empresas e prefeituras envolvidas na logística reversa e
responsabilidade compartilhada
No ciclo de vida de um produto todos são responsáveis por seu manejo. No item
3.5.3 será visto alguns exemplos de ações com relação ao gerenciamento de resíduo
pelas empresas, prefeituras, sociedade e o papel das cooperativas de catadores. Esta
exposição irá contribuir para o entendimento sobre os tipos de resíduos que são
recebidos nas cooperativas, uma vez que estes estão cada vez mais diversificados.
75
A PNRS (Brasil, 2011b) enfatiza a importância das empresas desenvolverem
produtos e embalagens de forma a serem reaproveitados entrarem novamente no ciclo
produtivo.
76
fomento ao movimento de reciclagem.
77
Antarctica de 2 litros - já no mercado - e a empresa está empenhada em aumentar
gradativamente a quantidade desse material na fabricação das garrafas;
Caçulinhas - estímulo à reutilização de embalagens por meio da
construção de brinquedos feitos com embalagens PET, com ideias para a
reutilização das embalagens com jogos lúdicos como: vaso de flor, jogo da
memória, carimbo, cobra branca, futebol de tampinhas, peteca, jogo da velha,
carro, boliche, bilboquê, avião, ampulheta, senha e rolete; e,
Litro retornável – incentivo no uso das embalagens de vidro retornáveis,
como o chamado “litrão”, usado para cervejas, além do relançamento do Guaraná
Antarctica de 1 litro.
78
reversa de celulares, acessórios e baterias, por meio de urnas instaladas em algumas
de suas lojas próprias, autorizadas e de revendas. Participaram do projeto piloto
inicialmente alguns pontos de revenda localizados nas cidades de Brasília, Rio de
Janeiro e São Paulo. O programa tem o objetivo de abranger todo o País, com mais de
3,5 mil pontos de coleta. Dados da empresa divulgados em 2011, registraram que o
programa havia reciclado 2.893.416 itens entre acessórios e baterias e 962.253
aparelhos celulares (VIVO, 2012).
A Tetra Pak®, fabricante das embalagens do tipo longa vida, atua no mercado de
reciclagem ativamente, realizando pesquisas de novas tecnologias para suas
embalagens, incentivando as cooperativas de catadores e implementando ações de
educação ambiental na coleta seletiva por meio de:
79
Figura 3.24 Evolução em porcentagem no periodo de 2002 a 2009 das embalagens tipo Tetra Pak®
recicladas (mil milhões)
Tabela 3-9 Percentual e Volume de embalagens Tetra Pak ® recicladas no mercado brasileiro
Ano
80
Ainda segundo a companhia, esta tem como meta para 2014, alcançar a marca
da taxa reciclagem em 32,6%, de forma a aproximar-se da meta global, que determina
uma taxa de reciclagem das embalagens longa vida em 40% até 2020 (TETRA PAK,
2014).
Figura 3.25 Volume embalagens tipo Tetra Pak® coletados e sua distribuição no processo de reciclagem
e reutilização.
81
A ITAUTEC S/A, empresa responsável pela montagem e pelo desenvolvimento
de computadores, mantém um processo de recebimento de seus produtos e os pós-
consumo, onde estes são desmontados e descaracterizados, sendo as peças
reaproveitadas ou recicladas, sendo destinados aos aterros sanitários apenas os
refugos e os materiais que não podem causar danos ambientais (TERRARECYCLE,
2014).
Figura 3.26 Ciclo de vida dos equipamentos produzidos pela Itautec, sua reutilização e reciclagem
82
Com o objetivo de atender aos requisitos ambientais, a empresa define
em sua política ambiental uma série de compromissos específicos, tais como:
1. prevenir a ocorrência de danos ambientais decorrentes de suas
atividades buscando a utilização de tecnologias ambientalmente adequadas
no gerenciamento dos processos e na concepção de novos produtos;
2. estabelecer canais permanentes de comunicação das questões
do meio ambiente com as partes interessadas;
3. criar normas e registrar as ações relativas à conservação do
Ambiente, de forma auditável e transparente;
4. evitar o desperdício de água e energia;
5. promover o treinamento e a conscientização de seus
colaboradores internos e externos para atuarem com responsabilidade na
conservação do meio ambiente e na busca de melhorias contínuas; e,
6. estabelecer, revisar e acompanhar, anualmente, os objetivos e
as metas ambientais específicos de suas atividades.
83
plano de Ação; e,
agendas para implementação.
Tabela 3-10 Comparativo das características dos três maiores municípios do Estado de São Paulo.
84
O Plano Diretor para Manejo dos Resíduos Sólidos da Prefeitura do Município de
Guarulhos está focado em três pilares mestres, como: formação de técnicos;
mobilização e educação ambiental para a população; e, utilização de modelos
tecnológicos mais modernos e eficazes (GUARULHOS, 2014).
85
3.5.4.2 Prefeitura Municipal de Campinas
Tabela 3-11 Coleta de materiais recicláveis realizada no município de Campinas no período de 2004 a
2009
86
para a produção de biodiesel. Esta coleta também pode ser feita por meio de
entregas em pontos voluntários;
coleta de resíduo especial como pilhas, baterias, lâmpadas
fluorescentes e pneumáticos inservíveis que são recolhidos e após estocagem,
são encaminhados para receberem tratamento adequado;
fornecimento e implantação de “kits” de reciclagem, edificações e
equipamentos básicos necessários para se efetuar a segregação do material
reciclável coletado pelos serviços de coleta seletiva ou provenientes de qualquer
outro sistema similar. Estes “kits” são implantados nas centrais de triagem
operadas pelas cooperativas legitimadas pelo Decreto Municipal de Campinas nº
14.265, de 21.03.2003 (CAMPINAS, 2014), conforme maior ou menor
necessidade de infraestrutura básica para realizar os serviços de triagem, de
modo a oferecer a essas unidades condições de aperfeiçoar os processos de
reciclagem visando, sobretudo, as condições adequadas de ergonomia, higiene e
segurança no trabalho, e também, agregar valor aos produtos finais a serem
comercializados:
implantação e operação de ecopontos para receberem de pneus,
resíduos especiais, resíduos da construção civil, e demais resíduos recicláveis e
volumosos;
programas de educação, parceria com empresas e cooperativas
para proporcionar visitas técnicas com o objetivo de promover a sensibilização e
conscientização de pessoas físicas e jurídicas; e,
implementação de locais para entrega voluntária de resíduo.
87
3.5.4.3 Prefeitura Municipal de São Paulo
88
seletiva, varrição de vias públicas, lavagem de monumentos e escadarias e remoção de
entulho (PMSP, 2012 b).
Segundo a PMSP (2012 b), são coletados na capital cerca de 18 mil toneladas
de resíduos por dia, sendo que deste total, 10 mil toneladas são resíduos domiciliares
(RSD). A prefeitura mantém um programa de coleta seletiva contando com 20 centrais
de triagem, listadas no Anexo A, nas quais trabalham aproximadamente 1.200 pessoas,
organizadas em 20 cooperativas conveniadas e que foram objeto de estudo deste
trabalho. São mantidos pela cidade 3.811 Pontos de Entrega Voluntária - PEV com
capacidade entre 1.000 e 2.500 litros para acondicionar material reciclável, localizados
em estacionamentos, supermercados, condomínios, universidades, escolas municipais
entre outros.
A cidade de São Paulo ainda conta com pontos para destinação intermediária do
resíduo coletado, que são as estações de transbordo. O volume estimado de
movimentação nos transbordos é em torno de 1.200 mil toneladas por dia. Estes pontos
estão localizados nos bairros Vergueiro, Santo Amaro e Ponte Pequena.
89
Na Figura 3.27 apresenta-se mapa indicativo da localização geográfica das
estações municipais de transbordo de RSD do município, bem como os aterros
sanitários e de inertes.
90
Figura 3.27 Localização das estações de transbordo, aterros sanitários e de inertes no município de São
Paulo
91
As demandas e as características do RSD têm se alterado ao longo do tempo
em decorrência da mudança do padrão de consumo e de comercialização, em que
avulta, dentre outros aspectos, o aumento expressivo do volume de embalagens e o
aumento considerável da taxa de geração per capita. Na Tabela 3.13 é apresentada
a distribuição gravimétrica do RSD do município de São Paulo no período de março
de 2011 a fevereiro de 2012, recolhidos pelas empresas de coleta LOGA e
ECOURBIS (PMSP, 2014 c).
Tabela 3-13 Distribuição gravimétrica do resíduo sólido domiciliar do município de São Paulo no período
de março de 2011 a fevereiro de 2012
92
No Plano de Gestão Integrada de Resíduos da prefeitura de São Paulo,
elaborado a partir da PNRS, registra-se a importância das 20 centrais de triagem na
administração do resíduo do município de São Paulo.
Esta urgência na implantação dos planos de gestão citado pela ABES (2014),
decorre do pouco avanço na questão de serviços públicos de coleta de qualidade,
desde que se implantou a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
94
Para ABES (2014), a carta de Brasília reforça a importância dos catadores de
material reciclável como peça importante dentro da Política Nacional de Resíduos
Sólidos pois, estes ainda vivem em condições sub-humanas nos lixões e estão
expostos a vários riscos à sua saúde ao trabalharem nas ruas, galpões e nas
instalações cedidos pelo poder público.
95
96
4 METODOLOGIA
A metodologia de estudo para este trabalho foi subdividida nas seguintes etapas:
escolha do município;
escolha das cooperativas de material reciclável;
pesquisa documental e bibliográfica;
registro da pesquisa no Sistema Nacional de Ética em Pesquisa
(SISNEP) e solicitação de aprovação por parte do Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP);
obtenção de dados; e,
análise dos dados e elaboração de recomendações e/ou propostas
de soluções.
97
4.2 Escolha das Cooperativas de Material Reciclável
98
Foi utilizado para a obtenção dos dados três procedimentos básicos: pesquisa
documental, pesquisa bibliográfica e contatos diretos (MARCONI; LAKATOS 2008).
99
O projeto de pesquisa foi registrado no Sistema Nacional de Ética em Pesquisa –
SISNEP.
Para a obtenção dos dados foi realizada pesquisa de campo, com visitas
agendadas em cada uma das cooperativas conveniadas do município de São Paulo,
com o objetivo de:
- verificar as instalações, as condições sanitárias e a rotina do
ambiente de trabalho;
- levantar dados sociais dos cooperados e econômicos da
cooperativa;
- coletar dados sobre o material reciclável coletado, comercializado e
rejeitos, que serão utilizados na construção de gráficos e tabelas que
auxiliaram na análise e discussão dos dados;
100
- registrar fotograficamente as condições e o ambiente de trabalho; e,
- registrar o conhecimento dos presidente/responsável sobre a PNRS
e seu impacto nas atividades da cooperativa.
Para a obtenção dos dados, foi elaborado formulário baseado no relatório final de
estudos e pesquisas realizados pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA, 2010)
junto as cooperativas no Brasil, sendo assim, buscou-se levantar e relacionar as
variáveis às condições e ao ambiente de trabalho das cooperativas conveniadas do
município de São Paulo, propostas neste relatório.
Figura 4.1 Variáveis ambientais e sanitárias levantadas nas cooperativas de catadores de material
reciclável
Ambiente de Trabalho Condições de
VARIÁVEIS
(Ambiência) Trabalho
Quantidade de material coletado e recebido
X
e suas condições sanitárias
Tipo de material coletado e recebido e suas
X
condições sanitárias
Quantidade de rejeito e sua destinação X
Condição dos depósitos de material a serem
X
manipulados
Condições de armazenamento dos materiais
X
depois de enfardados
102
Figura 4.2 Variáveis sociais levantadas nas cooperativas de catadores de material reciclável
Ambiente de
Condições de
VARIÁVEIS Trabalho
Trabalho
(Ambiência)
Número de cooperados X X
Número de horas trabalhadas por dia X
Insalubridade no ambiente de trabalho X
Benefícios como cestas básicas, serviços de saúde,
X
transporte, benefícios sociais, alfabetização
Ocorrências de acidentes de trabalho X
Uso de EPI X
Rotatividade dos cooperados X
Renda mensal da cooperativa X
Renda mensal dos cooperados X
Gastos da cooperativa X
Pagamento de impostos e encargos X
Figura 4.3 Variáveis institucionais levantadas nas cooperativas de catadores de material reciclável
Ambiente de
Condições de
VARIÁVEIS Trabalho
Trabalho
(Ambiência)
Regulamentação da organização X
Realização de reuniões com os cooperados X
Divulgação e educação ambiental X X
Parcerias e acordos X
Capacitação técnica e gerencial X
Formalização da relação cooperativa e
X
prefeitura
103
4.5.1.4 Variáveis Econômicas
Figura 4.4 Variáveis Econômicas levantadas nas cooperativas de catadores de material reciclável
Ambiente de
Condições de
VARIÁVEIS Trabalho
Trabalho
(Ambiência)
Volume de material por item de comercialização X
Valor de venda do material por item comercializado X
Figura 4.5 Variáveis de Infraestrutura levantadas nas cooperativas de catadores de material reciclável
Ambiente de
Condições de
VARIÁVEIS Trabalho
Trabalho
(ambiência)
Equipamentos existentes: número e tipo, condições
X X
de funcionamento, próprio ou alugado.
Transporte existente: número e tipo de veículos,
X
cedido, próprio ou alugado.
Condições e tipo das instalações existentes na área
X
de triagem, como banheiros, refeitórios, escritório.
Condições de segurança no trabalho das máquinas
X
e equipamentos.
104
Estas variáveis foram ordenadas e compuseram o formulário aplicado nas
entrevistas (APENDICE A).
Para o registro fotográfico foi utilizada câmera digital. Estes registros foram feitos
no período diurno respeitando a privacidade das pessoas envolvidas. Foram
fotografados elementos específicos que ilustraram os aspectos estudados neste
trabalho, bem como foram observadas as vias de acesso e vizinhança no que diz
respeito aos impactos causados à limpeza pública da região, descarte de rejeitos e os
atores indiretos ligados às cooperativas, como a existência de carroceiros e catadores
autônomos.
105
não houve alteração: não foi percebida nenhuma alteração na variável
levantada;
alteração mínima: houve uma pequena alteração com relação à variável
levantada;
alteração razoável: houve uma alteração pequena, mas significativa, na
variável levantada;
alteração satisfatória: houve uma boa alteração com relação à variável
levantada; e,
atingiu as expectativas: houve uma grande alteração com relação à
variável questionada, de forma a atender às expectativas.
0) não sabe;
1) não houve alteração;
2) alteração mínima;
3) alteração razoável;
4) alteração satisfatória;
5) atingiu as expectativas.
106
listar as atividades que atualmente são desenvolvidas pelas cooperativas
de catadores;
descrever quais são as implicações ambientais ao seu meio antrópico;
detectar as condições relativas ao meio ambiente de trabalho; e,
propor ações de melhorias nas condições de trabalho.
107
108
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base nas variáveis da FUNASA (2010), neste capitulo serão apresentados
os dados obtidos a partir do preenchimento do formulário e as discussões pertinentes,
divididos em:
1. descrição das cooperativas conveniadas, apresentando sua localização,
datas de fundação e de início do convênio com a prefeitura, despesas e
instalações, entre outras informações;
2. variáveis sociais;
3. variáveis ambientais e sanitárias;
4. variáveis econômicas;
5. variáveis institucionais;
6. variáveis de infraestrutura;
7. condições de higiene e segurança no trabalho; e,
8. percepção do impacto da PNRS sobre a cooperativa.
109
5.1 Descrição das Cooperativas Conveniadas no Município de São
Paulo
110
19) Cooperativa Nova Esperança – Zona Leste
20) Cooperpac – Zona Sul
Figura 5.1 Concetraçao por Zona das cooperativas conveniadas no município de São Paulo por Região
até janeiro de 2014
CENTRO 2
NORTE 3
LESTE 8
OESTE 3
SUL 4
111
Figura 5.2 Localização das cooperativas conveniadas no município de São Paulo
112
A seguir serão apresentadas as características de cada cooperativa entrevistada.
A cooperativa tem outros parceiros como a TETRA PAK®, que faz doação de
equipamentos e materiais para divulgação, e o Banco do Brasil, que subsidia a compra
de novos equipamentos.
113
5.1.2 Cooperativa Coopere-Centro
114
A maioria dos cooperados possui o ensino fundamental incompleto, mas há
alguns que estão cursando o ensino médio e têm pretensões de fazer cursos de
graduação. Os cooperados moram próximos à cooperativa e nos bairros vizinhos.
115
A maioria dos cooperados possui o ensino fundamental incompleto e alguns
poucos possuem o ensino médio completo. Nesta cooperativa, também registra-se
cooperados analfabetos. Grande parte dos cooperados mora nos municípios de Osasco
e de Itapevi e nos bairros de Jaraguá e de Perus.
116
Os cooperados moram próximos à cooperativa, o que facilita seu deslocamento
para o trabalho.
117
5.1.6 Cooperativa Sem Fronteiras
118
5.1.7 Cooperativa Vitória da Penha
A cooperativa tem outros parceiros como a TETRA PAK® que faz doação de
equipamentos e materiais de divulgação, e o Banco do Brasil, que subsidia a compra de
novos equipamentos e promove cursos sobre cooperativismo e contabilidade.
120
Nas suas instalações a cooperativa possui banheiros, vestiários, chuveiros,
refeitório, escritório e sala de reuniões.
A cooperativa não possui outros parceiros ou convênios, além dos mantidos pela
prefeitura de São Paulo.
121
vencimentos. Não é fornecido café de manhã e cada cooperado é responsável por sua
alimentação e transporte.
122
A cooperativa tem outros parceiros como a FUNASA para a compra de
equipamentos, OCESP, SEBRAE e Banco do Brasil ministrando e cursos de
capacitação, TETRA PAK® doando com material de divulgação e equipamentos,
JEQUITI com educação ambiental junto à rede pública de ensino e outros.
123
5.1.13 Cooperativa Coopermyre
124
5.1.15 Cooperativa Fênix Agepê
Localizada na zona leste de São Paulo, no bairro Jardim São Luiz, a cooperativa,
fundada em dezembro de 2005, estabeleceu convênio com a prefeitura desde 2008. A
cooperativa está instalada num galpão cedido pelo CDHU. A prefeitura paga as contas
de água e luz, as demais despesas como telefone, manutenção de equipamentos,
internet, contador e outras são de responsabilidade da cooperativa.
A cooperativa possui parceria com o grupo Pão de Açúcar, por meio da empresa
de gestão ambiental BR + 10, na coleta de material reciclável.
126
A cooperativa possui acordos com a empresa de limpeza da Polícia Federal,
como Hospital Albert Einstein, com a Rede Door, e com a AMIL, para a coleta de
material reciclável.
A cooperativa possui parceria com o grupo Pão de Açúcar, por meio da empresa
de gestão ambiental BR + 10, com comunidade religiosa, com o SESC Itaquera e com
os moradores na coleta de material reciclável.
127
A maioria dos cooperados possui ensino fundamental incompleto e mora nas
proximidades da cooperativa.
128
5.1.20 Cooperativa Cooperpac
Localizada na zona sul de São Paulo, no bairro Jardim São Pedro, a cooperativa,
fundada em agosto de 2008, estabeleceu o convênio com a prefeitura desde janeiro de
2010. A cooperativa está instalada num galpão alugado e cedido prefeitura,
responsável também pelo pagamento das contas de água e luz. As demais despesas
como telefone, manutenção de equipamentos, internet e outras são de
responsabilidade da cooperativa.
A cooperativa possui parceria com o grupo Pão de Açúcar, por meio da empresa
de gestão ambiental BR + 10, e com escolas na coleta de material reciclável. A Pepsico
promove cursos de aperfeiçoamento.
130
Figura 5.3 Levantamento do número de cooperados no início das atividades e que atuam nas
cooperativas conveniadas em dezembro de 2013 no município de São Paulo
131
Tabela 5-1 Porcentagem de aumento do número de cooperados nas cooperativas conveniadas no
município de São Paulo desde sua fundação até dezembro de 2013
PERÍODO AUMENTO
COOPERATIVA
(ANOS) (%)
132
Em alguns casos não houve até redução nos números de cooperados, este
fenômeno se deve ao fato que:
5.2.2 Rotatividade
133
Figura 5.4 Porcentagem da rotatividade dos cooperados nas cooperativas conveniadas no município de
São Paulo em dezembro de 2013
134
5.2.3 Divisão por Gênero
Figura 5.5 Quantidade de homens e mulheres cooperados nas cooperativas conveniadas no município de
São Paulo até dezembro de 2013
135
Figura 5.6 Porcentagem de homens e mulheres nas cooperativas conveniadas no município de São
Paulo
136
Figura 5.7 Número total e porcentagem de homens e mulheres das cooperativas conveniadas no
município de São Paulo em dezembro de 2013
137
5.2.4 Composição Etária
Figura 5.8 Composição etária em porcentagem dos cooperados das cooperativas conveniadas no
município de São Paulo
Uma das justificativas para este fato é que trabalhadores nesta faixa etária são
considerados “velhos” para exercerem algumas atividades no mercado de trabalho e
buscam nas cooperativas uma alternativa de trabalho e geração de renda.
138
A este fato, soma-se a baixa escolaridade conforme abordado no item a seguir.
Figura 5.9 Escolaridade dos cooperados em porcentagem nas cooperativas conveniadas no município de
São Paulo
139
Estes projetos não tiveram continuidade, ou por falta de interesse ou pela falta de
disponibilidade dos cooperados. A baixa escolaridade dificulta, em alguns casos o
entendimento do funcionamento do trabalho cooperado.
Tabela 5-2 Turnos de trabalho e valores médios por hora trabalhada dos cooperados e renda mensal
média nas cooperativas conveniadas no município de São Paulo dezembro de 2013
VALOR
VALOR MÉDIO
TURNOS DE MÉDIA MENSAL
COOPERATIVA HORA
TRABALHO RECEBIDA
(R$)
(R$)
Tietê 1 turno 4,49 580,00
Coopere-Centro 2 turnos 6,85 900,00
Não calcula
Cooperativa Cooperação 1 turno 1.550,00
p/hora
Cooperleste 3 turnos 5,00 850,00
Não calcula
Coopervila e Tiquatira 1 turno 750,00
p/hora
Sem Fronteiras 1 turno 4,74 800,00
Vitória da Penha 1 turno 3,80 600,00
Coopercaps 1 turno 6,25 1.150,00
Nova Conquista 1 turno 4,00 750,00
Coopervivabem 1 turno 9,70 1.400,00
Crescer 1 turno 3,50 700,00
União 1 turno 4,45 790,00
Vira Lata 1 turno 8,00 1.350,00
Fênix Agape 1 turno 3,87 750,00
Nossos Valores 1 turno 5,50 800,00
Coopermiti 1 turno 6,25 1.500,00
Não calcula
Chico Mendes 1 turno 650,00
p/hora
Nova Esperança 1 turno 4,50 850,00
Cooperpac 1 turno 4,70 650,00
Média 5,46 914,21
140
Os turnos de trabalho variam para cada cooperativa, mas no geral realizados são
das 8:00hs às 17:00hs de segunda à sexta feiras e das 8:00hs às 12:00hs, aos
sábados. Estes turnos não atende, em parte, às necessidades da cooperativa e dos
cooperados.
141
Uma vez levantada a quantidade de material entregue nas cooperativas
provenientes da coleta porta a porta, entregue pelas concessionárias, doações e outras
fontes, bem como a quantidade comercializada e de rejeitos, pode se ter um panorama
deste volume e suas condições de entrega e armazenamento.
Figura 5.10 Quantidade média mensal por cooperativa em toneladas do material entregue,
comercializado e rejeitos no ano de 2011
142
Figura 5.11 Quantidade média mensal em toneladas do material entregue, comercializado e rejeitos para
o ano de 2012
161,05
101,60
38,01
Na Figura 5.12 foram levantados a média mensal por cooperativa dos materiais
entregues, comercializados em toneladas em 2013, por falta de dados não se obteve os
valores de rejeitos.
143
Figura 5.12 Quantidade média mensal em toneladas do material entregue, comercializado e rejeitos para
o ano de 2013
Figura 5.13 Quantidade média mensal em toneladas do material entregue, comercializado e rejeitos –
janeiro a agosto de 2014
132,53
79,19
32,86
144
As cooperativas possuem características comuns com relação ao recebimento e
seleção de materiais, mas a quantidade do material triado varia com a capacidade da
cooperativa em: separar os materiais; tipos de equipamentos; número de cooperados
que trabalham nesta operação; e, a qualidade e do tipo de material coletado.
Este índice proposto pela Política Nacional de Resíduos Sólidos ainda não foi
alcançado, pois boa parte ainda do material reciclado são lançados em aterros
sanitários na forma de rejeitos ou não tiveram sua coleta realizada.
Tabela 5-3 Porcentagem de material comercializado, rejeitos e armazenado no periodo de 2011 a agosto
de 2014
Material
Rejeitos Material armazenado
ANO Comercializado
(%) (%)
(%)
145
A partir da Tabela 5.3, observa-se que cerca de 70% a 50% dos materiais
entregues nas cooperativas são comercializados, e aumento no volume dos materiais
considerados rejeitos. Este fato está vinculado a qualidade dos materiais entregues.
146
Figura 5.14 Recebimento de material reciclável com caminhão compactador da concessionária de
serviços de coleta
147
Figura 5.15 Detalhe do recebimento de material reciclável com caminhão tipo gaiola cedido ou proprio da
cooperativa de catadores
148
Figura 5.16 Detalhe do acumulo de material reciclado a ser triado
Figura 5.17 Detalhe do material acumulado a ser triado ou que será destinado como rejeito
149
Em alguns casos o local de recebimento fica a céu aberto sujeito a intempéries,
que acaba com que boa parte do material seja rejeitado, conforme Figura 5.18.
150
anteriores a 2010. Os valores apresentados são os praticados em praticamente todas
as cooperativas.
Tabela 5-4 Massa e valor de venda de cada material reciclado e porcentagem de cada material em
relação ao total coletado e comercializado mês base novembro e dezembro 2013
VALOR
MASSA VALOR PESO VALOR
MATERIAL TOTAL
(KG) (R$) (%) (%)
(R$)
PET BRANCA/VERDE 3525 1,85 6521,25 4,74 15,19
PET COLORIDA 605 0,55 332,75 0,81 0,78
PP BRANCO 923 1,25 1153,75 1,24 2,69
PP COLORIDO 2070 1,1 2277 2,78 5,30
PEAD BRANCO 1809 1,5 2713,5 2,43 6,32
PEAD COLORIDO 1852 1,2 2222,4 2,49 5,18
PEAD PRETO 700 0,9 630 0,94 1,47
APARA BRANCA 1033 1 1033 1,39 2,41
APARA COLORIDA 2450 0,5 1225 3,29 2,85
PAPELÃO 19600 0,44 8624 26,34 20,09
PAPEL BRANCO 6603 0,37 2443,11 8,87 5,69
PAPEL MISTO 13100 0,25 3275 17,60 7,63
®
TETRA PAK 5019 0,27 1355,13 6,74 3,16
FERRO 7880 0,36 2836,8 10,59 6,61
VIDRO 3601,5 0,1 360,15 4,84 0,84
LATA ALUMINIO 920 3 2760 1,24 6,43
PS COPINHO 1040 0,8 832 1,40 1,94
PVC 800 0,7 560 1,07 1,30
RAIO X 29 4 116 0,04 0,27
OLEO FRITURA 525 0,6 315 0,71 0,73
PLACAS COMPUTADOR 9,5 10 95 0,01 0,22
FIO COBRE 5 12,8 64 0,01 0,15
CHAPA ALUMINIO 61 3 183 0,08 0,43
PANELA ALUMINIO 170 4,3 731 0,23 1,70
BLOCO ALUMINIO 36 2,5 90 0,05 0,21
PERFIL ALUMINIO 36 4,5 162 0,05 0,38
INOX 304 7 2,2 15,4 0,01 0,04
INOX 340 11 0,4 4,4 0,01 0,01
TOTAL 74420 42930,64
151
Os valores comercializados pelas cooperativas, suas despesas e a receita final é
apresentada na Tabela 5.5.
Tabela 5-5 Valor médio recebido pelas cooperativas com a venda de material reciclável, total de
despesas mensais e receita final em 2013 nas cooperativas conveniadas no município de São Paulo
TOTAL
ENTRADA RECEITA
DESPESAS
COOPERATIVA MENSAL FINAL
MENSAL
(R$) (R$)
(R$)
Cooperativa Tietê 59.063,72 9.000,00 50.063,72
Cooperativa Coopere-Centro 100.000,00 23.000,00 77.000,00
Cooperativa Cooperação 100.000,00 20.000,00 80.000,00
Cooperativa Cooperleste 70.000,00 12.000,00 58.000,00
Cooperativa Coopervila e Tiquatira 21.000,00 2.000,00 19.000,00
Cooperativa Sem Fronteiras 30.000,00 6.000,00 24.000,00
Cooperativa Vitória da Penha 20.000,00 4.000,00 16.000,00
Cooperativa Coopercaps 75.000,00 6.500,00 68.500,00
Cooperativa Nova Conquista 27.500,00 Não informou -o-
Cooperativa Coopervivabem 121.023,00 10.889,00 110.134,00
Cooperativa Crescer 40.000,00 12.000,00 28.000,00
Cooperativa União 20.000,00 8.780,00 11.220,00
Cooperativa Vira Lata 84.000,00 12.500,00 71.500,00
Cooperativa Fênix Agape 20.000,00 1.500,00 18.500,00
Não
Cooperativa Nossos Valores 10.000,00 -o-
informou
Não
Cooperativa Coopermiti 9.000,00 -o-
informou
Cooperativa Chico Mendes 37.689,30 6.758,98 30.930,32
Cooperativa Nova Esperança 20.000,00 3.000,00 17.000,00
Cooperativa Cooperpac 27.500,00 6.000,00 21.500,00
VALORES MÉDIOS 49.531,86 7.750,00 41.781,56
152
Nas despesas estão incluídos os valores gastos com telefone, manutenção de
equipamentos, material de escritório, internet, recolhimento de INSS, contribuição para
férias do cooperado e outras despesas administrativas.
O valor final é rateado pelos cooperados o que gera em média uma remuneração
que varia conforme o número de cooperados entre R$ 700,00 a R$ 1.000,00.
153
Com relação à capacitação, pode-se citar a cooperativa Crescer, que possui
projeto para a capacitação de cooperados em parceria com a Secretaria do Trabalho da
prefeitura, Tetra Pak®, Sabesp e outros, de forma a capacitar mão de obra para
trabalhar nas cooperativas.
154
há cooperativas que mantém cursos de capacitação de longa duração
sobre os trabalhos na cooperativa em parceria com a prefeitura de São
Paulo e a Secretaria do Trabalho.
155
5.6.1 Equipamentos, Transporte, Condições e Tipo das Instalações
156
Figura 5.20 Detalhe do final da linha da mesa separadora de material reciclável com esteira
Algumas cooperativas quer seja por falta de espaço, manutenção, ou verba para
a compra de mesas rolantes, ainda se utilizam das mesas separadoras fixas (Figura
5.21) que, como consequência no trabalho dos selecionadores, apresenta menor
produtividade na separação dos materiais recicláveis e grande acúmulo de resíduos.
157
Figura 5.21 Mesa separadora fixa de material reciclável
Uma cooperativa ainda se utilizava do sistema tipo gaiola metálica (Figura 5.22),
mesmo possuindo espaço para a instalação de uma mesa rolante. Porém até o
momento em que a pesquisa foi realizada, não havia conseguido verba e ou incentivo
para a aquisição de uma mesa separadora com esteira rolante.
158
Figura 5.22 Detalhe do sistema de separação de material reciclável depositado em gaiola metálica
159
Figura 5.23 Detalhe de mesa separadora elevada com esteira rolante
160
Cabe registrar que os cooperados, quando em trabalho nas mesas separadoras
estão expostos a riscos físicos como ruídos, químicos com as poeiras durante a
operação, biológicos materiais contaminados com matéria orgânica e vetores,
ergonômicos na postura, e pressões na produção e de acidentes com riscos de quedas.
Mesa
Mesa
Riscos separadora Mesa Gaiola
separadora com
ambientais elevada com separadora fixa metálica
esteira
esteira
161
Todas as cooperativas pesquisadas possuem uma ou mais prensas hidráulicas.
Os materiais após serem triados são depositados em seu interior (Figura 5.25),
prensados (Figura 5.26), e armazenados para serem comercializados (Figura 5.27).
162
Figura 5.26 Detalhe da prensa hidráulica com o material já prensado
163
Algumas cooperativas possuem picotadoras de papel (Figura 5.28), pois
recebem documentos para serem destruídos e descaracterizados. Este é um tipo de
serviço normalmente oferecido para empresas que desejam descartar documentos que
necessitam ser destruídos.
Quanto aos vidros quando não triturados em equipamento próprio (Figura 5.29),
são armazenados em caçambas até que fiquem cheias (Figura 5.30) para serem
destinados para as empresas recicladoras.
164
Figura 5.29 Máquina trituradora de vidro
165
Ainda pode-se incluir nos equipamentos que algumas cooperativas possuem a
desfragmentadora de isopor (Figura 5.31).
166
Tabela 5-7 Riscos ambientais na prensa hidráulica, triturador de vidro, picotadora de papel e
desfragmentadora de isopor
167
Figura 5.32 Empilhadeira
168
Os riscos ambientais destes equipamentos e do caminhão gaiola destacam-se
na Tabela 5.8.
Queda na
Mecânico Queda de material Queda de material
descarga e carga
169
As condições sanitárias e de manutenção destes espaços são bem variados,
havendo locais bem conservados e outros em péssimo estado de higiene e
conservação, conforme pode-se observar nas Figuras 5.34, 5.35, 5.36 e 5.37.
170
Figura 5.35 Local destinado a alimentação e descanso
171
Figura 5.37 Detalhe do estado de conservação e de higiene de sanitários e vestiário
172
Figura 5.38 Local destinado para leitura, descanso e reunião
173
corte na mão de uma cooperada que não estava utilizando a luva de
proteção necessária para a atividade na esteira; e,
torção no pé de um cooperado ao pular do caminhão.
Muitos casos não são notificados ou registrados pela categoria, pois não é uma
prática formal.
Para ilustrar esta atividade, foi selecionado o registro fotográfico de uma esteira
rolante (Figura 5.39) da Cooperativa Crescer, que possuí características semelhantes
às de grande parte das demais cooperativas pesquisadas.
174
Figura 5.39 Esteira rolante para a triagem de material reciclável instalada na Cooperativa Crescer
Figura 5.40 Detalhe do início da esteira rolante para separação de material reciclável
176
Figura 5.41 Circulação dos sacos plásticos na esteira sendo abertos para a triagem
177
Figura 5.43 Detalhe final da esteira, que contém o “bag” para destinação do material rejeitado
178
horário programado para descanso, sendo que na maioria das cooperativas
entrevistadas não há local apropriado para tal. As cooperadas entrevistadas informaram
que o descanso é feito quando a esteira é parada para algum tipo de operação, como a
retirada dos “bags” de material separado e de rejeitos, e/ou quando algum caminhão é
recebido para descarga de material.
Os trabalhos também demonstraram ser insalubres, uma vez que ocorre contato
com material sujo de matéria orgânica. As embalagens de vidro e as latinhas de aço
aumentam a probabilidade de acidentes de trabalho.
179
Quando perguntado às cooperadas se gostavam do trabalho que exerciam, elas
não souberam responder. Porém a grande maioria informou que o trabalho não era
ruim e que é uma oportunidade de auxiliarem com a remuneração recebida, no sustento
da família.
180
enfardamento, comercialização e atividades administrativas, 61,1% dos entrevistados
afirmaram não haver alteração na rotina da cooperativa.
Figura 5.44 Resultado das respostas em porcentagem se a PNRS alterou a rotina das cooperativas
61,1%
16,7% 16,7%
181
5.7.2 Alteração nas Condições de Trabalho na Cooperativa
Figura 5.45 Alteração das condições no ambiente de trabalho após a implantação da PNRS
52,6%
15,8%
0,0%
Figura 5.46 Alteração dos volume recebido nas cooperativas após a implantação das PNRS
22,2% 22,2%
16,7% 16,7%
11,1% 11,1%
Para 22,2% dos entrevistados não houve alteração no volume recebido em sua
cooperativa, enquanto outros 22,2% perceberam alteração satisfatória e 16,7%
apontaram que o aumento do volume recebido em sua cooperativa atingiu as
expectativas criadas com a implantação da PNRS.
183
5.7.4 Qualidade dos Resíduos Recebidos na Cooperativa
Figura 5.47 Qualidade dos resíduos recebidos na cooperativa após a implantação da PNRS
38,9%
22,2%
16,7%
11,1%
5,6% 5,6%
184
5.8 Comparativo do Volume x Qualidade dos Resíduos recebidos nas
cooperativas após a promulgação da Política Nacional de
Resíduos Sólidos
Figura 5.48 Gráfico comparativo do impacto da Política Nacional de Resíduos Sólidos quanto ao Volume
e à qualidade dos Resíduos Recebidos
185
Embora a PNRS contemple ações para a conscientização da sociedade sobre a
forma de descarte de resíduos para reciclagem, a qualidade do material recebido nas
cooperativas não melhorou, fato este registrado por aproximadamente 40% dos
entrevistados.
Figura 5.49 Consciência da Sociedade na Segregação dos Resíduos Recicláveis após a Implantação da
PNRS
44,4%
27,8%
11,1%
186
Para aproximadamente 45% dos entrevistados, não houve alteração da
consciência global da sociedade sobre o conceito de reciclagem após a implantação da
PNRS. Justifica-se este item pelas condições dos materiais recicláveis recebidos nas
cooperativas pesquisadas.
38,9%
27,8%
22,2%
187
Algumas cooperativas possuíam convênios com distribuidoras de bebidas, redes
de supermercados, comerciantes locais, escolas particulares e outros antes da
implantação da PNRS e por este motiva não foram percebidas alterações significativas
no comportamento das empresas após a implantação da Política Nacional dos
Resíduos Sólidos.
188
Figura 5.51 Mudanças Observadas na Prefeitura de São Paulo após a Implantação da PNRS
33,3%
27,8%
16,7%
11,1% 11,1%
0,0%
Por fim, nas entrevistas, foi possível que os presidentes das cooperativas
expressassem suas opiniões sobre a atuação dos poderes públicos. As opiniões
citadas estão transcritas a seguir:
189
fiscalização do atendimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos pelas
empresas e sociedade;
melhor envio do material pelas concessionárias da prefeitura, pois o método
utilizado pelos caminhões compactadores, torna muito difícil o manuseio, uma
vez que o material vem muito compactado, contaminado, misturado e com
grande quantidade de rejeitos;
mais envolvimento das sub-prefeituras e de outros órgãos municipais;
mais apoio na área social como farmácia e assistência social;
remuneração com relação à coleta de materiais;
o plano de gestão aprovado pela prefeitura é bom, mas tem que sair do
papel;
receio de que as megas centrais “engulam” as pequenas cooperativas; e,
apoio na capacitação dos cooperados e na administração da cooperativa.
190
Figura 5.52 Gráfico comparativo do impacto da Política Nacional dos Resíduos Sólidos sobre as
cooperativas de catadores de material reciclável, com relaçao a sociedade, empresa e prefeitura
191
5.9 Observações Finais
192
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
6.1 Conclusões
193
os rejeitos são criadouros de insetos, atraindo também outros animais como
pombos e ratos;
Com relação às empresas o efeito percebido foi positivo, mas as diretorias das
cooperativas entendem que deve haver maior fiscalização por parte dos órgãos
municipais estaduais e federais, para que a lei seja mais efetivamente cumprida;
194
falta de dados armazenados anteriores a PNRS, de forma a identificar a
evolução das atividades e das condições dos materiais recebidos nas
cooperativas;
6.2 Recomendações
195
estudo para o reaproveitamento dos rejeitos de forma a evitar a destinação final
aos aterros sanitários, colaborando para a redução do volume acumulado na
cooperativa;
estudo que viabilize a remuneração por parte dos órgãos municipais do trabalho
das cooperativas de catadores de material reciclável, uma vez que a coleta
realizada pelas concessionárias tem seu volume reduzido, melhorando as
condições de operação dos aterros sanitários e do sistema de coleta pública em
geral;
196
implementação de métodos de fácil aplicação para o controle estatístico de
volume de material recebido, triado e rejeitos de forma a gerar registros
confiáveis para eventuais estudos.
197
198
7 REFERÊNCIAS
199
Coletiva – Saúde Ambiental e territórios sustentáveis. ABRASCO, Associação Brasileira
de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Volume 14, Nº16, dezembro 2009.
200
BRASIL. Decreto 7.404 de 23/12/2010. Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto
de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê
Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador
para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências.
Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/Decreto/D7404.htm>. Acesso em: 06 ago. 2014.
201
Produtividade, Qualidade, Preservação Ambiental e Desenvolvimento de Pessoas.
São Paulo. Ed. Atlas, 1999.
DONATO, V. Logística Verde. Ed. Ciência Moderna Ltda. Rio de Janeiro, 2008.
203
EIGENHEER, Emilio Maciel. LOBO, S. (ed.). Lixo: A limpeza urbana através dos
tempos. ELS2 Comunicação. Porto Alegre – RS, 2009.
204
GOUVEIA, N. Resíduos sólidos urbanos: impactos socioambientais e perspectiva
de manejo sustentável com inclusão social. Artigo apresentado em 17/04/2012,
Versão final aprovada em 26/04/2012. Ciência & Saúde Coletiva, 17(6):1503-1510,
2012.
GRID - Global Resource Information Data base . What is e-waste? Disponível em:
<http://www.grida.no/graphicslib/detail/what-is-e-waste_14ea>. Acesso em: 18 jul. 2012.
GRIPI, S. Lixo: reciclagem e sua história: guia para as prefeituras brasileiras. 2ª.
Edição. Rio de Janeiro. Ed. Interciência, 2006.
205
<http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=351880>. Acesso em: 06
fev. 2014a.
KOTLER, P., ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. 12ª edição. São Paulo. Ed.
Pearson Prentice Hall, 2007.
206
MAGERA, M. Os empresários do lixo: um paradoxo da modernidade. Campinas:
Ed. Átomo. 2003.
207
MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. CBO – Classificação Brasileira
de Ocupações. Disponível em:
<HTTP://www.mtecbo.gov.br/busca/descricao.asp?codigo=5192-05>. Acesso em: 15
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PMSP – Prefeitura Municipal de São Paulo. A coleta de lixo em São Paulo. Disponível
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RIBEIRO, H.; JACOBI, P. R.; BESEN, G. R.; GÜNTHER, W. M. R.; DEMAJOROVIC, J.;
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209
RIQUE, M. Os pioneiros de Rochdale e os princípios do cooperativismo.
Disponível em: <http://www.cooperativismopopular.ufrj.br/breve_hist_leia.php >. Acesso
em: 26 set. 2011.
210
SINDUSCON – Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo.
Artigo: Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil – A experiência do
SindusCon-SP. Disponível em:
<http://www.sindusconsp.com.br/envios/2012/eventos/residuos/folheto_sinduscon_2012
_5.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2014.
211
VIVO. Relatório de sustentabilidade 2011. Disponível em:
<http://www.telefonica.com.br/StaticFiles/Institucional/ResponsabilidadeCorporativa/Rel
atorioSustentabilidade2011.pdf>. Acesso em: 24 set. 2012.
212
8 APÊNDICES
213
214
APÊNDICE A
IDENTIFICAÇÃO
Nome da cooperativa:
Endereço:
Bairro: Região:
( )Norte ( )Sul ( )Leste
( )Oeste ( )Centro
Telefone: E-mail:
Responsável / contato:
PERFIL DA COOPERATIVA
215
5. Qual o grau de instrução dos cooperados?
Homens ________________________________________________________
Mulheres________________________________________________________
Homens ________________________________________________________
Mulheres________________________________________________________
Em
SIM NÃO andamento Não sabe
Pergunta / discussão
A cooperativa é registrada?
216
11. Há outros conveniados/parceiros e em que consiste a parceria?
Conta de telefone
Conta de luz
Conta de água
Aluguel
Combustível
217
13. Quanto a cooperativa dispende mensalmente?
_________________________________________________________
INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS
( ) Próprio
Banheiros?
Vestiários?
Chuveiros?
Refeitório?
Escritório?
Outros
218
16. Quais e quantos equipamentos encontram-se disponíveis para a cooperativa e
em que condições se encontram?
( ) própria ( ) em uso
Prensa ( ) cedida ( ) parada
( ) alugada ( ) em conserto
( ) própria ( ) em uso
Esteira transportadora ( ) cedida ( ) parada
( ) alugada ( ) em conserto
( ) próprios ( ) em uso
Carrinhos de Mão ( ) cedidos ( ) parada
( ) alugados ( ) em conserto
( ) próprios ( ) em uso
Caminhão baú ( ) cedidos ( ) parada
( ) alugados ( ) em conserto
( ) próprios ( ) em uso
Caminhão carroceria
( ) cedidos ( ) parada
ou gaiola
( ) alugados ( ) em conserto
( ) próprios ( ) em uso
Utilitários(Kombis,
caminhão de pequeno ( ) cedidos ( ) parada
porte, outros)
( ) alugados ( ) em conserto
( ) próprios ( ) em uso
Balança eletrônica ( ) cedidos ( ) parada
( ) alugados ( ) em conserto
( ) próprios ( ) em uso
Balança manual ( ) cedidos ( ) parada
( ) alugados ( ) em conserto
219
Equipamentos Quantidade Condições Uso
( ) cedidos ( ) parada
( ) alugados ( ) em conserto
( ) próprios ( ) em uso
Palete ( ) cedidos ( ) parada
( ) alugados ( ) em conserto
Outros
_________________________________________________________________
COLETA SELETIVA
( ) coleta
( ) triagem
( ) prensagem
( ) comercialização
220
19. Como a cooperativa coleta o material reciclável?
( ) Carroceiros/catadores
( ) outros específicar_______________________________________
221
21. Qual a porcentagem mensal de material rejeitado que é retirado da cooperativa?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_________________________________________
Outros?
Material Sucateiros Indústrias
Quais?
222
26. Com qual frequência a cooperativa divulga o programa de coleta seletiva e de
que modo ocorre essa divulgação?
( ) permanente (________________________________________________)
( ) esporádica (________________________________________________)
( ) não há divulgação
27. Tendo como base o material que chega à cooperativa, como você avalia a
participação da sociedade na coleta seletiva:
( ) Sim ( ) Não
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
223
31. Em quantos turnos a cooperativa funciona e quais os horários?
_______________________________________________________________
32. Quais dos benefícios elencados, são concedidos aos cooperados e quem os
concede?
Cestas básicas
Serviços de saúde
Transporte
Alfabetização
Férias
Prêmios
Outros
224
33. A cooperativa fornece EPI (Equipamento de Proteção Individual)? Se sim, há
utilização dos equipamentos pelos cooperados?
Luvas
Botas
Óculos
Mascara
Cinto de
segurança
Protetor Auricular
Outros
_____________________________________________________________
35. Ocorreu algum acidente de trabalho nos últimos 6(seis) meses? Qual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
225
37. Quais os principais problemas enfrentados pela cooperativa?
( ) Falta de espaço
( ) Falta de Mão de obra
( ) Excesso de burocracia
( ) Conscientização da população na separação dos materiais
( ) Materiais muito sujos entregues pelas concessionárias
( ) Condições de trabalho
( ) Valor pago pelos materiais
Outros:
_______________________________________________________________
38. A cooperativa tem ou já teve problemas com a vizinhança?
( ) sim ( ) não
( ) Não ( ) Sim
Qual? _____________________________________________________
226
Numa escala de 1 a 5, avalie o desempenho da Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS) a partir da publicação da Lei 12.305/10, sendo que o critério de
avalição significa que: (0) Não sabe; (1) não houve alteração; (2) alteração mínima; (3)
alteração razoável; (4) alteração satisfatória, e; (5) atingiu as expectativas.
227
47. Com a vigência da Lei 12.305/10 (Política Nacional de Resíduos Sólidos), as
Empresas se adequaram à mesma.
( 0) (1) (2) (3) (4) (5)
_______________________________________________________________
228
Apêndice B –
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Esta pesquisa tem por objetivo avaliar o impacto nas condições e ambiente de
trabalho dos profissionais que trabalham nas cooperativas de catadores de resíduo
sólido do município de São Paulo após a emissão da Lei 12.305/10 - Política Nacional
de Resíduos Sólidos. Desta forma deseja-se:
229
Como também permissão para visitar e fotografar suas instalações. As informações
obtidas são para uso acadêmico, técnico e cientifico e serão analisadas pelo
pesquisador e o professor orientador.
É assegurado ao participante:
A informação sobre os objetivos e resultados do estudo.
A liberdade para retirar seu consentimento, desde que se manifeste até o fim do
preenchimento do formulário, sem prejuízos de qualquer ordem.
A total confidencialidade, sigilo e privacidade dos dados e dos participantes,
sendo que não serão divulgados seus nomes e as informações prestadas, serão
utilizadas somente para os propósitos da pesquisa.
Os riscos são praticamente nulos, sendo considerado prejuízo apenas o tempo
de preenchimento de formulários.
O benefício desta pesquisa é gerar informações atualizadas das cooperativas de
resíduos do município de São Paulo, com possibilidade de sua utilização para
embasar futuras políticas públicas.
Não haverá benefício direto ao participante.
Não haverá nenhum custo para o participante, e.
Caso necessite, o Comitê de Ética em Pesquisa da UNICAMP: Rua, Tessália
Vieira de Camargo, 126 – Caixa Postal 6111 – CEP 13083-887 – Campinas – SP
– fone (19) 3521-8936 – fax (19) 3521-7187 – email: CEP@fcm.unicamp.br, tem
o papel de receber reclamações e denúncias sobre os aspectos éticos da
pesquisa.
230
Professor Orientador: Prof. Dr. Bruno Coraucci Filho – UNICAMP/FEC – (019) 3521-
2381 – email: bruno@fec.unicamp.br
Nome:_______________________________________________
Cooperativa:___________________________________________
Assinatura:___________________________________________
231
232
9 ANEXOS
233
234
Anexo A –
Relação das cooperativas conveniadas no município de São Paulo.
1. Cooperativa Tietê - Av. Salim Farah Maluf, 179 - Tatuapé - Tel.: 2092-
3668
2. Coopere-Centro - Av. do Estado, 300-A - Bom Retiro - Tel.: 3326-4512 /
3313-6350
3. Cooperação - Rua Frobem, 99/101 - Vila Leopoldina - Tel.: 3836-9043 /
3832-0992
4. Cooperleste - Estrada Fazenda do Carmo, 450 - São Matheus - Tel.:
2013-3627 / 2017.2747
5. Coopervila e Tiquatira - Av. Ernesto Augusto Lopes, 100-A - Parque
Novo Mundo - Tel.: 2631-6092
6. Cooperativa Sem Fronteira - Rua Gal.Jerônimo Furtado, 572 - Jardim
Cabuçu - Tel.: 2249-1736
7. Cooperativa Vitória da Penha - Rua Lagoa de Dentro, 170 - Vila Silvia -
Tel.: 2541-9298 / 2547.0261
8. Coopercaps - Av. João Paulo da Silva, 48 - Vila da Paz - Tel.: 5667-7937
/ 5667-9961.
9. Nova Conquista - Rua Cembira, 1100 - Vila Curuça - Tel.: 2514-9333 /
2512-8606
10. Coopervivabem - Av. Embaixador Macedo Soares, 6000 - Vila
Leopoldina - Tel.: 3833-9022
11. Cooperativa Crescer - Rua Joaquim Oliveira Freitas, 325 - São Domingos
- Tel.: 3902-3822
12. Cooperativa União - Rua São Felix do Piauí, 1221 - V.Carmosina - Tel.:
2217-3850
13. Coopermyre - Avenida Miguel Yunes nº 347 - Vila Sabará - Tel.: 5612-
4723 / 5612-8997
14. Vira Lata - Rua Nella Murari Rosa, 40 - Raposo Tavares - Tel.: 3641-6337
235
15. Fênix Agape - Rua Manuel Bueno da Fonseca, 503 - Jd. Camargo Novo -
Tel.: 3537-3797 / 2562-2829
16. Cooperativa Nossos Valores - Rua Nossa Senhora do Socorro, 218 -
Capela do Socorro - Fone: 5641-0218
17. Coopermiti - Rua Doutor Sérgio Meira, 268 / 280 - Barra Funda - Tel.:
3666-0849
18. Cooperativa Chico Mendes - Rua Cinira Polônio, 369 - Parque São
Rafael / São Mateus - Tel.: 2752-9446
19. Cooperativa Nova Esperança - Rua Japichauá, 311 - Vila Jacuí - Tel.:
2214-2350
20. Cooperpac - Estrada do Barro Branco, 1239 - Jardim Noronha / Grajaú -
Tel.:5528-1674
236
Anexo B -
Cópia do parecer emitido pelo Comitê de Ética em Pesquisa, referente
ao projeto de pesquisa
237
238
239
240