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FREDERICO MARTINI
2011
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UNIDADE 1 – Introdução ao comércio exterior e ao comércio internacional
Comércio exterior: normas e regras que regem a política de comércio exterior de cada
país.
Porém, existem outros órgãos auxiliares do Comércio Exterior que auxiliam os órgãos
normativos e fiscalizadores que foram listados acima. Alguns deles são:
a) Itamaraty
b) Câmaras de Comércio
c) Federações de Comércio e Indústria dos Estados
3) Radar
A empresa que deseja importar ou exportar deve ter seu contrato social alterado e deve
incluir a atividade importadora e exportadora. Após essa etapa, ela deve ser credenciada no
RADAR (SRF). Vale ressaltar que há 2 tipos de habilitação, considerando o levantamento
financeiro da empresa:
A Receita Federal leva, em média 15 dias de análise e 20 dias para liberar a senha para o
diretor da empresa. Após essa etapa, a empresa deve adquirir o cartão magnético, para que
a empresa seja interligada ao Siscomex.
4) Siscomex
Nesse sistema, a empresa importadora / exportadora ou seu representante legal, irão lançar
os todos os dados da operação, fazendo assim, no caso das importações, a LI (caso seja
necessária)e a DI. No caso das exportações, serão confeccionadas a DDE e a RE.
5) Siscarga
Quando a carga chega no terminal, aguarda-se a vistoria de avaria e a partir daí, no caso de
embarque LCL, a carga é desovada no próprio terminal. Considerando embarque FCL, a
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mesma pode ser desovada no terminal ou removida em trânsito para uma outra zona
alfandegada.
O CE da Marinha Mercante é gerado quando todas as partes envolvidas lançam seus dados
no Siscarga e após a presença de carga , ser lançada pelo Terminal.
A partir daí paga-se a Marinha Mercante para que a carga seja liberada após o processo de
liberação da carga ou para que a mesma sofra início de trânsito.
Para entendermos bem esse item a ser estudado, vamos entender o que significa câmbio.
Câmbio é a troca de moedas, ou seja, quando o exportador irá receber o valor da venda de
seus produtos, o banco converte em moeda nacional as divisas enviadas pelo importador.
Cabe o exportador escolher o melhor banco para trabalhar levando em consideração aquele
que lhe oferece as melhores taxas. Além disso, o exportador é quem decide sobre qual
forma de pagamento é mais conveniente. Tudo isso faz com que a operação cambial seja
considerada como uma operação financeira, onde a palavra “prejuízo” não deve fazer parte
do contexto.
7) Documentos internacionais
Quando estamos negociando com outros países precisamos dos originais de certos
documentos, indispensáveis para o pagamento da mercadoria negociada. Tais documentos
serão entregues a bancos ou diretamente ao importador, dependendo da modalidade de
pagamento, e estão listados abaixo:
c) Packing list: também conhecido como Romaneio (pag.06) esse documento auxilia
as pessoas que trabalham com a movimentação de cargas, além de facilitar a
identificação das mercadorias nas alfândegas. Nesse documento deve constar a
discriminação da carga e listar os volumes que serão embarcados, a quantidade dos
mesmos, pesos líquidos e bruto, dimensões e marcação dos volumes.
Uma observação importante é que o certificado de origem SGP ou Form A pode ser
dispensado das operações de exportação para alguns países membros do SGP. Nesse
caso, o exportador precisa firmar declaração na própria Fatura Comercial. Os
termos da declaração podem ser encontrados no texto dos acordos referentes a cada
país outorgante. Exemplo: Caso um exportador brasileiro envie um produto que
conste na lista positiva da União Européia e que seja até EUR 6000,00, não há
necessidade do FORM A.
- Fatura e/ou visto consular: há países que exigem a fatura consular, ou faturas com
vistos consulares, ou até mesmo, fatura consular com visto consultar. O exportador
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deve checar, no momento da negociação internacional, se tais documentos e
procedimentos serão ou não exigidos.
8) MODALIDADES DE PAGAMENTO
- Cobrança: devemos considerar se esta será a prazo ou à vista, e se ela será do tipo
limpa (financeira) ou do tipo documentária. O importador é o mais beneficiado nessa
modalidade. Seja na cobrança a prazo ou na cobrança a vista, as etapas abaixo
evidenciadas são praticamente iguais. O diferencial está no momento do aceite no
Saque e no pagamento da operação que, no caso da cobrança a prazo, o importador irá
pagar no momento do vencimento negociado com o exportador. Em outras palavras, o
aceite e o pagamento não ocorrem simultaneamente como ocorre na cobrança a vista.
Uma observação importante é que na cobrança à prazo existem dois prazos para o
pagamento da operação. Vamos considerar que o aceite foi dado em 17 dias.
Considerando que a cobrança é de 60 dias de data, o prazo começa a correr após o
embarque da mercadoria, ou seja, 60 dias após o embarque o importador terá que pagar
o valor devido. No caso da cobrança ser 60 dias de vista, o prazo começa a contar
somente depois do aceite, ou seja, se o importador levar 17 dias para ir ao banco para
dar o aceite e a cobrança for de 60 dias, na verdade, o pagamento ocorrerá em 77 dias.
Por fim, temos a Carta de Crédito, que favorece tanto exportadores, quanto
importadores. Pode ser a vista ou prazo, revogável ou irrevogável (não aceita
modificações ou cancelamentos).
9) Incoterms
Os Incoterms são termos do comércio internacional e que foram padronizados pela Câmara
de Comércio Internacional. A última revisão foi feita no ano 2010.
1) Merceologia e tarifação
Objetivos:
Histórico:
Em 1931, no âmbito da Liga das Nações surgiu uma nomenclatura de mercadorias, que foi
revisada em 1937, mais conhecida como Nomenclatura de Genebra. Ela tinha 991 posições,
numeradas e distribuídas em 86 capítulos, sendo os mesmos divididos em seções.
Com o fim da Liga das Nações, devido ao contexto político que envolveu o mundo,
resultando na 2ª Grande Guerra Mundial, tal nomenclatura não foi adotada enfaticamente,
mas nem por isso, foi esquecida também pois, em 1948, a Europa começou a preparar um
projeto para a adoção de uma tarifa comum, tendo como base, a Nomenclatura de Genebra.
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O Brasil adotava suas tarifas e nomenclaturas próprias. Em 1844, surgiu a primeira Tarifa
Aduaneira do Brasil, editada através de Decreto nr. 376, de 12 de agosto de 1844, de
autoria do Ministro da Fazenda, Manuel Alves Branco. Depois vieram outras como a Tarifa
Ruy Barbosa em 1896, a Tarifa Rodrigues Alves também de 1896, a Tarifa Bernardino
Campos, de 1897, a Tarifa Joaquim Murtinho de 1900 e a Tarifa Oswaldo Aranha de 1931,
entre outras que surgiram depois.
2) Acordos Econômicos
Não é novidade que tivemos várias tentativas para a formação de um mercado comum entre
os países da América Latina.
Em 1969, devido ao resultado não muito positivo da ALALC, criou-se o Pacto Andino
composto por Bolívia, Equador, Colômbia, Chile e Peru. Visava uma união aduaneira entre
tais países. Em 1973 houve a retirada do Chile (abriu sua economia ao mercado externo).
Uma nova convicção surge então: o processo negociador regional somente avançaria a
partir de esforços por parte de grupos de países. Sendo assim, em 1985, Brasil e Argentina
iniciam um processo real de integração econômica.
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Três anos mais tarde, acontece a assinatura do Tratado de Integração, Cooperação e
Desenvolvimento (previa a formação de um espaço econômico comum em 10 anos,
eliminando os obstáculos alfandegários e não tarifários).
3) Mercosul
4) NCM/TEC
Características:
• 21 Seções
• 99 capítulos
• Utilização na importação: definição do código aduaneiro, do tratamento
administrativo e da alíquota do I.I.
• Utilização na exportação: definição do código aduaneiro e do tratamento
administrativo.
• Base: SH
8434.10.00
Temos:
- O primeiro par de dígitos (84) representa o capítulo.
- O segundo par de dígitos (34) representa a posição dentro do capítulo
- O 5º dígito representa a sub-posição simples
- O 6º dígito representa a sub-posição composta (juntamente com o 5º dígito)
- O 7º dígito representa o item
- O 8º dígito representa o sub-item.
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5) Ex-tarifário
Segundo Cesar Olivier Dalston (2005), ex-tarifário é “uma alteração, para mais ou menos,
na alíquota ad valorem de um tributo, em especial na sua espécie mais destacada, qual seja,
o imposto, objetivando, por exemplo, estimular, ampliar ou reestruturar um ou mais setores
da economia ou, de forma indireta, atuar nas citadas direções equalizando as condições para
a saudável competição entre as empresas num determinado mercado, inferindo-se daí que
exceção tarifária não é, por isso, um benefício fiscal”.
O Ex- tarifário do IPI pode ocorrer de forma gravosa o (Ex-tarifário gravoso de IPI). Ex.:
Vinho do Porto (2204.21.00 – IPI de 10% para 40%). E também na forma de redução. Ex.:
Bebidas alimentares a base de soja (2202.90.00 – IPI de 27% para 0%).
Já o Ex-tarifário do I.I. nasce por meio de Resolução da Camex e, na maioria das vezes
implica em reduções na alíquota ad valorem das mercadorias. Ex.: Ex-tarifáriodo II de 14%
para 2% para o código 8414.80.19 (Compressores de ar centrífugos, isentos de óleo, com
motor elétrico).
Não há uma regulamentação específica que oriente o contribuinte sobre como proceder para
apresentar um pleito de Ex-tarifário do IPI e as etapas que devem ser vencidas para sua
consecução. Nesse contexto, o contribuinte fica sob o critério discricionário da
Administração Pública que, em regra, reluta em conceder tais exceções, já que dentre
outros motivos, o Estado para cumprir suas obrigações impostas pela Constituição Federal,
deve arrecadar, e o IPI tem uma importante participação no total dos fundos
governamentais.
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Para a elaboração do Ex-tarifário do IPI, o contribuinte deve passar por 3 etapas:
Finalizada a análise por parte da SDP,o processo é enviado para a SRF que irá examinar
as sugestões de classificação fiscal e texto do Ex-tarifário.
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Ao passar pela SRF, o processo segue para o CAEx que irá encaminhar a minuta de
Resolução Camex, contendo o Ex-tarifário do I.I. ao Comitê Executivo de Gestão
(GECEX) para sua consideração e aprovação.
6) Destaque NCM
Quando uma carga é transportada entre dois locais do território aduaneiro, com suspensão
do pagamento dos impostos devidos, dizemos que ela está em regime de trânsito aduaneiro.
Dessa forma, se uma carga que veio da Itália chegar no Rio de Janeiro e, o importador
desejar que o desembaraço aconteça em Belo Horizonte, em uma zona secundária, a carga
virá em regime de trânsito aduaneiro até o armazém alfandegado e, somente no momento
do desembaraço é que haverá o pagamento dos impostos devidos. Quando o fiscal autoriza
esse regime, a carga é transportada lacrada e deve cumprir rigorosamente o itinerário e o
prazo para a realização da operação concedido por esse fiscal.
A partir do momento que a carga chega na zona secundária, há uma fiscalização do veículo
que transportou a mesma, do lacre e da documentação referente ao trânsito (declaração de
trânsito aduaneiro). Estando tudo dentro da conformidade, a repartição fiscal de destino
atesta a chegada da mercadoria, concluindo o trânsito.
Uma observação importante é que o transportador assume a condição de fiel depositário até
a conclusão do trânsito.