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O Trabalho Na Sociedade Contemporânea E Saúde Mental

No filme estadunidense “Tempos Modernos”, o personagem principal, Carlitos, trabalha em uma


linha de montagem de uma fábrica. Afetado pelo ritmo acelerado e pelos maus tratos sofridos no
seu emprego, ele sofre uma crise nervosa e é internado. De modo semelhante, na realidade
contemporânea, o trabalho é responsável por influenciar na saúde mental das pessoas e, muitas
vezes, fomentar doenças psicossomáticas. Isso advém, principalmente, das más condições laborais e
da subestimação das enfermidades psíquicas.
Em primeiro plano, é pertinente destacar a importância das condições dignas de trabalho. Para
garanti-las, as leis trabalhistas foram sancionadas no Brasil em 1943, pelo então presidente Getúlio
Vargas. Nessas leis estão previstos direitos fundamentais, como salário mínimo, seguro-desemprego
e férias, entretanto, elas não contemplam trabalhadores autônomos e informais. Esses profissionais,
que surgiram devido à falta de empregos de “carteira fichada”, em muitos casos, se sujeitam à
situações de subemprego e, por não terem renda fixa, à jornadas de trabalho exaustivas, o que pode
os levar a desenvolver transtornos mentais.
Ademais, o tabu que ainda envolve os transtornos psicológicos, menospreza a sua relevância e
perpetua a sua subestimação. Nesse sentido, frases como “isso é só coisa da sua cabeça” ou “é
apenas psicológico”, que são ditas comumente e insinuam que problemas psicológicos são
unicamente imaginários, estimulam essa conjuntura de descaso em relação aos transtornos mentais.
Esse pensamento retrógrado presente no ambiente de trabalho, leva os trabalhadores que
desenvolveram esses problemas a não saberem identificá-los ou sentirem vergonha em tratá-los.
Destarte, é explícita a urgência de uma mudança no quadro de atuação do trabalho hodierno sob a
saúde mental dos cidadãos. Para isso, se faz necessária uma parceria entre o Ministério do Trabalho
e Previdência Social e o Ministério da Economia, para conceder benefícios fiscais às empresas que
contratarem profissionais de recursos humanos, de forma a estimular a identificação e tratamento
dos transtornos psíquicos de forma semelhante às demais doenças. Assim feito, os recintos de
trabalho serão mais humanizados e, consequentemente, menos nocivos à psiquê dos empregados.
-Amanda S. Araújo

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