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CONVECÇÃO FORÇADA

EXTERNA
Daniel O. Tasaico
Eng. Mecânico, M.Sc. Engenharia Ambiental
INTRODUÇÃO

Convecção: mecanismo de transferência de calor através de


um fluido, na presença de movimento da massa de um fluido.
INTRODUÇÃO

Convecção Forçada: O fluido é


forçado a fluir sobre uma superfície ou
dentro de um tubo por meios externos,
tais como uma bomba ou um ventilador.
Convecção Natural: Qualquer
movimento do fluido é causado por
meios naturais, tais como o efeito
empuxo, que se manifesta com os
fluidos quentes subindo e os fluidos
frios descendo
INTRODUÇÃO

A convecção é também classificada como externa e interna,


dependendo se o fluido é forçado a fluir sobre uma
superfície ou dentro de um duto.
MECANISMO FÍSICO

A transferência de calor por convecção é


complicada porque ela envolve movimento do
fluido, bem como condução de calor.
Este movimento aumenta a transferência de calor,
uma vez que coloca mais partes quentes e frias do
fluido em contato, iniciando altas taxas de condução
em um maior número de pontos em um fluido.
MECANISMO FÍSICO

A experiência mostra que a transferência de calor


p o r c o n ve c ç ã o d e p e n d e f o r t e m e n t e d a s
propriedades do fluido, como a viscosidade dinâmica
µ, a condutividade térmica k, a densidade ρ e o calor
específico cp, assim como da velocidade do fluido V.
Também depende da geometria e da rugosidade da
superfície sólida, além do tipo de escoamento do
fluido.
MECANISMO FÍSICO
Apesar da complexidade da convecção, observa-se que a taxa
de transferência de calor por convecção é proporcional à
diferença de temperatura e está muito bem expressa pela lei
de Newton do resfriamento como
h: coeficiente de transferência de
calor por convecção, W/m2.ºC
As: Área de transferência de calor, m2
Ts: Temperatura da superfície, ºC
T ∞ : Te m p e r a t u r a d o fl u i d o
suficientemente longe da superfície,
ºC
MECANISMO FÍSICO
O coeficiente de transferência de calor por convecção h
pode ser definido como a taxa de transferência de calor
entre uma superfície sólida e um fluido por unidade de área
e por unidade de diferença de temperatura.
A forma de escoamento do fluido influi grandemente
no valor de “h".
O escoamento de um fluido é muitas vezes
confinado por superfícies sólidas e é importante
compreender a forma como a presença de
superfícies sólidas afeta o escoamento.
Consequencia da condição de não deslizamento: a
transferência de calor a partir da superfície sólida para a
camada de fluido adjacente à superfície é por condução
pura

Substituindo na lei de Newton do resfriamento:


O coeficiente de transferência de calor por convecção, em
geral, varia ao longo da direção do escoamento (ou x). O
coeficiente médio de transferência de calor por convecção
de uma superfície, em tais casos, é determinado pela média
do coeficiente local de transferência de calor por
convecção ao longo de toda a superfície.
NÚMERO DE NUSSELT
É prática comum adimensionalizar o coeficiente de
transferência de calor h usando o número de Nusselt,
definido como

k: condutividade térmica do fluido


Lc: comprimento característico.
NÚMERO DE NUSSELT

O número de Nusselt representa o aumento da


transferência de calor através de uma camada de fluido
como resultado da convecção em relação à condução do
mesmo fluido em toda a camada. Quanto maior for o
número de Nusselt, mais eficaz será a convecção.
CAMADA LIMITE HIDRODINAMICA
TENSÃO DE CISALHAMENTO NA SUPERFÍCIE

Tensão de cisalhamento na superfície da parede (fluidos


newtonianos):

µ: viscosidade dinâmica do fluido (kg/m.s, N.s/m2, Pa.s).

Viscosidade cinemática:
Unidades: m2/s, Stoke (1 Stoke = 1 cm2/s = 0,0001 m2/s)
Tensão de cisalhamento na superfície:

Cf: coeficiente de atrito (adimensional). Em geral varia


com a localização ao longo da superfície.
Uma vez que o coeficiente médio de atrito ao longo de
uma dada superfície está disponível, a força de atrito ao
longo de toda a superfície é determinada a partir de:
CAMADA LIMITE TÉRMICA

A espessura da camada limite térmica, 𝛿t em qualquer


local ao longo da superfície é definida como a distância da
superfície em que a diferença de temperatura T - Ts
equivale a 0,99 (T∞ - Ts).
NÚMERO DE PRANDTL

Difusividade molecular de quantidade de movimento


Pr = =
Difusividade molecular de calor
Os números de Prandtl dos gases são cerca de 1, o que
indica que tanto a quantidade de movimento quanto o
calor dissipam-se através do fluido mais ou menos na
mesma taxa. O calor difunde-se muito rapidamente em
metais líquidos (Pr <<1) e muito lentamente em óleos
(Pr>>1) em relação à quantidade de movimento. Portanto,
a camada limite térmica é muito mais espessa para os
metais líquidos e muito mais fina para óleos em relação à
camada limite hidrodinâmica.
NÚMERO DE REYNOLDS

forças de inércia
Re = =
forças viscosas

Para escoamento sobre placa plana:

5 x 105
SOLUÇÕES DAS EQUAÇÕES DE CONVECÇÃO
PARA UMA PLACA PLANA

Condições de contorno:
As propriedades podem ser avaliadas à Temperatura do
Filme:
CONVECÇÃO FORÇADA EXTERNA

Os dados experimentais para a transferência de calor


são muitas vezes representados convenientemente, com
razoável precisão, através de uma relação simples de lei
de potência, na forma

C: depende da geometria e do escoamento.


As propriedades são avaliadas na temperatura do filme:
CONVECÇÃO FORÇADA EXTERNA
ESCOAMENTO PARALELO SOBRE PLACAS
PLANAS

Para escoamento sobre placa plana, um valor geralmente aceito


para o número crítico de Reynolds é
COEFICIENTE DE ATRITO
De dados experimentais:

Laminar ou
turbulento para toda
a placa.
COEFICIENTE DE ATRITO
Em alguns casos, uma placa plana é suficientemente longa
para tornar o escoamento turbulento, mas não é longa o
suficiente para ignorarmos a região de escoamento laminar:

Para regime turbulento:


COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE
CALOR

O número de Nusselt local para escoamento laminar sobre


uma placa plana isotérmica:

Número médio de Nusselt:


COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE
CALOR
Quando a placa plana é suficientemente longa para tornar
o escoamento turbulento, mas não é suficientemente longa
para ignorarmos a região de escoamento laminar:
Coeficiente de convecção
médio em toda a placa:
COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE
CALOR
Metais líquidos como o mercúrio têm elevada condutividade
térmica e são comumente usados em aplicações que
requerem altas taxas de transferência de calor.

É desejável que haja uma única correlação que se aplique a


todos os fluidos, incluindo os metais líquidos. Ajustando uma
curva aos dados existentes, Churchill e Ozoe (1973)
propuseram a seguinte relação, que é aplicável a todos os
números de Prandtl e é reivindicada como exata a ±1%.
COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE
CALOR

Todos os casos anteriores consideram superfícies


isotérmicas, mas poderiam também ser utilizadas
aproximadamente para o caso de superfícies não
isotérmicas, assumindo a temperatura da superfície como
constante para algum valor médio.
Além disso, as superfícies são assumidas como lisas, e o
escoamento livre como sem turbulência. O efeito das
propriedades variáveis pode ser contabilizado pela avaliação
de todas as propriedades na temperatura do filme.
PLACA PLANA COM UM COMPRIMENTO
INICIAL NÃO AQUECIDO

Muitas aplicações práticas envolvem superfícies com uma


seção inicial não aquecida de comprimento ξ onde não
existe transferência de calor. Nesses casos, a camada limite
hidrodinâmica começa a desenvolver no bordo de ataque (x
= 0), mas a camada limite térmica começa a desenvolver
quando o aquecimento começa (x = ξ).
PLACA PLANA COM UM COMPRIMENTO
INICIAL NÃO AQUECIDO

Os resultados das integrações numéricas foram


correlacionados para os coeficientes médios de convecção
(Thomas, 1977) como:
FLUXO DE CALOR UNIFORME
Pr≥ 0,6
0,6 ≤ Pr ≤ 60

Quando o fluxo de calor é especificado, a taxa de


transferência de calor a partir de ou para a placa e a
temperatura da superfície, a uma distância x, são
determinadas a partir de
Exemplo:
Óleo de motor a 60ºC escoa ao longo da superfície
superior de uma placa plana de 5 m de comprimento cuja
temperatura é de 20ºC, com uma velocidade de 2 m/s.
Determinar a força total de arrasto e a taxa de
transferência de calor por unidade de largura de toda a
placa.
Exemplo:
A pressão atmosférica local em Denver, Colorado (altitude
1610 m), é de 84,4 kPa. O ar nessa pressão escoa a 20ºC
com uma velocidade de 8 m/s ao longo de uma placa plana
de 1,5 m x 6 m cuja temperatura é 140ºC. Determinar a
taxa de transferência de calor a partir da placa se o ar escoa
paralelo ao lado de (a) 6 m de comprimento e (b) 1,5 m de
comprimento.
ESCOAMENTO SOBRE
CILINDROS E ESFERAS
Outro escoamento externo comum envolve o movimento
de um fluido na direção normal ao eixo de um cilindro
circular.
O comprimento característico de um cilindro circular ou
esfera é tomado como sendo o diâmetro externo D. O
número de Reynolds crítico para um escoamento sobre um
cilindro circular ou uma esfera é de cerca de Recr ≈ 2 x 105.
Isto é, a camada limite permanece laminar para cerca de
Re≤ 2 x 105 e se torna turbulenta para Re ≥2 ×105.
EFEITO DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL

Efeito da rugosidade superficial sobre o coeficiente de


arrasto de uma esfera.
A rugosidade superficial pode aumentar ou diminuir o
coeficiente de arrasto de um objeto esférico, dependendo
do valor do número de Reynolds.
Exemplo:
Um tubo de 2,2 cm de diâmetro externo atravessa uma
seção de 30 m de largura de um rio completamente imerso
em água. A velocidade média do escoamento de água é de 4
m/s e a temperatura da água é de 15ºC. Determinar a força
de arrasto exercida sobre o tubo pelo rio.
COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Os escoamentos entre cilindros e esferas, em geral, envolvem


a separação do escoamento, que é difícil de tratar
analiticamente. Portanto, esses escoamentos têm de ser
estudados experimental ou numericamente. Em efeito, os
escoamentos através de cilindros e esferas têm sido estudados
experimentalmente por numerosos pesquisadores e várias
correlações empíricas têm sido desenvolvidas para o
coeficiente de transferência de calor.
COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR
COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Correlação de Churchill e Bernstein para o coeficiente médio


para toda a superfície (cilindro):

RePr ≥ 0,2. Propriedades do fluido avaliadas na temperatura


do filme.
COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Correlação de Whitaker para escoamento sobre uma


esfera:

Válida para 3,5 ≤ Re ≤ 80000 e 0,7 ≤ Pr ≤ 380. As


propriedades do fluido são avaliadas na temperatura do
escoamento livre T∞, exceto para µs, que é avaliada na
temperatura da superfície Ts.
O número médio de Nusselt para escoamentos sobre
cilindros pode ser expresso de forma compacta como

Correlação de
Hilpert

onde n = 1/3 e as constantes C e m, determinadas


experimentalmente, são apresentadas na tabela seguinte
para cilindros circulares, assim como para diversos
c i l i n d ro s n ã o c i rc u l a re s . O s c o m p r i m e n t o s
característicos D para a utilização no cálculo dos
números de Reynolds e de Nusselt para diferentes
geometrias são indicados na tabela seguinte. Todas as
propriedades do fluido são avaliadas na temperatura do
filme.
Constantes da Equação para cilindro circular em
escoamento cruzado.

ReD C m
0,4 - 4 0,989 0,330
4 - 40 0,911 0,385
40 - 4000 0,683 0,466
4000 - 40.000 0,193 0,618
40.000 - 400.000 0,027 0,805
Correlação de Zukauskas, que utiliza os coeficientes da
tabela seguinte:

14
m n
! Pr $
NuD = C Re Pr # &
D
" Prs %
( 0, 7 ≤ Pr ≤ 500 +
* -
6
*) 1 ≤ Re D ≤ 10 -,

Todas as propriedades são avaliadas a T∞ com exceção


de Prs, que é avaliado a Ts.
Se Pr ≤ 10, n = 0,37. Se Pr ≥ 10, n = 0,36.
Constantes da Equação de Zukauskas para o cilindro
circular em escoamento cruzado

ReD C m

1 - 40 0,75 0,4

40 - 1000 0,51 0,5

103 - 2 x 105 0,26 0,6

2 x 105 - 106 0,076 0,7


Exemplo:
Um longo tubo de vapor de 10 cm de diâmetro, cuja
temperatura da superfície externa é de 110ºC, passa por
uma área aberta que não está protegida contra os ventos.
Determinar a taxa de perda de calor do tubo por unidade
de seu comprimento quando o ar está a 1 atm de pressão
e 10ºC e o vento está soprando sobre o tubo com uma
velocidade de 8 m/s.
Exemplo:
Uma bola de aço inoxidável (ρ = 8055 kg/m3, cp = 480 J/
kg.ºC) de 25 cm de diâmetro é retirada do forno a uma
temperatura uniforme de 300ºC. A bola é então submetida
ao escoamento de ar a 1 atm de pressão e 25ºC com uma
velocidade de 3 m/s. A temperatura da superfície da bola
eventualmente cai para 200ºC. Determinar o coeficiente
médio de transferência de calor por convecção durante
este processo de resfriamento e estimar quanto tempo
levará o processo.
A parede de uma geladeira é construída de isolante de
fibra de vidro (k = 0,035 W/m.°C) colado entre duas
camadas de 1 mm de espessura de placa de metal (k =
15,1 W/m.°C). O espaço refrigerado é mantido a 3°C e
os coeficientes médios de transferência de calor nas
superfícies interna e externa da parede são 4 W/m2.°C e
9 W/m2.°C, respectivamente. A temperatura média da
cozinha é de 25°C. Observa-se que ocorre condensação
sobre a superfície externa da geladeira quando a
temperatura da superfície externa cai para 20°C.
Determinar a espessura mínima de isolamento de fibra
de vidro que deve ser utilizada na parede, a fim de evitar
a condensação na superfície externa.

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