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Caso 3 – A Empresa Saint Gobain Preston S.A. atua no ramo de curtumes de peles bovinas.

Sua
produção diária média é de curtir 10.000 peles. O processo é relativamente simples – os frigoríficos
retiram o couro dos animais e vendem para empresas como a Saint Gobain Preston S.A. que
processam a pele dos animais e depois revendem para outras indústrias de calçados, bolsas,
indústria automobilística, etc. Apesar de simples, o processo da Saint Gobain Preston S.A. ele
oferece insalubridade para seus funcionários, pois, os funcionários ficam expostos a agentes
biológicos, produtos químicos, calor das estufas, odor, tinturarias, etc. Diante disso, tanto a empresa
Saint Gobain Preston S.A., o setor de curtumes e o sindicato da categoria decidiram dar outros
benefícios aos funcionários, além dos já previstos na forma da lei trabalhista. Os benefícios se
dividem em algumas categorias: a) participação de 5% sobre lucros da empresa para os benefícios
considerados de curto prazo e 10% sobre os lucros para os benefícios considerados de longo prazo;
em casos de demissão voluntária (apenas para os funcionários que se enquadram nos benefícios de
longo prazo) é concedido um acréscimo (como incentivo a demissão) de 20% sobre o valor total do
acerto, incluindo férias, décimo terceiro, salários proporcionais, inclusive, entra também no cálculo
o valor depositado do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); assistência médica
hospitalar pós-emprego pelo período de um ano; benefícios não monetários como: assistência
médica para todos os 1.400 funcionários; moradia e automóvel gratuitos para todos os gerentes de
seção com mais de 5 anos de empresa, e licenças remuneradas cumulativas quando os funcionários
faltam no máximo 6 vezes ao ano. A cada licença anual equivale a 3 dias úteis de licença
remunerada cumulativa. Adicionalmente, verificou-se que a inflação do corrente ano foi de metade
do acréscimo concedido de participação nos lucros e o salário dos 1.400 funcionários excedem a
média salarial em relação as outras empresas em 15%.
Questão 1: Sabe-se que dentre os benefícios concedidos pela empresa Saint Gobain Preston S.A
alguns são de curto prazo e outros são de longo prazo e que no Balanço Patrimonial da empresa
estava registrado um valor de R$1.456.589,90. Isso significa que:
a) ( ) A empresa teve um superávit de contribuições em relação as saídas e com isso registrou um
valor líquido deduzido de qualquer contribuição já paga. E, esse valor representa um excesso de
contribuição (devida v.s. paga) relativa ao serviço prestado e que a empresa deverá reconhecer
como despesas antecipadas, para uma redução/dedução em pagamentos futuros (CPC 33 – Itens 56-
98 e 113-115).
b) ( ) Se trata de benefícios de longo prazo, afinal ficou essa sobra que poderia dentro balanço
patrimonial estar registrada no ativo imobilizado ou adiantamento a funcionários para
compensações futuras, considerando que alguns dos benefícios ultrapassam o período de 5 anos.
c) ( ) Significa que, a menos que outro pronunciamento discipline essas despesas ou permita a
inclusão dessas contribuições no custo do ativo, esse valor poderia estar registrado como um
imobilizado da empresa, ou ainda como os benefícios (sendo alguns de longo prazo) o valor citado
poderia ser imóveis classificados sem a intenção de vender para valorização futura e com a empresa
poderia conceder os benefícios apenas com a valorização destes.
d) ( x ) O valor de registrado no balanço de R$1.456.589,90 tem que estar no passivo, afinal, é
uma obrigação que a empresa assume em relação aos concessão de benefícios aos seus
funcionários. E, em contrapartida deveria ser registrado no ativo como um adiantamento a
funcionários em função de um serviço que estas ainda prestarão a empresa. Apenas ressalte-se que a
empresa deveria separa o valor das depreciações nos casos dos veículos e moradias concedidas aos
funcionários.
Questão 2: A Empresa Saint Gobain Preston S.A., está sendo acionada na justiça pelo sindicado
da categoria, porque alega que a empresa ao conceder licenças remuneradas cumulativas isso
caracteriza um direito trabalhista que deve fazer parte das verbas rescisórias; e também quanto a
participação nos lucros a Empresa Saint Gobain Preston S.A. deve tornar isso como uma obrigação
construtiva que significaria o recebimento das participações mesmo nos casos proporcionais, ou
seja, aqueles caso em que o funcionário fica menos de um ano na empresa. Os funcionários que
fazem parte do plano de longo prazo, foram ao Ministério Trabalho e Emprego (MTE) e
protocolaram uma denúncia quanto aos benefícios de longo prazo, especificamente a falta de
correção das perdas atuariais e a falta de clareza por parte da empresa no cálculo, mensuração,
reconhecimento e evidenciação dos benefícios que estão sujeitos a valor presente. Sobre o relato
que foi feito acima no texto, é possível concluir que:
a) ( x ) A Empresa Saint Gobain Preston S.A. precisa atender aos reclamos do sindicato já que
segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) concessão de benefício por longo prazo passa
a fazer parte do salário, exceto no caso dos lucros, afinal, se o funcionário sair no meio do trimestre
como a empresa vai dar proporcionalidade de participação nos lucros.
b) ( ) A Empresa Saint Gobain Preston S.A. deve corrigir as perdas atuais em 10% e divulgar
pelo menos a taxa de juros praticada para trazer os fluxos de caixa a valor presente. E, com isso,
poderia até fechar um acordo entre funcionários, empresa e MTE.
c) ( ) A Empresa Saint Gobain Preston S.A. não deve atender aos reclamos dos funcionários
uma vez que já paga a seus funcionários, salários acima da média da categoria. E, se os funcionários
não tiverem contentes devem procurar outra empresa para trabalhar. Esta empresa, inclusive,
deposita o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em dia, está em dia com as obrigações
trabalhistas e previdenciárias e nunca atrasou um dia sequer o salário dos 1.400 funcionários,
mesmo estando no ramo a 17 anos.
d) ( x ) A aplicação dos benefícios (sejam de curto ou longo prazo) concedidos pelas empresas
aos empregados, nem sempre são fáceis de serem operacionalizados e, as empresas precisam defini-
los bem para não ter problemas no futuro com os funcionários nem com as leis trabalhistas e
representantes da categoria. Diante disto, o CPC 33 traz orientações sobre quais benefícios se
enquadram, como são reconhecidos, e devem ser evidenciados

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