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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTE DE HOTELARIA E ECONOMIA DOMÉSTICA
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

Disciplina: Tópicos Especiais em Políticas Sociais


Discente: Julianna S. Gonçalves/201640521-8

Santos, M. P. A.; Nery, J. S.; Goes, E.F.; Silva, A.; Santos, A. B. S.; Batista, L.E.. et
al. População negra e Covid-19: reflexões sobre racismo e saúde. Est. Avanç.
Mai/Ago, 2020. Disponível em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40142020000200225>

Na introdução, as autoras se propõem a discutir os efeitos que a pandemia da


Covid-19 tem produzido em uma sociedade de condições tão desiguais como a
brasileira, buscando entender a diferença de impacto que cada grupo social sofre, a
depender do lugar que ocupa na estrutura social. Para tanto, as autoras esclarecem
que esse lugar social é traçado historicamente, de viés político, econômico, que
perpassa as categorias de gênero, raça e classe. A partir disso, elas fazem uma
correlação entre raça e saúde, elucidando que o racismo, de acordo com a OMS, se
coloca como um determinante social no processo de adoecimento. Nesse momento,
é acrescentado ao texto o debate acerca da Covid-19, bem como sobre o papel da
pandemia no desvelamento de desigualdades sociais produzidas pelo racismo pré-
existentes.

No primeiro tópico do texto, “Reflexos do racismo à brasileira”, as autoras


ressaltam a importância do acréscimo da informação raça/cor no Censo do IBGE para
a identificação da população negra na sociedade brasileira. À vista disso, puderam
ser conhecidas como essas “[...] pessoas vivem, aprendem, trabalham e se divertem
[...]” e os reflexos desses fatores para a saúde. Para atestar isso, são trazidos alguns
dados sobre mercado de trabalho, salário e inadequações tradicionais.

Em um segundo momento, as autoras evidenciam que todas “essas


condicionalidades se acumulam [...]” nesse momento e precisam ser consideradas
nas ações de enfrentamento da pandemia. Entretanto, na prática, o quesito raça/cor
permanece invisibilizado nos formulários e fichas de notificação da Covid-19. Por isso,
existe muita dificuldade em mensurar o alcance da pandemia em relação à população
negra.
Após isso, é ressaltada a falta de estratégias do governo brasileiro no
enfrentamento da pandemia, bem como, novamente, as diferenças de saúde entre
grupos sociais e étnicos, que se explicam nas condições socioeconômicas. Segundo
as autoras, a postura do chefe de governo influencia diretamente o comportamento
da população frente às recomendações de distanciamento e isolamento social.

Evidenciam ainda que, embora tenhamos um dos melhores sistemas de saúde


do mundo, ainda que sofra com um projeto de subfinanciamento, esse deveria ser
fortalecido nesse momento para melhor atender à população. Principalmente, a
população mais vulnerável, transversalizada pelo racismo, que é a que mais sofre os
danos da pandemia. As autoras citam alguns grupos específicos que são
incisivamente afetas negativamente, como: idosos, quilombolas, pessoas em situação
de rua e população privada de liberdade. Após isso, trazem as recomendações,
elaboradas pelo rupo Temático Racismo e Saúde, com estratégias para minimização
dos efeitos negativos da Covid-19 na população negra.

O artigo é concluído com a defesa do fortalecimento do SUS como a mais


importante pauta na luta de enfrentamento da pandemia pela população negra, grupo
historicamente negligenciado pelo poder público.

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