Você está na página 1de 9

0

TOMOGRAFI
A
COMPUTAD
ORIZADA
Profº. Esp.: Antônio de Pádua Fontinele Rêgo Júnior
1

SUMÁRIO

III UNIDADE – USO DOS MEIOS DE CONTRASTE EM TC


1. O QUE É CONTRASTE? 2
2. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRASTES 3
3. RESTRIÇÕES À ADMINISTRAÇÃO DO MEIO DE CONTRASTE 4
4. RISCOS DECORRENTES DO USO DO CONTRASTE 5
5. PREPARO DO PACIENTE 6
REFERENCIAS 8
2

III UNIDADE
USO DOS MEIOS DE CONTRASTE EM TC

1 – O QUE É CONTRASTE?

Os meios de contraste são substancias químicas utilizadas nos métodos de


diagnostico por imagem para melhor visualizar estruturas do corpo humano. A
utilização do contraste em exames de imagem tem como objetivo distinguir os
tecidos e órgãos normais das alterações encontradas em determinadas doenças ou
mesmo facilitar a distinção de diferentes tecidos normais, contribuindo para o
aperfeiçoamento do diagnóstico. Ele pode ser administrado por via oral, retal ou
venosa
O contraste está disponível em várias composições, que sempre precisam de
um elemento radiopaco, ou seja, que se mantém opaco quando recebe as ondas de
raio X. Nos contrastes iodados, o elemento radiopaco é o próprio iodo, enquanto nos
não iodados o mais comum é o sulfato de Bário, embora sua composição possa ser
diferente de acordo com cada necessidade. Abaixo podemos ver um corte de
tomografia sem contraste e com contraste, note que na fase sem contraste os rins
aparecem radiolucidos e na fase com contraste endovenoso os rins aparecem
radiopacos.
3

A aplicação do contraste também varia de acordo com cada exame, e as mais


comuns são por via oral e endovenosa. Ainda assim, existe também a administração
endocavitária e a intracavitária. Vale ressaltar também que para que o exame de TC
com contraste tenha uma boa qualidade de imagem, é necessário que esse fármaco
seja administrado na quantidade e velocidade correta e no cateter recomendado
para a administração (geralmente utiliza-se cateter jelco nº 20).
Existem diversas variáveis para a aplicação desse composto, mas quando se
trata do contraste para tomografia, o mais comum é que seja utilizado o contraste
iodado, administrado via endovenosa, pois o mesmo apresenta baixa toxidade e
apresenta um efeito mais radiopaco na imagem.

2 – CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRASTES

Os meios de contraste podem ser classificados em:


 Quanto à capacidade de Dissociação dividem-se em:
o Iônicos: São os elementos que quando em solução formam os
chamados compostos iônicos, onde os ânions e os cátions se
dissociam, dão íons positivos e negativos.
o Não Iônicos: São os elementos que quando em solução não se
dissociam em íons, apresentam baixa osmolaridade. Pelo fator de
segurança alguns autores enfatizam a utilização de meios de contraste
Não Iônicos.
 Quanto à capacidade de absorver radiação:
o Positivos ou radiopacos: São os que quando presentes em um órgão;
absorvem mais radiações do que as estruturas anatômicas que o
rodeiam.
4

o Negativos ou radiotransparentes: São considerados os que quando


presentes em determinados órgãos absorvem quantidades menores de
radiação do que as estruturas adjacentes. Este meio inclui a bolha de
ar presente no estômago, o carbonato de cálcio utilizado na produção
de gás carbônico na técnica de duplo contraste.
 Quanto à composição dividem – se em:
o Iodados: Que contém Iodo(I) em sua composição como elemento
radiopaco.
o Não Iodados: São os que não contêm Iodo em sua composição, porém
apresentam outros átomos como elementos radiopacos. Nestes
enquadram-se o Sulfato de Bário e o Gadolínio (especifico da
ressonância magnetica). OBS: O bário utilizado de forma concentrada
produz artefatos de imagem, por isso não é utilizado na tomografia.

 Quanto à solubilidade são:


o Hidrossolúveis: Os que se dissolvem na água;
o Lipossolúveis: Os que se dissolvem em lipídios;
o Insolúveis: Estes não se dissolvem nem em água e nem em gorduras,
como exemplo temos o Sulfato de Bário.
 Quanto as Vias de Administração classificam-se em:
o Oral: Quando o meio de contraste é ingerido por via oral, como por
exemplo, o Sulfato de Bário para a SEED – seriografia do esôfago,
estomago e duodeno;
o Parenteral: Quando o meio de contraste é administrado por uma via
endovenosa, como na urografia excretora e na flebografia, também
pode ser utilizado pela via arterial como para as arteriografias;
o Endocavitário: Quando o meio de contraste é administrado por meio de
orifícios que comunicam alguns órgãos com o exterior, como por
exemplo, o enema opaco e uretrocistografia miccional
o Intracavitário: Quando o meio de contraste é administrado por meio da
parede da cavidade em questão, como por exemplo, nas
colangiografias pós-operatórias pelo dreno, artrografia, fistulografia,
etc.
5

3 - RESTRIÇÕES À ADMINISTRAÇÃO DO MEIO DE CONTRASTE

Como já é de conhecimento, os meios de contrastes, podem causar reações


alérgicas. Existem condições específicas que impedem o uso de meios de
contrastes em usuário que esteja utilizando determinados fármacos, que tenha
patologias e outras condições restritivas.
Pacientes que fazem uso de medicações anti-hiperglicemiante como a
Metformina são orientados a suspender o uso por 12 horas antes do exame com
contraste, e somente retornarem o seu uso após 48 horas do exame realizado,
desde que a função renal esteja normal. A metformina é uma droga que foi aprovada
nos Estados Unidos da América, em 1994 e a mortalidade desses casos é de 50%.
A metformina é excretada pelo rim por filtração glomerular. A meia vida é de três
horas e aproximadamente 90% da droga é eliminada em 24 horas.
Outra restrição é a Insuficiência renal que é a condição na qual os rins
perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas, entre elas a de filtrar o
sangue para eliminar substâncias nocivas ao organismo, sendo assim, é uma
situação de risco, pois os rins não eliminaram o contraste de forma correta.
A Tomografia Computadorizada emite radiação ionizante, o que sempre
representa uma preocupação em crianças e mulheres grávidas pelo risco potencial
de desenvolvimento de tumores e de má-formações. Embora esse risco real não
seja precisamente conhecido e não haja comprovação de tumores ou má-formação
provocados pela exposição fetal com as técnicas mais modernas, a TC deve,
sempre que possível, ser evitada em gestantes, especialmente nos três primeiros
meses. Desta maneira, a TC será sempre a última opção para a investigação de
doenças em gestantes. A TC com o uso de contraste não é realizada em gestantes.

4 - RISCOS DECORRENTES DO USO DO CONTRASTE


O usuário pode apresentar diversas reações ao usar um meio de contraste.
Estas reações podem ser classificadas em:
 LEVES: Reação limitada e sem progressão (curta duração): náusea, vômito,
tosse, calor, cefaléia, tontura, urticaria, etc. Quando acontece, requer
observação do usuário.
 MODERADAS: Maior intensidade dos sintomas dos sinais sistêmicos-
Taquicardia/bradicardia, hipertensão, eritema difuso ou generalizado,
6

dispnéia, etc. Quando acontece, requer quer seja administrado medicação,


porem o usuário não precisa ficar hospitalizado.
 GRAVES: Edema laríngeo (acentuado ou rapidamente progressivo), parada
cardiorrespiratória. Necessita que o usuário fique hospitalizado para
monitoramento dos efeitos.
 FATAIS: Quando o paciente vem a falecer. Ex: Choque anafilático ou parada
cardíaca, essa reação é a mais difícil de acontecer.
Alguns minutos após a administração do contraste, muitos pacientes relatam
calor e apresentam hiperemia em face, que não deve ser associado com reação
alérgica. No hospital utilizamos o meio de contraste não-iônico, devido a menor
possibilidade de o paciente vir a ter uma reação alérgica. Dor ou ardor no local do
acesso venoso pode estar relacionada com extravasamento ou uma flebite em
decorrência de uma punção venosa ter sido realizada de forma incorreta.
Sendo estas reações, quanto ao tempo, subdivididas em reações imediatas e
tardias. Não faz parte das atribuições do processo de trabalho do técnico em
radiologia puncionar, este somente deverá ser realizado pelo Enfermeiro ou Técnico
de enfermagem. Sendo necessário que se tenha um cuidado com o paciente
portador do acesso venoso para que, ao executar procedimentos não os contamine

5- PREPARO DO PACIENTE

A recepção do usuário e a condução do mesmo à sala de exames deve


ser feita obedecendo ao código de ética dos profissionais das técnicas
radiológicas, ou seja, o desempenho das funções profissionais independe da
7

nacionalidade, raça, sexo, idade, escolhas políticas, religiosas e classe social.


É importante que o técnico em radiologia acolha o usuário de forma
cordial, para que o mesmo colabore durante a execução do exame. Além disso,
faz-se necessário a avaliação e a verificação dos dados contidos na requisição
médica para que possíveis erros sejam evitados. Portanto, verifique o nome
completo do usuário, confirme a indicação do exame do mesmo possibilitando
assim que a seleção de parâmetros técnicos seja estabelecida.
Antes de qualquer exame é nescessario verificar junto ao usuário, se for
do sexo feminino se há possibilidade de gravidez, caso se confirme a gestação,
verificar com o médico radiologista ou médico responsável se a execução do
exame deve ser mantida. Os princípios de proteção radiológica devem ser
respeitados.
Alem disso, exames contrastados é
solicitado ao usuário que no dia do
procedimento ele faça um jejum completo
de quatro horas antes do procedimento e,
é nescessario, antes de qualquer exame
radiografico executar o teste de anamese
geral, no qual consiste perguntar ao
paciente quais os sintomas e a quanto
tempo ele esta sentindo aqueles
sintomas, se realizou alguma cirurgia
recentemente, se faz uso de algum medicamento ou tratamento e se realizou o
preparo adequado para a realização do exame. Esse preparo depende do
exame a ser realizado, o mesmo será informado no momento do agendamento
como ele deverá se preparar para a realização do exame.
8

REFERÊNCIAS

ARAUJO, Alexandre., Tomografia Computadorizada: Princípios Físicos e


Aplicações, Ed. Corpus, 2007.

FELIX, Jose Eduardo R., TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: Abordagens,


Técnicas e Posicionamento dos Usuários.

NOBREGA, A.I Técnicas em Tomografia Computadorizada. São Paulo: Atheneu,


2006.

Você também pode gostar