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Com o Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), o Pará está vencendo a guerra contra a degradação

ao meio ambiente. De acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o
desmatamento ilegal no Estado já acumula 50% de queda nos meses de julho a setembro deste ano,
em relação ao mesmo período de 2019. Este avanço na área ambiental é acompanhado por outros
índices do desenvolvimento sustentável no Estado, como a ampliação nas análises de Cadastro
Ambiental Rural (CAR). Outra conquista é na regularização fundiária: em novembro, o governo
estadual vai entregar 50 títulos de terra, acompanhados de CAR, e linhas de créditos rural.
Estes avanços são fruto das diversas frentes de trabalho do Plano Estadual Amazônia Agora. Cada
um dos quatro pilares que sustentam a macroestratégia atua em uma área específica. O Eixo de
Comando e Controle combate os crimes ambientais, a Política Territórios Sustentáveis garante
apoio à produção pecuária e agroflorestal, o Programa Regulariza Pará amplia a regularização
ambiental por meio do cadastro direcionado a pequenos agricultores e o Fundo Amazônia Oriental
terá como meta a captação de recursos de investidores do setor privado para aplicação em
investimentos de baixo carbono.
As ações contra os crimes ambientais como desmatamento, queimadas e garimpos ilegais são
levadas a campo pela Operação Amazônia Viva, coordenada pela Força Estadual de Combate ao
Desmatamento, uma das frentes do Eixo de Comando e Controle. As operações da Amazônia Viva
começaram a ser efetuadas em junho passado e os resultados foram constatados logo no mês
seguinte: em julho, houve uma diminuição em 14% do índice de desmatamento. A maior redução
foi alcançada em agosto, com uma queda em 30% da degradação ambiental no Estado. Após um
histórico exclusivo de crescimento no desmatamento, 2020 já apresenta redução em 8% em
comparação ao ano passado.
Quatro operações (ou fases) da Amazônia Viva já foram realizadas e uma quinta está em pleno
andamento. A ação também é responsável por uma queda nos alertas de desmatamento durante as
operações. Na segunda fase da operação, houve queda de 7% em relação ao índice anterior; na fase
seguinte, a redução nos alertas de desmatamento foi de 62%. Mais de 60% do território paraense é
composto por áreas federais, nas quais as ações de repressão e proteção à floresta são de
responsabilidade do Governo Federal. Estes índices de redução nos alertas de desmatamento são
relativos a todo o Estado. Quando é feita a análise apenas das áreas que estão sob responsabilidade
do governo estadual, o percentual é ainda maior: redução em 27% durante a segunda fase e de 63%
na terceira.
Em suas quatro fases, a Operação Amazônia Viva já embargou 120.841,47 hectares em áreas em
que flagrou desmatamento ilegal. Como resultado do embargo, o responsável fica impedido de
desenvolver qualquer atividade no local. Nas quatro operações foram apreendidos 4.453,76 m³ de
madeira extraída de forma ilegal, 125 motosserras que eram utilizadas na derrubada de árvores, 34
tratores/carregadeiras/escavadeiras usados no desmatamento ilegal, 75 armas de fogo e 243
munições. Além disto, 30 pessoas foram detidas, 24 acampamentos foram destruídos e quatro
garimpos ilegais foram interditados.
Graças às ações de repressão a crimes ambientais do PEAA, o segundo semestre de 2020 já
apresenta significativa redução em relação aos alertas de desmatamento, em comparação ao mesmo
período do ano passado, com 2.407,68 km². Uma redução de 25,63% em relação aos 3.237,48 km²
de 2019. Em relação a focos de queimada, gráfico elabora pela Coordenadoria de
Hidrometeorologia e Mudanças Climáticas (Comuc) da Semas, a partir de dados fornecidos pelo
Inpe, demonstram que o mês de outubro deste ano registra uma queda em 22,55% em relação à
média da série histórica do Estado.

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Coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), o Plano
Estadual Amazônia Agora (PEAA) é a plataforma de ação do Estado em prol do modelo de
desenvolvimento baseado na conservação e valorização de ativos ambientais, no aumento da
eficiência das cadeias produtivas e na melhoria das condições socioambientais. A macroestratégia
tem como metas a regeneração da vegetação em 5,65 milhões de hectares até o ano de 2030 e
regeneração de cobertura vegetal correspondente a 7,41 milhões de hectares para o ano de 2035. O
PEAA tem como instituições executoras, além da Semas, a Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (SEDEME), a Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Agropecuário e Pesca (SEDAP), a Secretaria de Estado de Segurança Pública e
Defesa Social (SEGUP), o Instituto de Terras do Pará (ITERPA), o Instituto de Desenvolvimento
Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (IDEFLOR-Bio), a Empresa de Assistência Técnica
e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER-Pará), a Agência de Defesa Agropecuária do Estado
do Pará (ADEPARÁ), a Polícia Militar do Pará (PMPA), a Polícia Civil do Estado do Pará (PCPA) e
o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA).
Estes órgãos atuam na fundamentação das políticas públicas ambientais voltadas para ações que
visam aliar a preservação da floresta com o desenvolvimento socioeconômico, viabilizando aos
produtores rurais ferramentas sustentáveis para efetivar a produção e evitar a degradação do meio
ambiente. Os órgãos envolvidos com o “Amazônia Agora” deram início à fase prática do programa
no final de julho deste ano.
O Amazônia Agora é desenvolvido com base em redução imediata das taxas de desmatamento ilegal
e queimadas, incentivo à produção e consumo sustentáveis, reflorestamento de áreas degradadas,
captação de investimentos para o desenvolvimento de uma economia baseada em baixa emissão de
carbono e investimento massivo em regularização fundiária, que permite aos proprietários de terras
acesso a financiamentos para investir na produção.
Estes pilares são desenvolvidos pelos quatro programas que compõem o PEAA: Eixo de Comando e
Controle, Política Territórios Sustentáveis, Fundo Amazônia Oriental (FAO) e Programa Regulariza
Pará (Fundiário + Ambiental).
O Eixo de Comando e Controle engloba, entre outras frentes, a Força Estadual de Combate ao
Desmatamento e é operacionalizado por órgãos ambientais, fundiários e de Segurança Pública para
a atuação coordenada, ostensiva e imediata a fim de coibir os ilícitos ambientais no território. A
Política Territórios Sustentáveis visa o aumento da restauração produtiva a partir do uso eficiente da
terra, incentivos aos atores locais à regularização nas dimensões ambiental e fundiária, manejo
florestal e emissão de diagnósticos territoriais científicos, que permitirão o estabelecimento de
metas estratégicas. O Programa Regulariza Pará (Fundiário + Ambiental) direciona ações em áreas
prioritárias, além de implementar metas de regularização. Esta iniciativa atuará em conjunto com o
Gabinete de Repressão e Controle do Desmatamento e Queimadas e com a Política Territórios
Sustentáveis. O Fundo Amazônia Oriental tem a missão de captar recursos de investidores do setor
privado para aplicação em investimentos de baixo carbono. Será liderado por um Comitê composto
por representantes da sociedade civil para definição de territórios prioritários, estabelecimento de
metas e distribuição dos recursos.

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