Você está na página 1de 46

Este material se dispõe como um instrumento de auxílio aos cuidadores de idosos e

outros similares no cuidado da saúde, é definida com algumas ilustrações que


permitiram a conhecer alguns procedimentos do ato de cuidar. Portanto, no decorrer do
aprendizado as aulas serão um diferencial no cuidado para concretizar os fundamentos
do curso propondo um guia de orientação. Com o desenvolver da ciência está
promovendo uma melhora nas condições de vidas das pessoas prolongando sua
sobrevivência mesmo com algum tipo de incapacidade. Já sabemos que a demografia do
envelhecimento está aumentando a expectativa de vida e como tudo segue um processo
também estão cercados de adversidades como violência doméstica por motivos
diversos. Na presença de um auxilio no cuidado dos lares tem referido um bom início
desta melhora com várias gratificações para convívio familiar entre o necessitado de
cuidados e uma diminuição de internações reduzindo as chamadas complicações pós-
hospitalar. Para os futuros cuidadores espero que vejam este material como um bom
guia de norteamento para as pessoas que não tenham formação especifica na área de
saúde, mas que possa desempenhar um cuidado com base de carinho e amor ao seu
semelhante necessitado usando os conhecimentos previstos neste curso livre de
cuidadores que foi elaborado através de pesquisas sem formalidades baseada nos relatos
de familiares que deixaram os hospitais levando seus filhos, pais e avós, e indagavam,
(como vou cuidar, não entendo nada de cuidar dar banho, o que posso fazer para
melhorar esse quadro, não tenho condições de pagar alguém que possa cuidar serei eu
mesmo... etc.).

FISIOLOGIA E DEMOGRAFIA DO ENVELHECIMENTO

A denominação pessoa idosa é usada, no Brasil e em outros países em desenvolvimento,


para se referir às pessoas que têm 60 anos ou mais. No Brasil, estima-se que existam,
atualmente, cerca de 17,6 milhões de idosos O envelhecimento, antes considerado um
fenômeno, hoje, faz parte da realidade da maioria das sociedades. O mundo está
envelhecendo. Tanto isso é verdade que se estima para o ano de 2050 que existam cerca
de dois bilhões de pessoas com sessenta anos ou mais no mundo, a maioria delas
vivendo em países em desenvolvimento. O envelhecimento é o processo normal de
alterações relacionada com o tempo, que começa com o nascimento e continua por toda
a vida. O envelhecimento tem sido definido cronologicamente através da passagem do
tempo de forma subjetiva, como de que modo uma pessoa se sente de maneira
funcional, como nas alterações nas capacidades físicas e mentais. É útil considerar que
biologicamente ajudam a distinguir o envelhecimento intrínseco (a partir de dentro de
uma pessoa) e do envelhecimento normal da doença. O envelhecimento normal é o
envelhecimento intrínseco e refere se as alterações causadas pelo processo de
envelhecimento normal que estão geneticamente programadas e que são essencialmente
universais e irreversíveis dentro de uma espécie A universalidade é o principal critério
empregado para diferenciar o envelhecimento normal do anormal, ou seja, das
alterações patológicas associadas à doença. Contudo, as pessoas envelhecem de modo e
velocidade diferente, de modo que a idade cronológica é com frequência, menos
preditiva das características de envelhecimento obvia que outros fatores, como, por
exemplo, a genética e o de estilo de vida. O envelhecimento extrínseco resulta das
influências externas à pessoa. A poluição do ar e a exposição excessiva à luz solar são
exemplos de fatores extrínsecos que podem acelerar o processo de envelhecimento e
que podem ser diminuídos ou reduzidos. As alterações celulares e extracelulares da
velhice causam uma alteração na aparência física e um declínio na função, ocorrendo
alterações mensuráveis no formato e na aparência do corpo A capacidade que o
organismo tem para manter a homeostasia, ou seja, a capacidade que o organismo tem
de se manter fisiologicamente equilibrado, tornando-se cada vez mais diminuída com o
envelhecimento celular e os sistemas orgânicos não podem funcionando com eficiência
plena em função dos déficits celular e tecidual. A degradação da elastina e do colágeno
faz com que o tecido conjuntivo se torne mais rígido e menos elástico. Tudo isso resulta
em capacidade diminuída para a função orgânica, vulnerabilidade aumentada para a
doença e estresse.

ASPECTOS FISICO DO ENVELHECIMENTO

O envelhecimento intrínseco refere – se aquelas alterações causadas pelo processo de


envelhecimento normal que estão geneticamente programadas e que são quase
universais dentro de uma espécie. A universalidade é o principal critério empregado
para diferenciar o envelhecimento normal das alterações patológicas associadas à
doença. Alterações normais do envelhecimento: Existem inúmeras alterações em todo
organismo relacionado com a idade. Elas podem variar de pessoa para a pessoa e em
diferentes épocas. É importante ser capaz de diferenciar entre alterações normais e
anormais nos idosos. Acuidade Visual: O processo natural de envelhecimento associa-se a
uma redução da acuidade visual devido às alterações fisiológicas das lentes oculares, déficit de
campo visual e doenças de retina. Cerca de 90% das pessoas idosas necessitam do uso de lentes
corretivas para enxergar adequadamente. Ao avaliar essa função, pergunte à pessoa idosa se ela
sente dificuldade ao ler, assistir televisão, dirigir ou para executar qualquer outra atividade da
vida cotidiana Diminuição da acuidade visual Diminuição dos campos visuais e, portanto,
diminuição da visão periférica Diminuição da adaptação ao escuro Aumento do limiar mínimo
de percepção da luz Dificuldade de visão para perto, devido à diminuição da acomodação visual
em consequência da perda da elasticidade das lentes. Diminuição da descriminação das cores
por causa do amarelecimento das lentes; as cores de comprimento de onda curto, como azul e o
verde, ficam mais difíceis de enxergar. Aumento da sensibilidade da percepção de profundidade
Diminuição da percepção de profundidade Diminuição das lagrimas Acuidade Auditiva: Cerca
de um terço das pessoas idosas referem algum grau de declínio na acuidade auditiva. A
presbiacusia - perda progressiva da capacidade de diferenciar os sons de alta frequência – é uma
da causa mais comum relacionada a essa queixa. Muitas vezes, o idoso pode não perceber essa
perda e, por essa razão, não a referis. Aproximadamente 30 a 50% das pessoas idosas com mais
de 65 anos de idade tem perda auditiva significativa. Dois tipos principais de distúrbios
auditivos são comuns na população idosa. Sensorioneural – perda bilateral progressiva e
irreversível de percepção para tons altos, frequentemente associados ao envelhecimento. Resulta
na dificuldade de discriminar os sons. As ondas sonoras alcançam o ouvido interno para o
cérebro. Surdez de condução – resulta do bloqueio ou comprometimento do movimento
mecânico no ouvido externo ou médio. As ondas sonoras não são conduzidas para o ouvido
interno, de modo que todos os sons são abafados. A perda auditiva nos idosos geralmente é um
problema combinado. A maioria da perda é devida a alteração no nervo auditivo ou deterioração
das estruturas da orelha. A progressão habitual da perda dos tons ou de frequências altas para
uma perda geral tanto dos tons altos quanto dos tons baixos. As consoantes (sons mais agudos)
nãos são bem ouvidas. A perda auditiva aumenta com a idade e é maior e homens. Aumento no
limiar do som – é preciso um som mais alto para estimular o idoso. Diminuição da
discriminação da fala, especialmente com ruído de fundo. O acumulo de cera, a causa mais
comum de perda auditiva de condução, é reversível. Olfato: AS alterações no olfato são devias
à doença dos seios nasais impedindo que os odores atinjam os receptores do olfato, a uma
diminuição nas fibras nervosas, a lesões crônicas em virtude de infecções ou sangramento. A
discriminação de odores de frutas parece persistir por mais tempo. Geralmente, olfato diminui
mais em homens que em mulheres. Paladar: O número de papilas gustativas diminui com a
idade, especialmente em homens. Pessoas com mais de 60 anos perderam metade das suas
papilas gustativas. Por volta dos 80 anos, apenas um sexto dessas papilas gustativas permanece
na língua. A perda das papilas gustativas ocorre da frente para trás, isto é, os sabores doces e
salgado são perdidos primeiramente, enquanto os sabores amargos e azedo permanecem por
mais tempo. Sensação cenestésica: Com a idade, os receptores nas articulações e nos músculos
que nos informam onde estamos no espaço perdem sua função. Consequentemente, há uma
alteração no equilíbrio A caminhada tem uma passada mais curta, há uma menor elevação da
perna, uma base mais ampla e a tendência de se inclinar para frente. Com a idade há uma menor
capacidade de evitar quedas. Cardiovascular: Com a idade, as valvas do coração tornam-se
espessas e rígidas em consequência de esclerose e fibrose, complicando qualquer cardiopatia já
existente. Os vasos sanguíneos também se tornam espessos e rígidos, resultando em elevação da
pressão arterial. A frequência cardíaca máxima e a capacidade aeróbica diminuem com a idade.
Resposta mais lenta ao estresse. Depois que a frequência de pulso é elevada, ela leva mais
tempo para retornar aos níveis basais Queda no consumo máximo de oxigênio Cerca de 50%
dos idosos tem um eletrocardiograma de repouso anormal. Alterações sutis das paredes das
artérias resultam em uma maculatura menos flexível. Pulmonar: Com a idade, há um
enfraquecimento dos músculos respiratórios intercostais, e a retração elástica da parede torácica
diminui. Não há alterações na capacidade pulmonar total; entretanto, o volume residual e a
capacidade residual funcional aumentam. A pressão parcial de oxigênio diminui com a idade
devido a desequilíbrio da ventilação – perfusão. Há uma diminuição no sistema de transporte
ciliar da mucosa. Consequentemente, ocorre uma diminuição resultante na depuração de muco e
de corpos estranhos, incluindo bactérias. Musculoesquelética: Diminuição da massa muscular e
da resistência com a idade, embora a falta de condicionamento físico possa ser um fator
associado. Diminuição da densidade óssea, que ocorre menos em homens do que em mulheres.
Diminuição da espessura e da resistência da cartilagem, com um aumento resultante na rigidez
das articulações. A absorção óssea excede a formação óssea, resultando em uma queda na
densidade óssea. Lesões da cartilagem acumulam – se com a idade. Renal e composição
corpórea: A presença de incontinência urinária deve ser avaliada, pois, cerca de 30% das
pessoas idosas não institucionalizadas costumam apresentá-la e nem sempre a referem na
avaliação clínica ou por vergonha ou por acharem ser isso normal no processo de
envelhecimento. A frequência e a importância do evento estão associadas às repercussões
emocionais e sociais. Muitas das causas são reversíveis - delírios, restrição de mobilidade,
retenção urinária, infecção e efeito medicamentoso - e devem ser investigadas. Aumento da
gordura corporal e diminuição da massa muscular magra, mesmo quando o peso permanece
estável. Diminuição da função renal, medida pela taxa de filtração glomerular ou pela depuração
da creatinina. Apesar da redução da creatinina total do organismo devido à diminuição da massa
muscular no idoso, a creatinina sérica frequentemente permanece dentro dos limites normais.
Isso se deve à diminuição da eliminação da creatinina pelos rins. Uma queda de
aproximadamente 10% na depuração da creatinina por década, depois dos 40 anos de idade,
entretanto, a creatinina sérica permanece relativamente inalterada. Pele: O adelgaçamento das
três camadas da pele – epiderme, derme e tecidos subcutâneos – leva a maior fragilidade da pele
e a diminuição da capacidade da pele de autuar como uma barreira contra fatores externos
Número menor de melanócitos e menor bronzeamento. Termo regulação do calor menos
eficiente em virtude de menor número de glândulas sudoríparas. Pele mais seca em virtude da
diminuição no número de glândulas sebáceas, resultando em diminuição na produção de óleo.
Outras alterações na pele envelhecidas são: diminuição do estimulo sensorial, diminuição da
elasticidade, comprometimento da resposta imune celular.

ANATOMIA

Noções de anatomia e fisiologia humana. Para um bom atendimento é necessário que o


socorrista tenha um conhecimento básico das estruturas e do funcionamento do corpo
humano A biologia é a ciência que estuda a vida em todos os seus aspectos. Nas suas
subdivisões ela vai estudar o corpo humano sob diversos ângulos, cada um enfocando
uma particularidade do como a forma, funções, comportamento, reações etc. Assim,
tem-se, por exemplo: Citologia: Estuda as células e suas funções (anatomia
microscópica); Histologia: Que estuda a estrutura microscópica dos tecidos e órgãos;
Anatomia: Ciência que estuda a forma, estrutura e a distribuição dos órgãos nos seres
vivos; Fisiologia: Estuda as funções orgânicas e as demais atividades vitais como o
crescimento, a nutrição, a respiração, etc.; Psiquiatria: Estuda o ser humano quando às
suas ações e reações e interação com o meio; Bioquímica: Que trata das reações
químicas que ocorrem nos organismos vivos. Biofísica – É a aplicação de princípios
físicos aos mecanismos corporais Estrutura: O corpo humano é um sistema
hierarquicamente estruturado e organizado a partir da menor unidade funcional (célula)
até a complexidade (organismo). A célula: É a unidade básica, estrutural e funcional
dos seres vivos e possui os componentes necessários para transformar nutrientes em
energia, eliminar os detritos (ou sobras não aproveitáveis), reproduzir-se e cuidar das
outras funções essenciais à manutenção da vida. De acordo com sua localização e
função no organismo, se classificam de diversas maneiras como: células adiposas
(armazenam gordura); células germinativas (formam os gametas: óvulos e
espermatozoides); células musculares (compõem os músculos); células nervosas
(formam os nervos, neurônios e as estruturas do sistema nervoso central); etc. Cada
célula é composta de numerosas estruturas altamente especializadas chamadas
organelas, cada uma com função específica. Suas partes fundamentais são o núcleo, o
citoplasma e a membrana citoplasmática. Membrana celular: É uma membrana que
isola o conteúdo celular do ambiente exterior. É composta por lipídeos e proteínas
(membrana lipoproteica) e tem diversas características e funções, dentre as quais a
permeabilidade seletiva (define as substâncias podem ou não entrar ou sair da na célula
como as enzimas, hormônios e nutrientes), proteção contrachoques mecânicos, etc.
Citoplasma: É a parte interna, contida pela membrana citoplasmática. Possui uma
substância transparente, de aspecto gelatinoso chamado hialoplasma e várias estruturas
ou organelas especializadas e necessárias ao funcionamento da célula. É no citoplasma
que ocorrem todas as reações químicas que garantem a vida. Núcleo: Nele está
localizada a nossa carga genética (44 cromossomos autossômicos e 2 sexuais) bem
como as enzimas necessárias para a duplicação do DNA. A membrana nuclear
(carioteca) separa o núcleo do citoplasma, não permitindo a mistura de seus
componentes. (Ver tabela) Os Tecidos: Definição: Conjunto de células de mesma
origem, semelhantes e igualmente diferenciadas das demais que desempenham funções
próprias. São estudados pela histologia. São exemplos: Tecido epitelial: Formado por
células justapostas, com pouca substância intercelular e que reveste as superfícies
externa e interna do corpo. Delimita as nossas formas e participa nas funções de
absorção, de secreção e sensoriais; Tecido conjuntivo: É um tecido de preenchimento
com diversos tipos celulares separados por uma grande quantidade de material
intercelular, constituído por fibras e por substância fundamental amorfa; Tecido
adiposo: Variedade especial de tecido conjuntivo, cujas células armazenam gordura;
Tecido cartilaginoso: Tecido conjuntivo de sustentação, de consistência rígida, mas
com certa elasticidade, e que apresenta resistência a trações e suporta pressões; Tecido
muscular: Constituído por células próprias, alongadas (fibras musculares) com
capacidade de contração e de extensão no seu tamanho; Tecido nervoso: - Composto
por células especiais que formam os neurônios e as células GLIAIS. Tecido ósseo: -
Tecido conjuntivo rígido de sustentação. Formado por células que contém uma matriz
inorgânica representada por íons de fosfato e de cálcio e por uma parte orgânica
formada por fibras colágenas. Os órgãos: São formações individuais, com estrutura,
anatomia e características próprias, especializados em uma determinada atividade. São
independentes, mas se agrupam formando os sistemas. Geralmente são compactos, mas
podem ser tubulares (ocos), constituindo as vísceras. Os Sistemas: É um conjunto de
órgãos que se integram e trabalham organizadamente para a realização de uma atividade
vital. Embora individualizados, cada sistema mantém uma perfeita interação fisiológica
com fornecimento e trocas das substancias necessárias para a manutenção da
homeostase e da vida. Sistema Circulatório: O aparelho circulatório é formado pelos
vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares) cujo centro funcional é o coração que,
como uma bomba propulsora, impulsiona o sangue arterial que contém o oxigênio
captado nos pulmões (circulação pulmonar) juntamente com outras substancias
nutrientes e essenciais para todos os tecidos e regiões do corpo (grande circulação) e
removendo desses tecidos o gás carbônico (sangue venoso) e outras substancias ou
resíduos nocivos ao funcionamento do organismo.

Fig. 1 – Esquema da circulação

O coração é composto por 4 câmaras: 2 átrios e 2 ventrículos, sendo um deles para cada
um dos territórios sanguíneo (arterial e venoso). O ciclo cardíaco envolve a sístole
(contração) impulsionando o sangue para a circulação e pela diástole (relaxamento) para
preenchimento das câmaras cardíacas. O coração bate em média 80 vezes por minuto,
100.000 vezes por dia e cerca de 2.5 bilhões de vezes durante a vida. A cada sístole, o
coração impulsiona em torno de 70 ml. de sangue e em 24 horas movimenta cerca de
6.500 litros de sangue. O sangue: E o líquido circulante em todo o sistema circulatório.
É formado por uma parte líquida, amarelada, (plasma) que contém as inúmeras
substâncias necessárias e provenientes das nossas atividades vitais; e por uma parte
sólida (elementos figurados) que inclui os glóbulos brancos (leucócitos) indispensáveis
às defesas do organismo; glóbulos vermelhos (hemácias) responsáveis pela oxigenação
tecidual e pelas plaquetas responsáveis pela coagulação sanguínea. Sistema Digestivo:
Responsável pela captação das energias necessárias ao desempenho das várias funções
através da ingestão de alimentos. Forma o tubo digestivo que se inicia pela boca
(cavidade bucal /oral) e apresenta os seguintes órgãos: língua, faringe, esôfago,
estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. Além desses órgãos, várias
estruturas como as glândulas salivares (saliva/ptialina), o pâncreas (suco
pancreático/insulina), o fígado (enzimas digestivas), a vesícula biliar (bile); outra
substancia química como os ácidos digestivos (estômago), se associam para realizar a
digestão. Dentro desse tubo digestivo são realizadas as seguintes funções: mastigação
(boca, dentes, língua), deglutição (faringe e esôfago), digestão alimentar (estomago),
absorção alimentar sólida (intestino delgado), absorção líquida (intestino grosso),
excreção (reto e anus).
Fig. 2 - Sistema digestivo: tempo de digestão

Sistema Respiratório: Durante a respiração, o oxigênio do ar atmosférico é fixado às


hemácias (hematose) que o transporta para os tecidos (respiração tecidual) e eliminando
o gás carbônico celular que resulta dos processos de metabolismos celulares e é nocivo
à saúde corporal. São compostos pelo nariz, (narinas e cavidade nasal), boca (com a
faringe), laringe (glote), traqueia e pulmões (brônquios, bronquíolos e alvéolos). Tem
como estruturas complementares o gradil costal (costelas), a musculatura intercostal e o
músculo diafragma que contribuem para a realização dos movimentos respiratórios e a
pequena circulação (átrio direito, veias, artérias pulmonares e átrio esquerdo) onde se
realiza a oxigenação do sangue (hematose). É o sistema provedor do oxigênio tecidual e
que interage com os demais (circulatório, muscular, esquelético e outros sistemas) e
cujo funcionamento é comandado pelos centros nervosos superiores (cérebro, cerebelo e
nervos respiratórios).

Fig. 3 - Sistema respiratório

Sistema Nervoso: O sistema nervoso é responsável pelo ajustamento do organismo ao


ambiente, pois estimula e/ou inibe as várias funções corporais e elabora as respostas ou
estímulos que adaptam esse organismo às diversas condições ambientais. E, através do
psiquismo, determinam as nossas ações, reações e comportamentos. A sua unidade
básica é o neurônio, uma célula extremamente estimulável e capaz de perceber as
mínimas variações que ocorrem no ambiente e reagem eletricamente a essas mudanças.
Essas alterações constituem os estímulos nervosos que desencadeiam as nossas reações
ou atividades reflexas, involuntárias ou voluntárias. Esses estímulos são transmitidos
através das sinapses (ligações entre neurônios) de modo rápido e eficiente até o cérebro
(centros nervosos superiores), onde são analisados e retornam em forma de ação, como
resposta a esse estímulo. (Reação primária), podendo gerar uma reação em cadeia
(respostas secundárias). O sistema nervoso se divide em: Sistema Nervoso Central
(SNC) que é composto pelo encéfalo com suas diferentes estruturas (cérebro, cerebelo e
medula espinhal) e pelo Sistema Nervoso Periférico (SNP) formado pelos gânglios e
nervos periféricos (sensitivos e motores).

Fig. 4 - Sistema nervoso

Sistema Glandular: Compreende o conjunto das glândulas existentes no organismo.


Glândula é um conjunto de células especializadas em produzir e secretar uma substancia
que vai determinar desencadear ou auxiliar uma determinada função. Sob esse aspecto
podemos dividir as glândulas em três diferentes grupos: a) Glândulas de secreção
externa: que lançam o seu produto (excreções) externamente sobre a superfície
corpórea ou no interior de uma estrutura (órgão ou víscera). São as glândulas salivares
(saliva/ptialina), sudoríparas; lacrimais; sebáceas, glândulas gástricas, vesícula (bile),
etc. b) Glândulas de secreção interna: que lançam o seu produto internamente e
diretamente na circulação sanguínea Seus produtos são chamados de hormônios
(substancias extremamente ativas mesmo em pequenas quantidades e que têm como
“alvo” um determinado órgão e a sua função). A Hipófise (TSH, FSH, GH), a Tireoide
(tiroxina); as Paratireoides (paratormônios); as Suprarrenais (ACTH), as Gônadas
(hormônios sexuais) masculinas (testículos/testosterona) e femininas (ovários/estrogênio
e progesterona) são exemplos. c) Glândulas de Secreção Mista: aquelas que
eliminamos seus produtos tanto internamente como externamente, como faz o pâncreas
(insulina e o suco pancreático).

Fig. 5 - Sistema Endócrino

Sistema muscular: Formado por tendões e músculos, é o responsável pela locomoção e


pelos tônus musculares do organismo. Por tônus musculares entende-se uma postura
própria que define os contornos e relevos corpóreos com a firmeza e tensão (higidez),
que cada músculo tem e que se observa nas várias regiões do corpo: Tendões: São
estruturas localizadas nas extremidades dos músculos como extensão de seus feixes
musculares que os une compactamente e servem como elementos de inserção e fixação
sobre um relevo ósseo, servindo de alavanca para um movimento. Músculos: São
órgãos lineares constituídos por fibras de tecido muscular (células musculares típicas e
agrupadas em feixes), especializados na realização de movimentos pela contração e
relaxamento de suas fibras, como resposta a um estímulo nervoso. Há mais de 600
músculos no corpo humano e representam de 40 a 45% do peso corporal. Podem ser de
três tipos: Músculo Estriado Esquelético: O mais comum, apresentando um aspecto
em faixas (estrias) com fibras (células) musculares alongadas, multinucleadas e
paralelas que se contraem e relaxam quando acionadas voluntariamente pelo agente. São
os responsáveis pela locomoção, força e resistência muscular. Músculo Liso: Presente
em diversos órgãos internos (tubo digestivo, bexiga, útero, etc.) e na parede dos vasos
sanguíneos. As células musculares lisas são uninucleadas e as suas fibras (filamentos de
actina e miosina) se dispõem em finas camadas sem formar estrias musculares. São de
ação involuntária, ao contrário da contração dos músculos esqueléticos (musculatura da
parede intestinal); Músculo Estriado Cardíaco: Está presente no coração. É um tipo
especial de musculatura que ao microscópio apresenta também uma estriação
transversal e com células uninucleadas. Têm sempre contração (atividade) involuntária.
Fig. 6 - Sistema muscular

Sistema Esquelético: Formado pelos ossos, articulações e cartilagens, é o responsável


pela postura e sustentação do corpo. Os ossos são estruturas rígidas e formam o
esqueleto. Servem como local de inserção dos tendões dos músculos como apoio para
na realização de diversos movimentos, além de dar a forma e postura ao corpo e dar
proteção aos órgãos nobres (gradil costal). Os ossos também servem como local de
armazenamento de reservas de gorduras (tutano) e de sais minerais (de cálcio e fósforo),
repondo essas deficiências. São os repositores das células sanguíneas, através da função
Hemopoiética, localizada nas suas medulas e respondem por cerca de 20% do peso
corporal. O esqueleto: O esqueleto humano está dividido em três segmentos: cabeça
(crânio e face) e pescoço; tronco (tórax e abdome) e membros (superiores e inferiores).
O esqueleto contém ossos ímpares (únicos), pares (direito e esquerdo) e múltiplos
(vários semelhantes). Ao nascer tem-se um grande número de “ossos moles” (ossos
cartilaginosos) e durante o crescimento aparecem os “pontos de ossificação” que irão
desenvolver e formar os ossos típicos do esqueleto do adulto. Na velhice, esse número
será menor, pela unificação de alguns desses ossos através de suas linhas de suturas
(ossos do crânio). Além disso, podem surgir os sesamóides (ossos suplementares) que
alteram essa contagem. Número de ossos: O esqueleto é composto por cerca de 208
ossos: Cabeça: (22 ossos): Crânio (8). Únicos: Frontal, Occipital, Etmoide, Esfenoide;
Pares: Parietal e Temporal. Face: (14); Únicos: Vômer e maxilar inferior (mandíbula);
Pares: Maxilares Superiores, Malares, Nasais, Palatinos, Cornetos, Lacrimais. Tronco:
(51ossos): Únicos: Esterno (manúbrio, corpo e apêndice xifoide); Ílio, Ísquio Púbis
(cintura pélvica). Pares: Clavículas e Escápulas (cintura escapular). Múltiplos: Coluna
vertebral: (26 vértebras): 07 cervicais, 12 torácicas, 05 lombares, 01 sacros (5
vértebras), 01 cóccix (4 ossículos); Costelas: 12 pares: (07 verdadeiros, 03 falsos e 02
flutuantes). Membro superior: (64 ossos): Únicos: Úmero (braço); Rádio e Ulna
(antebraço). Pares: Escápula e clavícula; Múltiplos: 08 Ossos do carpo (punho), 05
Metacarpos (ossos da mão), 14 Falanges (dedos). Membro inferior: (62 ossos):
Únicos: Ilíaco, Fêmur (coxa), Patela (rótula), Tíbia, Fíbula (perna). Múltiplos: 07 Ossos
do tarso (tornozelo), 05 Metatarsianos (dorso do pé), 14 Falanges (artelhos). Outros
ossos: Únicos: Hióide (garganta). Pares: Estribo, Bigorna e Martelo (ossículos do
ouvido interno). Múltiplos: Sesamóides (ossos suplementares). Cartilagens: São
estruturas ósseas menos endurecidas e constituem os elementos de ligação e de fixação
entre duas estruturas rígidas. Juntamente com os ossos, formam um sistema de
alavancas que se movem, sob a ação dos músculos. Articulações: São áreas móveis,
localizadas entre dois segmentos rígidos do corpo, que se dobram em ângulos variáveis.
Conferem flexibilidade e permitem ao corpo assumir posturas e realizar movimentos
complexos e harmoniosos, apesar da rusticidade do esqueleto.

Fig. 7 - Sistema esquelético

Sistema Excretor: Também chamado de Sistema Geniturinário é formado pelos rins,


vísceras duplas que produzem a urina com o seu sistema pielo-calicial (coletor);
ureteres (transporte de urina); bexiga (bolsa coletora de urina) e uretra (canal
excretor). A ele se associam alguns órgãos que embora integrantes de outros sistemas,
servem a ambos por apresentarem atividades comuns e derivadas dos seus originais
(pênis e vagina), além de glândulas justapostas ao relevo da bexiga (próstata) e dos rins
(suprarrenais). A urina é um líquido de características próprias. É o produto final
resultante da filtração contínua de todo o sangue que passa pelos rins e de onde são
retirados às substancias nocivas à nossa saúde, dentre elas a ureia e a creatinina, cerca
de 7. 500 litros de sangue passam pelos rins, diariamente. Desses, cerca de 1.200 litros
são filtrados, resultando um volume urinário de aproximadamente 1,2 litros.
Fig. 8 - Sistema excretor

Sistema Reprodutor: É um conjunto de órgãos especializados na produção das células


germinativas (gametas) masculinas e femininas, e destinadas ao desempenho da função
reprodutora (acasalamento), como preservação da espécie. A definição do sexo do
indivíduo acontece durante a fecundação pela combinação dos cromossomos sexuais
(XX = fem. e XY = masc.) de seus genitores. Nem sempre essa determinação é feita de
modo completo ou satisfatório, podendo gerar indivíduos de sexo dúbio (hermafroditas)
ou estados intersexuais (S. de Tunner, Klinenfelter).

Fig. 9 - Sistema reprodutor feminino e masculino

Sistema reprodutor feminino: Localizado na região perineal feminina (períneo), é


composto por órgãos e estruturas de localização anatômica interna ou externa ao corpo.
Internamente temos os seguintes órgãos: ovários (d/e) trompas (uterinas) de Falópio
(d/e) útero, vagina e as seguintes estruturas: ligamentos ovarianos e uterinos, hímen,
vestíbulo vaginal (com o orifício externo da uretra), pequenos lábios e o clitóris.
Externamente têm-se os grandes lábios, a região pubiana (monte de Vênus), os pelos
pubianos com a forma triangular (de base invertida).
Fig. 10 - Sistema reprodutor feminino

Obs.: a) A fertilidade da mulher tem início na puberdade, com a menarca (primeira


menstruação) e marca o início da fase de atuação dos hormônios femininos (estrogênio
e progesterona) na vida da mulher. Esses hormônios atuam ciclicamente determinando a
duração dos ciclos menstruais (ovulação e menstruação), o que é característica exclusiva
do ciclo feminino. b) essa fertilidade, que termina com a menopausa (última
menstruação), pode ser inibida pelos métodos contraceptivos artificiais (pílula);
cirúrgicos (laqueadura), fisiologicamente (gravidez ou amamentação), mecânicos
(camisinha) ou patologicamente (disfunções hormonais ou tumores), etc. c) O monte de
Vênus, os pelos pubianos, as mamas, a distribuição pilosa e da gordura (tecido
adiposo corporal), o timbre vocal, constituem os chamados caracteres sexuais
secundários. Os demais órgãos que são exclusivos da mulher (vulva, hímen, vagina,
útero, trompas e ovários), definem os caracteres sexuais primários Sistema reprodutor
masculino: Localizado a região genital (das genitálias) masculina é formado por órgãos
e estruturas que se localizam, anatomicamente, muito mais no exterior que no interior
do corpo e, por isso, são mais evidentes que os do sexo feminino. Os órgãos
reprodutores masculinos internos são os testículos, o epidídimo, os canais deferentes, o
ducto ejaculador e a uretra; além de glândulas acessórias como as vesículas seminais,
próstata e os bulbos uretrais. Externamente temos o pênis e a bolsa escrotal. O pênis,
órgão copulador masculino, é formado pela glande (recoberta pelo prepúcio) e pelo
corpo do pênis, que se prolonga para dentro da cavidade pélvica (cerca de ½ da sua
extensão). Sua aparência tubular é devido a uma capa subcutânea, fibrosa (túnica
albunígica ou fáscia de Buck) e pouco elástica, que envolve três formações cilíndricas:
um corpo esponjoso (ventral) por cujo interior passa a uretra e dois corpos cavernosos
(dorsais) formados por veias, capilares sanguíneos modificados e com uma artéria
central; responsáveis pelo mecanismo da ereção. Ressalta-se que a uretra é um duto
comum aos sistemas reprodutor (conduz o sêmen durante a ejaculação) e urinário
(condutor de urina, na micção) do homem. A próstata é uma glândula exclusivamente
masculina e juntamente com as vesículas seminais e com as glândulas bulbares, fornece
os líquidos que dão ao sêmen uma consistência viscosa. A bolsa escrotal (saco escrotal
ou escroto), situada posteriormente ao pênis, é dividida em dois compartimentos que
alojam os testículos (d/e), órgãos (gônadas) produtores dos espermatozoides (células
germinativas masculinas) e as demais estruturas anexas.

Fig. 11 – Sistema reprodutor e genitália masculina

Obs.: (a) a fertilidade do homem começa na puberdade, com a atuação dos hormônios
masculinos (testosterona) e perduram até a senilidade. Esses hormônios, ao contrário
dos femininos, atuam de modo contínuo e não cíclicos, estimulando o aparecimento dos
caracteres sexuais secundários masculinos (timbre vocal, musculatura e gordura
corporal, pelos pubianos de forma losangular, barba, etc.).

(b) a fertilidade masculina pode ser interrompida cirurgicamente (vasectomia) ou


inibida por ação medicamentosa (artificialmente) ou patologicamente (más formações
ou tumores). Sistema Sensorial: Compreendem um conjunto de órgãos e estruturas
especializadas em perceber, captar e enviar aos centros nervosos superiores (cérebro) as
sensações ou estímulos que se apresentarem na superfície do corpo ou no seu interior,
de modo que esses centros posam interpretar os seus significados e responder de acordo
com esse entendimento. Representam os nossos órgãos do sentido (visão, audição, tato,
olfato e paladar) e as demais estruturas sensoperceptoras. De acordo com a natureza do
estímulo, esses receptores são classificados em: Quimiorreceptores: Detectam
substâncias químicas. EX: língua (paladar), nariz (olfato) e os receptores químicos,
intracelulares Termos receptores: Captam as sensações de calor ou frio. EX: pele
(termo sensorial); Mecanorreceptores: Captam estímulos mecânicos ou físicos. EX:
ouvidos (som e pressão) pele (pressão atmosférica e traumas); Fotorreceptores:
Captando estímulos luminosos. EX: olhos (visão e luz). Ainda esses receptores podem
ser classificados pela sua distribuição de acordo com os locais onde essas “informações”
são captadas, em: Exterorreceptores: Localizados na superfície do corpo e
especializados em captar estímulos ambientais como a luz, calor, sons, gosto, pressão e
tato. Propriorreceptores: Captam estímulos do interior do corpo provenientes dos
músculos, tendões, juntas ou de outros órgãos internos; Interorreceptores: Avaliam as
condições internas (pressão osmótica, temperatura corporal, pH e analisam a
composição química do sangue).

Fig. 12 - Pele e sistema


sensorial

ESTUTO DO IDOSO

I LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e


dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faz saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

Disposições Preliminares Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os


direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Art. 2 o
O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo
da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhe, por lei ou por outros
meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e
mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de
liberdade e dignidade. Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do
Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: I – Atendimento preferencial
imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços
à população; II – Preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas
específicas; III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas
com a proteção ao idoso; IV – Viabilização de formas alternativas de participação,
ocupação e convívio do idoso com as demais gerações; V – Priorização do atendimento
do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que
não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência; VI –
capacitação E reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e
na prestação de serviços aos idosos; VII – estabelecimento de mecanismos que
favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos
biopsicossociais de envelhecimento; VIII – garantia de acesso à rede de serviços de
saúde e de assistência sociais locais. IX – Prioridade no recebimento da restituição do
Imposto de Renda. (Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008). Art. 4o Nenhum idoso será
objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão,
e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei. § 1 o
É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.

TÍTULO II

Dos Direitos Fundamentais

CAPÍTULO I

Do Direito à Vida Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua


proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente. Art. 9 o É
obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante
efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em
condições de dignidade.

CAPÍTULO II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade. Art. 10. É obrigação do Estado e da


sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa
humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na
Constituição e nas leis. § 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes
aspectos: I – Faculdade de ir vir e estar nos logradouros públicos e espaços
comunitários, ressalvadas as restrições legais; II – opinião E expressão; III – crença e
culto religioso; IV – Prática de esportes e de diversões; V – Participação na vida
familiar e comunitária; VI – participação na vida política, na forma da lei; VII –
faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação. § 2o O direito ao respeito consiste na
inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da
imagem, da identidade, da autonomia, de valores, ideias e crenças, dos espaços e dos
objetos pessoais. § 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a
salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
constrangedor.

CAPÍTULO III

Dos Alimentos Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil. Art.
12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores. Art.
13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de
Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título
executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil. Art. 14. Se o idoso ou seus
familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao
Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social.

CAPÍTULO IV

Do Direito à Saúde Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por
intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e
igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção,
promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que
afetam preferencialmente os idosos. § 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso
serão efetivadas por meio de: I – Cadastramento da população idosa em base territorial;
II – Atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; III – unidades geriátricas
de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social; IV
– Atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar
e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos
por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente
conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural; V – Reabilitação orientada
pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas decorrentes do agravo da saúde.
§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos,
especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos
relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. § 3 o É vedada a discriminação do
idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade. §
4o Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento
especializado, nos termos da lei. Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é
assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as
condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério
médico. Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento
conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade,
justificá-la por escrito. Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades
mentais é assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado
mais favorável. Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à
opção, esta será feita: I – Pelo curador, quando o idoso for interditado; II – Pelos
familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser contatado em tempo
hábil; III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo
hábil para consulta a curador ou familiar; IV – Pelo próprio médico, quando não houver
curador ou familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério
Público. Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o
atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos
profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda. Art.
19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão
objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à
autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a
quaisquer dos seguintes órgãos. I – Autoridade policial; II – Ministério Público; III –
Conselho Municipal do Idoso; IV – Conselho Estadual do Idoso; V – Conselho
Nacional do Idoso. § 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso
qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause morte,
dano ou sofrimento físico ou psicológico. § 2 o Aplica-se, no que couber à notificação
compulsória prevista no caput deste artigo, o disposto na Lei no 6.259, de 30 de outubro
de 1975.

CAPÍTULO V

Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer. Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura,
esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar
condição de idade. Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à
educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas
educacionais a ele destinados. § 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo
relativo às técnicas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para
sua integração à vida moderna. § 2o Os idosos participarão das comemorações de caráter
cívico ou cultural, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações,
no sentido da preservação da memória e da identidade culturais. Art. 22. Nos currículos
mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao
processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o
preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria. Art. 23. A participação dos
idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante descontos de pelo
menos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais,
esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais. Art. 24. Os
meios de comunicação manterão espaços ou horários especiais voltados aos idosos, com
finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de
envelhecimento. Art. 25. O Poder Público apoiará a criação de universidade aberta para
as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão
editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da
capacidade visual.

CAPÍTULO VIII

Da Assistência Social Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma
articulada, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência
Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas
pertinentes. Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam
meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o
benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência
Social – Loas. Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família
nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per
capita a que se refere a Loas. Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, casa ou
lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa
abrigada§ 1o No caso de entidades filantrópicas, casa ou lar, é facultada a cobrança de
participação do idoso no custeio da entidade. § 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o
Conselho Municipal da Assistência Social estabelecerá a forma de participação prevista
no § 1o, que não poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício
previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso. § 3 o Se a pessoa idosa for
incapaz, caberá a seu representante legal firmar o contrato a que se refere o caput deste
artigo. Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adultos ou
núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitos legais. (Vigência).

CAPÍTULO IX

Da Habitação Art. 37. O idoso tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou
substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda,
em instituição pública ou privada. § 1o A assistência integral na modalidade de entidade
de longa permanência será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar,
casa ou lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família. § 2 o
Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter identificação
externa visível, sob pena de interdição, além de atender toda a legislação pertinente. § 3 o
As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação
compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los com alimentação regular e
higiene indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei.

CAPÍTULO II

Dos Crimes em Espécie Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal
pública incondicionada, não se lhes aplicando os art. 181 e 182 do Código Penal. Art.
96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações
bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou
instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade: Pena – reclusão
de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. § 1 o Na mesma pena incorre quem desdenhar,
humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo. § 2 o A pena
será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou
responsabilidade do agente. Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando
possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar
ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o
socorro de autoridade pública: Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de
natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais,
casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas
necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado: Pena – detenção de 6 (seis)
meses a 3 (três) anos e multa. Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou
psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o
de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a
trabalho excessivo ou inadequado: Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e
multa. § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena – reclusão de 1
(um) a 4 (quatro) anos. § 2o Se resulta a morte: Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze)
anos. Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
multa: I – Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade; II –
Negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho; III – recusar, retardar ou
dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa
idosa; IV – Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de
ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei; V – Recusar, retardar ou
omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei,
quando requisitados pelo Ministério Público. Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou
frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em que for
parte ou interveniente o idoso: Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro
rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade: Pena – reclusão
de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do
idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de
atendimento: Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. Art. 104. Reter o
cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso,
bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou
ressarcimento de dívida: Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. Art.
105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens
depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso: Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos
e multa. Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar
procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente: Pena –
reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a
doar, contratar, testar ou outorgar procuração: Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco)
anos. II PORTARIA Nº 703, DE 12 DE ABRIL DE 2002. O Ministro de Estado da
Saúde, no uso de suas atribuições legais, considerando a Portaria GM/MS nº 702, de 12
de abril de 2002, que cria mecanismos para organização e implantação de Redes
Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso, no âmbito do Sistema Único de Saúde;
Considerando a Portaria SAS/MS n.º 249, de 12 de abril de 2002, que aprova as Normas
para Cadastramento de Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso e as
Orientações Gerais para a Assistência ao Idoso; Considerando o dever de assegurar ao
idoso todos os direitos de cidadania, de defesa de sua dignidade, seu bem-estar e direito
à vida; Considerando que a demência é uma síndrome clínica decorrente de doença ou
disfunção cerebral, usualmente de natureza crônica e progressiva, na qual ocorre
perturbação de múltiplas funções cognitivas, incluindo memória, atenção e aprendizado,
pensamento, orientação, compreensão, cálculo, linguagem e julgamento e produz um
declínio apreciável no funcionamento intelectual de seus portadores e interfere com as
atividades do dia-a-dia, como higiene pessoal, vestimenta, alimentação, atividades
fisiológicas e de toalete; Considerando que a Doença de Alzheimer é a principal causa
de demência, sendo uma doença cerebral degenerativa primária, de etiologia não
totalmente conhecida, com aspectos neuropatológicos e neuroquímicos característicos;
Considerando a incidência da Doença de Alzheimer no Brasil; Considerando que a
Doença de Alzheimer embora podendo ocorrer em pacientes de outras faixas etárias,
tem sua maior incidência entre a população idosa e que esta doença compromete
severamente a qualidade de vida de seus portadores, e considerando a necessidade de
adotar medidas que permitam melhor organizar a assistência aos portadores da Doença
de Alzheimer, em todos os aspectos nela envolvidos, resolve: Art. 1º Instituir, no âmbito
do Sistema Único de Saúde, o Programa de Assistência aos Portadores da Doença de
Alzheimer. Art. 2º Definir que o Programa ora instituído será desenvolvido de forma
articulada pelo Ministério da Saúde e pelas Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios em cooperação com as respectivas Redes Estaduais de
Assistência à Saúde do Idoso e seus Centros de Referência em Assistência à saúde do
Idoso. Parágrafo Único. Os Centros de Referência integrantes da Rede mencionada no
caput deste Artigo são os responsáveis pelo diagnóstico, tratamento e acompanhamento
dos pacientes, orientação a familiares e cuidadores e o que mais for necessário à
adequada atenção aos pacientes portadores da Doença de Alzheimer. Art. 3º -Determinar
que a Secretaria de Assistência à Saúde estabeleça o Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas para o tratamento da demência por Doença de Alzheimer, inclua os
medicamentos utilizados nestes tratamentos no rol dos Medicamentos Excepcionais e
adote as demais medidas que forem necessárias ao fiel cumprimento de disposto nesta
Portaria. Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas
as disposições em contrário. BARJAS NEGRI.

ÉTICA

Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra
"ética" é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter. Diferencia-se da
moral, pois, enquanto esta se fundamenta na obediência a normas, tabus, costumes ou
mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a ética, ao contrário, busca
fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano. Na filosofia clássica, a
ética não se resumia à moral (entendida como "costume", ou "hábito", do latim mos,
mores), mas buscava a fundamentação teórica para encontrar o melhor modo de viver e
conviver, isto é, a busca do melhor estilo de vida, tanto na vida privada quanto em
público. A ética incluia a maioria dos campos de conhecimento que não eram
abrangidos na física, metafísica, estética, na lógica, na dialética e nem na retórica.
Assim, a ética abrangia os campos que atualmente são denominados antropologia,
psicologia, sociologia, economia, pedagogia, às vezes política, e até mesmo educação
física e dietética, em suma, campos direta ou indiretamente ligados ao que influi na
maneira de viver ou estilo de vida. Porém, com a crescente profissionalização e
especialização do conhecimento que se seguiu à revolução industrial, a maioria dos
campos que eram objeto de estudo da filosofia, particularmente da ética, foram
estabelecidos como disciplinas científicas independentes. Assim, é comum que
atualmente a ética seja definida como a área da filosofia que se ocupa do estudo das
normas morais nas sociedades humanas e busca explicar e justificar os costumes de um
determinado agrupamento humano, bem como fornecer subsídios para a solução de seus
dilemas mais comuns. Neste sentido, ética pode ser definida como a ciência que estuda
a conduta humana e a moral é a qualidade desta conduta, quando se julga do ponto de
vista do Bem e do Mal. A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com
certa frequência a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com
a lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a
cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por
outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética.
Bioetica: Bioética (grego: bios, vida + ethos, relativo à ética) é o estudo transdisciplinar
entre Biologia, Medicina, Filosofia (Ética) e Direito (Biodireito) que investiga as
condições necessárias para uma administração responsável da Vida Humana, animal e
responsabilidade ambiental. Considera, portanto, questões onde não existe consenso
moral como a fertilização in vitro, o aborto, a clonagem, a eutanásia, os transgênicos e
as pesquisas com células tronco, bem como a responsabilidade moral de cientistas em
suas pesquisas e suas aplicações. As diretrizes filosóficas dessa área começaram a
consolidar-se após a tragédia do holocausto da Segunda Guerra Mundial, quando o
mundo ocidental, chocado com as práticas abusivas de médicos nazistas em nome da
ciência, cria um código para limitar os estudos relacionados. Formula-se aí também a
idéia que a ciência não é mais importante que o homem. O progresso técnico deve ser
controlado para acompanhar a consciência da humanidade sobre os efeitos que eles
podem ter no mundo e na sociedade para que as novas descobertas e suas aplicações não
fiquem sujeitas a todo tipo de interesse. Em outubro de 2005, a Conferência Geral da
UNESCO adotou a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, que
consolida os princípios fundamentais da bioética e visa definir e promover um quadro
ético normativo comum que possa a ser utilizado para a formulação e implementação de
legislações nacionais. Mais que uma metaética, a bioética transpõe-se a um movimento
cultural: é neste humanismo que se podem englobar conceitos entre o prático biodireito
e o teórico biopoder. É desta maneira que sua constante revisão e atualização se tornam
uma característica fundamental. Eutanásia: Quando tratamos da decisão da morte ou do
prolongamento da vida de um ser, tratamos de eutanásia, ortotanásia ou distanásia. A
eutanásia, que representa um “suicídio assistido”, dispõe aos pacientes a oportunidade
de eles decidirem se querem continuar vivos ou não, interrompendo os fenômenos
biológicos, ainda que deficientes, porém ainda existentes e, quiçá, reversíveis, por meio
da retirada dos aparelhos ou supressão dos medicamentos. A ortotanásia representa a
administração de drogas para alívio do paciente, ou seja, para que haja uma morte
induzida, mas sem dores e de uma forma mais confortável e rápida, chamada pelos
médicos de “forma higiênica” de se morrer ou “morrer bem”; mas que pode ser
considerada um sinônimo da eutanásia. A distanásia é o prolongamento artificial da vida
de um paciente terminal sem perspectiva de cura ou melhora, por meio de sedação e
administração de medicamentos que promovam a continuidade do trabalho de algumas
células. Cada cidadão tem o direito de dispor da sua vida como queira, mas o momento
da morte, que é um fator natural biológico, requer uma maior sensibilidade, pois,
geralmente, entram em conflito os mais variados sentimentos, dos parentes e de todos
que estão ligados ao convalescente. O sentimento de ausência e de “perda” faz muitas
pessoas tomarem medidas radicais, a fim de aliviar por completo o sofrimento daquele
que está no leito, mas, inconscientemente, também o seu. A ética deve estar implícita
em todos os nossos atos e, principalmente, na decisão de uma vida. Vida esta que não
nos compete tirar, porque não foi dada por nós, mas por um Ser Superior. A visão
mecanicista e materialista sobre os fatos e as pessoas nos distancia bastante do respeito
às obras da Criação. Os profissionais da área de saúde devem compreender o momento
da família, mas não buscar meios ilícitos, como a eutanásia, para ir além das suas
competências que são as de promover a Saúde é de cuidar da vida, trocando as suas
atribuições pela decisão da morte de um paciente terminal. Assim como a eutanásia
deve ser evitada, a distanásia também é um método antinatural, pois o respeito pela
pessoa não implica, necessariamente, em prolongar sua vida a qualquer preço. A
distanásia, pelo ingrediente de egoísmo que concentra na atitude, em geral dos
familiares, é tão cruel quanto à eutanásia. Assim como não é ético matar alguém através
da eutanásia ou de outros métodos, igualmente foge-se de qualquer parâmetro moral o
conservar artificialmente uma vida que esteja comprovadamente fadada à morte. No
Brasil, a classe de Enfermagem – enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem –
encontra-se diante da eutanásia, não só como cidadãos, mas também como profissionais
e membros da equipe de saúde. Como cidadãos, deparam-se com o Código Penal
Brasileiro que condena qualquer ato que atente contra a vida do ser humano e, por
conseguinte, condena a eutanásia (Artigos 121º a 128º). E, como profissionais da saúde,
devem agir conforme o Código de Deontologia, que diz: “é proibido promover a
eutanásia ou cooperar em prática destinada a antecipar a morte do cliente” (artigo 9º,
inciso VII).

POLÍTICAS DE SAÚDE

Sistema único de saúde (SUS) O Sistema Único de Saúde teve seus princípios
estabelecidos na Lei Orgânica de Saúde, em 1990, com base no artigo 198 da
Constituição Federal de 1988. Os princípios da universalidade, integralidade e da
eqüidade são às vezes chamados de princípios ideológicos ou doutrinários, e os
princípios da descentralização, da regionalização e da hierarquização de princípios
organizacionais, mas não está claro qual seria a classificação do princípio da
participação popular. Universalidade:  "A saúde é um direito de todos", como afirma a
Constituição Federal. Naturalmente, entende-se que o Estado tem a obrigação de prover
atenção à saúde, ou seja, é impossível tornar todos sadios por força de lei.
Integralidade:  A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos quanto os
preventivos; tanto os individuais quanto os coletivos. Em outras palavras, as
necessidades de saúde das pessoas (ou de grupos) devem ser levadas em consideração
mesmo que não sejam iguais às da maioria. Eqüidade:  Todos devem ter igualdade de
oportunidade em usar o sistema de saúde; como, no entanto, o Brasil contém
disparidades sociais e regionais, as necessidades de saúde variam. Por isso, enquanto a
Lei Orgânica fala em igualdade, tanto o meio acadêmico quanto o político consideram
mais importante lutar pela eqüidade do SUS. Participação da comunidade:  O
controle social, como também é chamado esse princípio, foi melhor regulado pela Lei nº
8.142. Os usuários participam da gestão do SUS através das Conferências de Saúde, que
ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e através dos Conselhos de Saúde, que
são órgãos colegiados também em todos os níveis. Nos Conselhos de Saúde ocorre a
chamada paridade: enquanto os usuários têm metade das vagas, o governo tem um
quarto e os trabalhadores outro quarto. Descentralização político-administrativa:  O
SUS existe em três níveis, também chamado de esferas: nacional, estadual e municipal,
cada uma com comando único e atribuições próprias. Os municípios têm assumido
papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento dos serviços de saúde;
as transferências passaram a ser "fundo-a-fundo", ou seja, baseadas em sua população e
no tipo de serviço oferecido, e não no número de atendimentos. Hierarquização e
regionalização:  Os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade; o nível
primário deve ser oferecido diretamente à população, enquanto os outros devem ser
utilizados apenas quando necessário. Quanto mais bem estruturado for o fluxo de
referência e contra-referência entre os serviços de saúde, melhor a sua eficiência e
eficácia. Cada serviço de saúde tem uma área de abrangência, ou seja, é responsável
pela saúde de uma parte da população. Os serviços de maior complexidade são menos
numerosos e por isso mesmo sua área de abrangência é mais ampla, abrangência a área
de vários serviços de menor complexidade. Políticas públicas: Saúde do idoso no SUS
No final da década de 90, a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a utilizar o
conceito de “envelhecimento ativo” buscando incluir, além dos cuidados com a saúde,
outros fatores que afetam o envelhecimento. Pode ser compreendido como o processo
de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas. Envolve
políticas públicas que promovam modos de viver mais saudáveis e seguros em todas as
etapas da vida, favorecendo a prática de atividades físicas no cotidiano e no lazer, a
prevenção às situações de violência familiar e urbana, o acesso à alimentos saudáveis e
à redução do consumo de tabaco, entre outros. Tais medidas contribuirão para o alcance
de um envelhecimento que signifique também um ganho substancial em qualidade de
vida e saúde. Sua implementação envolve uma mudança de paradigma que deixa de ter
o enfoque baseado em necessidades e que, normalmente, coloca as pessoas idosas como
alvos passivos, e passa a ter uma abordagem que reconhece o direito dos idosos à
igualdade de oportunidades e de tratamento em todos os aspectos da vida à medida que
envelhecem. Essa abordagem apoia a responsabilidade dos mais velhos no exercício de
sua participação nos processos políticos e em outros aspectos da vida em comunidade.
O Ministério da Saúde, em setembro de 2005, definiu a Agenda de Compromisso pela
Saúde que agrega três eixos: o Pacto em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), o
Pacto em Defesa da Vida e o Pacto de Gestão. Destaca-se aqui o Pacto em Defesa da
Vida que constitui um conjunto de compromissos que deverão tornar-se prioridades
inequívocas dos três entes federativos, com definição das responsabilidades de cada um.
Foram pactuadas seis prioridades, sendo que três delas têm especial relevância com
relação ao planejamento de saúde para a pessoa idosa. São elas: a saúde do idoso, a
promoção da saúde e o fortalecimento da Atenção Básica. Em relação à promoção da
saúde da população idosa as implementações de ações locais deverão ser norteadas
pelas estratégias de implementação, contempladas na Política Nacional de Promoção da
Saúde – Portaria 687/GM, de 30 de março de 2006, tendo como prioridades as seguintes
ações específicas: a) Divulgação e implementação da Política Nacional de Promoção da
Saúde; b) Alimentação saudável; c) Prática corporal/atividade física; d) Prevenção e
controle do tabagismo; e) Redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo
de álcool e outras drogas; f) Redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito; g)
Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz; h) Promoção do desenvolvimento
sustentável. A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), Portaria GM nº
2.528, de 19 de outubro de 2006, define que a atenção à saúde dessa população terá
como porta de entrada a Atenção Básica/Saúde da Família, tendo como referência a rede
de serviços especializada de média e alta complexidade. A Política Nacional de Atenção
Básica, regulamentada pela Portaria GM nº 648 de 28 de março de 2006, caracteriza-se
por desenvolver um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que
abrangem a promoção e a proteção à saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o
tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do
exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob a forma
de trabalho em equipe, dirigidas às populações de territórios bem delimitados, pelas
quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no
território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade
(conhecimento) e baixa densidade (equipamentos), que devem resolver os problemas de
saúde de maior frequência e relevância em seu território. É o contato preferencial dos
usuários com os sistemas de saúde. A estratégia de Saúde da Família visa à
reorganização da Atenção Básica no país, de acordo com os preceitos do Sistema Único
de Saúde. Além dos princípios gerais da Atenção Básica, a Estratégia Saúde da Família
deve: Ter caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica tradicional nos
Territórios em que as Equipes Saúde da Família atuam; Atuar no território realizando
cadastramento domiciliar, diagnóstico situacional, ações dirigidas aos problemas de
saúde de maneira pactuada com a comunidade onde atua, buscando o cuidado dos
indivíduos e famílias ao longo do tempo, mantendo sempre postura proativa frente aos
problemas de saúde-doença da população; Desenvolver atividades de acordo com o
planejamento e a programação realizada com base no diagnóstico situacional e tendo
como foco a família e a comunidade; Buscar a integração com instituições e
organizações sociais, em especial em sua área de abrangência, para o desenvolvimento
de parcerias; Ser um espaço de construção de cidadania A atenção à saúde da pessoa
idosa na Atenção Básica/Saúde da Família quer por demanda espontânea, quer por
busca ativa – que é identificada por meio de visitas domiciliares deve consistir em um
processo diagnóstico multidimensional. Esse diagnóstico é influenciado por diversos
fatores, tais como o ambiente onde o idoso vive a relação profissional de saúde/pessoa
idosa e profissional de saúde/ familiares, a história clínica - aspectos biológicos,
psíquicos, funcionais e sociais - e o exame físico. Na Atenção Básica espera-se oferecer
à pessoa idosa e à sua rede de suporte social, incluindo familiares e cuidadores (quando
existente), uma atenção humanizada com orientação, acompanhamento e apoio
domiciliar, com respeito às culturas locais, às diversidades do envelhecer e à diminuição
das barreiras arquitetônicas de forma a facilitar o acesso conforme proposto no Manual
de Estrutura Física, do Ministério da Saúde, 2006. A adoção de intervenções que criem
ambientes de apoio e promovam opções saudáveis são importantes em todos os estágios
da vida e influenciarão o envelhecimento ativo. Cabe ressaltar que, com base no
princípio de territorialização, a Atenção Básica/ Saúde da Família deve ser responsável
pela atenção à saúde de todas as pessoas idosas que estão na sua área de abrangência,
inclusive, aquelas que se encontram em instituições, públicas ou privadas. Diante do
envelhecimento populacional, muitas ações estão sendo planejadas para atender às
demandas emergentes, cuja proposta é adaptar os serviços de atenção básica para
atender adequadamente às pessoas idosas, tendo como objetivo principal a
sensibilização e a educação no cuidado primário em saúde, de acordo com as
necessidades específicas dessa população.

CUIDADO

O Cuidado tem significado de atenção, precaução, cautela, dedicação, carinho, encargo


e responsabilidade. Cuidar é servir, é oferecer ao outro, em forma de serviço, o
resultado de seus talentos, preparo e escolhas; é praticar o cuidado. Cuidar é também
perceber a outra pessoa como ela é, e como se mostra, seus gestos e falas, sua dor e
limitação. Percebendo isso, o cuidador tem condições de prestar o cuidado de forma
individualizada, a partir de suas ideias, conhecimentos e criatividade, levando em
consideração as particularidades e necessidades da pessoa a ser cuidada. Esse cuidado
deve ir além dos cuidados com o corpo físico, pois além do sofrimento físico decorrente
de uma doença ou limitação, há que se levar em conta as questões emocionais, a história
de vida, os sentimentos e emoções da pessoa a ser cuidada. O papel da família no
planejamento do cuidado e compreensão das questões psicossociais pelos idosos deve
ser realizado dentro do contexto da família. Quando ocorrem as necessidades de
dependência, o cônjuge frequentemente assume o papel de cuidador primário. Na
ausência do cônjuge sobrevivente, um filho adulto comumente assume as
responsabilidades de cuidador e pode, mais adiante, precisar de ajuda no fornecimento
ou arranjo para os cuidados e apoio. A família foi e continua a ser uma importante fonte
de apoio para os idosos; de maneira similar, os familiares mais jovens. Embora filhos
adultos não sejam financeiramente responsáveis por seus idosos, às atitudes sociais e os
valores culturais frequentemente ditam que os filhos adultos deverão fornecer os
serviços e assumir a carga de cuidados quando seus pais idosos não podem mais cuidar
de si mesmos. O Autocuidado: Autocuidado significa cuidar de si próprio, são as
atitudes, os comportamentos que a pessoa tem em seu próprio benefício, com a
finalidade de promover a saúde, preservar, assegurar e manter a vida. A pessoa acamada
ou com limitações, mesmo necessitando da ajuda do cuidador, pode e deve realizar
atividades de autocuidado sempre que possível. Atividades de Vida Diária: que são as
relacionadas ao autocuidado e que, no caso de limitação de desempenho, normalmente
requerem a presença de um cuidador para auxiliar a pessoa idosa a desempenhá-las. São
elas: Alimentar-se Banhar-se Vestir-se Mobilizar-se Deambular Ir ao banheiro manter
controle sobre suas necessidades fisiológicas. Atividades Instrumentais da Vida Diária:
são as relacionadas à participação do idoso em seu entorno social e indicam a
capacidade de um indivíduo em levar uma vida independente dentro da comunidade.
Utilizar meios de transporte manipular medicamentos realizar compras realizar tarefas
domésticas leves e pesadas utilizar o telefone Preparar refeições Cuidar das próprias
finanças Cuidador: Cuidador é um ser humano de qualidades especiais, expressas pelo
forte traço de amor à humanidade, de solidariedade e de doação. O bom cuidador é
aquele que observa e identifica o que a pessoa pode fazer por si, avalia as condições e
ajuda a pessoa a fazer as atividades. Cuidar não é fazer pelo outro, mas ajudar o outro
quando ele necessita, estimulando a pessoa cuidada a conquistar sua autonomia, mesmo
que seja em pequenas tarefas. Isso requer paciência e tempo. A ocupação de cuidador
integra a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO sob o código 5162, que define o
cuidador como alguém que “cuida a partir dos objetivos estabelecidos por instituições
especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação,
higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida”. É a pessoa, da
família ou da comunidade, que presta cuidados à outra pessoa de qualquer idade, que
esteja necessitando de cuidados por estar acamada, com limitações físicas ou mentais,
com ou sem remuneração. Cuidador Profissional: O cuidador profissional é a pessoa
que possui educação formal com diploma conferido por instituição de ensino
reconhecida em organismos oficiais, e que presta assistência profissional ao idoso,
família e comunidade. Destacam-se as habilidades e qualidades pessoais para o cuidado:
Qualidades éticas e morais: São atributos necessários para permitir relações de
confiança, dignidade, respeito e ser capaz de assumir responsabilidades com iniciativa.
Quando não for parente, deve procurar adaptar-se aos hábitos familiares, respeitar a
intimidade, a organização e crenças da família, evitando interferência. Qualidades
emocionais: Deve possuir domínio e equilíbrio emocional, facilidade de relacionamento
humano, capacidade de compreender os momentos difíceis vividos pelo idoso,
adaptação às mudanças sofridas por ele e família, tolerância ante situações de frustração
pessoal. Os cuidadores "informais" e "formais" devem desenvolver algumas habilidades
e qualidades para prestar cuidado, especificadas a seguir: Habilidades técnicas: É o
conjunto de conhecimentos teóricos e práticos, adquiridos por meio da orientação de
profissionais especializados. Esses conhecimentos irão preparar o cuidador para prestar
atenção e cuidados ao idoso possuir saúde física, incluindo força e energia, condições
essenciais nas situações em que há necessidade de carregar o idoso ou dar apoio para
vestir-se e cuidar da higiene pessoal. Ser capaz de avaliar e administrar situações que
envolvem ações e tomada de decisões. Motivação: É condição fundamental a empatia
por idosos. Valorizá-los como grupo social, considerando que o "cuidado" deve ser um
compromisso prioritário, pessoal e também da sociedade. O cuidador e a pessoa
cuidada: O ato de cuidar é complexo, o cuidador e a pessoa a ser cuidada podem
apresentar sentimentos diversos e contraditórios, tais como: raiva, culpa medo, angústia,
confusão, cansaço, estresse, tristeza, nervosismo, irritação, choro, medo da morte e da
invalidez esses sentimentos podem aparecer juntos na mesma pessoa, o que é bastante
normal nessa situação. Por isso precisam ser compreendidos, pois fazem parte da
relação do cuidador com a pessoa cuidada. É importante que o cuidador perceba as
reações e os sentimentos que afloram, para que possa cuidar da pessoa da melhor
maneira possível. O cuidador deve compreender que a pessoa cuidada tem reações e
comportamentos que podem dificultar o cuidado prestado, como quando o cuidador vai
alimentar a pessoa e essa se nega a comer ou não quer tomar banho. É importante que o
cuidador reconheça as dificuldades em prestar o cuidado quando a pessoa cuidada não
se disponibiliza para o cuidado e trabalhe seus sentimentos de frustação sem culpar-
se. O estresse pessoal e emocional do cuidador imediato é enorme. Esse cuidador
necessita manter sua integridade física e emocional para planejar maneiras de
convivência. Entender os próprios sentimentos e aceitá-los, como um processo normal
de crescimento psicológico, talvez seja o primeiro passo para a manutenção de uma boa
qualidade de vida. É importante que o cuidador, a família e a pessoa a ser cuidada façam
alguns acordos de modo a garantir certa independência tanto a quem cuida como para
quem é cuidado. Por isso, o cuidador e a família devem reconhecer quais as atividades
que a pessoa cuidada pode fazer e quais as decisões que ela pode tomar sem prejudicar
os cuidados. O “não”, “não quero” ou “não posso”, pode indicar várias coisas, como por
exemplo: não quero ou não gosto de como isso é feito, ou agora não quero, vamos
deixar para depois? O cuidador precisa ir aprendendo a entender o que essas respostas
significam e quando se sentir impotente ou desanimado, diante de uma resposta
negativa, é bom conversar com a pessoa, com a família, com a equipe de saúde.
Também é importante conversar com outros cuidadores para trocar experiências e
buscar alternativas para resolver essas questões. É importante tratar a pessoa a ser
cuidada de acordo com sua idade. Os adultos e idosos não gostam quando os tratam
como crianças. Mesmo doente ou com limitações, a pessoa a ser cuidada precisa e tem
direito de saber o que está acontecendo ao seu redor e de ser incluída nas conversas. Por
isso é importante que a família e o cuidador continuem compartilhando os momentos de
suas vidas, demonstrem o quanto a estimam, falem de suas emoções e sobre as
atividades que fazem, mas acima de tudo, é muito importante escutar e valorizar o que a
pessoa fala. Cada pessoa tem uma história que lhe é particular e intransferível, e que
deve ser respeitada e valorizada. Muitas vezes, a pessoa cuidada parece estar dormindo,
mas pode estar ouvindo o que falam a seu redor. Por isso, é fundamental respeitar a
dignidade da pessoa cuidada e não discutir em sua presença, fatos relacionados com ela,
agindo como se ela não entendesse, não existisse, ou não estivesse presente. Isso vale
tanto para o cuidador e família como para os amigos e profissionais de saúde. O bom
humor é uma boa maneira de contornar confusões e mal-entendidos. O cuidador e a
equipe de saúde: O cuidador é a pessoa designada pela família para o cuidado do idoso,
quando isto for requerido. Esta pessoa, geralmente leiga, assume funções para as quais,
na grande maioria das vezes, não está preparada. É importante que a equipe de saúde
tenha sensibilidade ao lidar com os cuidadores. No livro “Você não está sozinho”
produzido pela ABRAz, Nori Graham, Chairman da ADI – Alzheimer Disease,
International, diz: “uma das maneiras mais importantes de ajudar a pessoa é oferecer
informação. As pessoas que possuem informações estão mais bem preparadas para
controlar a situação em que se encontram”. O ato de cuidar não caracteriza o cuidador
como um profissional de saúde, portanto o cuidador não deve executar procedimentos
técnicos que sejam de competência dos profissionais de saúde, tais como: aplicações de
injeção no músculo ou na veia, curativos complexos, instalação de soro e colocação de
sondas, etc. As atividades que o cuidador vai realizar devem ser planejadas junto aos
profissionais de saúde e com os familiares. Nesse planejamento deve ficar claro para
todos as atividades que o cuidador pode e deve desempenhar. É bom escrever as rotinas
e quem se responsabiliza pelas tarefas. É importante que a equipe deixe claro ao
cuidador que procedimentos ele não pode e não deve fazer, quando chamar os
profissionais de saúde, como reconhecer sinais e sintomas de perigo. As ações serão
planejadas e executadas de acordo com as necessidades da pessoa a ser cuidada e dos
conhecimentos e disponibilidade do cuidador. A parceria entre os profissionais e os
cuidadores deverá possibilitar a sistematização das tarefas a serem realizadas no próprio
domicílio, privilegiando-se aquelas relacionadas à promoção da saúde, à prevenção de
incapacidades e à manutenção da capacidade funcional da pessoa cuidada e do seu
cuidador, evitando-se assim, na medida do possível, hospitalização, alisamentos e outras
formas de segregação e isolamento Cabe ressaltar que nem sempre se pode escolher ser
cuidador, principalmente quando a pessoa cuidada é um familiar ou amigo. É
fundamental termos a compreensão de se tratar de tarefa nobre, porém complexa,
permeada por sentimentos diversos e contraditórios. Algumas tarefas que fazem parte da
rotina do cuidador: Ajudar na locomoção e atividades físicas, tais como: andar, tomar
sol e exercícios físicos. Estimular atividades de lazer e ocupacionais. Realizar mudanças
de posição na cama e na cadeira, e massagens de conforto. Administrar as medicações,
conforme a prescrição e orientação da equipe de saúde. Comunicar à equipe de saúde
sobre mudanças no estado de saúde da pessoa cuidada. Outras situações que se fizerem
necessárias para a melhoria da qualidade de vida e recuperação da saúde dessa pessoa.
Cuidando do cuidador: Cuidar de outra pessoa e a responsabilidade mais difícil que terá
na sua vida. Se bem que cuidar de uma pessoa traz muitas satisfações, mas existem
sacrifícios e exigências que poderiam chegar a ser muito fortes. A tarefa de cuidar de
alguém geralmente se soma às outras atividades do dia-a-dia. O cuidador fica
sobrecarregado, pois muitas vezes assume sozinha a responsabilidade pelos cuidados,
soma-se a isso, ainda, o peso emocional da doença que incapacita e traz sofrimento a
uma pessoa querida. Diante dessa situação é comum o cuidador passar por cansaço
físico, depressão, abandono do trabalho, alterações na vida conjugal e familiar. A tensão
e o cansaço sentidos pelo cuidador são prejudiciais não só a ele, mas também à família e
à própria pessoa cuidada. Algumas dicas podem ajudar a preservar a saúde e aliviar a
tarefa do cuidador: O cuidador deve contar com a ajuda de outras pessoas, como a ajuda
da família, amigos ou vizinhos, definir dias e horários para cada um assumir parte dos
Cuidados. Essa parceria permite ao cuidador ter um tempo livre para se cuidar, se
distrair e recuperar as energias gastas no ato de cuidar do outro; peça ajuda sempre que
algo não estiver bem. É fundamental que o cuidador reserve alguns momentos do seu
dia para se cuidar, descansar, relaxar e praticar alguma atividade física e de lazer, tais
como: caminhar, fazer ginástica, crochê, tricô, pinturas, desenhos, dançar, etc. O
cuidador pode se exercitar e se distrair de diversas maneiras, como por exemplo: 1.
Enquanto assiste TV: movimente os dedos das mãos e dos pés, faça massagem nos pés
com ajuda das mãos, rolinhos de madeira, bolinhas de borracha ou com os próprios pés.
2. Sempre que possível, aprenda uma atividade nova ou aprenda mais sobre algum
assunto que lhe interessa. 3. Leia participe de atividades de lazer em seu bairro, faça
novos amigos e peça ajuda quando precisar. Serviços disponíveis e direitos do cuidador
e da pessoa cuidada: As atenções da política de assistência social realizam-se por meio
de serviços, benefícios, programas e projetos organizados em um sistema
descentralizado e participativo, destinados a indivíduos e suas famílias, que se
encontram em situação de vulnerabilidade ou risco pessoal e/ou social. A proteção
social básica prestada pela assistência social visa à prevenção de situações de risco e
inclusão social por meio do desenvolvimento de potencialidades e de habilidades e o
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, por intermédio de ações de
convivência e atividades socioeducativas e acesso à renda. Esses serviços e benefícios
são ofertados e/ou articulados no equipamento de política social básica de assistência
social – Centros de Referência de Assistência Social (CRAS). Os indivíduos e famílias
que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono,
maus tratos físicos, e/ou psíquicos, abuso sexual, cumprimento de medidas
socioeducativas, pessoas em situação de rua, de trabalho infantil, entre outras, são
atendidas pela política de assistência social, por meio de serviços de proteção social
especial ofertados e/ou articulados pelos Centros de Referência Especializados de
Assistência Social – CREAS, e buscam ampliar sua capacidade de enfretamento dessas
questões com autonomia, a eliminação/redução de infrações aos direitos humanos e
sociais, e a reconstrução de vínculos afetivos, permitindo a conquista de maior
autonomia individual e social. Rede de apoio social: Instituições não governamentais –
ONGs como: Pastoral da Pessoa Idosa, Pastoral da Criança, Associação de Bairro, entre
outros. Igrejas que realizam trabalhos específicos, inclusive aquelas que prestam
serviços. No domicílio com ajuda para o banho, curativo e emprestam cadeiras de rodas,
Muletas etc. Centros de Referência, casas-lares, instituições de longa permanência
(ILPI), Hospital-dia, centros de convivência, centros de reabilitação, centros-dia, entre.
Outros. Telefones úteis: PREV fone - 0800 78 0191Disque-saúde – 0800 61 1997
SAMU - 192Corpo de Bombeiros – 193Polícia – 190.

Cuidados no domicílio para pessoas acamadas ou com limitações físicas:

Higiene A higiene corporal além de proporcionar conforto e bem-estar se constitui um


fator importante para recuperação da saúde. O banho deve ser diário, no chuveiro,
banheira ou na cama. Procure fazer do horário do banho um momento de relaxamento.
Como proceder no banho de chuveiro com auxílio do cuidador: Separe antecipadamente
as roupas pessoais. Prepare o banheiro e coloque num lugar de fácil acesso os objetos
necessários para o banho. Regule a temperatura da água. Mantenha fechadas portas e
janelas para evitar as correntes de ar. Retire a roupa da pessoa ainda no quarto e a
proteja com um roupão ou toalha. Evite olhar para o corpo despido da pessoa a fim de
não a constranger. Coloque a pessoa no banho e não a deixe sozinha porque ela pode
escorregar e cair. Estimule, oriente, supervisione e auxilie a pessoa cuidada a fazer sua
higiene. Só faça aquilo que ela não é capaz de fazer. Após o banho, ajude a pessoa a se
enxugar. Seque bem as partes íntimas, dobras de joelho, cotovelos, debaixo das mamas,
axilas e entre os dedos. A higiene dos cabelos deve ser feita no mínimo três vezes por
semana. Diariamente inspecione o couro cabeludo observando se há feridas, piolhos,
coceira ou áreas de quedas de cabelo. Os cabelos curtos facilitam a higiene, mas lembre-
se de consultar a pessoa antes de cortar seus cabelos, pois ela pode não concordar por
questão religiosa ou por outro motivo. O banho de chuveiro pode ser feito com a pessoa
sentada numa cadeira de plástico com apoio lateral colocada sobre tapete antiderrapante,
ou em cadeiras próprias para banhos, disponíveis no comércio.

Banho na cama como proceder no banho na cama. Quando a pessoa não consegue se
locomover até o chuveiro o banho pode ser feito na cama. Caso a pessoa seja muito
pesada ou sinta dor ao mudar de posição, é bom que o cuidador seja ajudado por outra
pessoa no momento de dar o banho no leito. Isso é importante para proporcionar maior
segurança à pessoa cuidada e para evitar danos à saúde do cuidador. Antes de iniciar o
banho na cama, prepare todo o material que vai usar: papagaio, comadre, bacia, água
morna, sabonete, toalha, escova de dente, lençóis, forro plástico e roupas. É conveniente
que o cuidador proteja as mãos com luvas de borracha. Existe no comércio materiais
próprios para banhos, no entanto o cuidador pode improvisar materiais que facilitem a
higiene na cama. 1. Antes de iniciar o banho cubra o colchão com plástico. 2. Iniciar a
higiene corporal pela cabeça. 3. Com um pano molhado e pouco sabonete, faça a
higiene do rosto, passando o pano no rosto, nas orelhas e no pescoço. Enxague o pano
em água limpa e passe na pele até retirar toda a espuma, secar bem. 4. Lavagem dos
cabelos, cubra com plástico um travesseiro e coloque a pessoa com a cabeça apoiada
nesse travesseiro que deve estar na beirada da cama. Ponha, embaixo da cabeça da
pessoa, uma bacia ou balde para receber a água. Molhe a cabeça da pessoa e passe
pouco xampu. Massageie o couro cabeludo e derrame água aos poucos até que retire
toda a espuma. Seque os cabelos. 5. Lave com um pano umedecido e sabonete os
braços, não se esquecendo das axilas, as mãos, tórax e a barriga. Seque bem, passe
desodorante, creme hidratante e cubra o corpo da pessoa com lençol ou toalha. Nas
mulheres e pessoas obesas é preciso secar muito bem a região em baixo das mamas,
para evitar assaduras e micoses. 6. Faça da mesma forma a higiene das pernas, secando-
as e cobrindo-as. Coloque os pés da pessoa numa bacia com água morna e sabonete,
lave bem entre os dedos. Seque bem os pés e entre os dedos, passe creme hidratante. 7.
Ajude a pessoa a deitar de lado para que se possa fazer a higiene das costas. Seque e
massageie as costas com óleo ou creme hidratante para ativar a circulação. 8. Deitar
novamente a pessoa com a barriga para cima, colocar a comadre e fazer a higiene das
partes íntimas. Na mulher é importante lavar a vagina da frente para trás, assim se evita
que a água escorra do ânus para a vulva. No homem é importante descobrir a cabeça do
pênis para que possa lavar e secar bem. A higiene das partes íntimas deve ser feita no
banho diário e também após a pessoa urinar e evacuar, assim se evita umidade,
assaduras e feridas (escaras). É importante usar um pano macio para fazer a higiene e
lembrar que as partes do corpo que ficam em contato com o colchão estão mais finas e
sensíveis e qualquer esfregada mais forte pode provocar o rompimento da pele e a
formação de feridas (escaras).

Assaduras as assaduras são lesões na pele das dobras do corpo e das nádegas,
provocadas pela umidade e calor ou pelo contato com fezes e urina. A pele se torna
avermelhada e se rompe como um esfolado. As assaduras são portas abertas para outras
infecções. Os cuidados importantes para evitar as assaduras são: Aparar os pelos
pubianos com tesoura para facilitar a higiene íntima e manter a área mais seca. Fazer a
higiene íntima a cada vez que a pessoa evacuar ou urinar e secar bem a região. Se for
possível exponha a área com assadura ao sol, isso ajuda na cicatrização da pele. Se
mesmo com esses cuidados a pessoa apresentar assadura é importante comunicar o fato
à equipe de saúde e solicitar orientação. Devemos ficar atentos, alguns idosos, doentes
ou com incapacidades podem, às vezes, se recusar a tomar banho. É preciso que o
cuidador identifique as causas. Pode ser que a pessoa tenha dificuldade para locomover-
se, tenha medo da água ou de cair, pode ainda estar deprimida, sentir dores, tonturas ou
mesmo sentir-se envergonhada de ficar exposta à outra pessoa, especialmente se o
cuidador for do sexo oposto. É preciso que o cuidador tenha muita sensibilidade para
lidar com essas questões. Respeite os costumes da pessoa cuidada e lembre que
confiança se conquista, com carinho, tempo e respeito.

Cuidados com a boca é muito importante fazer a higiene da boca das pessoas acamadas
para evitar cáries, dor de dente e inflamação da gengiva. Se a pessoa consegue escovar
os dentes sozinha, deve ser encorajada a fazê-lo. O cuidador deve providenciar o
material necessário e ajuda lá no que for preciso. A higiene bucal de adultos e idosos,
independente da pessoa ter ou não ter dentes, deve ser feita após cada uma das refeições
e após o uso de remédios pela boca. Se a pessoa cuidada consegue fazer a higiene bucal,
o cuidador deve estimulá-la e providenciar os materiais necessários, orientando, dando
apoio e acompanhando a atividade. Se a pessoa não consegue fazer sua higiene bucal
sozinha, o cuidador deve ajudá-la da seguinte maneira: Colocar a pessoa sentada em
frente a pia ou na cama, com uma bacia. Usar escova de cerdas macias e sempre que
possível usar também o fio dental. Colocar pequena porção de pasta de dente para evitar
que a pessoa engasgue. Escove os dentes.

Como proceder quando a pessoa usa prótese as próteses são partes artificiais,
conhecidas como dentadura, ponte fixa ou ponte móvel, colocadas na boca para
substituir um ou mais dentes. A prótese é importante tanto para manter a autoestima da
pessoa, como manter as funções dos dentes na alimentação, na fala e no sorriso. Por
todos esses motivos e sempre que possível à prótese deve ser mantida na boca da
pessoa, mesmo enquanto ela dorme. Quando for proceder a limpeza na boca da pessoa
que usa prótese, realiza-se da seguinte maneira: 1. Retire a prótese e a escove fora da
boca, com escova de dente de cerdas mais duras e sabão neutro ou pasta dental. 2. Para
a limpeza das gengivas, bochechas e língua o cuidador pode utilizar escova de cerdas
mais macias ou com um pano ou gaze umedecidas em água. O movimento de limpeza
da língua é realizado de dentro para fora, sendo preciso cuidar para que a escova não
toque o final da língua, pois pode machucar a garganta e provocar ânsia de vômito. 3.
Enxaguar bem a boca e recolocar a prótese. Quando for necessário remover a prótese,
coloque-a em uma vasilha com água e em lugar seguro para evitar queda. A água da
vasilha deve ser trocada diariamente. Não se deve utilizar produtos como água sanitária,
álcool, detergente para limpar a prótese, basta fazer a higiene com água limpa, sabão
neutro ou pasta dental. A limpeza da boca deve ser feita mesmo que a pessoa cuidada
não tenha dentes e não use prótese.

Doenças da boca Algumas doenças e alguns medicamentos podem provocar


sangramento e inflamação nas gengivas. Além disso, a boca da pessoa doente ou
incapacitada está mais sujeita às feridas, às manchas esbranquiçadas ou vermelhas e
cárie nos dentes.

Cárie dental A cárie é a doença causada pelas bactérias que se fixam nos dentes. Essas
bactérias transformam em ácidos os restos de alimentos, principalmente doces, que
ficam grudados nos dentes. Os ácidos corroem e furam o esmalte dos dentes. A
alimentação saudável e boa higiene da boca e dentes ainda é a melhor e mais eficiente
maneira de se prevenir a cárie dos dentes.

Sangramento das gengivas quando não é feita uma boa limpeza da boca, dentes e
prótese, as bactérias presentes na boca formam uma massa amarelada que irrita a
gengiva provocando inflamação e sangramento. Para prevenir e tratar a irritação das
gengivas e acabar com o sangramento é necessário melhorar a escovação no local da
gengiva que está vermelha e sangrando. Durante a limpeza haverá sangramento, mas à
medida que for sendo retirada a placa de bactérias e melhorada a escovação, o
sangramento diminui até desaparecer.

Feridas na boca durante a limpeza da boca o cuidador deve observar a presença de


ferida nas bochechas, gengivas, lábios e embaixo da língua e comunicar à equipe de
saúde.

NOÇÕES DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA O CUIDADOR DO


IDOSO

O BANHO NO PACIENTE IDOSO

A rotina do banho é essencial. Procure aplicar o banho sempre no mesmo horário e não
mude a maneira de conduzir o banho. Assim, o cuidador deve: Na medida do possível,
deixar que o idoso realize (quando estiver em condições) a tarefa de banhar-se. A
melhor maneira de o cuidador agir é na condição de incentivador e auxiliar; Antes de
chamar o idoso para o banho, o cuidador deverá preparar tudo nos mínimos detalhes; se
os objetos necessários não estão à mão (sabonete, xampu, toalha, roupas limpas),
corremos o risco de ter que deixar o idoso sozinho e molhado num ambiente
potencialmente perigoso; Quando se está preparando o banho, todas as ações devem ser
explicadas em voz alta, falando clara e pausadamente, uma a uma; Banho de chuveiro,
com água em abundância e temperatura agradável são requisitos indispensáveis; ao
iniciar o banho, dependendo do grau de autonomia do idoso, deve-se pedir que vá se
despindo. As ordens devem ser bem claras: Vamos tirar suas roupas, Entre no box,
passe o sabonete nas axilas; Todas as ordens bem executadas devem ser acompanhadas
de elogios; após o banho, o cuidador deve oferecer a toalha, e pedir ao idoso que se
seque, supervisionando principalmente entre os dedos dos pés e nas dobras do corpo.
Depois, oferecer roupas limpas, peça por peça, explicando onde colocar (a camisa, as
meias...) e ajudando-o se for necessário; O banho também é um ótimo momento para
realizar uma revisão sistemática da pele, unhas e cabelos, observando assim alguma
lesão escondida, rachadura na pele ou nos pés, hematomas ou algum outro trauma,
escaras que estão iniciando, micoses, etc. As unhas devem ser cortadas semanalmente;
O cuidado com a cavidade oral (boca) é importante. A limpeza de próteses (dentaduras)
ou mesmo dentes naturais, bem como as gengivas, devem ser rigorosamente
observados, principalmente após as refeições; os cabelos devem ser lavados
regularmente e revisados em busca de parasitas. Os cortes do cabelo e da barba devem
ser feitos periodicamente; quando o idoso não quiser fazer a sua higiene e nem deixar o
cuidador fazê-lo, você deve manter postura determinada, evitando a confrontação e a
discussão, conduzindo com firmeza, passo a passo, a execução de toda a tarefa.
MUDANÇA DE DECÚBITOD e cúbito lateral O cuidador deve: Posicionar-se do lado
para o qual se quer virar o idoso; aproximar o paciente para a beira oposta da cama;
Virá-lo para o seu lado, com movimentos firmes e suaves; Apoiar as costas do idoso
com travesseiro ou rolo de cobertor; Colocar travesseiro sob a cabeça e pescoço;
Posicionar travesseiro entre as pernas e dobrar o membro inferior que está por cima;
Manter fletido o membro superior que está em contato com o colchão. Decúbito dorsal
O cuidador deve: Colocar o travesseiro sob a cabeça e pescoço; posicionar rolo de
lençol embaixo dos joelhos e das pernas deixando os calcanhares livres; Colocar aro de
borracha na região sacra; Colocar suporte na região plantar; Assegurar que os membros
inferiores estejam alinhados; Apoiar os braços sobre travesseiros com os cotovelos
levemente flexionados.

CUIDADOS COM AS ELIMINAÇÕES INTESTINAIS E URINÁRIAS

O cuidador nunca deve causar constrangimento ou ficar com raiva do idoso, pois, além
de não ser culpa dele, pode deixá-lo também muito triste, pouco cooperativo e até muito
mais agitado. Outras dicas para o cuidador: Se o idoso se perde, não sabendo onde fica o
banheiro e não chega a tempo, uma das dicas é sinalizar bem a porta do banheiro, com
palavras grandes e chamativas ou colocar a própria figura de um vaso sanitário. À noite,
deixe a luz do banheiro acesa. Deixe o quarto do idoso mais perto do banheiro. Em
alguns casos, deve-se deixar o papagaio/comadre junto à cama. Facilite o uso do vaso,
com assentos altos e adaptados e barras laterais; não restrinja a ingestão de líquidos,
apenas para o idoso urinar menos; isto pode provocar desidratação no idoso e piorar
ainda mais seu quadro clínico; durante a parte do dia, procure levar o idoso, em
intervalos regulares, ao banheiro; procure vestir o idoso com roupas fáceis de retirar ou
abrir, vélcro é uma ótima opção, no lugar do zíper ou dos botões; o uso de fralda
descartável geriátrica pode ser útil à noite; observar se a fralda não amanhece muito
cheia ou vazando, pois talvez seja necessário uma troca no meio da madrugada; se o
idoso não consegue ir até ao banheiro, para urinar ou evacuar, por problemas diversos e
a incontinência é mais severa, impõe-se o uso de fralda geriátrica durante todo o dia (dia
e noite). Nunca deixar fraldas molhadas no corpo por muito tempo, evitando assaduras e
feridas na pele. Uma boa higiene, em cada troca, é muito importante, com o uso de água
e sabonete para retirar resíduos de fezes e de urina. Nas mulheres, a má higiene pode,
inclusive, ser causa de infecção urinária. Ao fazer a limpeza, sempre limpar a região
anal de frente para trás, isto é, da vagina para o ânus, evitando levar fezes para o canal
da uretra, contaminando a urina.

Respeitar sua privacidade física e emocional. Fechar a porta quando o ajuda a vestir-
se ou usar o banheiro. Bater à porta antes de entrar. Não comentar informação privada
com outras pessoas, mesmo que estas sejam membros da família, sem sua permissão.

Respeitar seu direito de escolher. Ao tomar decisões, sentimos certo controle sobre
nossa vida. Por exemplo, se a pessoa pode fazê-lo, permita que decida o que e quando
comer. Se a pessoa tem problemas cognoscitivos, ofereça-lhe opções sobre o que comer,
quando comer e o que usar. Se a pessoa insiste em usar a mesma camisa todos os dias,
use uma toalha como proteção quando coma e lave a roupa de noite. Se pensar que é
uma decisão boba ou de pouca importância, trate de ver porque isso é importante para a
pessoa se a pessoa se nega a tomar seus medicamentos ou toma decisões que possam ser
perigosas, trate de negociar uma possível solução. Ofereça-lhe os comprimidos com seu
suco favorito (se a receita permite), aceite dar-lhe banho com a frequência
absolutamente necessária, planeje tempo para que alguém a leve a caminhar com ele se
não é seguro que o faça sozinho.

Trate-o com dignidade. Ouça suas preocupações. Peça sua opinião e faça-o saber que
está e importante para você faça-o participar de tantas decisões quanto possível. Inclua-
o na conversação. Não fale dele como se não tivesse presente. Converse com ele como
um adulto, mesmo que você não esteja certo do quanto ele entende.

COMO AGIR EM CASO DE ACIDENTE:

Conduta geral resumida Avalie o local do acidente (aberto ou fechado); Avalie o tipo de
local (plano ou acidentado); Determine a modalidade do acidente (trânsito, queda, etc.);
Anule os riscos acessórios (fiação, desabamentos, etc.); Isole, sinalize e facilite ao
acesso ao local; Determine o número de vítimas e as suas gravidades; Estabeleça um
“plano de ação”; Peça ajuda (de colaboradores e/ou resgate: disque 190).

Para cada vítima transmitir segurança e confiança. Manter a calma; avaliar a


consciência da vítima; Avaliar o tipo e a extensão (gravidade) dos ferimentos; Dar
prioridade para as vítimas mais graves; proceder de acordo com o quadro resumo.

Além disso Manter a vítima em repouso e confortável, se necessário; manter o seu


estado de consciência e o seu estado geral; Verificar periodicamente o estado da vítima
(sinais vitais); Evitar movimentações abruptas ou desnecessárias; Evitar dar líquidos
para o acidentado; Recolher, se houver, algum segmento amputado com cuidado e
higiene (para a tentativa de um possível implante). Fazer “relatório de atendimento”
para a equipe de resgate.

HABITOS SAUDAVEIS NA TERCEIRA IDADE

I - Alimentação Saudável para Pessoas Idosas Uma alimentação saudável, isso é,


adequada nutricional mente e sem contaminação, tem influência no bem-estar físico e
mental, no equilíbrio emocional, na prevenção e tratamento de doenças. Os nutrientes
são as substâncias químicas que o organismo absorve dos alimentos, esses nutrientes
são indispensáveis para o bom funcionamento do organismo. Os nutrientes dos
alimentos fornecem calorias, que são a quantidade de energia utilizada pelo corpo para a
manutenção de suas funções e atividades. Uma alimentação que fornece mais calorias
do que o organismo gasta em suas atividades diárias pode provocar o excesso de peso e
obesidade. Uma alimentação que fornece menos calorias que o necessário pode levar à
perda de peso e desnutrição. Nem sempre é fácil alimentar outra pessoa, por isso o
cuidador precisa ter muita calma e paciência, estabelecer horários regulares, criar um
ambiente tranquilo. Durante doenças graves e de longa duração pode ocorrer
sangramento nas gengivas, por isso é preciso que o cuidador tenha uma atenção
redobrada com a higiene da boca da pessoa cuidada. Ao observar sangramento mais
constante e presença de pus nas gengivas o cuidador precisa comunicar o fato aos
familiares e à equipe de saúde. Os 10 passos para uma alimentação saudável é uma
estratégia para buscar uma vida mais saudável, recomendada pelo Ministério da Saúde.
Esses passos podem ser seguidos por toda a família. 1º passo: Aumente e varie o
consumo de frutas, legumes e verduras. Coma-os 5 vezes por dia. As frutas e verduras
são ricas em vitaminas, minerais e fibras. Coma, pelo menos, 4 colheres de sopa de
vegetais (verduras e legumes) 2 vezes por dia. Coloque os vegetais no prato do almoço e
do jantar. Comece com 1 fruta ou 1 fatia de fruta no café da manhã e acrescente mais 1
nos lanches da manhã e da tarde. 2º passo: Coma feijão pelo menos 1 vez por dia, no
mínimo 4 vezes por semana. O feijão é um alimento rico em ferro. Na hora das
refeições, coloque 1 concha de feijão no seu prato, assim você estará evitando a anemia.
3º passo: Reduza o consumo de alimentos gordurosos, como carne com gordura
aparente, salsicha, mortadela, frituras e salgadinhos, para no máximo 1 vez por semana.
Retire antes do cozimento a pele do frango, a gordura visível da carne e o couro do
peixe. Apesar de o óleo vegetal ser um tipo de gordura mais saudável, tudo em excesso
faz mal! O ideal é não usar mais que 1 lata de óleo por mês para uma família de 4
pessoas. Prefira os alimentos cozidos ou assados e evite cozinhar com margarina,
gordura vegetal ou manteiga4º passo: Reduza o consumo de sal. Tire o saleiro da mesa.
O sal da cozinha é a maior fonte de sódio da nossa alimentação. O sódio é essencial para
o funcionamento do nosso corpo, mas o excesso pode levar ao aumento da pressão do
sangue, que chamamos de hipertensão. As crianças e os adultos não precisam de mais
que 1 pitada de sal por dia. Siga estas dicas: não coloque o saleiro na mesa, assim você
evita adicionar o sal na comida pronta. Evite temperos prontos, alimentos enlatados,
carnes salgadas e embutidos como mortadela, presunto, linguiça, etc. Todos eles têm
muito sal. 5º passo: Faça pelo menos 3 refeições e 1 lanche por dia. Não pule as
refeições. Para lanche e sobremesa prefira frutas. Fazendo todas as refeições, você evita
que o estômago fique vazio por muito tempo, diminuindo o risco de ter gastrite e de
exagerar na quantidade quando for comer. Evite “beliscar”, isso vai ajudar você a
controlar o peso. 6º passo: Reduza o consumo de doces, bolos, biscoitos e outros
alimentos ricos em açúcar para no máximo 2 vezes por semana. 7º passo: Reduza o
consumo de álcool e refrigerantes; evite o consumo diário; a melhor bebida é a água. 8º
passo: Aprecie a sua refeição; coma devagar; faça das refeições um ponto de encontro
da família; não se alimente assistindo TV. 9º passo: Mantenha o seu peso dentro de
limites saudáveis – veja no serviço de saúde se o seu IMC está entre 18,5 e 24,9 kg/m2.
O IMC (índice de massa corporal) mostra se o seu peso está adequado para sua altura. É
calculado dividindo-se o peso, em kg, pela altura, em metros, elevado ao quadrado. 10º
passo: Seja ativo. Acumule 30 minutos de atividade física todos os dias. Caminhe pelo
seu bairro. Suba escadas. Não passe muitas horas assistindo TV. Essas recomendações
foram elaboradas para pessoas saudáveis, mas servem como guia para planejar a
alimentação de pessoas que necessitam de cuidados especiais de saúde. Pessoas que
precisam de dietas especiais devem receber orientações específicas e individualizadas
de um nutricionista, de acordo com o seu estado de saúde.

Atividade Física: A inatividade física é um dos fatores de risco mais importantes para
as doenças crônicas, associadas à dieta inadequada e uso do fumo. É bastante prevalente
a inatividade física entre os idosos. O estilo de vida moderno propicia o gasto da maior
parte do tempo livre em atividades sedentárias, como por exemplo, assistir televisão. A
pessoa que deixa de ser sedentária diminui em 40% o risco de morte por doenças
cardiovasculares e, associada a uma dieta adequada, é capaz de reduzir em 58% o risco
de progressão do diabetes tipo II, demonstrando que uma pequena mudança no
comportamento pode provocar grande melhora na saúde e qualidade de vida. Sugere-se
a prática de 30 minutos de prática corporal/atividade física regular (ao menos três vezes
por semana). Uma das vantagens dessa prática é a fácil adesão por aqueles que têm
baixa motivação para a prática de exercícios. Ao indicar uma atividade física para uma
pessoa idosa, deve-se considerar vários aspectos, como: prazer em estar realizando esta
ou aquela atividade, suas necessidades físicas, suas características sociais, psicológicas
e físicas. As atividades mais comuns envolvem: caminhada, ciclismo ou o simples
pedalar da bicicleta, natação, hidroginástica, dança, ioga, entre outras. Os exercícios de
resistência ou treinamento da força muscular, além de contribuir na diminuição da
incidência de quedas, incrementa a densidade óssea. Esse tipo de atividade pode ser
concomitante às atividades aeróbicas ou ocorrer em dias intercalados. O treinamento
deve ser dirigido aos grandes grupos musculares e realizado lentamente. Qualquer tipo
de resistência pode (e deve) ser utilizado. Pode-se utilizar pesos simples como garrafas,
latas, sacos ou qualquer objeto doméstico, colocados nos membros superiores ou
inferiores, fixando-os com faixas, com o cuidado de não garrotear. Os exercícios de
força são os que realmente podem diminuir ou reverter alguma forma de perda de massa
muscular e óssea (osteoporose), sendo, portanto, as atividades de preferência na
manutenção da capacidade funcional e independência.

Vacinação: A influenza (gripe) é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral,


altamente contagiosa que acomete o trato respiratório e cuja ocorrência se observa em
maior intensidade ao final do outono e durante o inverno. Embora tipicamente de pouca
relevância em sua forma não complicada, é uma doença que se dissemina rapidamente e
apresenta elevada morbimortalidade em grupos de maior vulnerabilidade. As pessoas
idosas, especialmente aquelas institucionalizadas ou as portadoras de doenças crônicas
de base, são alvos de sérias complicações relacionadas à gripe (pneumonia primária
viral pelo vírus da influenza, pneumonia bacteriana secundária, pneumonia mista,
exacerbação de doença pulmonar ou cardíaca e óbito). A situação vacinal da pessoa
idosa também deve ser inquirida de forma sistemática. Recomenda-se uma dose anual
da vacina contra influenza no outono. Idosos com mais de 60 anos devem também
receber ao menos uma dose de vacina antipneumocócica durante a vida. Os idosos
institucionalizados e não vacinados deverão receber uma dose da vacina e outra após
cinco anos da primeira, caso a indicação persista. A vacina dupla adulto (dT – contra
difteria e tétano) deve ser administrada a cada dez anos podendo ser reforçada em cinco
anos no caso de ferimentos considerados “sujos”. O registro da vacinação deve ser feito
na Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, facilitando o acompanhamento da realização da
mesma.

SAÚDE MENTAL

Depressão: No Brasil, a prevalência de depressão entre as pessoas idosas varia de 4,7%


a 36,8%, dependendo fundamentalmente do instrumento utilizado, dos pontos de corte e
da gravidade dos sintomas. É um dos transtornos psiquiátricos mais comuns entre as
pessoas idosas e sua presença necessita ser avaliada. As mulheres apresentam
prevalências maiores que os homens na proporção de 2:1. Pessoas idosas doentes ou
institucionalizadas também apresentam prevalências maiores. A depressão leve
representa a presença de sintomas depressivos frequentemente associados com alto risco
de desenvolvimento de depressão maior, doença física, maior procura pelos serviços de
saúde e maior consumo de medicamentos. É essencial que seja feita a diferença entre
tristeza e depressão, uma vez que os sintomas depressivos podem ser mais comuns
nessa faixa etária ocorrendo, com frequência, no contexto de desordens médicas e
neurológicas. A presença de depressão entre as pessoas idosas tem impacto negativo em
sua vida. Quanto mais grave o quadro inicial, aliado a não existência de tratamento
adequado, pior o prognóstico. As pessoas idosas com depressão tendem a apresentar
maior comprometimento físico, social e funcional afetando sua qualidade de vida.

PSICOLOGIA

O envelhecimento psicológico bem-sucedido reflete-se na capacidade das pessoas


idosas de se adaptar as perdas físicas, sociais e emocionais e de obter o contentamento,
serenidade e satisfação na vida. Uma autoimagem positiva estimula à assunção do risco
e a participação em papeis novos e não testados. Os padrões de enfrentamento e a
capacidade de se adaptar ao estresse desenvolvem durante o curso da vida e
permanecem mais adiante. Os estressores comuns do envelhecimento incluem as
alterações normais que prejudicam a função física, a aparência, a incapacidade
decorrente da doença crônica e a morte de pessoas significativas.

VIOLÊNCIA NA 3ª IDADE

A violência é um problema social de grande dimensão que afeta toda a sociedade,


atingindo, especialmente, e de forma continuada, mulheres, crianças, adolescentes,
pessoas idosas e portadores de deficiência. A violência contra idosa se manifesta nas
formas: estrutural, que ocorre pela desigualdade social e é naturalizada nas expressões
da pobreza, da miséria e da discriminação; interpessoal que se refere nas relações
cotidianas; e institucional, que se reflete na aplicação ou omissão da gestão das políticas
sociais e pelas instituições de assistência. Violência intrafamiliar é aquela que acontece
dentro da família, em casa ou fora dela, ou seja, nas relações entre os membros da
comunidade familiar, formada por vínculos de parentesco natural (pai, mãe, filha/filho
etc.) ou civil (marido/esposa, nora/genro ou outros), por afinidade (o primo ou parente
do marido/da esposa) ou afetividade (amigo ou amiga que more na mesma casa). A
pessoa idosa torna-se mais vulnerável à violência na medida em que apresenta maior
dependência física ou mental. O convívio familiar estressante e cuidadores
despreparados ou sobrecarregados tendem a agravar essa situação. De acordo com a Lei
nº 10.741/2003, art. 19, está previsto que os casos de suspeita ou confirmação de maus
tratos contra idoso são de notificação obrigatória ao Conselho Municipal ou Estadual
dos Direitos do Idoso, Delegacias de Polícia e Ministério Público.

Tipos de violência: Violência física São manifestações interpessoais que se utilizam do


uso da força física para obrigando o idoso a fazer o que não deseja. Esse tipo de
violência pode ser manifestado de várias formas: tapas, empurrões, socos, mordidas,
chutes, queimaduras, cortes, estrangulamento, lesões por armas ou objetos, obrigar a
tomar medicações ou outras substâncias (álcool ou drogas) desnecessárias ou
inadequadas, tirar de casa à força, amarrar, arrastar, arrancar a roupa, abandonar em
lugares desconhecidos. Também pode produzir danos à integridade corporal decorrentes
de negligência (omissão de cuidados e proteção contra agravos evitáveis como situações
de perigo, doenças, alimentação, higiene, entre outros). Violência sexual A violência
sexual contra idosa é imposta por pessoa com relação de poder (força física, coerção ou
intimidação psicológica, ameaças) que é caracterizada como ato ou jogo sexual de
caráter homo ou hetero, relacional que visa obter excitação ou satisfação sexual do
agressor. Inclui, entre outras: carícias não desejadas, penetração oral, anal ou vaginal,
com pênis ou objetos de forma forçada, exibicionismo e masturbação forçada, uso de
linguagem erotizada em situação inadequada, ser forçado a ter ou presenciar relações
sexuais com outras pessoas além do casal e impedimento do uso de preservativo.
Violência psicológica é toda ação ou omissão (agressões verbais ou gestuais) que causa
ou visa causar dano à autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa idosa.
Inclui: insultos constantes, terror, humilhação, desvalorização, chantagem, isolamento
de amigos e familiares, ridicularizarão, manipulação afetiva, exploração, ameaças,
privação arbitrária da liberdade (impedimento de trabalhar, cuidar da aparência pessoal).
Violência econômica ou financeira ou patrimonial é a forma de violência que se
expressa na exploração indevida ou ilegal dos idosos ou ao uso não consentido por eles
de seus recursos financeiros ou patrimoniais. Esse tipo de abuso ocorre, principalmente,
no âmbito familiar, podendo também acontecer em instituições de longa permanência.
Inclui: roubo, destruição de bens pessoais (roupas, objetos, documentos, animais de
estimação) ou de bens da sociedade conjugal (residência, móveis, utensílios domésticos,
terras), recusa a participar nos gastos básicos para a sobrevivência do núcleo familiar,
uso de recursos econômicos da pessoa idosa, tutelada ou incapaz, destituindo-a de gerir
seus próprios recursos e deixando-a sem provimentos e cuidados. Violência
institucional é aquela exercida pelos próprios serviços públicos, por ação ou omissão.
Pode incluir desde a dimensão mais ampla da falta de acesso à má qualidade dos
serviços. Abrange abusos cometidos em virtude das relações de poder desiguais entre
usuários e profissionais dentro das instituições. Esse tipo de violência inclui:
peregrinação por diversos serviços até receber atendimento; falta de escuta e tempo para
o idoso, frieza, rispidez, falta de atenção ou negligência, maus-tratos dos profissionais
para com os usuários, motivados por discriminação, abrangendo questões de raça, idade,
opção sexual, gênero, deficiência física ou doença mental, desqualificação do saber
prático, da experiência de vida, diante do saber científico; violência física (por exemplo,
negar acesso à anestesia como forma de punição, uso de medicamentos para adequar o
paciente à necessidade do serviço ou do profissional); detrimento das necessidades e
direitos da pessoa idosa; críticas ou agressões dirigidas a quem grita ou expressa dor e
desespero, ao invés de se promover uma aproximação e escuta atenciosa visando
acalmar a pessoa, fornecendo informações e buscando condições que lhe tragam maior
segurança do atendimento ou durante a internação; diagnósticos imprecisos,
acompanhado de prescrição de medicamentos inapropriados ou ineficazes, desprezando
ou mascarando os efeitos da violência. Abandono/negligência O abandono/negligência é
caracterizado pela falta de atenção para atender às necessidades da pessoa idosa. Ex.:
não provimento de alimentos adequados, roupas limpas, moradia segura, descuido com
a saúde, a segurança e a higiene pessoal. A administração de medicamentos por
familiares, cuidadores e/ou profissionais, de forma indevida – aumento, diminuição ou
exclusão de dose e/ou medicamento. Autonegligência É a violência da pessoa idosa
contra si mesma (conduta) ameaçando sua própria saúde ou segurança. Normalmente
manifesta-se com a recusa ou o fracasso de prover a si próprio um cuidado adequado,
mesmo tendo condições físicas para fazê-lo (não tomar banho, não se alimentar, não se
movimentar). Em situações de violência devem ser encaminhados para os órgãos e
instituições descriminados a seguir, de acordo com a organização da rede de serviços de
cada local ou cidade: Delegacia especializada da mulher Centro de Referência da
Mulher Delegacias Policiais Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa Centro
de Referência da Assistência Social (CRAS) Ministério Público IML e outros.

PATOLOGIA

Mobilidade: A grande propensão da pessoa idosa à instabilidade postural e a alteração


da marcha aumenta o risco de quedas e, por essa razão, equilíbrio e marcha deve ser
sempre avaliado. As alterações na mobilidade e quedas podem ocorrer por disfunções
motoras de senso percepção, equilíbrio ou déficit cognitivo. A dinâmica do aparelho
locomotor sofre alterações com uma redução na amplitude dos movimentos, tendendo a
modificar a marcha, passos mais curtos e mais lentos com tendência a arrastar os pés. A
amplitude de movimentos dos braços também diminui, tendendo a ficar mais próxima
do corpo. A base de sustentação se amplia e o centro de gravidade corporal tende a se
adiantar, em busca de maior equilíbrio.

Quedas: As quedas representam um sério problema para as pessoas idosas e estão


associadas à elevados índices de morbimortalidade, redução da capacidade funcional e
institucionalização precoce. O ambiente residencial pode aumentar o risco de quedas e
deve ser incluído na programação de avaliação da pessoa idosa. Presença de escadas,
ausência de diferenciação de degraus e corrimãos, iluminação inadequada, tapetes
soltos, obstáculos (fios elétricos, pisos malconservados, etc.) no local de circulação, são
alguns dos riscos comuns observados. A interação entre os fatores biológicos e os riscos
comportamentais e ambientais aumenta os riscos de quedas. A perda de força muscular,
por exemplo, leva a uma perda de função e um maior nível de fragilidade, o que
intensifica o risco de quedas devido a alguns riscos ambientais. Os fatores de risco
comportamentais estão relacionados às ações humanas, emoções ou escolhas diárias.
São potencialmente modificáveis. Exemplo de comportamentos de Risco: o uso de
múltiplos medicamentos, uso excessivo de álcool e sedentarismo, que podem ser
modificados através de mudanças de comportamento. Os fatores de risco ambientais
incluem a condições físicas dos indivíduos e o ambiente que os cerca, incluindo alguns
problemas em vias ou ambientes públicos. Os problemas domésticos incluem degraus
estreitos, superfícies de escada escorregadias, tapetes soltos e iluminação insuficiente.
Já em locais públicos são comuns pisos escorregadios, calçadas quebradas ou
irregulares e iluminação insuficiente, são os fatores que contribuem para as quedas
responsáveis por lesões. A mudança comportamental para um estilo de vida saudável é
um ingrediente chave para encorajar o envelhecimento saudável e evitar quedas. Não
fumar, consumir álcool moderadamente, manter o peso em níveis normais na meia idade
e na velhice, manter um nível aceitável de atividade física são fatores que protegem os
idosos das quedas. Os cuidadores, formais ou informais, têm um papel crítico na
construção da consciência sobre a importância das quedas e de sua prevenção.

Osteoporose: A osteoporose é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS)


como a “Epidemia Silenciosa do Século”. O aparecimento da osteoporose está ligado
aos níveis de estrógeno do organismo. O estrógeno - hormônio feminino, também
presente nos homens, mas em menor quantidade — ajuda a manter o equilíbrio entre a
perda e o ganho de massa óssea. As mulheres são as mais atingidas pela doença, uma
vez que, na menopausa, os níveis de estrógeno caem bruscamente. Com isso, os ossos
passam a incorporar menos cálcio (fundamental na formação do osso), tornando-se mais
frágeis. Embora pareçam estruturas inativas, os ossos se modificam ao longo da vida. O
organismo está constantemente fazendo e desfazendo ossos. Esse processo depende de
vários fatores como genética, boa nutrição, manutenção de bons níveis de hormônios e
prática regular de exercício; os hábitos e costumes exercem grande influência. As
células ósseas (osteócito) são as responsáveis pela formação do colágeno, que dá
sustentação ao osso. Os canais que interligam os osteócitos permitem que o cálcio,
essencial para a formação óssea, saia do sangue e ajude a formar o osso. Com a
progressão da osteoporose, os ossos ficam esburacados e quebradiços. O colágeno e os
depósitos minerais são desfeitos muito rapidamente e a formação do osso torna-se mais
lenta. Com o teor menor de colágeno ósseo surgem espaços vazios que enfraquecem o
osso. A doença progride lentamente e raramente apresenta sintomas. Se não forem
feitos exames sanguíneos e de massa óssea, é percebida apenas quando surgem as
primeiras fraturas, acompanhadas de dores agudas. A osteoporose pode, também,
provocar deformidades e reduzir a estatura do doente. Quem se encontra em maior risco
de desenvolver a doença são: Mulheres FumantesConsumidores de álcool ou café em
excessoDiabéticosActividade física inadequada quer em excesso, quer ausência. A
prevenção: Fazer exercícios físicos regularmente: os exercícios resistidos são os mais
recomendados; Dieta com alimentos ricos em cálcio (como leite e derivados), verduras
(como brócolis e repolho), camarão, salmão e ostras. A reposição hormonal de
estrógeno em mulheres durante e após o climatério consegue evitar a osteoporose.
Úlcera de pressão: Úlcera de pressão é uma área localizada de necrose celular que
tende a se desenvolver quando o tecido mole é comprimido entre uma proeminência
óssea e uma superfície dura por um período prolongado de tempo. O termo escara deve
ser utilizado para designar a parte necrótica ou crosta da ferida e não como seu
sinônimo. As localizações mais comuns das úlceras de pressão são a região sacral e os
calcâneos A úlcera é classificada do estágio I ao IV em referência a profundidade de
comprometimento tecidual e não a gravidade da lesão. O estágio 1 - É um eritema da
pele intacta que não embranquece após a remoção da pressão. Em indivíduos com a pele
mais escura, a descoloração da pele, o calor, o edema ou o endurecimento também
podem ser indicadores de danos. Estágio 2 - É uma perda parcial da pele envolvendo a
epiderme, derme ou ambas. A úlcera é superficial e apresenta-se como uma abrasão,
uma bolha ou uma cratera rasa. Estágio 3 - É uma perda da pele na sua espessura total,
envolvendo danos ou uma necrose do tecido subcutâneo que pode se aprofundar, não
chegando até a fáscia muscular. A úlcera se apresenta clinicamente como uma cratera
profunda. Estágio 4 - É uma perda da pele na sua total espessura com uma extensa
destruição ou necrose dos músculos, ossos ou estruturas de suporte como tendões ou
cápsulas das juntas. Outros fatores importantes no desenvolvimento da úlcera de
pressão: Idade avançada – muitas mudanças ocorrem com o envelhecimento e incluem:
achatamento da junção entre a derme e epiderme; menor troca de nutrientes, menor
resistência a força de cisalhamento, diminuição da capacidade de redistribuir a carga
mecânica da pressão. Baixa pressão sanguínea – a hipotensão pode desviar o sangue da
pele para órgãos vitais. As pressões geralmente consideradas são pressão sistólica
abaixo de 100 mmhg e diastólica abaixo de 60 mmhg. Capilares podem ocluir-se com
pressões menores. Estado psicológico – Motivação, energia emocional e estresse são
considerados. O cortisol pode ser um fator para uma baixa tolerância tecidual. Fumo.
Temperatura corporal elevada – pode estar relacionada ao aumento da demanda de
oxigênio em tecidos com inóxia. Procedimentos cirúrgicos com duração de 4 horas ou
mais. Incontinência urinária ou fecal. Vários diagnósticos: paralisia, lesão de medula
espinhal, câncer, problemas ortopédicos, doença vascular, doença neurológica, diabetes.

Hipertensão Arterial Sistêmica: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um


importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, sendo ainda um dos mais
importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares,
cerebrovasculares e renais crônicas. É responsável por pelo menos 40% das mortes por
acidente vascular cerebral e por 25% das mortes por doença arterial coronariana. Em
combinação com o diabetes, representa 62,1% do diagnostico primário de pessoas
submetidas à diálise. Entre as pessoas idosas, a hipertensão é uma doença altamente
prevalente, acometendo cerca de 50% a 70% das pessoas nessa faixa etária. É um fator
determinante de morbidade e mortalidade, mas, quando adequadamente controlada,
reduz significativamente as limitações funcionais e a incapacidade nos idosos.
Hipertensão Arterial é definida como pressão arterial sistólica maior ou igual a 140
mmhg e uma pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmhg, em indivíduos que
não estão fazendo uso de medicação anti-hipertensiva. Deve-se considerar no
diagnóstico da HAS, além dos níveis tensionais, o risco cardiovascular global, estimado
pela presença dos fatores de risco, a presença de lesões nos órgãos-alvo, as,
Comorbidades associadas. São fatores de risco conhecidos para hipertensão: Idade:
Aumenta o risco com o aumento da idade. Sexo: Até os cinquenta anos, mais homens
que mulheres desenvolvem hipertensão. Após os cinquenta anos, mais mulheres que
homens desenvolvem a doença. Raça: Mulheres afrodescendentes têm risco maior de
hipertensão que mulheres caucasianas. Nível socioeconômico: Classes de menor nível
sócio-econômico têm maior chance de desenvolver hipertensão. Consumo de sal:
Quanto maior o consumo de sal (sódio), maior o risco da doença. Consumo de álcool: O
consumo elevado está associado a aumento de risco. O consumo moderado e leve tem
efeito controverso, não homogêneo para todas as pessoas. Obesidade: A presença de
obesidade aumenta o risco de hipertensão. Sedentarismo: O baixo nível de atividade
física aumenta o risco da doença. A hipertensão arterial é considerada uma doença
silenciosa, pois na maioria dos casos não são observados quaisquer sintomas no
paciente. Quando estes ocorrem, são vagos e comuns a outras doenças, tais como dor de
cabeça, tonturas, cansaço, enjoos, falta de ar e sangramentos nasais. Esta falta de
sintomas pode fazer com que o paciente esqueça de tomar o seu medicamento ou até
mesmo questione a sua necessidade, o que leva a grande número de complicações. São
medidas preventivas: Alimentação saudável. Consumo controlado de sódio. Consumo
controlado de alcool, combate ao alcoolismo. Aumento do consumo de alimentos ricos
em potássio. Combate ao sedentarismo. Combate ao tabagismo. Em algumas situações
específicas, com alto risco de doença cardiovascular, pode ser considerado o uso de
medicamentos para a prevenção da Hipertensão. Embora não exista cura para a
Hipertensão Arterial, é possível um controle eficaz, baseado quer na reformulação de
hábitos de vida, quer em medicação, permitindo ao paciente uma melhor qualidade de
vida.

Medidas farmacológicas: Nos casos que necessitam de medicamentos, são utilizadas


várias classes de fármacos, isolados ou associados. Entre outras possibilidades à
disposição dos pacientes sob prescrição médica, encontram-se: DiuréticosInibidores do
sistema nervoso simpático.

Diabetes Mellitus: O Diabetes Mellitus é uma doença comum e de incidência crescente


que aumenta com a idade. O diabetes apresenta alta morbimortalidade, com perda
importante na qualidade de vida. É uma das principais causas de mortalidade,
insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular.
Os tipos de diabetes mais frequentes são o diabetes tipo 1, anteriormente conhecido
como diabetes juvenil, que compreende cerca de 10% do total de casos, e o diabetes tipo
2, anteriormente conhecido como diabetes do adulto, que compreende cerca de 90% do
total de casos. Na pessoa idosa, a forma clínica mais frequente é o tipo 2. Sintomas da
diabetes: Poliúria (aumento do volume urinário). Polidipsia (sede aumentada e aumento
de ingestão de líquidos). Polifagia (apetite aumentado). Pode ocorrer perda de peso,
estes sintomas podem se desenvolver bastante rapidamente no tipo 1, particularmente
em crianças (semanas ou meses) ou pode ser sutil ou completamente ausente — assim
como pode se desenvolver muito mais lentamente no tipo 2. Ja no tipo 1 pode haver
também perda de peso (apesar da fome aumentada ou normal) e fadiga. Estes sintomas
podem também se manifestar na diabetes tipo 2 em pacientes cuja diabetes é mal
controlada. Problemas de visão atingem 40% dos diabéticos insulino-dependentes e
20% dos diabéticos não insulino-dependentes. Sendo mais comum em mulheres e entre
os 30 aos 65 anos. Caso não seja tratado pode causar catarata, glaucoma e cegueira.
Depois de 10 anos de doença, problemas de visão atingem 50% dos pacientes e depois
de 30 anos atingem 90%. Os principais fatores de risco para o diabetes mellitus são:
Idade acima de 45 anos. Obesidade. História familiar de diabetes em parentes de 1°
grau. Diabetes gestacional ou macrossomia prévia. Hipertensão arterial sistêmica.
Colesterol HDL abaixo de 35mg/dl e/ou triglicerídeos acima de 250mg/dl. Alterações
prévias da regulação da glicose. Indivíduos membros de populações de risco (negros,
hispânicos, escandinavos e indígenas). Recomenda-se manter um peso saudável,
atividade fisica pelo menos tres vezes por semana, não ingerir muita gordura, e comer
uma boa quantidade de fibras e grãos.

PREVENÇÃO - O que o cuidador deve saber para prevenir queda no idoso

Dentro de casa: Deixe os caminhos livres, retirando móveis. Retire tapetes soltos,
cordões e fios (telefone, extensões) do assoalho. Não deixe animais soltos Prenda tacos
soltos e bordas soltas de carpetes. Não encere pisos. Coloque uma iluminação adequada
para a noite, principalmente no caminho do banheiro. As escadas devem ter corrimãos,
boa iluminação e faixa colorida e antiderrapante na borda dos degraus. Substitua ou
conserte móveis instáveis; evite cadeiras muito baixas e camas muito altas (deve ter a
altura do joelho do idoso); evite o uso de chinelos, salto alto e sapatos de sola lisa. Não
deixe o idoso andar de meias. Guarde itens pessoais e objetos mais usados ao nível do
olhar ou um pouco mais embaixo.

No Banheiro: Instale barras de apoio no chuveiro e no vaso sanitário. Instale um vaso


sanitário mais alto. Mantenha um banquinho para lavagem dos pés. Use capachos e
tapetes antiderrapantes. Não use chaves na porta dos banheiros.

Fora de Casa: Conserte calçadas e degraus quebrados. Remova soleiras altas das
portas. Limpe caminhos e remova entulhos. Instale corrimão em escadas e rampas.
Instale iluminação adequada em calçadas, portas e escadas.

Com relação ao Idoso: Evite que ele se levante rapidamente após acordar: esperar
alguns minutos antes de sentar e de caminhar. Atravesse a rua sempre nas faixas de
segurança. Dar medicamentos somente sob orientação médica; cuidado especial para os
diuréticos, remédios para pressão e calmantes. Estimule o idoso à prática de atividades
de coordenação e concentração como dança artesanato, palavras cruzadas e jogos.

Dicas de exercícios para o cuidador: Exercícios para a coluna cervical (pescoço):


Flexione a cabeça até encostar o queixo no peito, depois estenda a cabeça para. Traz
como se estivesse olhando o céu. Gire a cabeça primeiro para um lado e depois para o
outro. Incline a cabeça lateralmente, para um lado e para outro, como se fosse tocar a
orelha no ombro.
Exercícios para os ombros: Enchendo os pulmões de ar, levante os ombros para
próximo das orelhas, solte o ar deixando os ombros caírem rapidamente, depois fazendo
movimentos circulares, gire os ombros para frente e para trás.

Exercícios para os braços: Gire os braços esticados para frente e para trás, fazendo
círculos.

Exercícios para o tronco: Em pé, apoie uma das mãos no encosto de uma cadeira ou
na própria cintura, levante o outro braço passando por cima da cabeça, incline
lateralmente o corpo. Repita o mesmo movimento com o outro lado.

Exercícios para as pernas: Deitado de barriga para cima apoie os pés na cama com os
joelhos dobrados. Mantendo uma das pernas nessa posição, segure com as mãos a outra
perna e traga o joelho para próximo do peito. Fique nesta posição por alguns segundos e
volte para a posição inicial. Faça o mesmo exercício com a outra perna.

Dica. Faça atividades físicas, como caminhadas e alongamentos, pois isso ajuda a
reduzir o cansaço, tensão e esgotamento físico e mental, além de melhorar a circulação,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS QUE SERVIRAM DE APOIO PARA ELABORAÇÃO DESSE
MATERIAL.BRASIL. Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a política nacional do
idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial da União,
Poder Executivo, Brasília, DF, 5 jan. 1994.Ministério da Saúde. Portaria nº 470, de 23 de julho
de 2002. Aprova, na forma do anexo desta portaria, o protocolo clinico e diretrizes terapêuticas
- osteoporose - bisfosfonados, calcitonina, carbonato de cálcio, vitamina D, estrógenos e
raloxifeno. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 jul. 2006. Ministério da
Saúde. Portaria nº 648, de 28 de março de 2006. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica,
estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da atenção básica para o
Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 29 mar. 2006.Ministério da Saúde.
Portaria nº 687, de 30 de março de 2006. Aprova a Política de Promoção da Saúde. Diário
Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 31 mar. 2006 Ministério da Saúde. Portaria nº
971, de 3 de maio de 2006. Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas (PNPIC) e
complementares no Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 4 maios 2006. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006.
Aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Diário Oficial da União, Poder
Executivo, Brasília, DF, 20 out. 2006. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus. Brasília, 2006. (Caderno de Atenção
Básica). No prelo. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Prevenção clínica de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais.
Brasília, 2006. (Caderno de Atenção Básica). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Envelhecimento e AIDS. Brasília, 2003. Relatório
preliminar. MINAYO, M. C. Violência contra idosos: o avesso do respeito à experiência e à
sabedoria. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2004.

MINISTERIO DA SAÚDE. Guia Prático do cuidador. Disponível no site:


http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf
MANUAL CUIDANDO DO IDOSO. Disponível em:
http://www.santos.sp.gov.br/saude/manual.pdf.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília - 1.ª edição Série
A. Normas e Manuais Técnicos. Cadernos de Atenção Básica, n. 19 DF. 2007. RODRIGUES,
R.A. P. & DIOGO, M.J.D. Como Cuidar dos Idosos. Editora Papirus, 2ª edição, 1996. Guia
Prático Para Cuidadores Informais - Secretaria Municipal de Saúde de Campinas SP SOUZA,
L.V.B. e JUNQUEIRA, M.L. Primeiros Socorros – Princípios Básicos. Editora Cabral - 1ª
edição SENAC - Primeiros Socorros. Como Agir em Situações de Emergência - São Paulo:
Editora Senac, 2003MATSUDO, V.G e MATSUDO, S. Prescrição e Benefício da Atividade
Física na Terceira Idade. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, V. 04, p 19-30,
1992ESTUTO DO IDOSO, LEI, No: 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. PORTARIA Nº
703, DE 12 DE ABRIL DE 2002

Tudo que existe e vive precisa ser cuidado para continuar existindo. Uma planta,
uma criança, um idoso, o planeta Terra. Tudo o que vive precisa ser alimentado.
Assim, o cuidado, a essência da vida humana, precisa ser continuamente alimentado.
O cuidado vive do amor, da ternura, da carícia e da convivência”. (BOFF, 1999).
SUCESSOS A TODOS E NÃO ESQUEÇA MUITO AMOR COM OS QUE CUIDARAM DE
NÓS

Você também pode gostar