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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB – CAMPUS III – GUARABIRA

JOSÉ ANDRÉ VERÍSSIMO DA SILVA

RUIM COM ELE, PIOR COM ELE.


Uma reflexão sobre os motivos que levam mulheres a continuar vivendo com agressores.

GUARABIRA– PB
2016
JOSÉ ANDRÉ VERÍSSIMO DA SILVA

RUIM COM ELE, PIOR COM ELE.


Uma reflexão sobre os motivos que levam mulheres a continuar vivendo com agressores.

Artigo apresentado à Universidade Estadual da Paraíba –


Campus III, como exigência parcial para obtenção de
nota na disciplina Estágio I.II, do Curso de Graduação em
Ciências Jurídicas, sob a orientação do Dr. José Baptista
de Mello Neto.

GUARABIRA– PB
2016
2

RUIM COM ELE, PIOR COM ELE.


Uma reflexão sobre os motivos que levam mulheres a continuar vivendo com
agressores.

José André Veríssimo da Silva1

RESUMO
A violência contra a mulher, no âmbito doméstico, é um problema que afeta milhares de brasi-
leiras todos os anos. Apesar desse fato ser ilegal, para não dizer imoral e inaceitável, há mulhe-
res que convivem por anos com homens agressores sem denunciá-los, ou, quando denunciam,
é costumeiro retornarem aos maridos, ou mesmo retirarem as queixas. Destarte, este trabalho
objetiva analisar os possíveis motivos que levam mulheres a permanecerem vivendo com ho-
mens violentos mesmo com o advento de várias leis em seu favor. Tal pesquisa justifica-se pela
quantidade de pessoas que vivem nessa situação: o Mapa da Violência 20152 registra que em
2013 houve 4.726 feminicídios, sendo 50,3% perpetrados por um familiar. Por fim, foram ana-
lisadas as seguintes variáveis nesta pesquisa: grau de escolaridade; poder aquisitivo; medo do
agressor, em relação a si e aos filhos, e; pressão social. E para se chegar a uma conclusão, foram
avaliados dados de pesquisas nacionais, artigos científicos, e matérias jornalísticas, as quais se
encontram na internet.
PALAVRAS-CHAVE: violência doméstica, manutenção do relacionamento, agressores, mu-
lheres.

INTRODUÇÃO

Todos os dias milhares de pessoas sofrem violência de várias formas. Geralmente a


causa é a criminalidade. Não só por ser uma vítima de crimes, mas os próprios criminosos
sofrem pela violência de outros criminosos. Além disso, os agentes do Estado, nas suas atribui-
ções, também sofrem violência, como causam violência. Neste caso, porém, presume-se que
eles estejam fazendo isso para a proteção da sociedade. De todas essas formas e causas de vio-
lência, a doméstica é uma das mais preocupantes por ser aquela que acontece no ambiente onde
se supõe ser um lugar de segurança e acolhimento.
Segundo o Mapa da Violência 2015, em 2013 houve 4.726 feminicídios, sendo 50,3%
perpetrados por um familiar. Todavia, até que se chegue ao assassinato, é comum o relaciona-
mento violento perdurar durante anos. Nesse contexto, cabe-nos questionar: quais os motivos

1
Graduando em Ciências Jurídicas pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB. andre.desenhos@hotmail.com
2
O Mapa da Violência é uma série de estudos publicados desde 1998, inicialmente com apoio da Unesco, do Ins-
tituto Ayrton Senna e da FLACSO, entre outras entidades, e, mais recentemente, publicados pelo governo brasi-
leiro. O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz é o responsável pela pesquisa.
3

que levam uma pessoa a continuar vivendo com um homem agressor, mesmo com o advento
de diversas leis que protegem as mulheres?
Com uma breve reflexão sobre o assunto surge-nos várias hipóteses. A baixa escolari-
dade, que, por causa da falta de conhecimento, as mulheres podem não saber como exigir os
seus direitos. A dependência financeira ao marido, uma vez que ainda hoje há muitas mulheres
que, por falta de oportunidades ou porque foram criadas somente para serem esposas, não têm
como sustentar-se. Há também a pressão social, já que ainda há uma diferenciação no trata-
mento de homens e mulheres, onde às mulheres é dada a obrigação de ser submissa. Essa pres-
são mostra-se notoriamente naquela velha frase “ruim com ele, pior sem ele”. Ou seja, é melhor
permanecer com o companheiro agressor do que ser uma mulher solteira. Nota-se que essa frase
soa mais como uma ameaça do que como um conselho. E, por fim, também foi avaliada a
questão do medo gerado pelos agressores nas vítimas. A questão do medo é óbvia, de certa
forma, mas merece uma atenção quanto as suas implicações.
Este tópico não é novo, pelo menos de forma esparsa. Todavia, não há muitos estudos
específicos, voltados a fazer uma análise das razões que sustentam um relacionamento com um
homem agressor. Dessa forma, é necessário voltarmos os nossos olhos para esse tema, uma vez
que há milhares de mulheres convivendo com homens violentos. Destarte, esta pesquisa foi
feita com base em dados estatísticos, de fontes reconhecidas, fazendo um levantamento das
taxas de violência doméstica, comparando com artigos científicos, e embasamento teórico.

2 A BAIXA ESCOLARIDADE

Falando sobre conhecer as leis, na verdade, a maioria da população conhece a lei Maria
da Penha. Em uma pesquisa de 2013, realizada pelo Data Popular e instituto Maria Galvão3,
descobriu-se que 98% da população conhece a citada lei. Já a pesquisa do DataSenado4, de
2015, apontou que 100% das brasileiras conhecem a lei. É verdade que não dá para julgar uma
população de cerca de 200 milhões de habitantes por pesquisas que, geralmente, entrevistam
alguns milhares de pessoas. Entretanto, os altos índices são, pelo menos, uma generalização da
realidade brasileira. Destarte, a questão, então, não é bem de conhecimento da existência da lei,

3
Foram realizadas 1.501 entrevistas com homens e mulheres maiores de 18 anos, em 100 municípios de todas as
regiões do país, entre os dias 10 e 18 de maio de 2013.
4
Em 2015, de 24 de junho a 7 de julho, o DataSenado ouviu 1.102 brasileiras, na sexta edição da pesquisa, que
acontece a cada dois anos, desde 2005.
4

mas sim dos fatores socioeconômicos, bem como dos níveis de escolaridade das vítimas, que
influenciam na manutenção de um relacionamento com pessoas violentas, porquanto estes dois
fatores influenciam na dependência das mulheres aos maridos.
O fator escolaridade é relevante porque uma boa parte das mulheres que sofrem agres-
sões não têm nem o ensino fundamental ou o médio completo. A pesquisa do DataSenado revela
que são as mulheres com menor nível de instrução as mais atingidas: 27% das respondentes
com ensino fundamental informaram que já foram vítimas de atos de violência por parte dos
seus companheiros. O percentual que cai para 18% e 12% quando consideradas as mulheres
com ensino médio e ensino superior, respectivamente. Outra pesquisa, agora de 20085, que
buscou fazer um perfil das vítimas de violência doméstica6, que deram entrada no setor de psi-
cologia de uma delegacia para a mulher, descobriu que 53,7% das mulheres não haviam termi-
nado o ensino fundamental. Verdade é que, mesmo que a porcentagem fosse mínima, este é um
fator relevante. Qualquer motivo que esteja causando a permanência das mulheres com agres-
sores, deve ser visto, e analisado para buscar as devidas soluções.
Há ainda que averiguar o quanto que este fator tem influência na manutenção de um
relacionamento com agressões. É bem sabido que a baixa escolaridade influencia na busca pelos
direitos. Pessoas que não têm consciência do mínimo sobre as leis, podem ser enganadas por
aqueles que tem. Quando o assunto é violência doméstica, a falta de escolaridade tem outras
consequências. Além das mulheres não terem total conhecimento dos seus direitos, elas sentem-
se sem expectativas, e acabam tendo que aceitar a violência, já que essa é a vida que elas podem
ter. Isso é demonstrado por autores que dizem que mulheres com menor grau de escolaridade
têm maior tolerância à violência (GADONI-COSTA, ZUCATTI e DELL’AGLIO, 2011, p. 4).

5
Pesquisa de Lila Maria Gadoni-Costa, Ana Paula Noronha Zucatti e Débora Dalbosco Dell’aglio, que realizaram
um estudo documental, com base nas fichas de atendimento do setor de Psicologia da Delegacia para a mulher na
região metropolitana de Porto Alegre, relativas ao período de março de 2006 a dezembro de 2008.
6
Utilizarei a terminologia “violência doméstica” sempre como sinônimo de agressões físicas ou psíquicas, no
âmbito doméstico ou social, efetuadas por homens (maridos, namorados ou familiares) contra mulheres. Sabe-se
que violência contra a mulher é algo mais amplo que violência doméstica em si. Como explica Heleieth I.B. Saf-
fioti, a violência contra a mulher abarca “não apenas aquela cujos perpetradores são parentes ou conhecidos vi-
vendo sem nenhuma relação estabelecida com a vítima”. Também não estou referindo-me às outras formas de
violência doméstica mencionadas por Heleieth: contra as empregadas, por exemplo, pois, como diz Heleieth,
“quase todo domicílio tem um pater famílias, cujo poder se estende sobre os demais moradores”. Isso porque a
vulnerabilidade da mulher no seio do lar é maior do que fora. A violência contra crianças e idosos no convívio do
lar também é violência doméstica, da qual também não me referirei quando usar o termo violência doméstica. Por
fim, também não tive como objeto as relações homoafetivas. Embora que na Lei Maria da Penha não haja essa
diferenciação, pois no artigo 5º, Parágrafo Único, diz que as relações pessoais contempladas pela lei independem
de orientação sexual. Entretanto, nesse último caso, ainda como forma de afunilar o tema, considerei que o fator
força física tinha relevância para a pesquisa. Obviamente que há discrepância quanto à similaridade de força entre
mulheres, e também não é esta a única forma de violência doméstica, todavia, nesses casos, não é, necessariamente,
uma diferença puramente biológica e histórica. As diferenças físicas e biológicas entre homens e mulheres são
usadas há muito tempo como forma de diminuir as mulheres, como seres inferiores.
5

Outra questão relacionada com a baixa escolaridade, que influencia as mulheres a não
denunciarem seus cônjuges, é a impressão de impunidade. De acordo com a juíza Kenarik Bou-
jikian7 (2013), “há pouca utilização do Sistema de Justiça pelas mulheres vítimas, que não de-
positam confiança nas instâncias judiciais, o que acaba por reforçar a insegurança. Perpetua-se,
assim, a naturalização da violência sexual contra as mulheres”. Este fato tem relação com a
escolaridade. A pesquisa do DataSenado revelou que quanto maior a escolaridade, maior a con-
fiança no poder das leis8, e quanto menor o nível de escolaridade, maior a desconfiança. Então,
se as mulheres não se sentirem seguras, e confiantes de que os agressores serão punidos, elas
preferirão conviver com uma situação ruim, mas conhecida, do que denunciar e correr o risco
de gerar mais violência.

3 SOBRE A DEPENDÊNCIA FINANCEIRA.

Antigamente não era permitido às mulheres que trabalhassem. Pelo menos não os tra-
balhos fora de casa, remunerados. Somente aos homens era permitido fazer negócios, e lidar
com o dinheiro. As mulheres de idade avançada, que não conseguiram marido, geralmente,
tinham que ficar com familiares. Os trabalhos domésticos, cuidar dos filhos e reproduzir, eram
as únicas coisas que se consideravam as mulheres serem capazes de fazer.
Com o advento das Revoluções9, que causaram um impacto no mundo todo, as mulheres
começaram a ter mais espaço no mercado de trabalho. Depois da segunda grande guerra, as
mulheres tiveram que entrar de vez no mercado de trabalho, já que os seus maridos estavam na
guerra. Sobre isso, diz Pelegrine e Martins (2010, p. 58):

Um fator histórico que impulsionou a entrada das mulheres no mercado de


trabalho foram as I e II Guerras Mundiais (1914-1918 e 1939-1945, respecti-
vamente), quando os homens foram para as frentes de batalha e as mulheres

7
“Credibilidade da palavra da vítima como prova de violência sexual, por Kenarik Boujukian”. Artigo publicado
na internet, não havendo numeração de páginas.
8
Na pesquisa, para a pergunta “você acha que as leis brasileiras protegem as mulheres contra a violência doméstica
e familiar?”, para a resposta “não” obteve-se a seguinte proporção em relação à escolaridade: ensino superior,
23%; ensino médio, 32%; até o ensino fundamental, 49%.
9
Na Revolução Francesa, com seu lema de Igualdade, Liberdade e fraternidade, começaram a surgir as reivindi-
cações de direitos para as mulheres. Segundo o site educacao.uol.com.br, não foi necessariamente o nome Femi-
nismo que surgiu, mas “é possível encontrar na historiografia dos séculos 15 e 18 o aparecimento de temas dedi-
cados à denúncia da condição de opressão das mulheres, tendo como principais fatores a superioridade e a domi-
nação imposta pelos homens”. E em 1848 surgiu o feminismo, na convenção dos direitos da mulher em Nova
Iorque.
6

passaram a assumir os negócios da família e os cargos masculinos no mercado


de trabalho.
O progresso técnico que se seguiu à II Guerra Mundial mudou os lares, pois
novos eletrodomésticos e produtos prometiam facilitar a rotina da dona de
casa que, nos anos 1960, já podia controlar o número de filhos com a pílula
anticoncepcional. Com, supostamente mais “tempo livre” e mais produtos
para comprar, muitas foram incentivadas a voltar ao mercado de trabalho, sem
esquecer-se das tarefas domésticas.

Hoje em dia, as mulheres então em praticamente todos os ramos de trabalho. Por outro
lado, é verdade que ainda há discriminação, e não é incomum as mulheres receberem menos
que os homens, e, mesmo trabalhando fora, ainda lhes cabe a obrigação de cuidar da casa e dos
filhos. Mas, ainda que agora seja mais corriqueiro a mulher trabalhar do que ficar “só” em casa,
os homens que são os provedores do lar, na sua maioria. E também, nas famílias mais pobres,
as mulheres costumam trabalhar para ajudar na renda da casa, não sendo o suficiente para que
se sustentem sozinhas, ou com os filhos.
Analisando a relação da violência doméstica com a dependência financeira, é bom dizer
que, nesse sentido, a violência doméstica é democrática10: de forma geral, a quantidade de mu-
lheres de classe alta que sofrem violência é o mesmo das de classe baixa. Ou, contrariando o
senso comum, “a quantidade de vítimas de classe social alta pode ser ainda muito maior do que
mostram os levantamentos. Por medo de se expor, prejudicar a família ou comprometer a ima-
gem profissional, a denúncia à polícia é evitada por muitas agredidas” (TAVARES, 2012)11.
Na pesquisa já mencionada de Gadoni-Costa, Zucatti e Dell’aglio, descobriu-se que “43,3%
[das vítimas] têm empregos em comércio e indústria, 32,5% são donas de casa ou não têm
profissão, 17,4% trabalham em serviços gerais e 6,8% são funcionárias públicas ou professoras”
(GADONI-COSTA, ZUCATTI, DELL’AGLIO, 2011, p. 4).
Entretanto, há diferença entre as mulheres que trabalham e tem como se sustentar, das
que não tem, como diz Gadoni-Costa, Zucatti e Dell’aglio (2011, p. 4), citando Debert & Oli-
veira, Rabello & Caldas Júnior: “Estudos apontam que mulheres que desenvolvem atividade
profissional remunerada buscam estratégias mais eficazes para enfrentar a situação de violên-
cia, além de demonstrar uma atitude mais positiva diante da vida e maior grau de autonomia e
autoestima”.

10
Segundo noticiou o site O Tempo em 2012, de acordo com a pesquisa da Promotoria de Justiça Especializada
no Combate à Violência Doméstica de Belo Horizonte, mulheres que recebem cinco salários mínimos ou mais são
vítimas na mesma proporção das que têm renda de até dois salários. As ricas respondem por 18% dos casos,
enquanto as pobres representam 19,1%. Das vítimas que ligaram no ano anterior para a Central de Atendimento à
Mulher, serviço telefônico do governo federal, 59,51% não dependiam financeiramente do agressor.
11
“Mulheres ricas e pobres sofrem violência na mesma proporção”. Reportagem publicada no site “O tempo”, não
contendo numeração de páginas.
7

E também:

... A diferença é que essas mulheres dispõem de recursos que possibilitam en-
contrar ajuda em consultórios e escritórios particulares de médicos, psicólogos
e advogados. Essas alternativas levam a uma sub-representação nas denúncias,
fazendo com que as situações de violência contra a mulher sejam diretamente
associadas à pobreza (GADONI-COSTA; ZUCATTI; DELL’AGLIO, 2011,
p. 5).

Em suma, ser dependente financeiramente do marido tem impacto na decisão das mu-
lheres em continuarem com os maridos até onde der, e também não é só as mulheres de baixa
renda que sofrem violência doméstica, pois a violência não é fruto da falta de dinheiro. Ser rica
ou pobre não significa estar segura quanto a violência doméstica. Entretanto, as mulheres que
não trabalham, e têm menos recursos, têm pouca expectativa para o futuro. Enquanto que as
mulheres com mais dinheiro costumam não denunciar seus maridos, procurando outras formas
de resolver o problema, criando a impressão de que a violência acontece mais nas áreas pobres,
tendo, porém, mais gana para sair da situação em que se encontram12.

4 SOBRE A PRESSÃO SOCIAL

Como já foi mencionado, as mulheres com mais recursos financeiros costumam denun-
ciar menos os seus maridos por sentirem vergonha da situação em que vivem, preferindo pro-
curar medidas alternativas para resolver os seus problemas. Situações como essa acontecem
porque há uma pressão da sociedade em cima, principalmente, das mulheres, para que essas
sustentem os casamentos. Podemos observar esse fato em uma entrevista de uma senhora ao
Agência Brasil13 de 2008: "Quando pedi ajuda para minha família, um dos meus irmãos disse
aquela velha frase ‘ruim com ele, pior sem ele’, e que eu tinha meus filhos. Além disso, eu tinha
vergonha, achava que se falasse para as pessoas eles me recriminariam, em vez de me ajudar"
Mas por que isso acontece? A pressão social já é objeto de estudo da sociologia desde
os primeiros sociólogos, como Émile Durkheim. Albino (2011, p. 30), falando sobre Durkheim,

12
Apenas como forma de ilustração, contarei uma história verídica, presenciada por este autor. Certa senhora, de
cerca de uns trinta e poucos anos, tendo cinco filhos, e com um marido que, principalmente quando bebia, costu-
mava ser violento, agredindo-a com palavras e até fisicamente, manteve um relacionamento durante vários anos.
Foi, porém, quando ela começou a trabalhar e ganhar dinheiro suficiente para garantir a sua subsistência, que ela
recorreu às instancias legais a fim de se separar do marido. Hoje ela vive bem financeiramente, tendo prosperado
em seu ramo de negócio, e tem boas expectativas para o futuro.
13
Artigo citado no site Carta Forense de 2008. Agência Brasil é o pseudônimo do autor.
8

diz: “O indivíduo ao nascer, independente do lugar ou do contexto histórico, sofre a influência


de valores, regras, crenças, as quais demarcam o que é aceito ou não em termos de comporta-
mento no campo religioso, educacional, familiar, sexual e jurídico”. Durkheim chama essa in-
fluência de consciência coletiva, a consciência do grupo. São as regras de conduta que o grupo
social estabeleceu, e as pessoas são “forçadas” a seguir essas mesmas regras, pois faz parte do
pertencer ao grupo. Aqueles que agirem de forma diferente do que o grupo aceita, rapidamente
serão retirados do convívio social.
Isso não significa, porém, que toda regra de conduta será boa ou toda regra será ruim.
Para o grupo, ela parece boa, pois é a vontade do grupo. Mas as vontades e os desejos mudam,
e as pessoas que eram subjugadas, com o tempo, vão percebendo que não precisam deixar-se
dominar. Observa-se esses acontecimentos através da história, por exemplo, com o povo afri-
cano que por séculos foi escravizado no Brasil14. Como menciona Rainer Gonçalves Souza15
(S/D), “O trabalho braçal era visto como algo destinado ao negro” (grifo nosso). Ou seja, essa
era a forma de pensar da época. Não era simplesmente uma maldade deliberada das pessoas,
embora que nós possamos pensar assim, era a consciência coletiva dizendo que a escravidão
era algo aceitável para dar lucros. Esse pensamento influenciava não só os escravistas como
também os escravos. Hoje em dia, porém, essas condutas são abomináveis.
Com relação aos paradigmas culturais brasileiros, diz a promotora Valéria Fernandes16
(2015):

Na cultura brasileira, a imagem da mulher segue associada aos serviços do-


mésticos e propagandas de cervejas, expostas seminuas e praticamente mudas.
Perpetua-se a mensagem de “mulher objeto”, destinada a satisfazer o homem,
ou de “mulher mãe” destinada a casar e ser boa esposa. Desviando-se desse
último papel, a mulher sofre pressão social e recebe tratamento legal mais ri-
goroso.

14
O movimento escravista começou no período colonial, em 1530, e durou até 1888, com a assinatura da Lei
Áurea. No Brasil, primeiramente foram escravizados os índios, depois os povos africanos, por volta da metade do
séc. XVI, sendo estes os mais afetados pelo escravismo.
15
“Escravidão no Brasil”. Artigo publicado no site “Brasil Escola”, não contendo numeração de páginas.
16
“VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, ‘Ela merece’: a eterna insurreição da defesa da honra”. Artigo publicado no site
“jornal Carta Forense”, não contendo numeração de páginas.
9

E prossegue ainda:

Fidelidade também é um conceito construído e interpretado segundo as cultu-


ras e papéis de gênero. Para o homem está naturalizado o comportamento in-
fiel, uma necessidade física incessante de sexo e conquista, tal como os “ma-
chos” das espécies animais.
Para a mulher, a infidelidade é julgada com mãos de ferro, pela sociedade,
amigas, meio social, parceiro e família. Não só a infidelidade, mas qualquer
conduta que se afaste do perfil “ideal” é tratada com repulsa. (FERNANDES,
2015)17

Assim, é importante observar que esse fator influencia na quantidade de denúncias feitas
pelas vítimas, como diz a juíza Kenarik Boujikian (2013)18:

A subnotificação dos crimes sexuais é uma realidade mundial. O percentual


de informação aos órgãos de investigação da ocorrência dos crimes sexuais,
cujas vítimas em sua maioria são mulheres (adultas, adolescentes e meninas),
é infinitamente menor que o real. Entre as razões apontadas por pesquisadores
para que o registro não seja efetuado estão: vergonha, sentimento de autorres-
ponsabilização, temor em enfrentar o fato perante os tribunais, carga emocio-
nal e física da agressão e desconfiança sobre o sistema, estimando-se que o
procedimento judicial é ineficaz para esclarecer os fatos e passar por eles acar-
reta mais danos do que benefícios.

Além do já exposto, convém citar o que disse Carneiro e Fraga (2012)19:

...o silêncio que decorre do aprisionamento das vítimas entre as quatro paredes
da relação "doméstica" pode ser um dos responsáveis pela gravidade de mui-
tos crimes contra a mulher, uma vez que ela sabe que a sociedade brasileira se
acostumou e aprendeu a reproduzir e cumprir fielmente frases como: "Em
briga de marido e mulher, não se mete a colher", ou, ainda pior: "Se a mulher
apanha é porque gosta".

Então, toda sociedade vai influenciar seus membros, indubitavelmente. Infelizmente, a


pressão que a sociedade brasileira tem imposto às mulheres é a de servidão aos seus maridos.
Nesse sentido, com a manutenção desse pensamento, torna-se até um direito masculino disci-
plinar as suas esposas. Como uma criança que leva uma chinelada no bumbum quando desobe-
dece. Um tapinha na boca para parar de falar coisas feias. Todos olham torto, mas no fim acei-

17
Ob, cit.
18
Ob, cit.
19
“A Lei Maria da Penha e a proteção legal à mulher vítima em São Borja no Rio Grande do Sul: da violência
denunciada à violência silenciada”. Artigo publicado no site “Scielo Brasil”, não havendo numeração das páginas.
10

tam. Assim, culturalmente, o homem se sente no direito de bater, e a mulher se sente pressio-
nada a aceitar. Com lentos passos, porém, a sociedade vem se transformando, e mudando essa
mentalidade. Ainda está bem longe do ideal, é verdade.

5 O MEDO DE MAIS AGRESSÕES

Nenhum homem agride ou humilha a mulher no primeiro encontro. A domi-


nação do homem se estabelece aos poucos. Inicialmente há a conquista e se-
dução. Depois, sob o manto do cuidado, tem início o controle, o isolamento
da mulher dos amigos e familiares. Seguem-se ofensas, rebaixamento moral e
agressão física. Estabelecem-se regras: chegar cedo, não fazer barulho, não
usar roupas provocantes, não falar com outros homens, cozinhar e cuidar dos
filhos, todas “para o bem da mulher e família”. O descumprimento dessas re-
gras naturalizadas na relação justifica para o homem o ato violento e faz com
que a vítima culpada pela violência (FERNANDES, 2014)20.

Esta citação me pareceu propícia, pois ela dá uma ideia de como as agressões vão acon-
tecendo. As mulheres não entram em um relacionamento com homens violentos porque gostam
de apanhar (como se diz ainda, lamentavelmente). O que acontece é uma sucessão de fatos. E,
depois de ela já estar presa em um mundo de violências, fica cada vez mais difícil se livrar. Um
dos grandes motivos para que essa situação perdure é o medo que as vítimas têm da violência
não se limitar a agressões físicas ou psíquicas, mas evoluir, podendo culminar na morte.
De forma geral, as pessoas têm medo de denunciar bandidos receando alguma represá-
lia. Isso acontece principalmente onde há algum tipo de domínio do bandido em relação à ví-
tima, por exemplo, nas favelas, onde os traficantes têm amplo controle sobre a comunidade, e
formas de encontrar seus delatores. Neste sentido, cabe dizer que o principal motivo que faz
alguém temer um bandido, e não o denunciar, é a impunidade. Imaginar que o bandido logo
sairá da cadeia, ou nem chegará a ser preso, é um forte catalisador do medo. Isso é noticiado e
é de conhecimento público21.
Falando agora em relação ao medo por parte das vítimas de violência doméstica:

Ele tirou toda a minha roupa, e era frio, me amarrou com as mãos pra trás,
amarrou as pernas, botou um pano na minha boca e me botou no piso e me
jogava água gelada. Uma vez ele me deu uma facada no braço e na barriga. ...
Eu não falava pra ninguém porque ele sempre dizia que se eu fizesse alguma
coisa que ele fosse preso de novo, ele me matava, e eu tinha medo disso.

20
“VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Lei Maria da Penha e Gênero: quem é responsável pela violência contra as mu-
lheres?”. Artigo publicado no site “Jornal Carta Forense”, não contendo numeração de páginas.
21
Podemos citar a notícia do ZH Notícias de 2015, relacionando a pesquisa do DataFolha, onde se diz que 50%
dos entrevistados concordam que “bandido bom é bandido morto”, com o medo e intolerância.
11

Este foi um relato de uma vítima de violência doméstica, retirado do artigo “A violência
doméstica a partir do discurso de mulheres agredidas”, de 2013, das autoras Natália Zancan,
Virginia Wassermann e Gabriela Quadros de Lima. Neste artigo, sobre os motivos que mantém
um relacionamento com violência, as autoras dizem: “Ao exporem o motivo que as levaram a
permanecer por tanto tempo com os agressores, as participantes da pesquisa referiram pensar
serem incapazes de enfrentar a situação por medo das constantes ameaças que sofriam.” Elas
esclarecem que as ameaças são uma maneira de controle e intimidação, mantendo a violência
em silêncio, sem reação. As vítimas expressam sentimento de medo e insegurança, pois não
sabem o que pode desencadear as agressões. Além disso, o medo influencia até as testemunhas,
fazendo que se omitam e não denunciem também.
“... Ao mesmo tempo que ele não me deixava trabalhar, ele me jogava na cara que me
dava de tudo e eu não dava valor pra ele. ... Eu sei que não é verdade, mas tu tenta argumentar
pelos filhos, eu morria de medo de deixá-los passar fome.” Esta é outra frase de uma vítima,
retirada do mesmo artigo. Como vemos, o medo não é só em relação a elas mesmas, mas tam-
bém quanto aos filhos. (ZANCAN, WASSERMANN e LIMA, 2013)22

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ainda há muitos outros fatores a se pesquisar, como o desejo que as vítimas têm de que
os agressores mudem. Primeiramente, no começo do relacionamento, os homens demonstram
instabilidade, mas as vítimas acreditam que vão conseguir controlá-los com a sua postura de
obediência. Depois, numa segunda fase do, o homem comete uma agressão: socos, puxões de
cabelos, xingamentos, etc. Na terceira fase, há a reconciliação. O agressor agora está mudado,
e pede perdão. Promete que nunca mais fazer de novo. Mas é uma mudança temporária, e logo
as coisas voltam ao que eram23. A repetição dos acontecimentos torna as vítimas impotentes e
cada vez mais submissas.
Mesmo assim, os resultados da pesquisa mostraram-se satisfatórios. Em um primeiro
momento, descobriu-se que a baixa escolaridade tem uma certa relevância, pois quando as ví-
timas têm pouca instrução elas se submetem mais facilmente aos maridos e às agressões são
mais toleradas. Por outro lado, deu para notar que a população está cada vez mais conhecedora
dos seus direitos. Nesse caso, a pesquisa mostrou que a grande maioria da população conhece

22
“A violência doméstica a partir do discurso de mulheres agredidas”. Artigo publicado no site “Pepsic”, não
contendo numeração de páginas.
23
Assim explica Valéria Fernandes, no artigo já citado, de 2014, o conceito desenvolvido por Lenore Walker.
12

a Lei Maria da Penha. Isso é bom. Mas é preciso que as pessoas tenham confiança no sistema
jurídico para que, pelo menos, denunciem os agressores.
Sobre a dependência financeira, foi importante observar que este é um tabu social. Em-
bora exista sim violência doméstica nas classes mais baixas, as mulheres que não dependiam
financeiramente dos maridos sofriam violência tanto quanto as que dependiam, ou eram de
baixa renda. E, indo além, é possível que elas sejam ainda em número maior. Isto porque elas
se preocupam mais com a opinião da sociedade, e costumam buscar outros meios para resolver
esse problema, sem ir à polícia. Mesmo assim, a independência financeira é de suma importân-
cia para as mulheres para que elas tenham mais coragem e ânimo para ir em busca de uma vida
diferente.
A questão da pressão social está ainda presente, influenciando as mulheres a permane-
cerem casadas mesmo com homens agressores. As mulheres têm receio de ir à polícia ou mesmo
aos familiares e amigos, com medo e vergonha da opinião dos outros. Esta é uma realidade que
vem gradativamente mudando. Mesmo assim ainda há muito o que se fazer. A forma como as
mulheres são retratas nas mídias como objeto sexual, que serve apenas para satisfazer o homem,
é um reforço do estereótipo de inferioridade da mulher.
Por fim, o medo dos agressores é um fator recorrente, não só nas vítimas de violência
doméstica, como em várias outras áreas da sociedade. Mas, em relação às mulheres, o medo é
o objeto de dominação dos homens, o que se torna eficaz, já que as vítimas e os agressores
convivem no mesmo teto. Esta dominação se torna cada vez mais forte com o tempo, a medida
que as ameaças vão sensibilizando as vítimas, que não se sentem seguras para denunciar os
maridos, pois não confiam no sistema jurídico, temendo por elas e pelos filhos.
Destarte, os motivos que levam as mulheres a permanecerem com homens agressores
são vários. Além disso, um padrão não poderia ser aplicado a todas as mulheres, ou seja, as
pessoas são diferentes e enfrentam situações semelhantes de maneiras diferentes. Analisando
as conclusões quanto as hipóteses, destaco a importância da independência financeira, pois pa-
rece ser a melhor forma das mulheres saírem desse tipo de relacionamento.

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