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Compreendendo o Universo

através das galáxias

Marcio A.G. Maia

1
Índice dos tópicos abordados
Histórico da astronomia
Descobertas que mudaram nossa concepção do universo
Galáxias e suas propriedades
Radiogaláxias, quasares, buracos negros supermassivos
Estimadores de distâncias
Tamanhos de alguns objetos cósmicos
Aglomerados de galáxias e o meio intra-aglomerado
Lentes gravitacionais
Estrutura em grande escala
Linha de tempo do universo
Observações cosmológicas
Simulações e o futuro do universo
2
A energia escura
Capítulo 1
Breve (e incompleta) história da astronomia.

Descobertas que mudaram nossa concepção do universo.

O que são galáxias?

Propriedades das galáxias.

Massa, luminosidade e conteúdo estelar das galáxias.

3
Começando com um pouco de História ...
Astrônomo – Profissão Perigo

Tampa de caixão de um Faraó egípcio mostrando dois


astrônomos assistentes (2000-1500 AC). Hieróglifos listam 4
estrelas, cujo nascer indicam o início de cada hora da noite.
Astronomia e Química começaram
caminhando juntas
- Primeiros químicos: Mulheres preparando perfumes na
Babilônia (Tapputi – a perfumista).

- Leucipo e Demócrito: A natureza da matéria -> Átomo

- Aristóteles: Terra, Água, Ar, Fogo. Estrelas e planetas ->


Éter (quinto elemento).

- Khemeia (química) praticada pelos egípcios, com seus


conhecimentos secretos transmitidos às mulheres por
anjos caídos "em tentação".
Processos químicos usados em embalsamamentos.
Sua evolução levou a confecção do vidro, tinturas, e
metalurgia.
5
Astronomia e Química começaram
caminhando juntas

Ouro Sol

Prata Lua

Cobre Vênus

Ferro Marte

Chumbo Saturno

Estanho Júpiter

Mercúrio Mercúrio 6
Astronomia e Química começaram
caminhando juntas
Da mesma forma que a Astrologia tentava desvendar os
segredos do Universo, a Khemeia achava que podia fazer
isso mostrando como a Terra se relacionava com o Cosmo.

A conexão Astrologia-Khemeia era tão forte a ponto de


“feiticeiros e magos” usarem termos de astronomia para
esconder segredos do ofício. Ex.: Ligar dois metais -->
Conjunção entre Vênus (cobre) e Júpiter (estanho).

Conjunção
Sol

Terra

Planeta 7
Astronomia e Química começaram
caminhando juntas
Ao longo da história, Alquimia e Astrologia estiveram
juntas, uma vez que seus praticantes estavam sempre
interessados nestas duas “disciplinas”.

Com o tempo a Química surgiu como ciência originária da


Alquimia e a Astronomia livrou-se das crendices da
Astrologia.

Hoje ninguém tenta transformar outros metais em ouro.


Como é que alguém pode creditar que os astros
exercem alguma influência sobre nossos destinos ?

Se alguém acredita na "eficácia" das previsões astrológicas, veja


artigo de Carlos Wuensche na Revista Ciência Hoje 256 (fevereiro
de 2009). 8
Astrologia X Astronomia

Qual a diferença entre elas ?


Física e Matemática, muuuiiiiita Física e
Matemática !!!!

9
M ec
ânic
a
Quâ
nt ica
ismo
e t
agn
r om
let
E

a
sic

Para virar astrônomo há que
colocar muita informação na
cabeça
a
inâmic
d

Cálculo
Termo

10
Astronomia "Filosófica"
No início, a astronomia mesmo sendo o resultado de
observações do céu, sofreu a influência de correntes
filosóficas de época para a explicação dos fenômenos e
na definição de modelos de universo.

Estas influências eram fortes, pois ainda não estavam


estabelecidas as ciências de suporte (física, matemática)
e nem a tecnologia necessária (telescópios e detectores)
que permitissem uma compreensão dos fenômenos
celestes dentro de bases científicas. Mesmo com estas
limitações, surgiram algumas idéias interessantes.

Veremos a seguir, "instantâneos" de alguns conceitos


astronômicos ao longo dos últimos dois milênios e a
evolução da astronomia para um patamar de ciência. 11
Aristóteles (350 A.C.)
Defende idéia de Platão na qual a Terra
seria o centro do Universo, com o Sol,
planetas e as estrelas girando em torno
dela, fixadas em esferas cristalinas.

12
Demócrito (400 A.C.)

Atribui a estrelas não resolvidas, o brilho da


banda luminosa cortando o céu noturno. Mais
tarde viria a ser chamada de Via Láctea.

13
Aristarco de Samos (~250 A.C.)

O primeiro a propor o sistema Heliocêntrico.

14
Nicolau de Cusa (~1440)

Propôs conjunto de idéias avançadas na época. Ele


acreditava que a Terra girava em torno do seu eixo e que
ela deveria girar em torno do Sol.

Propôs que as estrelas eram similares ao nosso Sol, e que


elas deveriam ser orbitadas por mundos habitados.

Especulou que o Universo deveria ser infinito. Como não


possuía um ponto central, os conceitos de “em cima” e “em
baixo” eram conceitos inúteis no espaço.

No entanto, suas idéias estavam permeadas de teologia,


uma influência de sua vida eclesiástica e não possuíam uma
base observacional de suporte.
15
Nicolau Copérnico (1543)
Em seu livro De Revolutionibus apresenta a
teoria Heliocêntrica. Explica as estações
do ano. No entanto, não havia base
experimental.

16
Johannes Kepler (~1605)
Matemático, astrônomo e astrólogo.
Utilizou observações de Tycho Brahe e
propôs órbitas elípticas para planetas.
Suas leis sobre movimento planetário
influenciaram Newton sobre a gravitação.

Modelo platônico do sistema Horóscopo feito por Kepler


17
solar construído por Kepler. para o general Wallenstein
Nem sempre é fácil explicar as coisas...

18
Galileo Galilei (1610)
Eppur si muove !

Utilizando uma luneta, por ele (re)inventada,


confirma que a Via Láctea é formada por
estrelas. Além disso, vê satélites de Júpiter
o que reforça a teoria heliocêntrica.

“A Galáxia não é nada mais do que uma massa


de inumeráveis estrelas plantadas juntas em
aglomerações. Para qualquer parte que você
dirija o telescópio, imediatamente uma vasta
multidão de estrelas apresenta-se a vista.”

Galileo (1610)

19
René Descartes (1633)

Cogito ergo sum

Em O Mundo, Descartes propõe


a idéia de que o Universo é
formado por um número
indefinido de vórtices.

A matéria que preencheria o


Universo seria coletada nos
vórtices, que possuiriam uma
estrela no seu centro. Eles
apresentariam, com frequência,
planetas orbitantes. 20
Thomas Wright (of Durham) 1750

Foi o primeiro a propor idéias de um


Universo organizado na forma de
sistemas estelares em sua obra An
Original Theory or New Hypothesis
of the Universe.

... that as the visible Creation is supposed to be full of


sidereal Systems and planetary Worlds, so on, in like
similar Manner, the endless Immensity is an unlimited
Plenum of Creations not unlike the known Universe. See
Plate XXXI, which you may if you please, call a partial View
of Immensity, or without much Impropriety perhaps, a finite
View of Infinity ...

That this in all probability may be the real Case, is in some


Degree made evident by the many cloudy Spots, just
perceivable by us, as far without our starry Regions, in
which tho' visibly luminous Spaces no one Star or particular
constituent Body can possibly be distinguished; those in all
likelihood may be external Creation, bordering upon the
known one, too remote for even our Telescopes to reach. 21
Immanuel Kant (1755)

Em seu livro História Natural Universal e Teoria do Céu,


sugere: “de maneira similar ao Sistema Solar, existiriam
outros sistemas, de ordem maior, que se assemelhariam
à distribuição de estrelas da Via Láctea ...”
Suas idéias são basicamente as de Thomas Wright,
incluindo considerações sobre a existência de um
Universo infinito onde todas as estruturas de mundo se
relacionariam, possuindo um ponto central. Mais tarde
estes outros sistemas se chamariam Universos-Ilhas.

Universal Natural History and Theory of Heaven


To the most serene, the mightiest king and master
Frederick
King of Prussia
Margrave of Brandenburg
Lord Chamberlain and Elector of the Holy Roman Empire
Sovereign and Highest Lord of Silesia, etc. etc.

My all honored King and Master,


Most serene and mighty king,
All honored King and Master...

Dedicatória para Frederico II da Prússia na Introdução da obra 22


Charles Messier (1784)

Compilou o Catalogue des nébuleuses et des


amas d'étoiles que l'on découvre parmi les
étoiles fixes, sur l'horizon de Paris. Nele
estão as primeiras referências aos
aglomerados de galáxias. Messier listou
103 nebulæ, 30 das quais são galáxias.

M1 M101

Nebulosa do caranguejo Galáxia do “Cata-vento”23


Wilhelm Herschel (1785)

As descobertas com o telescópio


construído por ele, fizeram com que o rei
da Inglaterra financiasse a construção do
maior telescópio da época, com 1.47m de
abertura.
Em 1785 ele publicou On the Construction
of the Heavens, sugerindo que “o sistema
sideral que habitamos” é uma nebulosa
comum em aparência a muitas outras e
devem ser externas à nossa.

24
Descrição de Herschel para a Via Láctea
William Parsons (Lorde Rosse) 1845

Constrói um telescópio de 1.80m de


diâmetro e descobre que algumas
nebulosas possuíam formato espiralado.

25
Desenhos de Parsons mostrando que algumas
“nebulosas” apresentam uma estrutura espiral.

M51

26
M101
Henrietta Leavitt (1912)

Descobre para a classe de estrelas chamadas


de Cefeidas, uma relação entre o período de
variação de seu brilho e sua luminosidade
intrínseca. Com isso, é possível medir-se
distâncias dentro e fora de nossa galáxia.

27
Vesto Slipher (1917)

Coleta espectro para 15 “nebulosas”. 13 delas


apresentam as linhas do espectro deslocadas
para o vermelho, as primeiras evidência de que
as galáxias apresentam movimento de recessão.
Como elas ainda não eram consideradas objetos
“extragalácticos”, o trabalho dele sofre seve-
ras críticas.

Desvio para o vermelho:

Quanto mais distante a


galáxia, maior o
deslocamento de suas
linhas espectrais
visíveis para o lado
vermelho do espectro. 28
Herber G. Curtis & Harlow Shapley

Em 1920 um grande debate foi estabelecido entre Herber Curtis e


Harlow Shapley a respeito da natureza extragaláctica das galáxias.
Curtis defendia a idéia de que elas eram exteriores a Via Láctea,
enquanto Shapley advogava a idéia de que elas eram objetos internos de
nossa galáxia. Neste debate, nenhum saiu vitorioso, e os detalhes das
idéias de ambos estavam incorretos. Somente mais tarde foi possível
estabelecer a natureza extragaláctica destas “nebulosas”. Curtis tenta
difundir o nome Universos-Ilhas para galáxias.
No site abaixo está a transcrição do Grande Debate 29
http://antwrp.gsfc.nasa.gov/htmltest/gifcity/cs_nrc.html
Jacobus Cornelius Kapteyn (1922)
Realiza um grande esforço com a
colaboração internacional para determinar
a estrutura da Galáxia através da
contagem de estrelas. No entanto, a sua
proposta ainda apresentava-se incorreta.

Modelo atual Modelo de Kapteyn 30


Edwin Hubble (1923-1929)

Determina a distância de uma


“nebulosa” na constelação de
Andrômeda, usando, para isso,
uma estrela cefeida (1923).
Estava demonstrado que elas
tinham natureza extragaláctica.

Observando mais galáxias, e


adicionando os dados de Slipher,
Hubble concluiu que: elas se
afastam mais rapidamente quanto
mais longe estão de nós (1929).

H0 ~ 70 km/s/Mpc
31
Desvio para o vermelho - REDSHIFT - z
O fato de galáxias estarem “ancoradas” ao Universo, o qual se apresenta
em expansão, faz com que vejamos a maioria das galáxias se afastando
de nós. Esta velocidade de afastamento (positiva) é dada pela
“constante” de Hubble – H0. O redshift é dado pela expressão:

1+ v/ c
z = δλ / λ = −1
16 1− v / c
A velocidade de recessão de uma
200
galáxia é dada por:

v ( z + 1) − 1
2
v = cz
=
c ( z + 1) + 1
293 2
Para baixos z

520 A sua distância é obtida através de:

v
813 D= (Mpc)
H0 32
Desvio para o vermelho - REDSHIFT - z

100 Mpc 100 Mpc 100 Mpc 100 Mpc

15000 km/s 7500 km/s 0 km/s 7500 km/s 15000 km/s


200 Mpc 100 Mpc 100 Mpc 200 Mpc

7500 km/s 0 km/s 7500 km/s 15000 km/s 22500 km/s


100 Mpc 100 Mpc 200 Mpc 300 Mpc

0 km/s 7500 km/s 15000 km/s 22500 km/s 33 km/s


30000
100 Mpc 200 Mpc 300 Mpc 400 Mpc
Diagrama de Hubble - Classificação morfológica

Irr

34
Esquema de classificação mostrando detalhes da morfologia
A classificação de Hubble-Sandage é baseada nos seguintes elementos:
Razão bojo/disco; abertura dos braços espirais, e existência de barra.

35
Esquema de classificação morfológica
- AVISO AOS NAVEGANTES -
O processo de classificação morfológica de galáxias não é simples, pois
nem sempre ele é único ou bem definido, dependendo de um certo grau
de subjetividade do “classificador”. Ela se baseia em imagens,
normalmente na faixa óptica (banda azul), onde os grandes
levantamentos em placas fotográficas foram efetuados. O processo de
classificação possui vários vieses, como efeitos de luminosidade das
galáxias, brilho superficial, banda espectral usada.

No entanto, a classificação morfológica é útil na determinação de


propriedades coletivas destes objetos, cuja determinação de suas
propriedades fundamentais possam vir a fundamentar o estudo da
formação e evolução destes objetos.

O diagrama de Hubble não representa uma seqüência evolutiva, no


sentido de que as galáxias evoluiriam passivamente de um tipo para o
outro. Veremos mais adiante, que galáxias até podem sofrer mudanças
na sua morfologia ao longo de sua existência, mas este processo
envolve interações entre galáxias. 36
Via Láctea - a nossa galáxia

[--------- ~ 100.000 anos luz ----------]

Desenho esquemático da Via Láctea

1 kpc = 1000 pc = 3300 a.l. Galáxia de Andrômeda,


bastante similar à nossa
37
Via Láctea
a nossa galáxia vista de dentro dela mesma

38
Via Láctea vista com "outros olhos"

39
Galáxias Elípticas

Galáxia elíptica gigante


situada no centro de um
aglomerado de galáxias. Ela
é 40 vezes mais massuda
do que a Via Láctea.

0 ----------- O que parecem ser estrelas,


são na verdade aglomerados
globulares.

Elipticidade
E0 - E7
M87 - NGC 4486 - Virgo N = 10 x (1-b/a)
40
Galáxias Espirais

NGC 3627 Sb41


Galáxias Espirais

- --->
--
ei ra
po
a de
F a ix

NGC 4945 Sc
42
Galáxias Espirais

<- - - - - - Barra

NGC 1365 SBc 43


Galáxias Irregulares
Grande Nuvem de Magalhães

Pequena Nuvem de Magalhães

47 Tuc

44
Paisagem Noturna -1

Grande Nuvem de Magalhães

Pequena Nuvem de Magalhães

Cometa McNaught
45
Paisagem Noturna -2

Grande Nuvem
de Magalhães

Pequena Nuvem
de Magalhães

Polo Sul Celeste

46
Galáxias Irregulares

UGC 6456 – Galáxia Irregular anã (cores reais)


47
Galáxias Peculiares

Colisão entre duas galáxias onde


atuam potentes forças de maré.48
Estamos livres do perigo ????
Andrômeda x Galáxia

1 2 3

4 5 6

Esta simulação mostra os efeitos da colisão entre a Via Láctea e


Andrômeda. A fusão das duas deve ocorrer daqui a 5 bilhões de anos.
No processo as órbitas das estrelas serão rearranjadas e no final,
deveremos ter um objeto de forma esferoidal. Não se espera colisões de
estrelas devido as grandes separações entre estas.
49
Estruturas de uma
Galáxia Espiral

Bojo

Barra

50
Galáxias Aneladas

51
São o resultado de ressonâncias ou colisão com uma companheira.
Resumo das Características das Galáxias
Propriedade Espirais Elípticas Irregulares
Forma e Disco achatado de Sem disco, com es- Sem estrutura.
estrutura gás e estrelas, braços trelas distribuídas Algumas com
espirais, bojo e halo. em um elipsóide. aparência explosiva

Conteúdo de Disco: jovens e velhas. Só estrelas Velhas e novas.


estrelas Halo: só velhas. velhas.

Gás e poeira Disco: muito. Pouco ou Muito


Halo: pouco. nenhum.

Formação Ainda produzindo Insignificante Grande


estelar

Movimento Gás e estrelas no disco: Órbitas Estrelas e gás


estelar órbitas circulares; aleatórias. têm órbitas
no bojo: mov. aleatório. irregulares.
52
Dando nome aos bois ...

O batismo de galáxias com nomes comuns que refletem


alguma propriedade específica (ex.: semelhança com alguma
coisa), não é válido para a grande maioria delas. Os seus
nomes normalmente estão associados a catálogos
resultantes de levantamentos sistemáticos.

Os catálogos são importantes por conterem informações


sobre os objetos (posição, magnitude, tipo morfológico,
velocidade radial, etc). Algumas galáxias possuem diversos
nomes, por participarem de vários catálogos.

Ver mais sobre nomenclatura e alguns catálogos famosos no


Apêndice
53
Contando galáxias ...

54
Contando galáxias ...
A fotografia foi importante para produzir os
primeiros mapeamentos do céu.

Imagem obtida do Palomar


Observatory Sky Survey 55
Contando galáxias ...
Os mapeamentos modernos, usam câmeras
sofisticadas com CCDs, que são muito mais eficientes.

Sloan Digital Sky Survey 56


Sloan Digital Sky Survey
5)
1
18.
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( r’
ri a Telescópio de 2.5m dedicado ao projeto
t
o me localizado em Apache Point, NM.
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fo opi
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ias ect
a láx esp
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m il c
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93 0 m
20

57
Sloan Digital Sky Survey

640 fibras para espectroscopia Câmara com 30 CCDs


58
SDSS Sky Coverage (Aitoff projection of Equatorial coord.)

SDSS Spectral Sky Coverage 59


Utilizando a relação de Hubble,
conseguimos determinar as
distâncias das galáxias, e desta
forma mapear a matéria luminosa
do Universo.

60
61
Mapeando o céu
Mapa de estrelas mostrando "rastros" deixados
por galáxias anãs que trespassaram a Via Láctea.

Galáxias anãs

As cores indicam diferentes distâncias das estrelas


e a intensidade é proporcional ao número destas. 62
O Brasil participa do SDSS-III

Objetos de estudo:
Energia Escura, detecção de planetas extra-solares e
estudos cinemáticos e químicos da Via Láctea.

http://www.on.br/sdss3/ 63
Algumas propriedades das galáxias:

Massa

Luminosidade

Conteúdo de Estrelas

64
Como as galáxias se sustentam sem desabarem
sobre si mesmas sob a força de sua gravidade ?
Espirais: Por rotação (momento angular) do disco.
Elípticas: Por movimentos aleatórios (dispersão de velocidades).

Movimentos aleatórios pequenos na nuvem protogaláctica ---> Galáxia Espiral

Movimentos aleatórios grandes na nuvem protogaláctica ---> Galáxia Elíptica


65
E o padrão espiralado visto em algumas galáxias, é o
resultado do quê ?
Rotação diferencial

Como as galáxias espirais apresentam movimento de rotação diferencial


(giram mais rápido no centro e mais lentamente nas bordas), poderíamos
pensar que isto as levaria a produzirem o padrão espiralado observado.

Conseqüência: Como uma destas galáxias demora ~300-500 milhões de


anos para efetuar uma revolução, isto significa que elas acabariam
enroladas como na imagem mais à direita, na figura acima. Isto não se
verifica na prática, logo, precisamos de uma outra teoria ... 66
Teoria de ondas de densidade

Órbita aproximadamente
circular do material
67
Esquema de onda de densidade

68
Esquema de onda de densidade

Poeira entrando
no braço

Região do braço
espiral com intensa
formação estelar

Região de
estrelas
mais velhas

69
Teoria de ondas de densidade
(linhas gerais)

Nós vemos o padrão espiral como o resultado de uma


atividade de formação de estrelas mais acentuada naquela
região. As regiões entre os braços, são praticamente tão
densas quanto as dos braços. O que acontece é que nas
partes mais visíveis (onde temos estrelas se formando),
está ocorrendo uma ligeira compressão no gás produzida
por uma “perturbação” denominada onda de densidade.
Esta compressão desencadeia a formação de estrelas.
Vários fatores poderiam induzir estas ondas de
densidade, entre elas: a instabilidade do gás nas
proximidades do bojo; efeitos gravitacionais de galáxias
satélites; assimetria do bojo.
Veja analogia de ondas de densidade com "engarrafamento de70
trânsito" no Apêndice 1
‘Pesando’ a Galáxia
As galáxias não rotam como um corpo rígido. Usando a terceira lei de
Kepler que relaciona a massa, período e tamanho das órbitas, podemos
fazer uma estimativa da massa da nossa galáxia interior à órbita do Sol:
Massa total = (semi-eixo maior) 3 / (período) 2

Força centrípeta = Força gravitacional

V 2 GMm RV 2 GM
m = →M= V=
R R 2
G R

MGaláxia ∼ 1011 MSol


71
A “brilhante” idéia da Matéria Escura
Para explicar a curva de rotação observada, que contraria a tendência de
queda da velocidade de rotação nas suas partes externas, foi sugerida a
existência de matéria além dos limites observáveis da galáxia.

Representação da
distribuição de
matéria escura em
torno de uma galáxia

72
A “brilhante” idéia da Matéria Escura
No início do Universo, as
matérias escura e bariônica
estavam homogeneamente
distribuídas.

Pequenas flutuações de
densidade na distribuição
de matéria escura fizeram
com que esta produzisse
certas concentrações deste
material.

Mais tarde quando o


Universo estava mais frio, a
matéria bariônica começou a
ser puxada para estes poços
de potenciais.
73
A “brilhante” idéia da Matéria Escura
No início do Universo, as
matérias escura e bariônica
estavam homogeneamente
distribuídas.

Pequenas flutuações de
densidade na distribuição
de matéria escura fizeram
com que esta produzisse
certas concentrações deste
material.

Mais tarde quando o


Universo estava mais frio, a
matéria bariônica começou a
ser puxada para estes poços
de potenciais.
74
A “brilhante” idéia da Matéria Escura
No início do Universo, as
matérias escura e bariônica
estavam homogeneamente
distribuídas.

Pequenas flutuações de
densidade na distribuição
de matéria escura fizeram
com que esta produzisse
certas concentrações deste
material.

Mais tarde quando o


Universo estava mais frio, a
matéria bariônica começou a
ser puxada para estes poços
de potenciais.
75
Como resolver o quebra-cabeça ?

76
Candidatos a Matéria Escura
Matéria Ordinária
- Gás e poeira (matéria visível é composta de 75% de Hidrogênio)
- MACHOS (Massive Halo Compact Objetcs, Planetas, anãs marrons,…)

Matéria ou Teoria Exótica


- Neutrinos
- WIMPS (Weakly Interacting Massive Particles)
- Mudança da Gravidade

A quantidade de matéria escura é 10 vezes maior


do que a de matéria convencional (bariônica).

77
Inventário da matéria visível do universo

78
Inventário da matéria e energia do universo

79
Luminosidades e Cores das galáxias
A cor e a luminosidade das galáxias normais é o resultado da
soma da luz proveniente de suas estrelas constituintes.

Uma conexão pode ser estabelecida entre o tipo morfológico


da galáxia e sua população estelar dominante.

Galáxias Irregulares possuem predominantemente estrelas


de População I.

Espirais possuem tanto estrelas de Pop I como de Pop II,


seguindo uma seqüência crescente de aumento de luz
proveniente de Pop II dos tipos Sc para os Sa.

Lembrando
Pop I – População jovem, estrelas azuis, ricas em elementos pesados.
Pop II – População velha, estrelas vermelhas, ricas em H e He. 80
Razão Massa / Luminosidade - M/L
Uma forma comum de nos referirmos a luminosidade de um objeto é
através da sua medida na banda B (LB) ou no visual (LV). Um conceito
importante é o da razão entre as quantidades de luz emitida e sua
massa, chamada razão massa luminosidade – M/L. Por definição:

M M Sol
=1 (para o Sol)
L LSol

Para as estrelas, é válida a relação:

L M
log ≈ 3.8 log
LSol M Sol

Assim, estrelas com: 0.5 MSol --> M/L ~ 10 MSol/LSol


2 MSol --> M/L ~ 0.1 MSol/LSol
81
Relação Massa / Luminosidade - M/L (cont.)
Com base nos números obtidos para M/L nos exemplos do slide anterior,
podemos inferir que a luminosidade das galáxias é produzida por
estrelas muito massivas, enquanto que sua massa, é devida às estrelas
pouco massivas, pois estas possuem longevidade e são em um grande
número. Assim, as partes luminosas das galáxias normais apresentam
valores médios de M/L:
M M Sol M Sol
≈6 ≈ 10
L LV ,Sol LB ,Sol

82
Diferentes tipos morfológicos de galáxias representadas em termos
de luminosidades derivadas de suas populações estelares.

Sc
----->

Sb
Luminosidade da Pop I

Sa

Irr

S0

gE
dE

83
Luminosidade da Pop II ----->
Quadro com propriedades gerais de galáxias

Espirais Elípticas Irregulares


Massa (MSol) 109 - 1012 106 - 1013 108 - 1011
Luminosidade (LSol) 108 - 10 11 106 - 1011 108 - 1011
M/L 2 - 10 5 - 30 1-3
Diâmetro (kpc) 5 - 50 1 - 200 1 - 10
Populações Velha no Halo e Bojo Velha Jovem e Intermediária
estelares Jovem no Disco

Tipo espectral A (Sc) até K (Sa) G até K A até F


composto
Material Gás e poeira no Disco Pouca quantidade de Muito gás; alguma
interestelar gás e poeira poeira

Ambiente em Em grupos, regiões de Aglomerados ricos Regiões de baixa


grande escala baixa densidade de densidade de galáxias
galáxias

84
Proporção das galáxias entre os diversos
tipos morfológicos
A distribuição das galáxias pelos diversos tipos
morfológicos é dependente do ambiente. Em regiões ditas
“de campo”, a fração de espirais é muito grande. Nas
regiões centrais de aglomerados, só existem elípticas e
lenticulares.
A distribuição de galáxias conforme diferentes graus de
aglomeração no Levantamento de Galáxias do Hemisfério Sul
– SSRS2, que caracteriza a população de galáxias no Universo
local (dentro de um raio R ~ 150Mpc) é mostrada abaixo:

Grupos (N>3): 24%


Tripletos: 8 %
Binárias: 18%
Isoladas: 50% 85
Função de Luminosidade de galáxias

É a função que descreve a


quantidade de galáxias em
um dado volume do espaço
como uma função da
luminosidade (magnitude).

Esta distribuição depende


do ambiente em que estão
as galáxias.

Ver mais detalhes no


Apêndice 1
<---- luminosidade aumenta
86
Mensageiros das galáxias

Como saber sobre a estrutura física,


composição química, proporção de estrelas,
de gás e de poeira em uma galáxia ?

Resposta: Através da luz emitida por elas,


depois de viajar distâncias incomensuráveis.

Como extrair estas informações, veremos a seguir.

87
Exemplos de espectros
Como se parecem as de estrelas
galáxias “vistas”
espectroscopicamente ?

Espectros contendo
linhas do Hidrogênio em 88
absorção e emissão
Como se parecem as
galáxias “vistas”
espectroscopicamente ?
Os espectros das
galáxias resultam da
soma da luz individual de
suas estrelas (~50
bilhões), mais nuvens
moleculares e regiões
com formação estelar.

Espectros de
galáxias de
diferentes tipos
morfológicos. 89
Como se parecem as galáxias vistas espectroscopicamente ?
(detalhes)

90
Como se parecem as galáxias vistas espectroscopicamente ?
(aspectos típicos dos espectros)
Contínuo Linhas de emissão

Linhas de absorção

Linhas de absorção: necessitam de metais nas atmosferas estelares ou


de gás frio no meio interestelar. Implica na existência de populações
estelares velhas. Estão presentes em elípticas e bojos de espirais.

Linhas de emissão: requerem gás quente ou estrelas dos tipos O e B.


Implica em estrelas recém formadas ou em formação. São produzidas
em discos de espirais e em Irregulares.
91
Endereços famosos (linhas)
Alguns comprimentos de onda de características típicas (features) nos
espectros são importantes para o estudo de determinadas
propriedades, pois estão relacionados com processos físicos bem
estabelecidos. Eles permitem o diagnóstico das propriedades físicas
da região proveniente tais como temperaturas, densidades, composição
química, etc.

92
Famosos sem endereço (o contínuo)
A combinação de muitos espectros de corpo negro de diferentes
temperaturas (ver próximo slide) gera uma distribuição de energia um
tanto plana e sem características espectrais (linhas). Este é o
substrato no qual percebemos as linhas de emissão e absorção.

Quebra em 4000 Å

Quebra em 4000 Å: é produzida pela absorção de radiação de alta


energia por metais nas atmosferas estelares ou pela falta de estrelas
azuis. Logo esta característica é forte em galáxias elípticas, fraco nas
espirais e praticamente inexistente nas Irregulares. 93
Curvas de corpo negro para
diferentes temperaturas.

Este conjunto permite


visualizar o intervalo de
comprimentos de onda que
uma determinada estrela
emite predominantemente.
Isto é feito usando-se a
Temperatura efetiva da
estrela.

Ex.: O5 --> Teff 40.000K


G5 --> Teff 5.500K
M5 --> Teff 2.500K

94
Exemplo de um espectro de galáxia elíptica

95
Exemplo de um espectro de galáxia espiral

96
Exemplo de um espectro de galáxia irregular

97
Por que galáxias elípticas são avermelhadas ?
A luz de uma galáxia é dominada pela luz de suas estrelas constituintes.
Estas por sua vez são aproximadamente o de um “Corpo Negro” (L αT4).

O espectro global da galáxia vai parecer avermelhado se tiver pouca


contribuição de estrelas azuis.

98
Apêndice

Colocamos a seguir alguns slides com


material complementar para quem quiser
se aprofundar em alguns detalhes

99
Bibliografia
Astronomia e Astrofísica – Kepler S.O. Filho & Maria de Fátima O. Saraiva –
aquivo .pdf no site http://astro.if.ufrgs.br

Panorama Visto do Centro do Universo – Joel Primack & Nancy Abrahams – Cia
das Letras - 2008

À Luz das Estrelas – Lilia I. Arany-Prado – DP&A Editora – 2006

Novas Janelas para o Universo – Maria C.B. Abdalla & Thyrso Villela – Editora
UNESP – 2006

An Introduction to Modern Astrophysics – B.W. Carrol & D.A. Ostlie – Addison-


Wesley Publishing Company, Inc – 1996.

Galaxies and Galactic Structure – Debra M. Elmegreen – Prentice Hall – 1998.

Fundamental Astronomy – H. Karttunen et al. – Springer Verlag – 1996.

Astronomy Today – E. Chaison & S. McMillan – Prentice Hall - 1999.


100
Links
http://funk.on.br/maia/ - Material deste mini curso e outras palestras.

http://www.on.br/ - Portal do Observatório Nacional onde existe material de


divulgação.

http://www.das.inpe.br/curso/index.php - Diretório com cursos de extensão da


Divisão de Astrofísica do INPE.

http://www.stsci.edu - Telescópio espacial Hubble.

http:/astro.princeton.edu/~frei/galaxy_catalog.html - Catálogo de imagens de


galáxias nos filtros Azul e Vermelho.

101
Tabela de constantes
Unidade astronômica -> a.u. = 1.5 x 108 km (distância média Terra-Sol)
Ano luz ------------> a.l. = 9.5 x 1012 km ~ 1013 km
Parsec -------------> pc = 3.0 x 1013 km ~ 3.26 a.l.
Velocidade da luz ---> c = 3.0 x 105 km/s
Massa da Terra -----> MTerra= 5.9 x 1024 kg
Raio da Terra -------> RTerra = 6378 km
Massa do Sol -------> MSol = 2.0 x 1030 kg
Raio do Sol ---------> RSol = 7.0 x 105 km

Massa do Próton -----> mp = 1.7 x 10-27 kg


Massa do Elétron ----> me = 9.1 x 10-31 kg

10-2 = 0.01 102 = 100 kilo = k = 103


10-1 = 0.1 101 = 10 mega = M = 106
100 = 1 giga = G = 109 102
Medindo distâncias usando Cefeidas

Para usar cefeidas como determinadoras de distâncias, precisamos


calibrar a relação Período-Luminosidade através de uma estrela do
grupo ou aglomerado para o qual se conheça a distância.
Por exemplo: isto pode ser feito para as Hyades onde a distância é
conhecida por paralaxe.

log10 P + 0.394M V = −0.657 p/ as Hyades


Uma vez que a equação seja calibrada como acima, ela pode ser
aplicada a qualquer outro conjunto destas estrelas. A estratégia na
prática é:
- Encontrar uma cefeida através de curvas de luz;
- Mede-se a mag aparente no pico da curva de luz;
- Calcula-se mag absoluta;
- Calcula-se a distância usando: m = M + 5 log10 (d ) − 5

103
Trena extragaláctica
Em Astronomia Extragaláctica tratamos com escalas de distâncias
muito grandes. A medida usual é o megaparsec (Mpc). 1 Mpc =106 pc.
Lembrando das equações:
L
F= e m1 − m2 = −2.5 log L1 / L2
4πd 2

podemos escrever :
m = M + 5 log10 (d ) − 5 (d em pc)
se quisermos usar d em Mpc, fazemos como abaixo :
m = M + 5 log10 (d .10 6 ) − 5
m = M + 5 log10 (d ) + 5 log10 (10 6 ) − 5
m = M + 5 log10 (d ) + 25 (d em Mpc)
isolando d na equação acima, teremos :
d = 10 0.2[ m − M −25 ] (Mpc) (m––M)
(m M)éédenominado
denominado 104
demódulo
de módulode
dedistância
distância
Dando nome aos bois ...
O batismo de galáxias com nomes comuns que refletem alguma
propriedade específica (ex.: semelhança com alguma coisa), não é válido
para a grande maioria delas. Os seus nomes normalmente estão
associados a catálogos que foram o resultado de levantamentos
sistemáticos. Os catálogos são importantes por conterem informações
sobre os objetos (posição, magnitude, tipo morfológico, velocidade
radial, etc). Algumas galáxias possuem diversos nomes, por participarem
de vários catálogos. Entre os muitos catálogos existentes, descre-
veremos alguns, cujos nomes de seus objetos recebem a utilização mais
freqüente hoje em dia.

Catálogo de Messier (1784) - Catalogue des nébuleuses et des amas


d'étoiles que l'on découvre parmi les étoiles fixes, sur l'horizon de
Paris – Este é um dos primeiros catálogos de “nebulosas”, que foi
elaborado, antes mesmo de se saber da natureza extragaláctica das
galáxias. Messier estava preocupado em catalogar objetos que poderiam
ser confundidos com cometas, seu principal assunto de estudo. Dos 109
objetos, só uns 30 são efetivamente galáxias. Os objetos receberam a
designação M. Ex: Andrômeda = M31.
105
Link para página de objetos Messier http://www.seds.org/messier/
Dando nome aos bois ...
New General Catalogue of Nebulae and Clusters of Stars – J.L.E. Dreyer
(1888) – As galáxias levam o prefixo NGC.
Ex.: Andrômeda = NGC 224
Index Catalogue of Nebulae Found in the Years 1888 to 1894, (Dreyer
1895) (IC I);
Second Index Catalogue of Nebulae Found in the Years 1895 to 1907,
(Dreyer 1908) (IC II). As galáxias recebem o prefixo IC.
Ex.: IC 11 = NGC 281

ATENÇÃO : Tanto o NGC como o IC catalogam nebulosas galácticas.


Links para páginas com objetos NGC e IC
http://www.seds.org/messier/xtra/ngc/ngc.html
http://www.ngcic.com/ngciccat.html

J.L.E. Dreyer, 1888. New General Catalogue of Nebulae and Clusters of Stars. Mem. Roy. Astron.
Soc. 49, Part I (reprinted 1953, London: Royal Astronomical Society).
J.L.E. Dreyer, 1895. Index Catalogue of Nebulae Found in the Years 1888 to 1894, with Notes and
Corrections to the New General Catalogue. Mem. Roy. Astron. Soc. 51, 185 (reprinted 1953, London:
Royal Astronomical Society).
J.L.E. Dreyer, 1908. Second Index Catalogue of Nebulae Found in the Years 1895 to 1907; with
Notes and Corrections to the New General Catalogue and to the Index Catalogue for 1888 to 1894.
106
Mem. Roy. Astron. Soc. 59, Part 2, 105 (reprinted 1953, London: Royal Astronomical Society).
Dando nome aos bois ...
A Revised Shapley-Ames Catalog of Bright Galaxies – Sandage &
Tamman (1981) – com 1246 galáxias mais brilhantes do que mpg=13.2.

RC3: Third Reference Catalogue of Bright Galaxies – Catálogo com


23.000 galáxias. Este e outros catálogos podem ser obtidos
eletronicamente em:
http://cdsarc.u-strasbg.fr/
de Vaucouleur,G., de Vaucouleurs,A., Corwin, Jr., H.G., Buta,R.J., Paturel,G., Fouque,P.:
Third reference catalogue of bright galaxies, 1991, Springer-Verlag New York, Inc.

Catálogo ESO - ESO e ESO-LV: 1989 European Southern Observatory


- Uppsala Galaxy Surface Photometry Catalog – Versão com fotometria
de placas fotográficas do United Kingdom Sky Survey – UKSS- obtidas
com o telescópio Schmidt de 1m do Anglo Australian Observatory. Esta
placas de vidro foram digitalizadas. O catálogo fotométrico contém
15457 galáxias entre -90 < Dec < -17.
Ex.: Fornax A = ESO 357 – G 022

1989 ESO-Uppsala Galaxy Surface Photometry Catalog by Andris Lauberts and Edwin
107 A.
Valentijn
Dando nome aos bois ...
Catálogo Zwicky – Catálogo contendo 27957 objetos baseado na
identificação de galáxias feita em placas do Observatório do Monte
Palomar. Limitado em m=15.7. As magnitudes foram estimadas “a olho”.
Ex.: Virgo A = CGCG 070-139

ZWICKY, F., HERZOG, E., WILD, P. "CATALOGUE OF GALAXIES AND OF CLUSTERS


OF GALAXIES", 1961, PASADENA: CALIFORNIA INSTITUTE OF TECHNOLOGY - vols.
1-6

Levantamentos modernos
Os levantamentos mais modernos envolvem telescópios dedicados para
fazer a fotometria e espectroscopia dos objetos, efetuando a
varredura de grandes regiões do céu. O caso mais relevante é o
levantamento denominado Sloan Digital Sky Survey - SDSS (Ver mais
detalhes nos próximos slides).

108
Teoria de ondas de densidade
Os braços espirais não devem se vistos como um conjunto de estrelas, gás e poeira
movendo-se rígido pelo disco da galáxia, e sim como o resultado de uma onda de
compressão e rarefação que no momento está varrendo aquela parte da galáxia, e
tornando a região levemente mais densa que a média. Uma visão familiar de uma destas
ondas, pode ser obtida com auxílio da figura abaixo, que mostra um corriqueiro
engarrafamento de trânsito.
Um bloqueio em parte da rodovia, produz um acúmulo de veículos, por redução da
velocidade dos mesmos. Um observador fora da rodovia, vê carros diferentes a cada
momento, movendo-se mais lentamente no local do engarrafamento, e depois acelerando.
No braço da galáxia, ocorre algo similar, estrelas e gás entram no mesmo, diminuindo
sua velocidade, e aumentando a densidade na região. A onda se move mais lentamente e
independentemente do fluxo de material do disco da galáxia.

Na analogia do trânsito,
teríamos que, mesmo
liberando o bloqueio, após
o conserto da rodovia,
persistiriam os efeitos do
engarrafamento por algum
tempo.
Na galáxia também a
perturbação se move pelo
disco, mesmo depois que a
sua causa tenha desapa-
recido. 109
Função de Luminosidade
A maneira de descrevermos a distribuição das galáxias em função de
suas luminosidades é através da Função de Luminosidade, uma expressão
empírica que possui a seguinte parametrização:

Φ ( L)dL = Φ* ( L / L* )α exp(− L / L* )dL / L*

onde Φ(L)dL é o número de galáxias por Mpc3, dentro do intervalo L e


L+dL. Os parâmetros Φ*, L* e α, são ajustáveis aos dados
observacionais. A função tem uma parte dominada por um regime de lei
de potência (parte mais fraca), e outra pelo regime exponencial (parte
de maiores luminosidades). O parâmetro L* determina a região de
transição de um regime para outro.

Ela também pode ser expressa em termos de magnitudes absolutas,


possuindo a forma abaixo:

Φ(M) = (0.4 ln10) Φ 10 * 0.4 (α +1)( M * − M )


exp(−10 0.4 ( M * − M )
110
)
Função de Luminosidade para uma amostra de 221.000 galáxias do
levantamento denominado 2dFGRS (Two Degree Field Galaxy
Redshift Survey).

M* Regime exponencial

h --> Fator de
escala que deixa
explícito o valor
Regime de lei de potência da constante de
Hubble utilizado

H0
h70 =
km / s
70
Mpc

111
Funções de Luminosidade
total e individuais por tipos
morfológicos para galáxias
em duas regiões distintas
(alta e baixa densidade de
galáxias). As funções totais,
são mais ou menos parecidas.

As individuais para cada tipo


morfológico dependem do
regime de densidade no local,
e não seguem, necessa-
riamente, a parametrização
de Schechter.

112
ARAA26,
ARAA 26,509,
509,1988
1988

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