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Manual Boas Practicas
Manual Boas Practicas
Manual de
Boas Práticas Energéticas
I
Manual de
Boas Práticas Energéticas
CONTEÚDO
1. A GESTÃO DA ENERGIA NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 8
VISÃO E VALORES IBERDROLA 8
2. PLANO DE PROMOÇÃO DA EFICIÊNCIA NO CONSUMO (PPEC) 12
MEDIDA “ACOMPANHAMENTO ENERGÉTICO” DO PPEC 2008 13
3. OBTENÇÃO E ANÁLISE DE DADOS E CRIAÇÃO DE INDICADORES 16
ANÁLISE DAS FATURAS DE ENERGIA 16
ANÁLISE DE DADOS A PARTIR DOS CONTADORES 18
ESTABELECIMENTO DE ÍNDICES DE CONSUMO ESPECÍFICO 19
4. OTIMIZAÇÃO DA FATURA ELÉTRICA 22
TENSÃO DE ABASTECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA 22
CICLOS HORÁRIOS 22
CASO PRÁTICO DE DESLASTRE DE CARGAS 23
POTÊNCIA CONTRATADA 25
CASO PRÁTICO 26
ENERGIA REATIVA 27
CASO PRÁTICO DE COMPENSAÇÃO DA ENERGIA REATIVA 29
5. ILUMINAÇÃO 32
NORMAS E REGULAMENTOS 32
FONTES DE LUZ E ACESSÓRIOS 34
SISTEMAS DE CONTROLO 36
DICAS DE EXPLORAÇÃO PARA OTIMIZAÇÃO DOS CONSUMOS ENERGÉTICOS 36
CASO PRÁTICO DE SUBSTITUIÇÃO DA ILUMINAÇÃO 37
6. MOTORES 42
VARIADORES DE FREQUÊNCIA OU VELOCIDADE 43
CASO PRÁTICO DE INSTALAÇÃO DE UM VARIADOR DE VELOCIDADE 45
MOTORES DE ALTA EFICIÊNCIA 45
7. AR COMPRIMIDO 50
COMPRESSOR 51
OTIMIZAÇÃO DA SELEÇÃO DE COMPRESSORES 52
TRATAMENTO DE AR COMPRIMIDO 52
SECADORES DE REFRIGERAÇÃO 52
SECADORES DE ADSORÇÃO 53
FILTROS 53
RECUPERAÇÃO DE ENERGIA 53
REDE DE DISTRIBUIÇÃO 54
FUGAS 54
CASO PRÁTICO DE ELIMINAÇÃO DE FUGAS DE AR COMPRIMIDO 54
QUEDA DE PRESSÃO 56
Manual de Boas Práticas Energéticas
9
2
Plano de promoção
da eficiência
no consumo (PPEC)
PLANO DE PROMOÇÃO DA EFICIÊNCIA
NO CONSUMO (PPEC)
Os compromissos assumidos ao abrigo do Protocolo de Quioto em limitar as
emissões de gases com efeito estufa (GEE) em 27% no período de 2008-2012
relativamente aos valores de 1990, conduziram a um vasto conjunto de políticas
e medidas em todos os setores de atividade.
Por outro lado, estas empresas, pela sua menor dimensão, não dispõem de
quadros responsáveis pela eficiência energética, sendo, na generalidade das
situações, esta função desempenhada pelos serviços de manutenção. Como a
manutenção tem por missão principal garantir o funcionamento regular dos
equipamentos produtivos, a procura de novas soluções de eficiência energética
é relegada para segundo plano, encarando-se por vezes o custo de uma auditoria
energética como investimento de difícil retorno, por falta de um correto
acompanhamento entre a apresentação da medida de eficiência energética e a
sua implementação.
13
3
Obtenção e análise
de dados e criação
de indicadores
OBTENÇÃO E ANÁLISE DE DADOS E
CRIAÇÃO DE INDICADORES
As atividades de gestão de energia na indústria e serviços, mesmo quando com
recurso a serviços externos de consultoria, são na maioria dos casos iniciativas
de elevada rentabilidade e de retorno efetivo num curto período de tempo. A
própria alteração de processos ou tecnologias, que requerem investimentos,
apresentam taxas de rentabilidade interessantes para a maioria dos empresários.
E. Reativa Potência
H. S.
H. Ponta H. Cheias H. Vazio Total Cons. Fatura
Mês Vazio H. Ponta Contratada
(MWh) (MWh) (MWh) (MWh) F. Vazio Total
(MWh) (kW) (kW)
(MWhr) (E)
Jan 11,0 28,2 14,8 10,3 64,4 10,5 89,1 210,0 5.738,9
Fev 10,1 25,7 13,8 9,6 59,2 10,7 87,0 210,0 5.342,7
Mar 9,0 22,8 11,5 7,6 50,9 9,6 72,2 210,0 4.659,8
Abr 10,5 27,0 14,7 9,6 61,7 12,2 87,3 210,0 5.698,2
Mai 9,2 23,8 13,1 9,1 55,2 11,8 74,2 210,0 5.093,4
Jun 9,2 23,7 12,6 8,3 53,8 12,3 76,6 210,0 5.043,4
Jul 10,4 27,4 15,4 10,7 64,0 14,1 84,0 210,0 5.828,1
Ago 3,5 9,2 4,8 3,1 20,6 4,6 28,3 210,0 2.108,5
Set 12,9 32,7 18,6 11,8 76,0 9,3 107,7 210,0 6.836,8
Out 11,1 28,2 15,4 10,3 65,0 12,1 89,7 210,0 5.802,0
Nov 12,4 32,4 16,6 11,4 72,8 12,5 103,6 210,0 6.489,8
Dez 7,4 19,2 9,1 5,9 41,6 6,3 59,8 210,0 3.866,9
Anual 116,8 116,8 116,8 116,8 116,8 125,9 62.508,5
Anual Média 9,7 9,7 9,7 9,7 9,7 10,5 80,0 210,0 5.209,0
Tabela 1. Consumos elétricos mensais desagregados
Uma possível análise aos dados assim acumulados é a que representa a evolução
do consumo mensal de energia ativa para os quatro períodos horários.
17
ANÁLISE DE DADOS A PARTIR DOS CONTADORES
19
4
Otimização
da fatura elétrica
OTIMIZAÇÃO DA FATURA ELÉTRICA
Para que a análise da fatura resulte numa redução efetiva de despesas,
é importante um bom conhecimento da legislação que regulamenta o
fornecimento de energia elétrica, a qual estabelece as modalidades tarifárias
disponíveis, as grandezas a serem utilizadas para a faturação e os parâmetros
fixos em contrato.
• Muito Alta Tensão (MAT) - tensão entre fases cujo valor eficaz é superior a 110 kV;
• Alta Tensão (AT) - tensão entre fases cujo valor eficaz é superior a 45 kV e igual
ou inferior a 110 kV;
• Média Tensão (MT) - tensão entre fases cujo valor eficaz é superior a 1 kV e
igual ou inferior a 45 kV;
• Baixa Tensão Especial (BTE) - tensão entre fases cujo valor eficaz é igual ou
inferior a 1 kV com a potência contratada superior a 41,4 kW;
• Baixa Tensão Normal (BTN) - tensão entre fases cujo valor eficaz é igual ou
inferior a 1 kV com a potência contratada inferior ou igual a 41,4 kW.
CICLOS HORÁRIOS
• Ciclo Diário;
• Ciclo Semanal;
• Ciclo Semanal Opcional.
Cada ciclo possui períodos horários que se dividem em horas de ponta, cheias,
vazio e super-vazio. As horas de ponta são as que representam um custo mais
elevado, cerca do dobro do custo das horas cheias e cerca do triplo do custo das
horas de vazio. No Anexo I (página 74) é apresentado para cada um dos ciclos
horários a respetiva distribuição dos períodos horários.
No ciclo diário a distribuição dos períodos horários é igual nos 7 dias da semana.
Este ciclo é normalmente favorável a entidades que laboram 5 dias por semana.
Já no caso de entidades que trabalham no fim-de-semana com carga semelhante
aos dias úteis o ciclo semanal deverá ser o mais vantajoso financeiramente.
Para ilustrar o custo horário da energia elétrica foi considerado um dia típico
de laboração de uma empresa têxtil abastecida em Média Tensão. Notar que o
custo horário exclui os custos do termo fixo e termo de potência contratada,
dado que estes são valores mensais independentes da hora a que a eletricidade é
consumida.
23
A diferença de preços observada resulta na recomendação que sempre que
exequível seja efetuado o transladar de consumos para fora do período de ponta.
Uma opção poderá ser por exemplo programar as paragens para manutenção
de equipamentos em períodos de horas de ponta ou transladar consumos que
ocorram neste período para os demais períodos.
São assim apresentados diversos cenários possíveis, para uma melhor perceção
dos ganhos obtidos. A situação mais vantajosa economicamente está na alteração
de Ponta para Super Vazio durante as 4h de ponta diárias.
Potência Benefício
Alteração
(kW) 1 hora/dia 2 horas/dia 3 horas/dia 4 horas/dia
Ponta - Chelas 10 205 e 411 e 616 e 822 e
Ponta - Vazio 10 270 e 541 e 811 e 1.082 e
Ponta - Super Vazio 10 278 e 556 e 834 e 1.113 e
Tabela 1. E xemplos do benefício económico decorrente da deslocalização de consumos
POTÊNCIA CONTRATADA
25
CASO PRÁTICO
ENERGIA REATIVA
27
Certos recetores necessitam de campos magnéticos para o seu funcionamento
(motores, transformadores, etc.) e consomem outro tipo de energia denominada
energia reativa. O motivo é que este tipo de cargas (denominadas indutivas)
absorvem energia da rede durante a criação dos campos magnéticos que
necessitam para o seu funcionamento e entregam-na durante a destruição dos
mesmos. Esta transferência de energia entre os recetores e a fonte provoca
perdas nos condutores, quedas de tensão nos mesmos, e um consumo de energia
suplementar que não é aproveitada diretamente pelos recetores.
Fator de
Equipamentos
potência
Motor assíncrono com carga até 25% 0,3 - 0,4
Motor assíncrono com carga entre 25 a 50%
0,5 - 07
Lâmpadas fluorescentes não compensados
Motor assíncrono com carga entre 50 a 100%
0,7 - 0,9
Lâmpadas fluorescentes compensadas
Lâmpada de incandescência
1
Aquecimento por resistência elétrica
Tabela 3. F ator de potência dos equipamentos mais habituais (Fonte: Grupo Schneider)
A faturação por emissão de energia reativa tem lugar apenas quando a emissão
ocorre em horas de vazio. Ao contrário do que se verifica no consumo de energia
reativa, a emissão é faturada desde o primeiro kVArh.
29
30 Iluminação
5
Iluminação
ILUMINAÇÃO
Uma correta iluminação no local de trabalho é essencial para um desempenho de
funções otimizado.
NORMAS E REGULAMENTOS
É portanto esta norma que deve ser considerada para verificação tanto na fase de
projeto como para verificação das condições de iluminação de uma instalação
existente. Esta verificação auxiliará a definir as potenciais ações corretivas a
tomar com vista a obter a qualidade de iluminação adequada a cada espaço/
tarefa, com o máximo de eficiência energética.
32 Iluminação
Manual de Boas Práticas Energéticas
Tabela 1. Calendário Phase-out para o setor residencial, hotelaria, restauração, comércio, serviços
33
FONTES DE LUZ E ACESSÓRIOS
Na escolha das fontes de luz para um determinado tipo de luminária, deve-se ter
em consideração a comparação das seguintes características:
• Eficácia (lm/W).
• Temperatura de cor (aparência da luz).
• Restituição cromática (Ra ou Irc).
• Tempo de vida útil (h).
• Tipo de balastro / transformador (se aplicável).
Não esquecer que a potência consumida não se limita só à lâmpada. O balastro/
transformador associado (quando aplicável) tem perdas, pelo que a potência real
é sempre superior à potência nominal da lâmpada.
• Para o mesmo fluxo luminoso, dever-se-á optar pela lâmpada cujo sistema
consome menos (Ex: um sistema com balastros eletrónicos é energeticamente
mais eficiente);
34 Iluminação
Manual de Boas Práticas Energéticas
35
SISTEMAS DE CONTROLO
• Deteção de presença;
• Deteção de presença conjugada com nível de luz natural;
• Regulação da intensidade luminosa em função da luz natural;
• Conjugação destas funcionalidades e possibilidade de ordem manual;
• Sistemas complexos de integração do controlo e regulação do sistema de
iluminação.
Figura 1. E
xemplo de regulação com luz natural (Regula e desliga a luz artificial com luz natural suficiente)
36 Iluminação
Manual de Boas Práticas Energéticas
Apresenta-se como exemplo uma secção de uma unidade fabril que possui
iluminação fluorescente do tipo T8 com 55 luminárias de 2 x 58 W, cada.
Iluminação atual
Tipo de lâmpadas Fluorescentes T8 de 58 W
Tipo de balastros Convencional
Nº de lâmpadas 255
Consumo unitário do sistema 68,5 Watts
Horas de trabalho 3.840 h/ano
Consumo eléctrico 67 MWh/ano
Custo de electricidade 81 e / MWh
Custo eléctrico anual 5.433 e /ano
Tabela 4. Caraterísticas da iluminação existente e respetivo consumo e fatura energética
37
A substituição da iluminação existente por lâmpadas Master TL-D T8 de 2 x
51 W, assim como a substituição dos balastros eletromagnéticos por balastros
eletrónicos conduz aos seguintes resultados.
38 Iluminação
Manual de Boas Práticas Energéticas
39
40 Motores
6
Motores
MOTORES
A produção de energia mecânica, através da utilização de motores elétricos,
absorve cerca de metade da energia elétrica consumida no nosso País, da qual
apenas metade é energia útil. Este setor é, pois, um daqueles em que é preciso
tentar fazer economias, prioritariamente. O êxito neste domínio depende, em
primeiro lugar, da melhor adequação da potência do motor à da máquina que
ele aciona. Quando o regime de funcionamento é muito variável para permitir
este ajustamento, pode-se equipar o motor com um conversor eletrónico de
variação de velocidade. Outra possibilidade é a utilização dos motores “de perdas
reduzidas” ou de “alto rendimento”, que permitem economias consideráveis.
42 Motores
Manual de Boas Práticas Energéticas
Rendimento
o
Cos Φ
1
Cos Φ
Rendimento
Carga %
0
50 100
CARGA DO MOTOR
• Melhor rendimento;
• Fator de potência mais elevado;
• Menor investimento no motor e aparelhagem de comando e proteção.
Outro aspeto a ter em conta é que, nos motores elétricos industriais, o
rendimento só melhora à medida que aumenta a sua potência nominal. Assim,
por exemplo, para motores de potência inferior a 1 kW é da ordem dos 50-70%,
nos motores de 1-10 kW da ordem dos 75-85% e para motores de potências
maiores pode atingir os 90-95%.
Potência
Pa
Tempo
43
Para um grande número de atividades industriais, a utilização de motores de
velocidade variável é indispensável ao processo de fabrico. É o caso, por exemplo,
do acionamento dos laminadores, misturadores, centrifugadores, fornos rotativos,
máquinas de ferramentas ou na tração elétrica. O seu uso tornou-se clássico e
as soluções evoluem a par e passo com os progressos técnicos. Existe, por outro
lado, um domínio de aplicações novas onde a adoção da velocidade variável
permite obter economias sensíveis de energia. Trata-se muito globalmente do
acionamento das máquinas rotativas recetoras (bombas, ventiladores, sopradores
e compressores). Estas máquinas requerem, com efeito, a maior parte das
vezes, uma regulação do ponto de funcionamento em função dos parâmetros
de exploração do processo. Nestes casos, os métodos clássicos de regulação de
velocidade traduzem-se em aumentos significativos da potência consumida em
relação à necessidade real. São, pois, soluções vorazes em energia. A adoção
de variadores eletrónicos para regular a velocidade das máquinas rotativas é,
atualmente, a solução mais eficiente, apresentando os seguintes benefícios:
• Economia de energia;
• Aumento da produtividade;
• Melhoria da qualidade do produto;
• Menor desgaste mecânico.
Assim, em aplicações onde sejam requeridas apenas duas ou três velocidades,
é aconselhável a utilização de motores assíncronos de velocidades variáveis,
disponíveis em diversos tipos de caraterísticas de binário/velocidade, e por isso
adaptáveis a diversos tipos de carga. Nestes sistemas, a aplicação de variadores
eletrónicos de velocidade, bem como de equipamentos mais eficientes do ponto
de vista energético, permite elevar o rendimento global dos sistemas de 31%
para 72%, com tempos de recuperação do investimento normalmente inferiores
a três anos. Por outro lado, os variadores eletrónicos de velocidade possuem
diversos tipos de proteções para o motor, que deixam assim de ser adquiridas
isoladamente e oferecem uma maior flexibilidade de colocação, podendo
facilmente ser integrados em sistemas automáticos de gestão da produção.
Gráfico 3. Comparação do consumo de energia de sistemas de controlo manuais com variadores de frequência
44 Motores
Manual de Boas Práticas Energéticas
Situação atual
Regulação mecânica Registro
Potência média 7 kW
Horas de trabalho 5.400 h/ano
Consumo elétrico 38 MWh/ano
Custo da eletridade 86 e /MWh
Custo elétrico anual 3.244 e /ano
Tabela 1. Consumo energético e fatura do ventilador com regulação mecânica
45
reduzir a potência absorvida por esta e diminuir o nível de ruído. Daí resulta, para
idêntica dimensão, um aumento do peso da ordem de 15 %, e de preço da ordem
de 20 a 25 %. Contudo, a melhoria do rendimento, compreendida entre 2 e 4,5
%, e a do cos F, permite amortizar rapidamente este aumento de preço. Para
qualquer investimento em motores elétricos efetuado, pelo menos, para 10 anos,
os modelos de EFF1 e EFF2 são fortemente competitivos.
Gráfico 4. Análise do rendimento para motores Standard (EFF 3), Eficiência Melhorada (EFF 2) e de Alta Eficiência (EFF 1)
46 Motores
Manual de Boas Práticas Energéticas
47
7
Ar Comprimido
AR COMPRIMIDO
Foi na segunda metade do século XIX que o ar comprimido adquiriu maior
importância industrial. Hoje, o ar comprimido é uma forma de energia
insubstituível em qualquer área da indústria, independentemente da sua
dimensão ou nível tecnológico.
Energia
Investimento
Manutenção
50 Ar Comprimido
Manual de Boas Práticas Energéticas
COMPRESSOR
51
Vários são os fatores que influenciam a escolha de um compressor, tais como
caudal, pressão e qualidade do ar. Para assegurar uma operação fiável do
compressor, o ar aspirado deve ser limpo e não conter poeiras, fuligem ou
partículas sólidas, caso contrário contaminariam o óleo lubrificante, provocando
desgaste excessivo e consequente aumento de custos de manutenção. O
compressor deve ser instalado o mais próximo possível dos principais pontos
de consumo de ar, para uma redução no custo da tubagem e menos perdas de
pressão ao longo do sistema.
TRATAMENTO DE AR COMPRIMIDO
SECADORES DE REFRIGERAÇÃO
A secagem é obtida por arrefecimento do ar comprimido e remoção dos
condensados, seguido de um reaquecimento através do recuperador de calor, que
reaproveita o calor do próprio ar comprimido na entrada do secador. O secador
elimina a possibilidade de existir água nas tubagens, protege o sistema contra
corrosão permitindo um aumento de durabilidade dos equipamentos.
52 Ar Comprimido
Manual de Boas Práticas Energéticas
SECADORES DE ADSORÇÃO
Neste tipo de secadores, a secagem é obtida pela passagem do ar comprimido
através de uma torre carregada de material dessecante poroso com elevado
poder de atração de moléculas de água. Atingem reduzidos pontos de
orvalho, normalmente entre os -20ºC e os -70ºC. São utilizados para tratar
o ar comprimido de aplicações onde a presença de vapor de água ou o risco
de condensação não pode existir, tais como ar de instrumentação, pintura e
ou outros onde o contacto com produtos que reagem agressivamente com a
humidade pode ser prejudicial.
Devem ser utilizados secadores com controlo de ciclo por ponto de orvalho
sob pressão (PDP), que prolongam o ciclo de secagem até que a torre atinja a
saturação. Uma torre regenerada em espera implica uma redução do número de
ciclos de secagem, logo menos consumo de ar de purga.
FILTROS
Quando o ar é comprimido, a concentração de partículas de sujidade de óleo e de
humidade aumentam. Assim, é criada uma mistura abrasiva que, quando deixada
como tal, pode provocar falhas graves nos instrumentos e até mesmo contaminar
o produto final.
Para tratar vapores de óleo utilizam-se os filtros de carvão ativo que removem até
0,003 ppm.
RECUPERAÇÃO DE ENERGIA
53
REDE DE DISTRIBUIÇÃO
A rede deve ser bem planeada para que possa preencher no mínimo as seguintes
exigências:
Sempre que possível, a rede de distribuição deve ser montada em anel fechado
para permitir um maior equilíbrio no fornecimento do ar, diminuindo a queda
de pressão. Outra vantagem é que exige um diâmetro menor em relação ao anel
aberto, para um mesmo caudal, pressão e distância.
FUGAS
Uma rede de distribuição de ar comprimido bem concebida e com uma
manutenção correta não deve apresentar fugas que excedam 5% da capacidade
de instalação. Estas fugas provocam uma perda de capacidade de ar que é
compensada com maior utilização do compressor, que se vai traduzir na fatura
elétrica da empresa.
54 Ar Comprimido
Manual de Boas Práticas Energéticas
Fugas de ar comprimido
Consumo absorvido pelas fugas 52%
Potência média para fugas 30 kW
Consumo elétrico 104 MWh/ano
Custo elétrico anual 9.002 e/ano
Tabela 2. Potência, consumo e fatura energética associada às fugas
55
QUEDA DE PRESSÃO
Quando a rede de distribuição transporta ar comprimido, a pressão é reduzida
por obstáculos, tais como restrições ou curvas. Esta redução é chamada queda
de pressão. A queda de pressão acontece sempre no fornecimento do ar
comprimido, e as perdas aumentam se o comprimento do fornecimento for
muito longo ou se o sistema de passagem do fornecimento for muito pequeno.
56 Ar Comprimido
Manual de Boas Práticas Energéticas
57
8
Sistemas Solares
Térmicos
SISTEMAS SOLARES TÉRMICOS
A energia solar é atualmente entendida como uma forma de, entre outras
aplicações, realizar o aquecimento de águas para produção de águas quentes
sanitárias (AQS) e aquecimento com poupanças significativas. É uma energia
renovável, praticamente sem custos de exploração, isenta de poluição (quer no
uso, quer na produção) e segura. Em Portugal um sistema solar térmico pode
ser dimensionado para satisfazer cerca de 60% a 75% das necessidades de água
quente no período de um ano e 100% das necessidades no período do Verão (3 a
4 meses).
• Os coletores devem ficar orientados para Sul, ou, se não for possível, serem
rodados a 45 graus, no máximo, para Este ou Oeste;
61
CASO PRÁTICO
Situação atual
Temperatura utilização 60 ºC
Consumo de água 500 litros/dia
Necessidades Térmicas 36 MJ/ano
Forma de Energia Gasóleo
Custo da energia 0,91 e/l
Custo energia anual 1.071 e/ano
Tabela 1. Situação atual
63
9
Financiamento
de Projetos
de Eficiência
Energética
FINANCIAMENTO DE PROJETOS DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
FINANCIAMENTO PRÓPRIO
FINANCIAMENTO BANCÁRIO
67
68 Programas
10
Programas
PROGRAMAS
PLANO DE PROMOÇÃO DA EFICIÊNCIA NO CONSUMO (PPEC)
http://www.erse.pt/vpt/entrada/utilizacaoracionaldeenergia/
http://www.iberdrola.com/PPEC_2008
70 Programas
Manual de Boas Práticas Energéticas
http://www.incentivos.qren.pt/
71
11 Anexo I
Períodos Horários
ANEXO I – PERÍODOS HORÁRIOS
O horário de inverno é entre o último Domingo de outubro e o último Domingo
de março, e o horário de verão é entre o último Domingo de março e o último
Domingo de outubro.
HORÁRIO
CICLO DIÁRIO DURAÇÃO (h) HORÁRIO VERÃO DURAÇÃO (h)
INVERNO
09:30 - 11:30 10:30 - 12:30
PONTA 4 4
19:00 - 21:00 20:00 - 22:00
08:00 - 09:30 09:00 - 10:30
DIAS ÚTEIS CHEIAS 11:30 - 19:00 10 12:30 - 20:00 10
SÁBADOS E
DOMINGOS 21:00 - 22:00 22:00 - 23:00
22:00 - 02:00 23:00 - 02:00
VAZIO 6 6
06:00 - 08:00 06:00 - 09:00
S. VAZIO 02:00 - 06:00 4 02:00 - 06:00 4
Tabela 1. Períodos horários para ciclo diário
HORÁRIO
CICLO SEMANAL DURAÇÃO (h) HORÁRIO VERÃO DURAÇÃO (h)
INVERNO
09:30 - 12:00
PONTA 5 09:15 - 12:15 3
18:30 - 21:00
07:00 - 09:30 07:00 - 09:15
CHEIAS 12:00 - 18:30 12 14
DIAS ÚTEIS 12:15 - 24:00
21:00 - 24:00
00:00 - 02:00 00:00 - 02:00
VAZIO 3 3
06:00 - 07:00 06:00 - 07:00
S. VAZIO 02:00 - 06:00 4 02:00 - 06:00 4
09:30 - 13:00 09:00 - 14:00
CHEIAS 7 7
18:30 - 22:00 20:00 - 22:00
00:00 - 02:00 00:00 - 02:00
SÁBADOS 06:00 - 09:30 06:00 - 09:00
VAZIO 13 13
13:00 - 18:30 14:00 - 20:00
22:00 - 24:00 22:00 - 24:00
S. VAZIO 02:00 - 06:00 4 02:00 - 06:00 4
00:00 - 02:00 2 00:00 - 02:00 2
VAZIO
DOMINGOS 06:00 - 24:00 18 06:00 - 24:00 18
S. VAZIO 02:00 - 06:00 4 02:00 - 06:00 4
Tabela 2. Períodos horários para ciclo semanal
HORÁRIO
CICLO SEMANAL OPCIONAL DURAÇÃO (h) HORÁRIO VERÃO DURAÇÃO (h)
INVERNO
PONTA 17:00 - 22:00 5 14:00 - 17:00 3
00:00 - 00:30 00:00 - 00:30
CHEIAS 07:30 - 17:00 12 07:30 - 14:00 14
DIAS ÚTEIS 22:00 - 24:00 17:00 - 24:00
00:30 - 02:00 00:30 - 02:00
VAZIO 3 3
06:00 - 07:30 06:00 - 07:30
S. VAZIO 02:00 - 06:00 4 02:00 - 06:00 4
10:30 - 12:30 10:00 - 13:30
CHEIAS 7 7
17:30 - 22:30 19:30 - 23:00
00:00 - 03:00 00:00 - 03:30
SÁBADOS 07:00 - 10:30 07:30 - 10:00
VAZIO 13 13
12:30 - 17:30 13:30 - 19:30
22:30 - 24:00 23:00 - 24:00
S. VAZIO 03:00 - 07:00 4 03:30 - 07:30 4
00:00 - 04:00 00:00 - 04:00
VAZIO 20 20
DOMINGOS 08:00 - 24:00 08:00 - 24:00
S. VAZIO 04:00 - 08:00 4 04:00 - 08:00 4
Tabela 3. Períodos horários para ciclo semanal opcional
75
76 Unidades Energéticas e Fatores de Conversão
12 Unidades
Energéticas
e Fatores
de Conversão
UNIDADES ENERGÉTICAS E FATORES
DE CONVERSÃO
UNIDADES GENÉRICAS
Para gases e líquidos, o poder calorífico pode vir expresso em MJ/m3, podendo-se
converter para MJ/kg através da divisão pela respetiva massa volúmica.
79
CONVERSÃO PARA TEP
81
13
Glossário
GLOSSÁRIO
Consumo Específico de Energia - Quociente entre o consumo total de energia e
o volume de produção (kgep/unidade de produção).
84 Glossário
Manual de Boas Práticas Energéticas
85
14 Entidades
Institucionais
do Setor Energético
ENTIDADES INSTITUCIONAIS DO
SETOR ENERGÉTICO
ADENE – AGÊNCIA PARA A ENERGIA (www.adene.pt)
89
15
Entidades que
Colaboraram
na Elaboração
deste Manual
ENTIDADES QUE COLABORARAM
NA ELABORAÇÃO DESTE MANUAL
ADENE
ATLAS COPCO
PHILIPS
SIEMENS
93