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LEI No 4.

320, DE 17 DE MARÇO DE 1964 quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu


parágrafo único.5
Estatui Normas Gerais de Direito
Financeiro para elaboração e contrôle dos
Art. 6º Tôdas as receitas e despesas constarão da Lei
orçamentos e balanços da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer
Federal. deduções.6
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no
orçamento da entidade obrigada a transferência e, como
Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito receita, no orçamento da que as deva receber.
financeiro para elaboração e contrôle dos orçamentos e § 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do anterior, o cálculo das cotas terá por base os dados apurados
Distrito Federal, de acôrdo com o disposto no art. 5º, inciso no balanço do exercício anterior aquele em que se elaborar a
XV, letra b, da Constituição Federal.1 proposta orçamentária do governo obrigado a
transferência.   
    
TÍTULO I Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter
Da Lei de Orçamento autorização ao Executivo para:
CAPÍTULO I I - Abrir créditos suplementares até determinada
Disposições Gerais importância obedecidas as disposições do artigo 43;  
II - Realizar em qualquer mês do exercício
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação financeiro, operações de crédito por antecipação da receita,
da receita e despesa de forma a evidenciar a política para atender a insuficiências de caixa.7
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, § 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará
obedecidos os princípios de unidade, universalidade e as fontes de recursos que o Poder Executivo fica autorizado
anualidade. a utilizar para atender a sua cobertura8.
§ 2° O produto estimado de operações de crédito e de
§ 1° Integrarão a Lei de Orçamento: alienação de bens imóveis somente se incluirá na receita
I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa quando umas e outras forem especificamente autorizadas
por funções do Governo; pelo Poder Legislativo em forma que juridicamente
II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa possibilite ao Poder Executivo realizá-las no exercício.
segundo as Categorias Econômicas, na forma do Anexo nº § 3º A autorização legislativa a que se refere o
1; parágrafo anterior, no tocante a operações de crédito, poderá
III - Quadro discriminativo da receita por fontes e constar da própria Lei de Orçamento.9
respectiva legislação;
IV - Quadro das dotações por órgãos do Govêrno e 5
da Administração. O Princípio da Especificação, Especialização ou Discriminação é
§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento: no sentido de que todas as receitas e despesas devem ser
especificadas, ou seja, não podem ser incluídos valores globais no
I - Quadros demonstrativos da receita e planos de
Orçamento. Ver também art. 15, §1º. (EXCEÇÃO artigo 20 -
aplicação dos fundos especiais; Programas Especiais de Trabalho – PETs e a Reserva de
II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma Contingência.)
dos Anexos nºs 6 a 9; 6
Princípio do Orçamento Bruto. Parte da Doutrina entende que o
III - Quadro demonstrativo do programa anual de Princípio do Orçamento Bruto integra do Princípio da
trabalho do Govêrno, em têrmos de realização de obras e de Universalidade de forma mais completa. A ideia é impedir a
prestação de serviços. inclusão no orçamento apenas do saldo positivo ou negativo
resultante do confronto entre receitas e as despesas de determinado
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá tôdas as serviço.
7
receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em Ressalte-se que o inciso II do artigo 7º da Lei n. 4.320/1964 teve
lei. sua aplicação prejudicada pelo artigo 38 da LRF, que deve
Parágrafo único. Não se consideram para os fins prevalecer.
8
deste artigo as operações de credito por antecipação da Repare que o § 1º deixa claro que a elaboração do orçamento
receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas pode ser deficitária. Repare que se há um orçamento equilibrado,
mesmo que deficitário, compete à autoridade executá-lo na forma
compensatórias2, no ativo e passivo financeiros.3 elaborada, com as alterações que normalmente ocorrem durante o
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as exercício financeiro.
despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração 9
Art. 7º é Princípio da Exclusividade ou da Pureza. Art. 165, § 8º
centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, da CF: A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à
observado o disposto no artigo 2°4. previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na
proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de receita, nos termos da lei. Assim, o princípio da exclusividade tem
pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou o objetivo de limitar o conteúdo da Lei Orçamentária, impedindo
que nela se inclua normas pertencentes a outros campos jurídicos,
1 como forma de se tirar proveito de um processo legislativo mais
Lei formalmente ordinária e materialmente complementar. rápido. Tais normas que compunham a LOA sem nenhuma
2
Caráter compensatório, ou seja, devolutivo. pertinência com seu conteúdo eram denominadas “caudas
3
Conceito de receita pública em sentido amplo. orçamentárias”, “orçamentos rabilongos” ou “outras providências”.
4
Arts 3º e 4º - Princípio da Universalidade
Art. 8º A discriminação da receita geral e da despesa RECEITA AGROPECUÁRIA
de cada órgão do Governo ou unidade administrativa, a que RECEITA INDUSTRIAL
se refere o artigo 2º, § 1º, incisos III e IV obedecerá à forma RECEITA DE SERVIÇOS
do Anexo nº 2. TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
§ 1° Os itens da discriminação da receita e da OUTRAS RECEITAS CORRENTES
despesa, mencionados nos artigos 11, § 4°, e 13, serão
identificados por números de códigos decimal, na forma dos RECEITAS DE CAPITAL
Anexos nºs 3 e 4. OPERAÇÕES DE CRÉDITO
§ 2º Completarão os números do código decimal ALIENAÇÃO DE BENS
referido no parágrafo anterior os algarismos caracterizadores AMORTIZAÇÃO13 DE EMPRÉSTIMOS
da classificação funcional da despesa, conforme estabelece o TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
Anexo nº 5. OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL
§ 3° O código geral estabelecido nesta lei não
prejudicará a adoção de códigos locais. CAPÍTULO III
Da Despesa
CAPÍTULO II Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes
Da Receita categorias econômicas14:         

Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas DESPESAS CORRENTES15


entidades de direito público, compreendendo os impostos, as Despesas de Custeio
taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis Transferências Correntes
vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto DESPESAS DE CAPITAL16
ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por Investimentos
essas entidades.            Inversões Financeiras17
Transferências de Capital
Art. 10. (Vetado).
§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as
Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes dotações para manutenção de serviços anteriormente
categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de criados, inclusive as destinadas a atender a obras de
Capital.10                    conservação e adaptação de bens imóveis.
§ 1º - São Receitas Correntes 11 as receitas tributária, § 2º Classificam-se como Transferências Correntes as
de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de dotações para despesas as quais não corresponda
serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para
financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou contribuições e subvenções destinadas a atender à
privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis manutenção de outras entidades de direito público ou
em Despesas Correntes.                  privado.
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da § 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta
realização de recursos financeiros oriundos de constituição lei, as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio
de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos 12; os das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:
recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou I - Subvenções sociais, as que se destinem a
privado, destinados a atender despesas classificáveis em instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou
Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento cultural, sem finalidade lucrativa;
Corrente.                     II - Subvenções econômicas, as que se destinem a
§ 3º - O superávit do Orçamento Corrente resultante empresas públicas ou privadas de caráter industrial,
do balanceamento dos totais das receitas e despesas comercial, agrícola ou pastoril.
correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo § 4º Classificam-se como investimentos18 as dotações
nº 1, não constituirá item de receita orçamentária.                para o planejamento e a execução de obras, inclusive as
§ 4º - A classificação da receita obedecerá ao destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários
seguinte esquema:                   à realização destas últimas, bem como para os programas
especiais de trabalho, aquisição de instalações,
RECEITAS CORRENTES equipamentos e material permanente e constituição ou
RECEITA TRIBUTÁRIA 13
Amortização é um processo de extinção de uma dívida através de
Impostos. pagamentos periódicos, que são realizados em função
Taxas. 14
A estrutura atual do MCASP • DESPESAS CORRENTES: 1.
Contribuições de Melhoria. Pessoal e Encargos Sociais; 2. Juros e Encargos da Dívida; 3.
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES Outras Despesas Correntes. • DESPESAS DE CAPITAL: 4.
RECEITA PATRIMONIAL Investimentos; 5. Inversões Financeiras; 6. Amortização da Dívida.
15
As Despesas Correntes são as que não contribuem diretamente
10
Classificação legal - aspecto contábil para a formação ou aquisição de um bem de capital. São, portanto,
11
São as receitas destinadas a cobrir as despesas orçamentárias que as que contribuem para a manutenção das atividades.
16
visam à manutenção das atividades governamentais. As Despesas de Capital, ao contrário, contribuem diretamente
12
Artigo 44 da LRF: é vedada a aplicação da receita de capital para a formação ou aquisição de um bem de capital, implicando em
decorrente da alienação de bens e direitos que integrem o aumento patrimonial.
17
patrimônio público, para financiar despesas correntes, salvo as Inversão financeira Ver Art. 12, § 5º
18
destinadas por lei aos regimes previdenciários geral e próprio dos Aquela despesa que vai gerar um acréscimo patrimonial
servidores públicos. permanente. Ver Q898705.
aumento do capital de empresas que não sejam de caráter Transferências de Capital
comercial ou financeiro19. Amortização da Dívida Pública
 § 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as Auxílios para Obras Públicas
dotações destinadas a: Auxílios para Equipamentos e Instalações
I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em Auxílios para Inversões Financeiras
utilização; Outras Contribuições.
II - aquisição de títulos representativos do capital de Art. 14. Constitui unidade orçamentária o
empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou
quando a operação não importe aumento do capital; repartição a que serão consignadas dotações próprias.        
III - constituição ou aumento do capital de entidades Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão
ou empresas que visem a objetivos comerciais ou consignadas dotações a unidades administrativas
financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros. subordinadas ao mesmo órgão.
§ 6º São Transferências de Capital as dotações para
investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da
direito público ou privado devam realizar, despesa far-se-á no mínimo por elementos20.         
independentemente de contraprestação direta em bens ou § 1º Entende-se por elementos o desdobramento da
serviços, constituindo essas transferências auxílios ou despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros
contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de meios de que se serve a administração pública para
Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as consecução dos seus fins.21        
dotações para amortização da dívida pública. § 2º Para efeito de classificação da despesa,
considera-se material permanente o de duração superior a
Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art. dois anos.
12, a discriminação ou especificação da despesa por
elementos, em cada unidade administrativa ou órgão de SEÇÃO I
governo, obedecerá ao seguinte esquema: Das Despesas Correntes
SUBSEÇÃO ÚNICA
DESPESAS CORRENTES Das Transferências Correntes

Despesas de Custeio I) Das Subvenções Sociais


Pessoa Civil
Pessoal Militar Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das
Material de Consumo possibilidades financeiras, a concessão de subvenções
Serviços de Terceiros sociais visará a prestação de serviços essenciais de
Encargos Diversos assistência social, médica e educacional, sempre que a
Transferências Correntes suplementação de recursos de origem privada aplicados a
Subvenções Sociais esses objetivos, revelar-se mais econômica.
Subvenções Econômicas Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre
Inativos que possível, será calculado com base em unidades de
Pensionistas serviços efetivamente prestados ou postos à disposição dos
Salário Família e Abono Familiar interessados obedecidos os padrões mínimos de eficiência
Juros da Dívida Pública previamente fixados.
Contribuições de Previdência Social Art. 17. Somente à instituição cujas condições de
Diversas Transferências Correntes. funcionamento forem julgadas satisfatórias pelos órgãos
oficiais de fiscalização serão concedidas subvenções22.
DESPESAS DE CAPITAL
II) Das Subvenções Econômicas
Investimentos
Obras Públicas Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das
Serviços em Regime de Programação Especial empresas públicas, de natureza autárquica ou não, far-se-á
Equipamentos e Instalações mediante subvenções econômicas expressamente incluídas
Material Permanente
Participação em Constituição ou Aumento de Capital
20
de Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas Portaria Interministerial SOF/STN 163/2001 Art. 6º Na lei
Inversões Financeiras orçamentária, a discriminação da despesa, quanto à sua natureza,
Aquisição de Imóveis far-se-á, no mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza de
despesa e modalidade de aplicação. Sérgio Mendes diz que,
Participação em Constituição ou Aumento de Capital
atualmente, devemos seguir o que está na referida Portaria. (AFO,
de Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras Teoria e Questões, 1ª edição, pg. 205).
Aquisição de Títulos Representativos de Capital de 21
Princípio da Especificação, Especialização ou Discriminação O
Empresa em Funcionamento princípio da Especificação, Especialização ou Discriminação é no
Constituição de Fundos Rotativos sentido de que todas as receitas e despesas devem ser
Concessão de Empréstimos especificadas, ou seja, não podem ser incluídos valores globais no
Diversas Inversões Financeiras Orçamento. Ver também art. 5º. (EXCEÇÃO artigo 20 - Programas
Especiais de Trabalho – PETs e a Reserva de Contigência.)
19 22
Classificam-se, também, como Investimentos, as Sentenças A Lei deixa claro que é dever de qualquer ente da Federação
Judiciárias e Despesas de Exercícios Anteriores, quando fiscalizar previamente todas as instituições que pleiteiam esses
expressamente se referirem a investimentos. recursos.
nas despesas correntes do orçamento da União, do Estado, flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e
do Município ou do Distrito Federal. outros compromissos financeiros exigíveis; exposição e
Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como justificação da política econômico-financeira do Governo;
subvenções econômicas: justificação da receita e despesa, particularmente no tocante
a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os ao orçamento de capital;
preços de mercado e os preços de revenda, pelo Governo, de II - Projeto de Lei de Orçamento;
gêneros alimentícios ou outros materiais; III - Tabelas explicativas, das quais, além das
b) as dotações destinadas ao pagamento de estimativas de receita e despesa, constarão, em colunas
bonificações a produtores de determinados gêneros ou distintas e para fins de comparação:
materiais. a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios
anteriores àquele em que se elaborou a proposta;
Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda b) A receita prevista para o exercício em que se
financeira, a qualquer título, a empresa de fins lucrativos, elabora a proposta;
salvo quando se tratar de subvenções cuja concessão tenha c) A receita prevista para o exercício a que se refere a
sido expressamente autorizada em lei especial. proposta;
d) A despesa realizada no exercício imediatamente
SEÇÃO II anterior;
Das Despesas de Capital e) A despesa fixada para o exercício em que se
SUBSEÇÃO PRIMEIRA elabora a proposta; e
Dos Investimentos f) A despesa prevista para o exercício a que se refere
a proposta.
Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei IV - Especificação dos programas especiais de
de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras trabalho custeados por dotações globais, em termos de metas
aplicações.23 visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a
24
Parágrafo único. Os programas especiais de realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas de
trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se justificação econômica, financeira, social e administrativa.
subordinadamente às normas gerais de execução da despesa Parágrafo único. Constará da proposta
poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição
entre as Despesas de Capital. sucinta de suas principais finalidades, com indicação da
respectiva legislação.
SUBSEÇÃO SEGUNDA
Das Transferências de Capital CAPÍTULO II
Da Elaboração da Proposta Orçamentária
Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará auxílio SEÇÃO PRIMEIRA
para investimentos que se devam incorporar ao patrimônio Das Previsões Plurienais
das empresas privadas de fins lucrativos25.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se às Art. 23. As receitas e despesas de capital serão
transferências de capital à conta de fundos especiais ou objeto de um Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital,
dotações sob regime excepcional de aplicação. aprovado por decreto do Poder Executivo, abrangendo, no
mínimo um triênio.
TÍTULO II Parágrafo único. O Quadro de Recursos e de
Da Proposta Orçamentária Aplicação de Capital será anualmente reajustado
CAPÍTULO I acrescentando-se-lhe as previsões de mais um ano, de modo
Conteúdo e Forma da Proposta Orçamentária a assegurar a projeção contínua dos períodos.

Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder Art. 24. O Quadro de Recursos e de Aplicação de
Executivo encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos Capital abrangerá:
estabelecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos I - as despesas e, como couber, também as receitas
Municípios, compor-se-á: previstas em planos especiais aprovados em lei e destinados
I - Mensagem, que conterá: exposição a atender a regiões ou a setores da administração ou da
circunstanciada da situação econômico-financeira, economia;
documentada com demonstração da dívida fundada e II - as despesas à conta de fundos especiais e, como
couber, as receitas que os constituam;
23
III - em anexos, as despesas de capital das entidades
Vale destacar que, no caput deste artigo, a Lei tratou de enfatizar referidas no Título X desta lei, com indicação das
que as obras a serem realizadas devem estar vinculadas a um respectivas receitas, para as quais forem previstas
projeto
24 transferências de capital.
EXCEÇÃO ao Princípio da Especificação, Especialização ou
Discriminação dos Arts 5º e 15 §1°. Como exemplo de PET, temos
os programas de proteção à testemunha, pois caso fossem Art. 25. Os programas constantes do Quadro de
especificados no orçamento correriam o risco de perder sua Recursos e de Aplicação de Capital sempre que possível
eficiência pela perda do sigilo. Já a Reserva de Contingência é serão correlacionados a metas objetivas em termos de
uma dotação global, não especificamente destinada a determinado realização de obras e de prestação de serviços.
órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria econômica, Parágrafo único. Consideram-se metas os resultados
cujos recursos são utilizados para atender passivos contingentes e que se pretendem obter com a realização de cada programa.
outros riscos e eventos fiscais imprevistos.
25
Salvo quando se tratar de subvenções cuja concessão tenha sido
expressamente autorizada em lei especial.
Art. 26. A proposta orçamentária conterá o programa
anual atualizado dos investimentos, inversões financeiras e TÍTULO IV
transferências previstos no Quadro de Recursos e de Do Exercício Financeiro
Aplicação de Capital. Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano
civil.26
SEÇÃO SEGUNDA
Das Previsões Anuais Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
I - as receitas nele arrecadadas;
Art. 27. As propostas parciais de orçamento II - as despesas nele legalmente empenhadas27.
guardarão estrita conformidade com a política econômico-
financeira, o programa anual de trabalho do Governo e, Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas
quando fixado, o limite global máximo para o orçamento de empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro
cada unidade administrativa. distinguindo-se as processadas das não processadas.
Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta
Art. 28 As propostas parciais das unidades de créditos com vigência plurienal, que não tenham sido
administrativas, organizadas em formulário próprio, serão liquidados, só serão computados como Restos a Pagar no
acompanhadas de: último ano de vigência do crédito.
I - tabelas explicativas da despesa, sob a forma Art. 37. As despesas de exercícios encerrados 28, para
estabelecida no artigo 22, inciso III, letras d, e e f; as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio,
II - justificação pormenorizada de cada dotação com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham
solicitada, com a indicação dos atos de aprovação de processado na época própria, bem como os Restos a Pagar
projetos e orçamentos de obras públicas, para cujo início ou com prescrição interrompida29 e os compromissos
prosseguimento ela se destina. reconhecidos após o encerramento do exercício
correspondente poderão ser pagos à conta de dotação
Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de específica consignada no orçamento, discriminada por
arrecadação organizar demonstrações mensais da receita elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem
arrecadada, segundo as rubricas, para servirem de base a cronológica. 
estimativa da receita, na proposta orçamentária.
Parágrafo único. Quando houver órgão central de Art. 38. Reverte à dotação a importância de despesa
orçamento, essas demonstrações ser-lhe-ão remetidas anulada no exercício; quando a anulação ocorrer após o
mensalmente. encerramento deste considerar-se-á receita do ano em que se
efetivar.
Art. 30. A estimativa da receita terá por base as
demonstrações a que se refere o artigo anterior à Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza
arrecadação dos três últimos exercícios, pelo menos bem tributária ou não tributária, serão escriturados como receita
como as circunstâncias de ordem conjuntural e outras, que do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas
possam afetar a produtividade de cada fonte de receita. rubricas orçamentárias.             
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis
 Art. 31. As propostas orçamentárias parciais serão pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na
revistas e coordenadas na proposta geral, considerando-se a forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro
receita estimada e as novas circunstâncias. próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva
receita será escriturada a esse título.                
§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda
TÍTULO III Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal
Da elaboração da Lei de Orçamento relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida
Ativa não Tributária são os demais créditos da Fazenda
Pública, tais como os provenientes de empréstimos
Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de
prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros,
Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas
a Lei de Orçamento vigente. processuais, preços de serviços prestados por
estabelecimentos públicos, indenizações, reposições,
Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Lei restituições, alcances dos responsáveis definitivamente
de Orçamento que visem a: julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações
a) alterar a dotação solicitada para despesa de
custeio, salvo quando provada, nesse ponto a inexatidão da 26
Princípio da Anualidade.
proposta; 27
Art. 58: O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade
b) conceder dotação para o início de obra cujo competente que cria para o Estado obrigação de pagamento,
projeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes; pendente ou não de implemento de condição
c) conceder dotação para instalação ou 28
Despesas de Exercícios Anteriores
funcionamento de serviço que não esteja anteriormente 29
Q955147 NÃO EXISTE MAIS PRESCRIÇÃO PARA RESTOS
criado; A PAGAR. A prescrição de Restos a Pagar foi REVOGADA pelo
d) conceder dotação superior aos quantitativos Decreto 9.428 de Junho de 2018. Decreto 93.872/1986, Art . 70.
previamente fixados em resolução do Poder Legislativo para Prescreve em cinco anos a dívida passiva relativa aos Restos a
concessão de auxílios e subvenções. Pagar (CCB art. 178, § 10, VI). Revogado pelo Decreto nº
9.428, de 2018) 
em moeda estrangeira, de subrogação de hipoteca, fiança, importância dos créditos extraordinários abertos no
aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras exercício.
obrigações legais. Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por
§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em decreto do Poder Executivo, que deles dará imediato
moeda estrangeira será convertido ao correspondente valor conhecimento ao Poder Legislativo.30
na moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na
data da notificação ou intimação do devedor, pela autoridade Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita
administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo
Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais
monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos e extraordinários.
legais pertinentes aos débitos tributários.               
§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a
mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os importância, a espécie do mesmo e a classificação da
valores correspondentes à respectiva atualização monetária, despesa, até onde fôr possível.
à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o art. 1º
do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º TÍTULO VI
do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de Da Execução do Orçamento
1978.                        CAPÍTULO I
§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e Da Programação da Despesa
inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional.                 

TÍTULO V Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei


Dos Créditos Adicionais de Orçamento e com base nos limites nela fixados, o Poder
Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da
despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a
Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de utilizar.
despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na
Lei de Orçamento.
Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo
anterior atenderá aos seguintes objetivos:
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo
 I - suplementares, os destinados a reforço de dotação útil a soma de recursos necessários e suficientes a melhor
orçamentária; execução do seu programa anual de trabalho;
II - especiais, os destinados a despesas para as quais b) manter, durante o exercício, na medida do possível
não haja dotação orçamentária específica; o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada,
III - extraordinários, os destinados a despesas de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de
urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção tesouraria.
intestina ou calamidade pública.
Art. 49. A programação da despesa orçamentária,
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão para feito do disposto no artigo anterior, levará em conta os
autorizados por lei e abertos por decreto executivo. créditos adicionais e as operações extra-orçamentárias.

Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas
especiais depende da existência de recursos disponíveis para durante o exercício, observados o limite da dotação e o
ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa. comportamento da execução orçamentária.
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo,
desde que não comprometidos:
I - o superávit financeiro apurado em balanço CAPÍTULO II
patrimonial do exercício anterior; (ESTÁGIOS) Da Receita
II - os provenientes de excesso de arrecadação; Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado
III - os resultantes de anulação parcial ou total de sem que a lei o estabeleça31, nenhum será cobrado em cada
dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, exercício sem prévia autorização orçamentária, ressalvados
autorizados em Lei; a tarifa aduaneira32 e o imposto lançado por motivo de
IV - o produto de operações de credito autorizadas, guerra33.
em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo
realiza-las.
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença
positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro,
conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais 30
Abertura por Medida Provisória (Art. 62, §1º, d, CF88 e art.
transferidos e as operações de credito a eles vinculadas. 167, §3º)
§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os 31
É bom deixar registrado que a LOA não poderá conter
fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas dispositivo criando tributos ou novos cargos na Administração
mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, Pública. Isso só pode ser feito por lei específica
considerando-se, ainda, a tendência do exercício.                32
As tarifas aduaneiras são impostos aplicados a produtos
§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, importados. Quando entram em um território, ao passar pela
provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a alfândega, o importador deve pagar uma taxa sobre o valor do
produto.
33
O artigo 51 institui a previsão da receita.
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos Art. 58. O empenho39 de despesa é o ato40 emanado
diretos e quaisquer outras rendas com vencimento de autoridade competente que cria para o Estado obrigação
determinado em lei, regulamento ou contrato. de pagamento pendente ou não de implemento de
condição41.               
Art. 53. O lançamento da receita é ato da repartição
competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder
pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta34. o limite dos créditos concedidos42.                   
§1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da Constituição
Art. 54. Não será admitida a compensação da Federal, é vedado aos Municípios empenhar, no último mês
obrigação de recolher rendas ou receitas com direito do mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo da
creditório contra a Fazenda Pública. despesa prevista no orçamento vigente.
§2º Fica, também, vedado aos Municípios, no mesmo
Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer período, assumir, por qualquer forma, compromissos
recibos das importâncias que arrecadarem. financeiros para execução depois do término do mandato do
§ 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa que Prefeito.                 
paga a soma arrecadada, proveniência e classificação, bem §3º As disposições dos parágrafos anteriores não se
como a data a assinatura do agente arrecadador.                aplicam nos casos comprovados de calamidade
§ 2º Os recibos serão fornecidos em uma única via. pública.                 
Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á §4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os
em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, empenhos e atos praticados em desacordo com o disposto
vedada qualquer fragmentação para criação de caixas nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem prejuízo da
especiais.35 responsabilidade do Prefeito nos termos do Art. 1º, inciso V,
do Decreto-lei n.º 201, de 27 de fevereiro de 1967.
Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do
Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio
artigo 3º desta lei36 serão classificadas como receita
empenho.
orçamentária37, sob as rubricas próprias, todas as receitas
§1º Em casos especiais previstos na legislação
arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de
específica será dispensada a emissão da nota de empenho.
crédito, ainda que não previstas no Orçamento.               
§2º Será feito por estimativa o empenho da despesa
cujo montante não se possa determinar.
CAPÍTULO III §3º É permitido o empenho global de despesas
(ESTÁGIOS) Da Despesa38 contratuais e outras, sujeitas a parcelamento43.

Art. 61. Para cada empenho será extraído um


documento denominado "nota de empenho" que indicará o
34 nome do credor, a representação e a importância da despesa
Nos artigos 52 e 53, a Lei n. 4.320/1964 define o lançamento
bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.
como o segundo estágio da receita, representando o ato da
repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal
e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado
35
Princípio da Unidade de Caixa ou da Unidade de Tesouraria visa quando ordenado após sua regular liquidação.
obrigar os entes públicos a recolher os valores arrecadados em uma
Conta Única, com a finalidade de facilitar a administração, o
controle e a fiscalização da aplicação desses recursos. Sua base 39
legal é o artigo 164, § 3º, da CF/1988: As disponibilidades de caixa Q677645 O empenho, primeiro estágio da despesa pública,
da União serão depositadas no Banco Central; as dos Estados, do consiste em reserva de dotação orçamentária para um fim
Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do específico e deve ser assinado pelo ordenador da despesa.
poder público e das empresas por ele controladas, em instituições (CERTO)
40
financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. O Empenho NÃO é ato contábil, e sim o ato administrativo!
princípio da Unidade de Caixa ou Unidade de Tesouraria é 41
Vale dizer que o empenho não cria obrigação jurídica de pagar,
verificado no estágio do recolhimento (último estágio de execução mas destaca, das dotações orçamentárias destinadas à satisfação da
da receita), momento em que todo o montante que foi despesa, a quantia necessária ao resgate do débito. Empenhar
anteriormente arrecadado nos agentes arrecadadores é recolhido significa comprometer o crédito orçamentário. Portanto, a despesa
para uma conta única em cumprimento ao referido princípio. para ser paga deverá percorrer o estágio da LIQUIDAÇÃO,
36
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, conforme a mencionada lei e não somente o empenho.
42
inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Parágrafo Princípio da Quantificação dos Créditos Orçamentários. Dessa
único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de forma, evita-se a criação de obrigação de pagamento além da
credito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e capacidade do Estado.
outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros. 43
MCASP 7ªEd: Empenho: a. Ordinário: é o tipo de empenho
37
Aqui eu fiquei realmente na dúvida... não seria classificada como utilizado para as despesas de valor fixo e previamente determinado,
extra-orçamentária? Aparentemente, pra essa lei, essa distinção cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez; b. Estimativo: é o
ainda não colou... tipo de empenho utilizado para as despesas cujo montante não se
38
A execução da despesa orçamentária pública transcorre em três pode determinar previamente, tais como serviços de fornecimento
estágios, que, conforme previsto na Lei n. 4.320/1964 são: de água e energia elétrica, aquisição de combustíveis e lubrificantes
empenho, liquidação e pagamento. Entretanto, a doutrina e outros; e c. Global: é o tipo de empenho utilizado para despesas
majoritária inclui a Fixação da despesa como sendo um dos contratuais ou outras de valor determinado, sujeitas a
estágios. Assim, a fixação, etapa inerente ao Planejamento da parcelamento, como, por exemplo, os compromissos decorrentes
Despesa, está presente na Doutrina e no MCASP, mas não na de aluguéis, entregas em lotes. (Ex:5000 computadores - 20
legislação vigente entregas de 250 computadores)
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a
verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base adjudicação de obras e serviços serão regulados em lei,
os títulos e documentos comprobatórios do respectivo respeitado o princípio da concorrência.
crédito44.
§1° Essa verificação tem por fim apurar: TÍTULO VII
I - a origem e o objeto do que se deve pagar; Dos Fundos Especiais
II - a importância exata a pagar;
III - a quem se deve pagar a importância, para Art. 71. Constitui fundo especial o produto de
extinguir a obrigação. receitas especificadas que por lei se vinculam à realização
§2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos de determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção
ou serviços prestados terá por base: de normas peculiares de aplicação.
I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II - a nota de empenho;
III - os comprovantes da entrega de material ou da Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias
prestação efetiva do serviço. vinculadas a fundos especiais far-se-á através de dotação
consignada na Lei de Orçamento ou em créditos adicionais.
Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho
exarado por autoridade competente, determinando que a Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei que
despesa seja paga. o instituiu, o saldo positivo do fundo especial apurado em
Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá balanço será transferido para o exercício seguinte, a crédito
ser exarada em documentos processados pelos serviços de do mesmo fundo.
contabilidade.            
Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá
Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por determinar normas peculiares de controle, prestação e
tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por tomada de contas, sem de qualquer modo, elidir a
estabelecimentos bancários credenciados e, em casos competência específica do Tribunal de Contas ou órgão
excepcionais, por meio de adiantamento. equivalente.

Art. 66. As dotações atribuídas às diversas unidades TÍTULO VIII


orçamentárias poderão quando expressamente determinado Do Controle da Execução Orçamentária
na Lei de Orçamento ser movimentadas por órgãos centrais CAPÍTULO I
de administração geral. Disposições Gerais
 Parágrafo único. É permitida a redistribuição de
parcelas das dotações de pessoal, de uma para outra unidade Art. 75. O controle da execução orçamentária
orçamentária, quando considerada indispensável à compreenderá:
movimentação de pessoal dentro das tabelas ou quadros I - a legalidade dos atos de que resultem a
comuns às unidades interessadas, a que se realize em arrecadação da receita ou a realização da despesa, o
obediência à legislação específica. nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
II - a fidelidade funcional dos agentes da
Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda administração, responsáveis por bens e valores públicos;
Pública, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão na III - o cumprimento do programa de trabalho
ordem de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos expresso em termos monetários e em termos de realização
respectivos, sendo proibida a designação de casos ou de de obras e prestação de serviços.
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais
abertos para esse fim. CAPÍTULO II
Do Controle Interno
Art. 68. O regime de adiantamento45 é aplicável aos casos
Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de
de despesas expressamente definidos em lei e consiste na
controle a que se refere o artigo 75, sem prejuízo das
entrega de numerário a servidor, sempre precedida de
atribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas,
que não possam subordinar-se ao processo normal de
Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de
aplicação.
execução orçamentária será prévia, concomitante e
Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em subsequente.
alcance46 nem a responsável por dois adiantamentos.     
Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas
44
Q371897 anual, quando instituída em lei, ou por fim de gestão, poderá
45
Ou “Suprimento de Fundos”. Deve ser utilizado nos seguintes
haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada
casos: a) Para atender a despesas eventuais, inclusive em viagem e de contas de todos os responsáveis por bens ou valores
com serviços especiais, que exijam pronto pagamento; b) Quando a públicos.
despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar
em regulamento; c) Para atender a despesas de pequeno vulto,
assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultrapassar
limite estabelecido em ato normativo próprio.
46
A servidor declarado em alcance é aquele que não prestou contas impugnadas em virtude de desvio, desfalque, falta ou má aplicação
no prazo regulamentar ou o que teve suas contas recusadas ou de dinheiro, bens ou valores.
Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados
proposta orçamentária ou a outro indicado na legislação, à administração orçamentária, financeira patrimonial e
caberá o controle estabelecido no inciso III do artigo 75. industrial.
Parágrafo único. Esse controle far-se-á, quando for
o caso, em termos de unidades de medida, previamente CAPÍTULO II
estabelecidos para cada atividade. Da Contabilidade Orçamentária e Financeira

Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou Art. 90 A contabilidade deverá evidenciar, em seus
órgãos equivalentes verificar a exata observância dos limites registros, o montante dos créditos orçamentários vigentes, a
das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orçamentária, despesa empenhada e a despesa realizada, à conta dos
dentro do sistema que for instituído para esse fim. mesmos créditos, e as dotações disponíveis.

CAPÍTULO III Art. 91. O registro contábil da receita e da despesa


Do Controle Externo far-se-á de acordo com as especificações constantes da Lei
de Orçamento e dos créditos adicionais.
Art. 81. O controle da execução orçamentária, pelo
Poder Legislativo, terá por objetivo verificar a probidade da Art. 92. A dívida flutuante compreende:
administração, a guarda e legal emprego dos dinheiros I - os restos a pagar, excluídos os serviços da
públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento. dívida47;
II - os serviços da dívida a pagar48;
Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará III - os depósitos;
contas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido nas IV - os débitos de tesouraria.
Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios. Parágrafo único. O registro dos restos a pagar far-
§ 1º As contas do Poder Executivo serão submetidas se-á por exercício e por credor distinguindo-se as despesas
ao Poder Legislativo, com Parecer prévio do Tribunal de processadas das não processadas49.
Contas ou órgão equivalente.
§ 2º Quando, no Município não houver Tribunal de Art. 93. Todas as operações de que resultem débitos
Contas ou órgão equivalente, a Câmara de Vereadores e créditos de natureza financeira, não compreendidas na
poderá designar peritos contadores para verificarem as execução orçamentária, serão também objeto de registro,
contas do prefeito e sobre elas emitirem parecer. individuação e controle contábil.

TÍTULO IX CAPÍTULO III


Da Contabilidade Da Contabilidade Patrimonial e Industrial
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens
de caráter permanente, com indicação dos elementos
Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e
Fazenda Pública a situação de todos quantos, de qualquer dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração.
modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem
ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados.
Art. 95 A contabilidade manterá registros sintéticos
dos bens móveis e imóveis.
Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de
Contas ou órgão equivalente, a tomada de contas dos
Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e
agentes responsáveis por bens ou dinheiros públicos será
imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade
realizada ou superintendida pelos serviços de contabilidade.
administrativa e os elementos da escrituração sintética na
contabilidade.
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão
organizados de forma a permitirem o acompanhamento da
Art. 97. Para fins orçamentários e determinação dos
execução orçamentária, o conhecimento da composição
devedores, ter-se-á o registro contábil das receitas
patrimonial, a determinação dos custos dos serviços
patrimoniais, fiscalizando-se sua efetivação.
industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a
interpretação dos resultados econômicos e financeiros.
47
Os serviços da dívida são os montantes relativos aos encargos,
Art. 86. A escrituração sintética das operações juros, correção monetária e a parte da amortização do principal
da dívida fundada ou consolidada.
financeiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo método das 48
partidas dobradas. Correspondem a valores registrados na dívida fundada que, por
ocasião da falta de pagamento, são transferidos para a dívida
flutuante (passivo financeiro).
Art. 87. Haverá controle contábil dos direitos e 49
Já os conceitos detalhados no Decreto 93.872/1986 são mais
obrigações oriundos de ajustes ou contratos em que a abrangentes. De acordo com esse dispositivo, a dívida flutuante
administração pública for parte. compreende os compromissos exigíveis, cujo pagamento
independe de autorização orçamentária, assim entendidos: 1) Os
 Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados com restos a pagar, excluídos os serviços da dívida. 2) Os serviços da
dívida. 3) Os depósitos, inclusive consignações em folha. 4) As
individuação do devedor ou do credor e especificação da
operações de crédito por antecipação de receita. 5) O papel-moeda
natureza, importância e data do vencimento, quando fixada. ou moeda fiduciária
Art. 98. A divida fundada compreende os § 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas
compromissos de exigibilidade superior a doze meses, fundadas e outras pagamento independa de autorização
contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a orçamentária.
financeiro de obras e serviços públicos.             § 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas
Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada fundadas e outras que dependam de autorização legislativa
com individuação e especificações que permitam verificar, a para amortização ou resgate.
qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como § 5º Nas contas de compensação serão registrados os
os respectivos serviços de amortização e juros. bens, valores, obrigações e situações não compreendidas nos
parágrafos anteriores e que, mediata ou indiretamente,
Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que possam vir a afetar o patrimônio.
não organizados como empresa pública ou autárquica,
manterão contabilidade especial para determinação dos Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais
custos, ingressos e resultados, sem prejuízo da escrituração obedecerá as normas seguintes:
patrimonial e financeira comum. I - os débitos e créditos, bem como os títulos de
renda, pelo seu valor nominal, feita a conversão, quando em
Art. 100 As alterações da situação líquida moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do
patrimonial, que abrangem os resultados da execução balanço;
orçamentária, bem como as variações independentes dessa II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de
execução e as superveniências e insubsistência ativas e aquisição ou pelo custo de produção ou de construção;
passivas, constituirão elementos da conta patrimonial. III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio
ponderado das compras.
§ 1° Os valores em espécie, assim como os débitos e
CAPÍTULO IV créditos, quando em moeda estrangeira, deverão figurar ao
Dos Balanços lado das correspondentes importâncias em moeda nacional.
§ 2º As variações resultantes da conversão dos
Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão débitos, créditos e valores em espécie serão levadas à conta
demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço patrimonial.
Financeiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstração das § 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis
Variações Patrimoniais, segundo os Anexos números 12, 13, e imóveis.
14 e 15 e os quadros demonstrativos constantes dos Anexos
números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17. TÍTULO X
Das Autarquias e Outras Entidades
Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as
receitas e despesas previstas em confronto com as Art. 107. As entidades autárquicas ou paraestatais,
realizadas. inclusive de previdência social ou investidas de delegação
para arrecadação de contribuições parafiscais da União, dos
Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a Estados, dos Municípios e do Distrito Federal terão seus
receita e a despesa orçamentárias bem como os orçamentos aprovados por decreto do Poder Executivo,
recebimentos e os pagamentos de natureza extra- salvo se disposição legal expressa determinar que o sejam
orçamentária, conjugados com os saldos em espécie pelo Poder Legislativo.                
provenientes do exercício anterior, e os que se transferem Parágrafo único. Compreendem-se nesta disposição
para o exercício seguinte. as empresas com autonomia financeira e administrativa cujo
Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício capital pertencer, integralmente, ao Poder Público.
serão computados na receita extra-orçamentária para
compensar sua inclusão na despesa orçamentária. Art. 108. Os orçamentos das entidades referidas no
artigo anterior vincular-se-ão ao orçamento da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, pela inclusão:
Art. 104. A Demonstração das Variações
I - como receita, salvo disposição legal em contrário,
Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no
de saldo positivo previsto entre os totais das receitas e
patrimônio, resultantes ou independentes da execução
despesas;
orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do
II - como subvenção econômica, na receita do
exercício.
orçamento da beneficiária, salvo disposição legal em
contrário, do saldo negativo previsto entre os totais das
Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará: receitas e despesas.
I - O Ativo Financeiro; § 1º Os investimentos ou inversões financeiras da
II - O Ativo Permanente; União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal,
III - O Passivo Financeiro; realizados por intermédio das entidades aludidas no artigo
IV - O Passivo Permanente; anterior, serão classificados como receita de capital destas e
V - O Saldo Patrimonial; despesa de transferência de capital daqueles50.
VI - As Contas de Compensação. § 2º As previsões para depreciação serão computadas
§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e para efeito de apuração do saldo líquido das mencionadas
valores realizáveis independentemente de autorização entidades.
orçamentária e os valores numerários.
§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens,
créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de
autorização legislativa.
50
Segue o Princípio do Orçamento Bruto.
Art. 109. Os orçamentos e balanços das entidades XXX
compreendidas no artigo 107 serão publicados como
complemento dos orçamentos e balanços da União, dos O MINISTRO DE ESTADO DO ORÇAMENTO E
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal a que estejam GESTÃO, no uso de suas atribuições, observado o art. 113
vinculados. da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, combinado com o
art. 14, inciso XV, alínea "a", da Lei nº 9.649, de 27 de maio
Art. 110. Os orçamentos e balanços das entidades já de 1998, com a redação dada pela Medida Provisória no
referidas, obedecerão aos padrões e normas instituídas por 1.799-3, de 18 de março de 1999, resolve:
esta lei, ajustados às respectivas peculiaridades.
Parágrafo único. Dentro do prazo que a legislação Art. 1º As funções a que se refere o art. 2º, inciso I, da Lei
fixar, os balanços serão remetidos ao órgão central de nº 4.320, de 17 de março de 1964, discriminadas no Anexo 5
contabilidade da União, dos Estados, dos Municípios e do da mesma Lei, e alterações posteriores, passam a ser as
Distrito Federal, para fins de incorporação dos resultados, constantes do Anexo que acompanha esta Portaria.
salvo disposição legal em contrário. §1º Como função, deve entender-se o maior nível de
agregação das diversas áreas de despesa que competem ao
TÍTULO XI setor público.
Disposições Finais §2º A função "Encargos Especiais" engloba as
despesas em relação às quais não se possa associar um bem
Art. 111. O Conselho Técnico de Economia e ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais
Finanças do Ministério da Fazenda, além de outras como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins,
apurações, para fins estatísticos, de interesse nacional, representando, portanto, uma agregação neutra.
organizará e publicará o balanço consolidado das contas da §3º A subfunção representa uma partição da função,
União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas visando a agregar determinado subconjunto de despesa do
autarquias e outras entidades, bem como um quadro setor público.
estruturalmente idêntico, baseado em dados orçamentários. §4º As subfunções poderão ser combinadas com
§ 1º Os quadros referidos neste artigo terão a funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas, na
estrutura do Anexo nº 1. forma do Anexo a esta Portaria.
§ 2 º O quadro baseado nos orçamentos será
publicado até o último dia do primeiro semestre do próprio Art. 2º Para os efeitos da presente Portaria, entendem-se
exercício e o baseado nos balanços, até o último dia do por:
segundo semestre do exercício imediato àquele a que se a) Programa, o instrumento de organização da ação
referirem. governamental visando à concretização dos objetivos
pretendidos, sendo mensurado por indicadores
Art. 112. Para cumprimento do disposto no artigo estabelecidos no plano plurianual;
precedente, a União, os Estados, os Municípios e o Distrito b) Projeto, um instrumento de programação para
Federal remeterão ao mencionado órgão, até 30 de abril, os alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um
orçamentos do exercício, e até 30 de junho, os balanços do conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais
exercício anterior. resulta um produto que concorre para a expansão ou
Parágrafo único. O pagamento, pela União, de o aperfeiçoamento da ação de governo;
auxílio ou contribuição a Estados, Municípios ou Distrito c) Atividade, um instrumento de programação para
Federal, cuja concessão não decorra de imperativo alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um
constitucional, dependerá de prova do atendimento ao que se conjunto de operações que se realizam de modo
determina neste artigo. contínuo e permanente, das quais resulta um produto
necessário à manutenção da ação de governo;
Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das presentes d) Operações Especiais, as despesas que não
normas, o Conselho Técnico de Economia e Finanças do contribuem para a manutenção das ações de governo,
Ministério da Fazenda atenderá a consultas, coligirá das quais não resulta um produto, e não geram
elementos, promoverá o intercâmbio de dados informativos, contraprestação direta sob a forma de bens ou
expedirá recomendações técnicas, quando solicitadas, e serviços.
atualizará sempre que julgar conveniente, os anexos que
integram a presente lei. Art. 3º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo, Municípios estabelecerão, em atos próprios, suas estruturas
poderão ser promovidas, quando necessário, conferências ou de programas, códigos e identificação, respeitados os
reuniões técnicas, com a participação de representantes das conceitos e determinações desta Portaria.
entidades abrangidas por estas normas.
Art. 4º Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações serão
Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a partir de identificadas em termos de funções, subfunções, programas,
1º de janeiro de 1964 para o fim da elaboração dos projetos, atividades e operações especiais.
orçamentos e a partir de 1º de janeiro de 1965, quanto às Parágrafo único. No caso da função "Encargos Especiais",
demais atividades estatuídas.                  os programas corresponderão a um código vazio, do tipo
"0000".
Art. 115. Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 5º A dotação global denominada "Reserva de
Brasília, 17 de março de 1964; 143º da Contingência", permitida para a União no art.91 do Decreto-
Independência e 76º da República. Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em atos das
demais esferas de Governo, a ser utilizada como fonte de §4º As classificações da despesa por categoria econômica,
recursos para abertura de créditos adicionais e sob por grupo de natureza, por modalidade de aplicação e por
coordenação do órgão responsável pela sua destinação, será elemento de despesa, e respectivos conceitos e/ou
identificada por código definido pelos diversos níveis de especificações, constam do Anexo II desta Portaria.
governo. §5º É facultado o desdobramento suplementar dos elementos
de despesa para atendimento das necessidades de
Art. 6º O disposto nesta Portaria se aplica aos orçamentos escrituração contábil e controle da execução orçamentária.
da União, dos Estados e do Distrito Federal para o exercício
financeiro de 2000 e seguintes, e aos Municípios a partir do Art. 4º As solicitações de alterações dos Anexos I e II desta
exercício financeiro de 2002, revogando-se a Portaria nº Portaria deverão ser encaminhadas à STN/MF, que, em
117, de 12 de novembro de 1998, do ex-Ministro do conjunto com a SOF/MP, terá o prazo máximo de trinta dias
Planejamento e Orçamento, e demais disposições em para deliberar sobre o assunto.
contrário.
Art. 5º Em decorrência do disposto no art. 3º a estrutura da
Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua natureza da despesa a ser observada na execução
publicação. orçamentária de todas as esferas de Governo será
"c.g.mm.ee.dd", onde:
a) "c" representa a categoria econômica;
b) "g" o grupo de natureza da despesa;
XXX c) "mm" a modalidade de aplicação;
d) "ee" o elemento de despesa; e
e) "dd" o desdobramento, facultativo, do elemento de
Portaria Interministerial SOF/STN 163/2001 despesa.
Parágrafo único. A discriminação das naturezas de
Art. 1º Para as consolidações mencionadas no art. 51 da Lei despesa, de que trata o Anexo III desta Portaria, é apenas
Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000 , os Estados, o exemplificativa, podendo ser ampliada para atender às
Distrito Federal e os Municípios deverão encaminhar suas necessidades de execução, observados a estrutura e os
contas à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da conceitos constantes do Anexo II desta Portaria.
Fazenda - STN/MF, órgão central do Sistema de
Contabilidade Federal, nos prazos previstos no § 1º do Art. 6º Na lei orçamentária, a discriminação da despesa,
referido art. 51. quanto à sua natureza, far-se-á, no mínimo, por categoria
econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de
Art. 2º A classificação da receita, a ser utilizada por todos aplicação.
os entes da Federação, consta do Anexo I desta Portaria,
ficando facultado o seu desdobramento para atendimento
das respectivas peculiaridades.
Art. 7º A alocação dos créditos orçamentários na lei
Art. 3º A classificação da despesa, segundo a sua natureza,
orçamentária anual deverá ser feita diretamente à unidade
compõe-se de:
orçamentária responsável pela execução das ações
I - categoria econômica51;
correspondentes, ficando vedada a consignação de recursos
II - grupo de natureza da despesa;
a título de transferência para unidades integrantes dos
III - elemento de despesa;
orçamentos fiscal e da seguridade social.
§1º A natureza da despesa será complementada pela
informação gerencial denominada "modalidade de
aplicação", a qual tem por finalidade indicar se os recursos Art. 8º A dotação global denominada Reserva de
são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito Contingência, permitida para a União no art. 91 do Decreto-
da mesma esfera de Governo ou por outro ente da Federação Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967 , ou em atos das
e suas respectivas entidades, e objetiva, precipuamente, demais esferas de Governo, a ser utilizada como fonte de
possibilitar a eliminação da dupla contagem dos recursos recursos para abertura de créditos adicionais e para o
transferidos ou descentralizados. atendimento ao disposto no art. 5º, inciso III, da Lei
§2º Entende-se por grupos de natureza de despesa a Complementar nº 101, de 2000 , sob coordenação do órgão
agregação de elementos de despesa que apresentam as responsável pela sua destinação, bem como a Reserva do
mesmas características quanto ao objeto de gasto. Regime Próprio de Previdência do Servidor - RPPS, quando
§3º O elemento de despesa tem por finalidade identificar os houver, serão identificadas nos orçamentos de todas as
objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, esferas de Governo pelos códigos "99.999.9999.xxxx.xxxx"
juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros e 99.997.9999.xxxx.xxxx", respectivamente, no que se
prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e refere às classificações por função e subfunção e estrutura
instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, programática, onde o "x" representa a codificação das ações
amortização e outros de que a administração pública se correspondentes e dos respectivos detalhamentos.
serve para a consecução de seus fins. Parágrafo único. As Reservas referidas no caput serão
identificadas, quanto à natureza da despesa, pelo código
51
"9.9.99.99.99. (NR) (Redação dada ao artigo pela Portaria
Este nível da classificação por natureza obedece ao critério Conjunta STN/SOF nº 1, de 18.06.2010, DOU 29.06.2010)
econômico. Permite analisar o impacto dos gastos públicos na
economia do país. A despesa é classificada em duas categorias
econômicas, com os seguintes códigos: DESPESAS CORRENTES Art. 9º Esta Portaria entra em vigor na data de sua
e DESPESAS DE CAPITAL. publicação, aplicando-se seus efeitos a partir do exercício
financeiro de 2002, inclusive no que se refere à elaboração
da respectiva lei orçamentária.

Art. 10. Revogam-se, a partir de 1º de janeiro de 2002, as


disposições em contrário e, em especial, os itens 5 a 10 e os
Adendos I, IV, IX, X e XI da Portaria SOF nº 8, de 4 de
fevereiro de 1985, a Portaria nº 35, de 1º de agosto de 1989,
do Secretário de Orçamento e Finanças, da Secretaria de
Planejamento da Presidência da República, a Portaria nº
576, de 10 de outubro de 1990, da Ministra da Economia,
Fazenda e Planejamento, e respectivas alterações
posteriores. (NR) (Redação dada ao artigo pela Portaria
Inserministerial MF/MP nº 325, de 27.08.2001, DOU
28.08.2001 )

FÁBIO DE OLIVEIRA BARBOSA

Secretário do Tesouro Nacional

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