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Malebranche divide de forma definitiva a alma do corpo,


aprofundando mais ainda o processo iniciado por Descartes. A
alma não sente, a alma simplesmente pensa e quer. O corpo é
somente extensão, e nada, além disso. As ações da alma não
provocam nenhum resultado sobre o corpo e este não atua de nenhum modo sobre a alma. Corpo e
alma não desenvolvem nenhuma ação recíproca. A alma está separada tanto de outras almas como do
mundo físico. A alma está isolada e somente conhece as coisas através da sua relação com Deus.
Nossa alma não entra em relação com os objetos, ela somente tem idéias deles. Todas as coisas
que pensamos sentir são somente idéias das coisas que acreditamos estar sentindo. Nosso
conhecimento não vem dos sentidos, mas de Deus, é em Deus que conhecemos todas as coisas. Todas
as idéias e conceitos estão na mente de Deus, e é lá que nossa alma busca suas idéias e conceitos.
Nicolas com isso não quer dizer que nós conhecemos Deus, mas somente que o que
conhecemos vem de Deus. A mente de Deus, a razão universal do criador é que ilumina a alma e todas
as inteligências existentes, é na mente divina que estão as verdadeiras idéias, e é lá que nós buscamos
as nossas idéias.
É Deus que produz em nossa alma as modificações e sensações que são produzidas em nosso
corpo. É Deus que revela para a alma o que acontece fora dela. Deus imprime na alma as sensações
que atingem nosso corpo.
Para Malebranche a existência de Deus é tão certa como a preposição "penso, logo existo".
Deus é infinito e contém tudo em si, ele é imenso, e sua imensidão vai infinitamente além do universo.
Acredita ainda que a razão não falha, não muda e não se corrompe e, portanto é preferível à fé.
A razão não pode ter restrições porque Deus é a razão universal. É a fé que conduz a inteligência, mas
a fé sem a inteligência não faz com que sejamos virtuosos, pois não nos guia no caminho da verdade.
ALEGORIA DA CAVERNA

Imagine alguns homens vivendo em uma moradia em forma de caverna, com uma grande abertura
do lado da luz. Encontram-se ali desde a sua meninice, presos por correntes que os imobilizam
totalmente e de tal modo que não podem nem mudar de lugar, nem volver a cabeça e não vêem
mais que aquilo que lhes está na frente. A luz lhes vem de um fogo aceso a uma certa distância, por
trás deles, em uma eminência do terreno. Entre esse fogo e os prisioneiros há uma passagem
elevada, ao longo da qual imagine-se um pequeno muro, semelhante aos balcões que os ilusionistas
levantam entre si e os assistentes e por cima dos quais mostram seus prodígios. Pensa agora que ao
lado desse muro alguns homens levam objetos de todos os tipos. Tais objetos são levados acima da
altura do muro e os homens que os transportam alguns falam, outros seguem calados. Os
prisioneiros, nessa situação, jamais viram outra coisa senão as sombras, jamais ouviram outra voz
senão os ecos que reboam no fundo da caverna. Falarão das sombras como se fossem objetos reais,
terão os ecos como vozes verdadeiras. Esses estranhos prisioneiros são semelhantes a nós, homens.
Pensa agora no que lhes acontecerá se forem libertados das cadeias que os prendem e curados da
ignorância em que jazem. Se um dentre eles se levantar e volver o pescoço e caminhar, erguendo
os olhos para o lado da luz, certamente tais movimentos o farão sofrer e a luz ofuscar-lhe-á a visão
e impedirá que ele veja os objetos cuja sombra enxergava há pouco. Ficará deveras embaraçado e
dirá que as sombras que via antes são mais verdadeiras que os objetos que são agora mostrados. E
se tal prisioneiro, arrancado à força do lugar onde se encontra for conduzido para fora, para plena
luz do sol, por acaso não ficaria ele irritado e os seus olhos feridos? Deslumbrado pela luz,
porventura não precisaria acostumar-se para ver o espetáculo da região superior? O que a princípio
mais facilmente verá serão as sombras, depois as imagens dos homens e dos demais objetos
refletidos nas águas, e finalmente será capaz de veres próprios objetos. Então olhará para o céu.
Suportará mais facilmente, à noite, a visão da lua e das estrelas. Só mais tarde será capaz de
contemplara luz do sol. Quando isso acontecer reconhecerá que o sol governa todas as coisas
visíveis e também aquelas sombras no fundo da caverna.
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Platão nasceu em Atenas em 427 a.C, era filho de Artíston e Perictioné. Seu pai era um homem rico
cuja dinastia remontava aos primórdios de Atenas. Deu ao filho uma excelente educação, a quem deu o
nome de Aristocles. Platão era um apelido adquirido quando já moço, designando alguém que tenha
um porte atlético, com ombros largos. Platão não teve esposa nem deixou filhos. Viajou pela Magna
Grécia, onde aprendeu os ensinamentos deixados por Pitágoras, andou pelo Egito e muitos afirmam
que esteve no Oriente.

No início se dedicou a poesia e depois à filosofia. Conheceu Sócrates com


dezoito anos e o acompanhou por dez anos, até em 399 a.C., quando
Sócrates morreu. Em 387 a.C. fundou sua escola nos jardins de
Academus, dedicando-se ao ensino e composição de suas obras.

Foi sem dúvida um dos maiores filósofos que humanidade já possuiu, o


sábio dos sábios, durante 22 séculos.
Já sabemos que Sócrates é, pode-se dizer, o descobridor do conceito.
Sabemos ainda que o interesse primeiro da filosofia socrática é a moral.
Sócrates deseja que a moral possa ser aprendida e possa ser ensinada,
como se aprende e se ensina gramática. Daí a razão por que Sócrates tem
a convicção de que aquele que é mau, o é porque não sabe. Platão, por sua
vez, abraça a idéia de conceito esposada por Sócrates, só que amplia a
V idéia de conceito. Para ele, essa idéia não se circunscreve apenas à
virtude, mas abarca tudo, todas as coisas em geral. Neste caso, deve-se
reconhecer que Platão junta a contribuição conceitual de Sócrates aos ensinamentos de Parmênides:
une a idéia do ser à idéia de conceito, estabelecendo assim a sua teoria das idéias.
Platão faz distinção entre aparência e realidade. Ora, se existe um mundo de realidade e um mundo de
aparência, deve-se procurar saber como se pode distinguir um do outro. Sabe-se que as aparências são
diagnosticadas por nossas sensações, ao passo que as nossas idéias diagnosticam o mundo da
realidade. Por aí se vê que só podemos aproximar-nos da realidade através do pensamento.

A teoria do ser deduzida por Platão é aparência ilusória o que corresponde à enganosa opinião
sensível; o conhecimento verdadeiro é aquele que se refere às essências, às idéias. É aí que se firma o
ideal platônico e temos então o estabelecimento da antítese entre o mundo fenomenológico, formado
pelos postulados da sensibilidade, e o mundo das essências que só pode ser alcançado por intermédio
da indução e da definição, como também ensinava Sócrates.

Platão afirma que as idéias são vivas e não inertes, como a muitos poderia parecer. Para ele a idéia
mais importante é a do Bem, porque constitui a natureza de Deus criador soberano do Cosmo. Não
pode o Bem ser causa do Mal. Todavia, a existência do Mal não pode ser negada, é o inverso, que se
opõe ao Bem. O que importa é que todas as idéias se inclinam para aquela idéia superior a todas elas,
que é a idéia do Bem. Ele quer que o Estado se ajuste à idéia do Bem, dai por que coloca sua filosofia,
sua metafísica e sua ontologia a serviço da teoria política do Estado. Crê que se a idéia do Bem é a
suprem a idéia, aquela que rege e manda em todas as outras idéias, do mesmo modo, entre tudo o que
existe no mundo sensível, o que deve e tem que coincidir com a idéia do Bem é o Estado. Por isso, ele
escreve esses dois livros admiráveis, A República, e As Leis, onde mais profundamente estuda a
formação do Estado ideal e chega à conclusão de que o Estado ideal seria aquele em que os mandantes
fossem filósofos.

Não se pense, contudo, que a filosofia platônica seja ‘ ‘como querem muitos. Não, para Platão,
as idéias são realidades que existem, aliás, as únicas verdadeiramente existentes, uma vez que as coisas
que vemos e tocamos são como sombras efêmeras. Deve-se, pois, entender a filosofia de Platão como
um realismo das idéias.

Na Alegoria da CavernaPlatão resume a aprendizagem do homem, buscando as verdadeiras idéias no


mundo maravilhoso do incognoscível. E nessa alegoria que Platão estabelece a comparação entre o
mundo sensível e o mundo inteligível. Para tanto, lança mão de sombras que se projetam no fundo de
uma caverna escura, quando pela sua entrada passam objetos iluminados pela luz do sol.

ALEGORIA DA CAVERNA

Imagine alguns homens vivendo em uma moradia em forma de caverna, com uma grande abertura do
lado da luz. Encontram-se ali desde a sua meninice, presos por correntes que os imobilizam
totalmente e de tal modo que não podem nem mudar de lugar, nem volver a cabeça e não vêem mais
que aquilo que lhes está na frente. A luz lhes vem de um fogo aceso a uma certa distância, por trás
deles, em uma eminência do terreno. Entre esse fogo e os prisioneiros há uma passagem elevada, ao
longo da qual imagine-se um pequeno muro, semelhante aos balcões que os ilusionistas levantam
entre si e os assistentes e por cima dos quais mostram seus prodígios. Pensa agora que ao lado desse
muro alguns homens levam objetos de todos os tipos. Tais objetos são levados acima da altura do
muro e os homens que os transportam alguns falam, outros seguem calados. Os prisioneiros, nessa
situação, jamais viram outra coisa senão as sombras, jamais ouviram outra voz senão os ecos que
reboam no fundo da caverna. Falarão das sombras como se fossem objetos reais, terão os ecos como
vozes verdadeiras. Esses estranhos prisioneiros são semelhantes a nós, homens. Pensa agora no que
lhes acontecerá se forem libertados das cadeias que os prendem e curados da ignorância em que
jazem. Se um dentre eles se levantar e volver o pescoço e caminhar, erguendo os olhos para o lado da
luz, certamente tais movimentos o farão sofrer e a luz ofuscar-lhe-á a visão e impedirá que ele veja os
objetos cuja sombra enxergava há pouco. Ficará deveras embaraçado e dirá que as sombras que via
antes são mais verdadeiras que os objetos que são agora mostrados. E se tal prisioneiro, arrancado à
força do lugar onde se encontra for conduzido para fora, para plena luz do sol, por acaso não ficaria
ele irritado e os seus olhos feridos? Deslumbrado pela luz, porventura não precisaria acostumar-se
para ver o espetáculo da região superior? O que a princípio mais facilmente verá serão as sombras,
depois as imagens dos homens e dos demais objetos refletidos nas águas, e finalmente será capaz de
veres próprios objetos. Então olhará para o céu. Suportará mais facilmente, à noite, a visão da lua e
das estrelas. Só mais tarde será capaz de contemplara luz do sol. Quando isso acontecer reconhecerá
que o sol governa todas as coisas visíveis e também aquelas sombras no fundo da caverna.

O próprio Platão, interpretando a Alegoria da Caverna, explica que:

A caverna subterrânea é o mundo visível. O fogo que a ilumina é a luz do sol. O prisioneiro que sobe à
região superior e contempla suas maravilhas é a alma que ascende ao mundo inteligível. E o que eu
penso, mas só Deus sabe se é verdade. Em todo caso, eu creio que nos mais altos limites do mundo
inteligível está a idéia do bem que dificilmente percebemos, mas que ao contemplá-la, concluímos que
ela é a causa de tudo o que é belo e bom. (A
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A partir de Sócrates se define o conceito, isto é, o conhecimento. Platão define as idéias e suas relações
dando-lhes valores, perfazendo um pensamento lógico e aritmético. Mostra em sua alegoria que Ê
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http://www.guatimozin.org.br/artigos/mitos.htm

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