Werbevan Paes de Castro

CURSO DE DIREITO PENAL

Espécies de Pena
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CLASSIFICAÇÃO DAS PENAS

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PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

É a modalidade da pena que restringe o

direito a liberdade/locomoção do condenado,
mediante a prisão por tempo determinado.
Art. 75 CP – 30 anos / art. 10 LCP – 5 anos.

OBS: nenhuma pena pode ter caráter

PERPÉTUO. (Art. 5º, XLVII, “b” CF)
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IMPORTANTE

Súmula 715 do STF: A pena unificada para

atender ao limite de trinta anos de
cumprimento, determinado pelo art. 75 do
Código Penal, não é considerada para a
concessão de outros benefícios, como o
livramento condicional ou regime mais
favorável de execução.
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ESPÉCIES

Conforme o nosso Código Penal (art. 33,

caput), existem 3 espécies de penas
privativas de liberdade:
• Reclusão (crimes graves);
• Detenção (crimes);
• Prisão simples (Contravenções penais);
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PENA DE RECLUSÃO
Divide-se em 3 tipos de regimes:
- Fechado: pena superior a 8 (oito) anos;
- Semiaberto: pena superior a 4 anos e não
exceda a 8 + primário + circunstâncias
judiciais favoráveis;
- Aberto: pena igual ou inferior a 4 anos +
primário + circunstâncias judiciais
favoráveis;
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IMPORTANTE

Súmula 269 do STJ: É admissível a adoção do

regime prisional semiaberto aos reincidentes
condenados a pena igual ou inferior a quatro
anos se favoráveis as circunstâncias judicias.
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PERGUNTA

É possível o condenado primário iniciar em

um regime mais rigoroso do que permitido?

Resposta: Sim. Art. 33, § 3.º, do Código

Penal: “A determinação do regime inicial de
cumprimento da pena far-se-á com
observância dos critérios previstos no art. 59
deste Código”.
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Súmula 718 STF: A opinião do julgador sobre

a gravidade em abstrato do crime não
constitui motivação idônea para a imposição
de regime mais severo do que o permitido
segundo a pena aplicada.

Súmula 719 STF: A imposição do regime de

cumprimento mais severo do que a pena
aplicada permitir exige motivação idônea.
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RECLUSÃO X DETENÇÃO
RECLUSÃO DETENÇÃO
Crimes mais graves Crimes de média e pequena importância
Regime inicial de cumprimento de pena: Admite regime inicial somente aberto e
fechado, semiaberto e aberto semiaberto. Obs: admite-se regressão
Interceptação telefônica pode ser Não cabe interceptação telefônica.
decretada. CUIDADO: o STJ reconheceu como prova
válida interceptação telefônica em crime
punido com detenção, conexo ao crime
punido com reclusão objeto da diligência.
Admite a interdição do poder familiar Não admite interdição do poder familiar.
como efeito da condenação.
No caso de concurso de crimes executa-se Executa-se depois.
primeiro.
Em regra, só o Juiz que pode arbitrar o Tanto o Juiz quanto o Delegado pode
valor da fiança. arbitrar o valor da fiança na maioria dos
casos
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PENA RESTRITIVA DE DIREITOS (art. 43 a 48,

CP)
As penas restritivas de direitos ou “penas
alternativas”, têm o propósito de evitar a
desnecessária imposição da pena privativa de
liberdade nas situações expressamente
indicadas em lei, relativas a indivíduos
dotados de condições pessoais favoráveis e
envolvidos na prática de infrações penais de
reduzida gravidade.
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CARACTERÍSTICAS
As principais características da pena restritiva
de direitos são: substitutividade e
autonomia.
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As penas restritivas de direitos são

substitutivas, porque resultam do
procedimento judicial que, depois de aplicar
uma pena privativa de liberdade, efetua a sua
substituição por uma ou mais penas
restritivas de direitos, desde que presentes os
requisitos legais.
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EXCEÇÃO
No caso do crime tipificado no art. 28 da Lei
11.343/06 (Lei de drogas), não há previsão de
pena privativa de liberdade em abstrato.
Nesse caso a pena restritiva de diretos torna-
se a modalidade central e não uma forma de
substituição da pena.
Continua sendo crime, porém houve a
despenalização.
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As penas restritivas de direitos são

autônomas, isto é, uma vez substituídas, não
podem ser cumuladas com a pena privativa
de liberdade. Em suma, o magistrado deve
aplicar isoladamente uma pena privativa de
liberdade para, em seguida, substituí-la por
uma ou mais restritivas de direitos. É vedado,
contudo, somá-las.
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REQUISITOS
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EXCEÇÃO
Reincidente em crime doloso poderá ter a
benesse da pena substituída para
semiaberto, desde que, cumulativamente, a
medida seja socialmente recomendável e a
reincidência não se tenha operado em
virtude da prática do mesmo crime.
(AgRg nos EDcl no AREsp 279.042/SP – STJ;
5.ª STF: HC 94.990/MG.)
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RESOLUÇÃO 05/2012 SENADO FEDERAL

Art. 1º É suspensa a execução da expressão
"vedada a conversão em penas restritivas de
direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343,
de 23 de agosto de 2006, declarada
inconstitucional por decisão definitiva do
Supremo Tribunal Federal nos autos do
Habeas Corpus nº 97.256/RS.
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ESPÉCIES
Conforme o nosso Código Penal (art. 43,
caput), as penas restritivas de direitos são:
• Prestação pecuniária;
• Perda de bens e valores;
• Prestação de serviços à comunidade ou a
entidades públicas;
• Interdição temporária;
• Limitação de fim de semana;
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Prestação pecuniária: Consiste no

pagamento em dinheiro à vítima, a seus
dependentes, ou a entidade pública ou
privada com destinação social, de
importância fixada pelo juiz, não inferior a 1
salário mínimo nem superior a 360 salários
mínimos (CP, art. 45, § 1.º, 1.ª parte).
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Perda de bens e valores: consiste na

retirada de bens e valores integrantes do
patrimônio lícito do condenado,
transferindo-os ao Fundo Penitenciário
Nacional. Seu valor terá como teto – o que
for maior – o montante do prejuízo causado
ou do proveito obtido pelo agente ou por
terceiro, em consequência da prática do
crime (CP, art. 45, § 3.º).
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Prestação de serviços à comunidade:

consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao
condenado, sendo ela de 1 hora por dia de
condenação, em entidades assistenciais,
hospitais, escolas, orfanatos e outros
estabelecimentos congêneres, em programas
comunitários ou estatais (CP, art. 46, §§ 1.º e
2.º). Somente aplicável às condenações
superiores a 6 meses de privação de
liberdade.
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Interdição temporária de direitos: proibição

do exercício de cargo, função ou atividade
pública e mandato eletivo; proibição do
exercício de profissão, atividade ou ofício que
dependam de habilitação especial, de licença
ou autorização do poder público; suspensão
de autorização ou de habilitação para dirigir
veículo; proibição de frequentar determinados
lugares; proibição de inscrever-se em
concurso, avaliação ou exame públicos.
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Limitação de final de semana: A limitação de

fim de semana consiste na obrigação de
permanecer, aos sábados e domingos, por 5
horas diárias, em casa de albergado ou
estabelecimento adequado. Durante a
permanência poderão ser ministrados ao
condenado cursos e palestras ou atribuídas
atividades educativas.
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PENA DE MULTA (art. 49 a 52, CP)

É a espécie de sanção penal, de cunho

patrimonial, consistente no pagamento de
determinado valor em dinheiro em favor do
Fundo Penitenciário Nacional.
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IMPORTANTE
Súmula 693 do STF: Não cabe habeas corpus
contra decisão condenatória a pena de multa;

Súmula 171 do STJ: Cominadas

cumulativamente, em lei especial, penas
privativa de liberdade e pecuniária, é defeso
a substituição da prisão por multa.
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Art. 17 É vedada a aplicação, nos casos de

violência doméstica e familiar contra a
mulher, de penas de cesta básica ou outras
de prestação pecuniária, bem como a
substituição de pena que implique o
pagamento isolado de multa. (Lei nº
11.340/06 – Lei Maria da Penha)