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INS I O HIS RICO E GEOGR FICO BRASILEIRO

REA DA PA PINHEIRO
SAMILA SO SA CA ARINO

M SE S E GES O DO PA RIM NIO:


O CASO DO M SE DO PIA , BRASIL

PINHEIRO, P
CA ARINO, S S
M SE S E GES O DO PA RIM NIO: O CASO DO
M SE DO PIA , BRASIL
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MUSEUS E GESTÃO DO PATRIMÔNIO: O CASO DO

MUSEUMS AND HERITAGE MANAGEMENT: THE CASE OF


THE MUSEUM OF PIAUÍ, BRAZIL
1

Resumo: Abstract:
Neste artigo, apresentam-se resultados de pes- In this article we present the results of an action
research associated to the Professional Master’s
em Artes, Patrimônio e Museologia. Trata-se in Arts, Heritage and Museology, namely the
da construção colaborativa de uma proposta collaborative development of a proposal to
de Plano Museológico para o Museu do Piauí, implement a museological plan for the Piauí
importante equipamento cultural para a capital Museum, an important cultural venue for the
do Estado do Piauí, Teresina. O trabalho surge capital of the State of Piauí, Teresina. The
work arose from an urgent need to provide an
da urgência de construção de um instrumento
efetivo de gestão para o Museu. O Plano Muse- museological plan allows for the management
ológico facilita a gestão e a proteção dos patri- of heritages, at the same time that it protects
mônios sob a guarda de instituições dessa natu- them under the supervision of such institutions.
reza. Com os avanços da legislação dos Museus, With the development of new legislation on
sobretudo com a criação do Instituto Brasileiro museums, and especially with the creation of
de Museus-IBRAM (2009), a gestão torna-se the Brazilian Institute of Museums-IBRAM
central nos processos de implementação e de (2009), management has become paramount in
funcionamento de instituições museológicas; the procedure of establishing and functioning of
cite-se o instrumento jurídico – a lei 11.904 de museum institutions. Worth mentioning is Law
14 de janeiro de 2009 que cria o Estatuto de Mu- No. 11,904 of January 14 2009, which created
seus e orienta a operacionalização sistemática the Statute of Museums that serves as the basis
da implementação do Plano Museológico. Este for the implementation of the mentioned plan.
trabalho de natureza teórico-prática, ao se ma- This theoretical-practical work, which lead to
terializar na criação participativa de um Plano the participatory development of a museological
Museológico, permite experiências, vivências e plan, enables experiences, involvement and
partilha de saberes e fazeres entre pesquisado- sharing of knowledge and actions between
res da academia e trabalhadores do Museu, uma academic researchers and museum workers,
relação dialógica atravessada por desejos, por channeling hopes, expectations and ups and
expectativas, por caminhos e por descaminhos. downs.

: Patrimônio Cultural. Museo- Keywords: Cultural heritage. museology.


logia. Plano Museológico. Museu do Piauí. museological plan. Museum of Piauí.

1 – Doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, pós dou-
tora em Ciências da Arte e do Patrimônio, Especialidade Museologia, Universidade de
Lisboa, Portugal; professora da Universidade Federal do Piauí, Brasil; coordenadora do
Programa de Pós-graduação em Artes, Patrimônio e Museologia; professora colaboradora
no Mestrado em Museologia e no Doutorado em Belas-Artes da Universidade de Lisboa;
sócia do IHGB. Endereço Eletrônico: aureapinheiro@ufpi.edu.br.
2 – Graduada em História pela Universidade Estadual do Piauí, discente do Programa
de Pós Graduação em Artes Patrimônio e Museologia. Endereço Eletrônico: samilacata-

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Durante mucho tiempo los conservadores y trabajadores de los muse-
os han realizado su trabajo partiendo de la propia experiencia personal
y no han sentido necesidad alguna de tener que recurrir a la museo-
logía como disciplina, porque pensaban que esta no tenía nada que
aportarles en su trabajo práctico del museo. No es de extrañar, por
tanto, que los conservadores de museos viesen su función y actividad
dentro de los mismos como una realidad eminentemente práctica que
se despreocupaba por completo de los criterios teóricos propios del
método de investigación museológica. Incluso aquellos que, desde
otras ciencias como la antropología, la sociología, la semiótica o el
arte, se acercaban al mundo de los museos lo hacían partiendo de sus
propias disciplinas científicas, pero sin poseer una necesaria funda-
mentación museológica3.

pertinência do tema “gestão de patrimônios em museus”. Para a mesma

en el objeto de su estudio, en los objetivos de su investigación y en la


metodología que pretende utilizar para conseguirlo”.

Assim, pensar os museus na atualidade parte do reconhecimento do


caráter multidisciplinar e dialógico entre academia e instituições dessa
natureza. Não é possível estudar esses equipamentos sem considerar a
-
vidos diretamente em uma instituição que tem a função de prestar serviços
de qualidade à sociedade, sobretudo à comunidade onde está localizado.

mais diversas áreas: historiadores, arquitetos, museólogos, conservado-


res, pedagogos, designers etc.
La museología es un género impreciso en el que se mezclan una muse-
ografía italiana o española erudita, ligada frecuentemente a la biblio-
teconomía, una museología alemana marcada por la teoría pedagógica
y la historia de los conceptos, una museología semiótica centroeuro-

rino@gmail.com.
3 – HERNÁNDEZ, Josep Ballard Manual de museos. Madrid: Editorial Síntesis, 2008.
(Patrimonio Cultural).

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pea surgida en el curso de los años 1960-1970 y cuyos avatares con
múltiples, pero también una literatura jurídica y administrativa, una
sociología de la organización o del trabajo y, en fin, una arqueología
de ha hecho de la promoción de la cultura material una especie de
apostolado cultural y social por medio de las técnicas de exposición
ligadas a la interpretación. Pero no es menos cierto que la gestión de
las organizaciones parece hoy día un papel de lingua franca o de nueva
vulgata, mientras que los saberes tradicionales de la historia del arte o
de la historia de las ciencias sufren una relativa marginación4.

Dominique Poulot, ao apresentar o caráter multidisciplinar da mu-


seologia, sua diversidade e sua complexidade, procura entender as re-
lações sociais densas e complexas que atravessam gerações de saberes
e de fazeres no mundo dos museus. É evidente que o museu não é mais
aceito como um lugar amorfo, sem vida, um lugar com um amontoado de
objetos velhos – pelo contrário, tem a sua representação contemporânea
associada a um espaço pulsante, dinâmico, que provoca, instiga e propõe
-
ca, social, política, holística, globalizante.

Pode-se dizer que se trata de um trabalho transdisciplinar “[...] um


processo de intercâmbio entre diversos campos e ramos do conhecimento
-
ve corpos teóricos inteiros para outros [...]” . É, nesse processo de trocas
5

mútuas de conhecimentos, que se concebe o amadurecimento do traba-


lho realizado no Museu do Piauí, um estudo intervenção atravessado por
dados da ciência museológica, com seus aportes teórico-metodológicos,
mas, igualmente, atravessado pela vivência no campo – O MUSEU.

Concorda-se que o amadurecimento do pensamento museológico


ocorre a partir do conhecimento multidisciplinar, como ênfase na preocu-
pação social, que atenda às demandas e às necessidades da comunidade.

lucro, al servicio de la sociedad y abierta al público, que adquiere, con-


4 – POULOT, Dominique. Museo y Museología. Madrid. ABADA EDITORES. 2011.
5 – LEFF. Enrique. Interdisciplinaridade, ambiente e desenvolvimento sustentável. In:
Epistemologia Ambiental. 4.ed. São Paulo: Cortez, 2006.

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serva, estudia, expone y difunde el patrimonio material e inmaterial de

foi cunhada pelo ICOM, em 2007, ao longo da 22° Conferência Geral de


Viena. O museu se caracteriza, portanto, como uma instituição complexa,
que tem sob sua guarda não só patrimônio material, mas também repre-
sentações imateriais, modos de saber-fazer da sociedade.

No Brasil, em 2009, foi criado o Instituto Brasileiro de Museus, pela


lei 11.906; trata-se de uma autarquia do Ministério da Cultura, dedicada
à articulação, ao fortalecimento à promoção e à valorização dos Museus
no Brasil.

Desde 1980, o Museu do Piauí tem a sua história retratada em um


casarão oitocentista localizado na Praça Marechal Deodoro da Fonseca,
Centro Histórico da cidade de Teresina, capital do Estado. Durante vários
anos, o acervo do que seria o futuro Museu esteve na sede do poder exe-
cutivo e, somente em 1980, após restauração do casarão, passou a ter sede

foi acrescido o nome do historiador piauiense Odilon Nunes, sendo, por-


tanto, Museu do Piauí – Casa Odilon Nunes. O tombamento do casarão
salvaguarda aspectos físicos e arquitetônicos, além do sentido simbólico
para população teresinense, uma vez que é um dos primeiros edifícios
construídos na recém-fundada capital Teresina em meados dos anos 50
do século XIX.

As salas do antigo casarão abrigam os núcleos expositivos do Mu-


seu com um rico e complexo acervo que remete à ocupação do Piauí por
populações autóctones – a partir de urnas funerárias, objetos de pedra
lascada etc.; à ocupação do branco europeu, retratada através de objetos:
porcelanas, louças, mobiliário, obras de arte, cédulas, moedas, indumen-
-
chas; e à escravidão negra no território, com instrumentos de tortura etc.

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O Museu do Piauí é uma instituição que está sob a gestão da Secre-
taria de Cultura do Estado (criada, recentemente, em 2015). Tem como
missão conservar e preservar os patrimônios sob sua guarda, materializa-
do em objetos que testemunham as histórias do território e de suas gentes.
Surgiu como uma seção do Arquivo Público, em 1934, sob a orientação
do Professor Anísio Brito. Foi criado, formalmente, em março de 1941,
através do Decreto Lei n° 355. Em 1980, recebeu sede própria no, já men-
cionado, casarão da Praça Marechal Deodoro da Fonseca; o casarão, após
passar por restauração, foi tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual,
Lei nº4515, de 10 de outubro de 1999. O prédio foi rebatizado como Casa
de Odilon Nunes, em homenagem ao historiador piauiense, na passagem
do centenário de seu nascimento, através da Lei Estadual nº 5086.

Museu do Piauí-Casa de Odilon Nunes.

Com mais de oitenta anos, o Museu do Piauí tem sob sua guarda
mais de sete mil peças, consolidando-se como uma instituição de refe-
rência no Estado. Para a diretora do Museu, a instituição tem “[...] como
missão preservar a memória cultural do Estado através da conservação
de todo o seu acervo e da promoção de atividades que mantenham viva a
nossa história. O que é feito aqui é uma luta contra o esquecimento social,

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algo que envolve todas as instituições que trabalham com a preservação
de bens históricos e culturais”6.

Para essa instituição, o Plano Museológico torna-se indispensável,


uma vez que funciona como uma ferramenta de planejamento estratégico
de atividades e de responsabilidades do Museu. Em 2015, construímos os
primeiros passos no processo de elaboração do Plano Museológico para

No campo da museologia, a realização do planejamento é obrigató-


ria para a garantia de um funcionamento interno harmônico, para que os
agentes, as ações e os projetos do museu estejam em sintonia. O museu só

contem histórias, atualizem memórias, o que só é possível com atividades


sistemáticas e planejadas. Um Plano Museológico oferece à instituição

de projetos a serem realizados em um determinado tempo, com recursos


materiais e humanos.

Na construção do Plano Museológico, algumas etapas são funda-

a partir de um diagnóstico global que indique a situação atual da institui-


ção, a sua responsabilidade social e a importância para a comunidade. O
início do trabalho foi marcado por encontros e por diálogos sistemáticos
com os funcionários do Museu do Piauí e com a diretora, a Senhora Dora
-
vos do Museu:
Missão: promover o conhecimento e a reflexão sobre as Histórias do
Piauí, ser um equipamento cultural a serviço da sociedade, criar estra-
tégias de inclusão e educação, preservar os patrimônios sob sua guar-
da e sensibilizar à sociedade para o conhecimento, reconhecimento e
promoção da diversidade cultural do Piauí;

6 – Disponível em: <http://www.piaui.pi.gov.br/terra-querida/noticias/id/7539>. Acesso


em 03 jun. 2015

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Visão: consolidar a posição de instituição importante na divulgação da
História do Estado, uma instituição de referência no campo da pesqui-
sa e educação do Piauí.

Objetivos:
Preservar e promover o conhecimento e o reconhecimento do rico e
complexo Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Piauí sob sua
guarda;
Manter projetos museográficos que revelem a riqueza e a complexida-
de do acervo do Museu;
Promover atividades socioeducativas que sensibilizem a sociedade,
acolhendo os mais variados públicos, o que inclui o público escolar,
para o conhecimento e o reconhecimento da história e cultura piauien-
ses;
Proporcionar diferentes projetos e ações associados às temáticas abor-
dadas no Museu do Piauí.

Na sequência do trabalho, realizou-se a elaboração dos programas do


Museu, que devem garantir a operacionalidade do equipamento: progra-
ma institucional, gestão de pessoas, acervos expositivo, educativo e cul-
-
mento, difusão e divulgação. Após essas duas primeiras etapas, passamos
à fase de elaboração dos projetos, das soluções e das ações mitigadoras
que possam melhorar a atuação do Museu na sociedade.

Compreende-se que o processo de construção do Plano Museológico


-

realizado no Museu do Piauí, mesmo sem o plano museológico e sem


-
nalizar a Instituição, ter apoio governamental e não-governamental, de
agentes públicos e privados, da população residente, além de formar pú-
blicos para os museus na cidade de Teresina.

É necessário, assim, desenvolver projetos e ações que tragam as pes-


soas para o Museu, criando uma vontade de conhecê-lo. Nesse caso, os
-

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tados para ações educativas e de mediação cultural, tornam-se urgentes.
No Museu, faltam não só guias, mas também materiais de divulgação

visitantes sobre o Museu, sua função social, seu acervo, suas exposições,
suas atividades culturais etc.

Apesar do exaustivo trabalho realizado no Museu do Piauí, é preciso

um Plano Museológico. A portaria normativa que regimenta a criação do


Plano Museológico foi assinada em 7 de julho de 2006 pelo então presi-
dente do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional),
Luiz Fernando de Almeida. Vejam que já se vão 10 anos. Esse documento
traz uma série de orientações e de normativas sobre a elaboração e sobre
a importância de um Plano Museológico. Desse modo:
O Plano Museológico funciona (grifo das autoras) como ferramen-
ta básica de planejamento estratégico, de sentido global e integrador,
indispensável para a identificação da missão da instituição museal e
para a definição, o ordenamento e a priorização dos objetivos e das
ações de cada uma de suas áreas de funcionamento7.

O Plano Museológico tem caráter interdisciplinar, funciona como


ferramenta de apoio, apresenta elementos básicos para se pensar a missão
do museu, traz, no seu bojo, programas e ações que devem ser realizadas
para melhor garantir a sociedade e ao próprio museu um trabalho de res-
ponsabilidade social. Conforme o IPHAN, esses são os seguintes progra-
mas que garantem a operacionalidade e a missão do museu:

1. Programa Institucional: desenvolvimento da gestão política, téc-


nica e administrativa do museu;

2. Programa de Gestão de Pessoas: valorização, capacitação dos re-


cursos humanos, diagnóstico da situação atual;

3. Programa de Acervos: gerenciamento dos diferentes tipos de

7 – COSTA, Evanise Pascoa. Princípios básicos da museologia. Curitiba: Coordenação


de Sistema Estadual de Museus/ Secretaria de Estado da Cultura, 2006.

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acervos, aquisição, documentação conservação;

4. Programa de Exposição: responsabilidade por todo o processo de


exposição do museu seja permanente ou temporária;

5. Programa Educativo e Cultural: responsabilidade pela organiza-


ção dos projetos socioculturais e educativos;

6. Programa de Pesquisa: articulação do processamento e da dimen-


são de informações;

7.
dos espaços livres;

8. Programa de Segurança: segurança, prevenção contra furtos, pre-


ocupação com catástrofes naturais e um planejamento de retirada de ob-
jetos em casos de emergência;

9. Programa de Financiamento e Fomento: responsabilidade pelo


processo de capacitação de recursos;

10. Programa de Difusão e Divulgação: divulgação e popularização


dos projetos e atividades realizadas no museu.

Trata-se de pensar o Museu do Piauí como um espaço de conhe-


cimento, de pesquisa e de deleite, um espaço que funcione como vital

museu-sociedade.

que o museu deve ser um agente público transformador da sociedade,


-
de. O Plano Museológico auxilia na programação das exposições de lon-
ga e de curta duração, de atividades culturais, de promoção da educação
patrimonial e de várias outras ações que contribuem diretamente para o
processo de ensino-aprendizagem de grupos sociais diversos.

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inventariação do acervo da instituição, fundamental para a organização
-
ção, conservação, preservação e comunicação dos objetos, de forma a

do acervo, é possível saber a procedência dos objetos, o estado de con-


servação, os usos etc., e, assim, propor medidas técnicas de preservação
contra a ação natural de desgaste do tempo, de insetos, de manuseio dos
objetos, de umidade ou de vários outros fatores que desgastam o objeto
musealizado. De acordo Tarvalhos8:
No processo de gestão, os inventários constituem um banco de da-
dos, que assumem as primeiras fontes para o estudo e a investigação
científica. Um inventário é um catálogo, uma relação de elementos
do patrimônio, que são reconhecidos e selecionados como tais e que
devem ser protegidos. O catálogo constitui o elemento fundamental
para o conhecimento e valorização dos bens culturais, pois a ficha de
catalogação será o documento base que registrará suas características
técnicas, cronológicas e estilísticas e, em definitiva, certificará o valor
do objeto patrimonial.

É de suma importância, portanto, à documentação museológica, o


inventário circunstanciado do acervo do museu; com os objetos inventa-
-
lhadas sobre os objetos. O plano e a documentação museológica exigem
que os museus tenham um espaço destinado à reserva técnica, para guar-
da dos objetos do acervo que não estão expostos, e a sala possui a função
técnica de salvaguardar os objetos, igualmente uma função didática, na
medida em que pesquisadores utilizam o espaço como local de trabalho,
para investigar os processos de conservação e de divulgação dos objetos
e, obviamente, produzir conhecimentos e ações educativas etc.

Recentemente, o Museu do Piauí teve um de seus espaços transfor-


mados em sala de reserva técnica; o investimento foi solicitado pela di-
reção do Museu junto à Secretária de Cultura do Piauí. Neste momento,
8 – TARVALHOS, Joaby. Relatório Técnico. Visita Orientada ao Museu do Piauí. Te-
resina. 2014. (trabalho não publicado)

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-
plementação completa da Sala de Reserva Técnica, o que representa um

Deve-se considerar a importância do trabalho do Programa de Pós-

da Universidade Federal do Piauí – UFPI, na formação de recursos huma-


nos para os museus – no caso deste trabalho no e para o Museu do Piauí,
propondo medidas e ações que transformem o espaço do Museu em um
lugar de deleite, de educação e de cultura, um equipamento cultural que
-

se tem realizado, mas se acredita que esta pesquisa-ação, que resultará na


entrega de um Plano Museológico para o Museu do Piauí e para a Secre-
taria de Cultura do Estado, contribuirá para a garantir a função social da
Instituição.

os estudos no campo do conhecimento museológico. São novos conceitos


-
xões e as mudanças propostas pela literatura reconhecem o caráter de
construção processual e interdisciplinar da museologia e dos museus, e
podemos dizer mesmo que muito se avançou ao longo dos últimos anos.

a construção de uma ciência dinâmica e que se consolida a cada dia.

É, nesse contexto, que se elegeu para esta pesquisa-ação, associada

Piauí, lócus privilegiado de estudos e ações. De forma participativa, foi


possível construir a missão e a vocação – além de uma proposta de Plano
Museológico que orientará os gestores e os trabalhadores do Museu.

Na análise da complexidade da gestão museológica e ao se tomar


como objeto de estudo-ação o Museu do Piauí, elaboraram-se alguns
questionamentos que norteiam o amadurecimento intelectual na constru-

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ção do trabalho: Qual a trajetória do Museu enquanto instituição? Como a
Nova Museologia contribui para uma discussão holística do papel do Mu-

um Plano Museológico para o Museu do Piauí? Esses questionamentos


atravessam e colaboram para a percepção da importância da gestão do
patrimônio sob a guarda do Museu do Piauí, bem como para o reconheci-
mento e a valorização desse equipamento cultural.

diversos públicos e têm objetivo de conservar, investigar, adquirir e co-

patrimônios dos Museus. A construção e a implementação de um Plano


Museológico para instituições dessa natureza revela-se condição indis-
pensável para a consolidação dos museus. No Brasil, o Estatuto de Mu-
seus, criado pela lei 11.904 de 14 de janeiro de 2009, é instrumento legal
que orienta a operacionalização e a Gestão de Museus. Segundo o artigo
45, seção III, o Plano Museológico é:
[...] ferramenta básica de planejamento estratégico, de sentido global
e integrador, indispensável para a identificação da vocação da institui-
ção museológica para a definição, o ordenamento e a priorização dos
objetivos e das ações de cada uma de suas áreas de funcionamento,
bem como fundamenta a criação ou a fusão de museus, constituindo
instrumento fundamental para a sistematização do trabalho interno e
para a atuação dos museus na sociedade.

Em território Nacional, o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM)


é o órgão responsável pela Política Nacional de Museus, que tem por
objetivos o gerenciamento e o fomento dos Museus. Por meio de ações,
de cursos de capacitações e de editais de fomento, busca garantir o de-
senvolvimento das instituições culturais, bem como assegurar uma boa
prestação de serviços à sociedade. A criação do IBRAM, em 2009, teve
como marco a lei 11.906. Para que ela acontecesse, foram realizadas
discussões e debates com autoridades vinculadas às questões culturais.

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Anteriormente, as questões referentes aos museus eram de competência
do Departamento de Museus (DEPAM), vinculado ao Instituto do Patri-
mônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), órgão do Ministério da
Cultura (MINC). A criação do IBRAM representou um marco na valo-

setor com recursos, exclusivamente, destinados a atender às necessidades


do Patrimônio Museológico.

Outro passo importante no que diz respeito à legislação e à salva-


guarda do patrimônio museológico brasileiro foi o Decreto 8.124, de 17
de outubro de 2013, que regulamentou os dispositivos do Estatuto de
Museus, e visa discutir uma série de atribuições de responsabilidade do
-

a necessidade da quantidade e, sobretudo, a qualidade dos museus brasi-


leiros; o IBRAM trabalha no sentido de impedir toda e qualquer violação
ao patrimônio nacional, seja ele de caráter material ou imaterial.

Não há dúvidas sobre a importância de Políticas Públicas voltadas às


atividades culturais e aos Museus, elas são fundamentais para os avanços
e para os compromissos do Estado nas esferas federal, estadual e muni-
cipal. É claro que, apesar de todos os avanços, acreditamos ser possível
conseguir outras leis e novos decretos que fortaleçam ainda esse compro-
misso do Estado nas esferas federal, estadual e municipal, mas é preciso
lembrar que essas conquistas devem ser mantidas, o que somente será
possível com a mobilização e a formação de grupos ligados à causa cul-
tural. Em maio de 2016, o Ministério da Cultura (Minc) foi transformado
em Secretaria de Governo, mas a pressão da sociedade civil organizada
garantiu a manutenção do MinC, fazendo o governo retroceder em sua
decisão e manter o Ministério.

Há uma longa história da preservação do patrimônio cultural no Bra-


sil. Para Figueiredo9, a noção de preservação de bens culturais, no País, se

9 – FIGUEIREDO, Diva Maria Freire. O monumento habitado: a preservação de sítios


históricos na visão dos habitantes e dos arquitetos especialistas em patrimônio. O caso

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deu a partir dos anos 1930, em uma conjuntura política na qual o Estado
construía a noção de identidade nacional. Destacamos, igualmente, a par-
ticipação de intelectuais nesse processo, pessoas que percebiam o patri-
mônio cultural como uma expressão legítima da própria noção de Estado.

Visualiza-se, igualmente, a importância na legislação de Museus e


o papel de instituições como o IPHAN, que antes dos anos 2009, esteve

-
tados, exclusivamente, para os museus, o que reverberou em várias insti-
tuições culturais.

-
tância do Patrimônio Cultural de seus territórios, da criação e do apoio de

Nos limites deste artigo, o centro das discussões associa-se, direta-


mente, ao Museu do Piauí, mas extensiva a outros equipamentos simila-
res no Piauí.
O patrimônio cultural reconhecido como digno de preservação se
constitui, portanto, por meio da atribuição de valores a bens corpóreos
ou não. Os bens culturais de natureza material têm uma face imaterial
que se vincula aos valores coletivos a eles atribuídos e, ainda, aos
que resultam do seu uso e da apropriação social. Os bens culturais de
natureza imaterial, por seu turno, têm uma face material, na medida
em que se manifestam em coisas, objetos e atos realizados por corpos
concretos, além de estarem vinculados e imersos numa determinada
cultura imaterial10.

-
nal sobre a gestão de Museus. O reconhecimento da Museologia como
de Parnaíba. / Diva Maria Freire Figueiredo. – (Dissertação de Mestrado) Recife: UFPE,
2011.
10 – SANTANA, Márcia. Patrimônio Material e Imaterial dimensões de uma mesma
ideia. In: GOMES, Marco Aurélio A. de Figueiras. CORRÊA. Elyane Lins (organizado-
res). Reconceituações contemporâneas do Patrimônio. Salvador: EDUFBA, 2011 (Cole-
ção ArquiMemória; v.1).

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campo interdisciplinar, traduzido na necessidade de aproximação com
outras ciências, sobretudo a administração, tem proporcionado profícu-
os diálogos sobre as estratégias de gestão que buscam minimizar riscos
dentro das instituições museais, com isso procuram-se manter determina-
das estruturas organizativas, visando ao bom funcionamento dos museus.
Pergunta-se: para que serve a gestão de museu? Segundo Lord y Lord11,
“[...] el propósito de la gestión de museos es facilitar la toma de decisio-
nes que conducen a la consecución de la misión del museo, al cumpli-
miento de su mandato y a la ejecución de sus objetivos a corto y a largo
plazo para cada una de sus funciones”.

O Plano Museológico, portanto, tem importante função de auxiliar


na gestão de museus, garantindo a preservação dos patrimônios - o museu
é um organismo de gestão de patrimônios. A Museologia como campo de

estratégias de interação e de interlocução com os patrimônios, além de


interferir nos fenômenos sociais, na cadeia operatória do fenômeno mu-
seal12. Para Manuelina Cândido Duarte Cândido13:
Se até no campo da interlocução há uma dimensão interpretativa e
analítica da Museologia interpretativa sobre a realidade passada e pre-
sente, é no campo de projeção, na dimensão aplicada, que a Museolo-
gia alça o poder de intervir na realidade e projetar o futuro. Isso ocorre
com a transformação do patrimônio em herança pela aplicação de uma
cadeia operatória de salvaguarda e comunicação patrimoniais na qual
uma não pode suplantar a outra, pois o importante é exatamente a
articulação das duas e a perspectiva de fazer essa cadeia mover-se em
um contexto de planejamento e avaliação.

11 – LORD, Barry. LORD, Gail Dexter. Manual de Gestión de Museos. Barcelona:


Ariel, 2008.
12 – GUARNIERI. Waldisa Rússio Camargo. Museologia e museu (1979). In: BRUNO,
Maria Cristina Oliveira (org.). Waldisa Rússio Camargo Guarnieri: textos e contextos de

Cultura; Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus, 2010a, p.78-85.


13 – CÂNDIDO, Manuelina Maria Duarte. Orientações para Gestão e Planejamento de
Museus/ Manuelina Maria Duarte Cândido. Florianópolis: FCC, 2014. (Coleção Estudos
Museológicos, v.3)

R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018. 185


Para a autora, a interação do campo da museologia com o presente é
constante, considera o fato museal como um acontecimento no momento
-
do, com ponto de partida no presente, que analisa o passado; o processo
de musealização é essa completa relação que parte do presente, compre-

no campo da Museologia, enquanto ciência, auxilia na compreensão das


interfaces de ideias entre teoria e prática, sobretudo quando se trata de
pesquisa-ação em instituições museais.

-
sio , a musealização pressupõe preservação. São musealizados “[...] os
14

testemunhos do homem e do seu meio, seja do meio físico (natural), seja


do meio transformado pelo homem” As relações simbióticas de trocas
entre ser humano e seu meio natural e cultural resultam na produção de
saberes e fazeres, em artefatos das mais variadas formas, práticas cultu-
rais imateriais como: celebrações, ofícios, lugares etc. A musealização
associa-se, diretamente, à garantia de proteção, ao resultado das relações
entre ser humano e meio, na medida em que se busca documentar, tes-
temunhar, salvaguardar, comunicar essas práticas, saberes, fazeres, não
com o intuito de cristalizar a cultura, mas para que se possa garantir o
direito à memória e à compreensão dos fenômenos sociais, culturais, po-
líticos etc.

A museologia enquanto ciência tem sua aplicabilidade nas relações


sociais, no respeito à garantia de proteção e de salvaguarda dos patrimô-
nios. O museu é instituição que deve garantir a preservação e a salva-
guarda dos artefatos sobre sua responsabilidade; além do dever de comu-
nicar sua existência à comunidade, procurando problematizar o acervo e
as coleções, de maneira que os visitantes desfrutem os artefatos em sua

14 – GUARNIERI. Waldisa Rússio Camargo. Museologia e museu (1979). In: BRUNO,


Maria Cristina Oliveira (org.). Waldisa Rússio Camargo Guarnieri: textos e contextos de

Cultura; Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus, 2010a, p.78-85.

186 R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018.


totalidade. Sobre as responsabilidades sociais do museu e seu caráter de
comunicar o acervo sob sua tutela, Cury15 faz os seguintes apontamentos:
O museu formula e comunica sentidos por meio de discursos elabo-
rados a partir de seu acervo. Também o museu é o espaço produtor
do discurso que gera o discurso comunicacional, ou seja, o discurso
institucional é a base para a geração do discurso comunicacional, por
meio, essencialmente, de exposição e da educação patrimonial. No en-
tanto, como o público é participante criativo do processo, ele redefine
o discurso, porque a recepção é interpretativa: cada indivíduo-sujeito
dá ênfase a um aspecto que lhe é particular. Nessa perspectiva, os
papéis de enunciador (aquele que elabora o discurso) e enunciatário
(aquele que recebe) invertem-se.

Para que um museu possa estar realizando esse trabalho, são impor-
tantes planejamento e organização, o que nos impulsionou a realizar o
trabalho de construção participada do Plano Museológico para o Museu
do Piauí.

O Estatuto dos Museus regulamenta que toda instituição museológi-


ca deve ter um PM. Mesmo com a normativa do IBRAM, ainda é peque-
no o número de museus que possui um PM ou sequer tem realizado um
diagnóstico global da instituição. Os dados abaixo foram coletados pelo
IBRAM em 2010, são informações de museus de Estados Brasileiros, o
que inclui o Distrito Federal. Esses dados revelaram a falta de uma polí-
tica de gestão na maioria dos museus.

PERCENTUAL DE PLANOS MUSEOLÓGICOS EM MUSEUS BRASILEIROS


(CADASTRO NACIONAL DE MUSEUS IBRAM/MINC,2010)
Acre 9,1%
Amapá 42,9%
Rondônia 25,0% Regimento Interno
Alagoas 26,9%
Bahia 35,2%
Ceará 18,2%
Maranhão 45,5%

cultura material e do museu. MUSAS - Revista Brasileira de Museus e Museologia/Ins-


tituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Departamento de Museus e Centros
Culturais. v. 1, n.1 Rio de Janeiro, IPHAN, 2004.

R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018. 187


Paraíba 21,4%
Pernambuco 28,3%
Rio Grande do Norte 20,0%
Sergipe 50,0%
Espírito Santo 23,1%
Rio de Janeiro 34,7%
São Paulo 38,5%
Paraná 20,2%
Rio Grande do Sul 23,4%
Distrito Federal 17,9%
Goiás 23,1%
Mato Grosso do Sul 14,8%
Piauí 20%
Santa Catarina 20,2%
Pará 25,9%
Mato Grosso 14,3%
Minas Gerais 28,5%
Amazonas 29,4%
Tocantins 66,7%
Não possui Plano Museológico em
Roraima
nenhum dos Museus

Fonte: Cadastro Nacional de Museus IBRAM/MINC, 2010.

Conforme dados apresentados na coleta, apenas dois estados pos-


suem quantidades iguais ou superiores a 50% de Planos Museológicos,
um cenário que revela o longo caminho a ser construído para que haja

instituições para implementarem essa ferramenta e garantia de prestação


de serviço de qualidade à sociedade.

A inexistência de um Plano Museológico em uma instituição pode

Falta de profissionais na área e existência de trabalhadores sem o de-


vido interesse em conhecer a importância do Plano Museológico para
instituição;
Comodismo do Gestor (diretor) e dos funcionários da instituição, que
não conseguem visualizar o Museu em uma perspectiva sistêmica;

188 R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018.


Falta de acesso à informação de muitos museus, sobretudo aqueles de
zonas rurais sobre as discussões que estão em voga no meio acadêmi-
co e no mundo dos museus;
Insegurança de muitos museus, que não se sentem aptos a elaborarem
seus Planos Museológicos.

O gestor do museu é o principal responsável pela instituição. Assim,


é sua função promover reuniões periódicas com os trabalhadores do mu-
seu sobre atribuições e competências de cada setor. Em museus de grande

áreas, auxiliando as atividades desenvolvidas no museu e contribuindo


com o diretor/gestor. Em museus de pequeno porte, porém, há uma quan-

atividades que passam a fazer parte da rotina do diretor que, além de suas
funções legais, realiza outros serviços, tendo sobrecarga de trabalho, o
que compromete a funcionalidade da instituição. Para Hernández16:
La función ejecutiva, personificada em um gestor o diretor, tiene el
cometido de empujar a la organización hacia la consecución de unos
resultados. Parra ello, los manuales de management dicen que cual-
quier gestor em la organización que fuere enfrenta cuatro grandes
tareas: planificar, organizar, motivar e controlar, que lleva a cabo me-
diante um adecuado empleo de los recursos humanos y um uso racio-
nal de otra serie de recursos que la sociedad en general o un colectivo
concreto de la misma (organización pública o privada), le facilita. [...]
Los Museus gestionas unos activos, que fundamentalmente son sus
colecciones, de los que están a cargo em calidade de usufructuarios
para conservalos, aumentarlos y hacerlos accesibles al público, en
beneficio de la sociedade en su conjunto. Ellos le hace adquirir res-
ponsabilidades diversas como el desarrollar una actuación profesional
con la máxima adherencia a la legalidade y a los compromisos éticos
prescritos por la profésion. Pero también les inclina a planificar el de-
sarrollo de políticas institucionales mediante instrumentos que guien
las actuaciones profesionales cotidianas, y a estructurar la organizaci-
ón de manera que las distintas funciones sean realizadas de la mejor

16 – HERNÁNDEZ, Josep Ballard Manual de museos. Madrid: Editorial Síntesis,


2008. (Patrimonio Cultural).

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forma posible por el personal más adecuado. Y em todo ello ejercien-
do la función ejecutiva um papel liderazgo.

-
zer usos de estratégias que lhes garantam: planejar, organizar, motivar e
controlar. A gestão deve ser vista como missão pelo diretor do museu,
que deve buscar formação e informação sobre como realizar o labor mu-
seal. É comum, nos museus do Brasil, o exercício da função de diretor
por pessoas sem formação na área, não têm, portanto, conhecimento ou
experiência. Muitos museus brasileiros estão sob a tutela do Estado ou do
Município, e os cargos de direção decorrem de indicação política, o que

de Planos Museológicos nos estados brasileiros, observamos os dados


-
namento sobre quantos museus piauienses possuem Plano Museológico,
-
ses reconhecidos pelo IBRAM:

MUSEUS PIAUIENSES RECONHECIDOS PELO IBRAM/2011

Cidade de Alto Longá SEM PLANO MUSEOLÓGICO


Museu do Vaqueiro - Casa Antônio Cabral Museu do Vaqueiro foi fundado no ano de 2007; trata-se de um
Natureza administrativa: Privado - Fundação. espaço criado com o fito de retratar a história da cidade de Alto
Ano de criação: 2007. tipologia do acervo: Artes Longá. O Museu recebeu esse nome em virtude da cidade ter uma
Visuais; Ciências Naturais e História Natural; His- forte identificação com a tradição de criação de gado vacum.
tória.
Cidade de Antônio Almeida SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu Público Municipal de Antônio Almeida O Museu Público Municipal de Antônio Almeida é um organismo
Natureza administrativa: Público - Municipal. público, vinculado à Secretaria Municipal de Educação, Cultura,
Ano de criação: 2006. tipologia do acervo: Artes Esportes e Lazer; tem por finalidade o resgate e a preservação da
Visuais; Ciências Naturais e História Natural; Ciên- memória histórica e cultural do município através da recuperação
cia e Tecnologia; História; Imagem e Som. de documentos escritos, objetos, fotografias, manifestações cul-
turais e quaisquer outros registros de épocas anteriores. Criado
em 2006 pela Lei Municipal nº 003/2006, encontra-se em implan-
tação; tinha previsão de abertura ao público em março de 2007.
Os bens culturais que compõem o acervo do Museu Público Mu-
nicipal de Antônio Almeida foram adquiridos através de campanha
realizada pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esportes
e Lazer, no período de maio a junho de 2006, quando foram doa-
dos pelas famílias do município vários objetos.

190 R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018.


Cidade de Campo Maior SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu do Couro O Museu do Couro foi fundado em 1983, com financiamento da
Natureza administrativa: Público - Estadual. SUDENE, para valorizar a cultura do couro ao longo da história
Ano de criação: 1980. de Campo Maior, uma das principais atividades econômicas
da cidade. O seu acervo hoje é bem diversificado, tendo coleções
de numismática, armas de fogo, indumentárias de couro, madeira
trabalhada manualmente, a exemplo, pilões.
Cidade de Campo Maior SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu Zé Didor O Museu do “Zé Didor” é particular. Foi criado em 1994 por José
Natureza administrativa: Particular Cardoso da Silva Neto (o próprio Zé Didor), a partir de doa-
Ano de abertura: 1993. ções de pessoas que frequentavam o seu bar (misto bar museu).
Considerado um dos maiores museus privados do Brasil, ficou
reconhecido como instituição de utilidade pública em nível mu-
nicipal, estadual e federal. Para geri-lo, juridicamente, foi criada a
Fundação Cardoso Neto. Hoje, o museu do “Zé Didor” se encontra
nas instalações da estação da Rede Ferroviária Federal de Campo
Maior (REFFESA) e o seu acervo é bastante variado, formado
por indumentárias militares, coleções de moedas, fotografias,
registros escritos, materiais líticos, entre outros.
Cidade de Corrente SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu de Corrente Museu inaugurado em 20 de janeiro de 1999. Todas as peças do
Ano de Criação 1986. acervo chegaram até a UESPI de Corrente por meio de doações
de famílias da região. Trata-se de, aproximadamente, 400 objetos
históricos. Dentre esses, estão utensílios domésticos: panelas,
tapetes de couro e pratos de porcelana. Há também quadros artís-
ticos, máquinas de costura, vasos de porcelana e raras imagens
sacras de madeira dos séculos XVII e XVIII.
Cidade de Floriano SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu de Arte Folclórica do Nordeste Museu criado no ano de 2005, ele abriga peças que representam
Natureza administrativa: Privado - Associação. a riqueza e a originalidade do folclore nordestino. Além de visitar
Ano de criação: 2005. tipologia do acervo: An- o museu, é interessante passear pela cidade cenográfica, consi-
tropologia e Etnografia; Artes Visuais; História; derada a segundo maior teatro a céu aberto do país, igualmente,
Imagem e Som. um ponto de cultura. Possui um acervo raro da história da cultura
local.
Cidade de Inhuma SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu Histórico e Cultural de Inhuma O museu foi criado em 1997 e aberto ao público em 1999.
Natureza administrativa: Público - Municipal. ano
de criação: 1997. tipologia do acervo: Antropolo-
gia e Etnografia; Arqueologia; Artes Visuais; Ciên-
cias Naturais e História Natural; Ciência e Tecnolo-
gia; História; Imagem e Som.

R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018. 191


Cidade de Oeiras SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu de Arte Sacra de Oeiras O Museu de Arte Sacra de Oeiras pertence à Paróquia de N. S. das
Natureza administrativa: Público - Estadual. Ano de Vitórias de Oeiras. Quase todo o acervo é oriundo de três igrejas:
criação: 1983. N. S. das Vitórias (matriz) , N. S. do Rosário e N. S. da Conceição.
Tipologia do acervo: Artes Visuais. Uma pequena parte advém de colecionadores. O acervo é com-
posto por imagens de madeira policromada do século XVIII, XIX e
XX, varas do pálio, lanternas, crucifixos, castiçais, resplendores
e coroas. Uma das dependências foi transformada em capela e,
nela, se encontram várias peças, como bancos, confessionários,
genuplexórios, cátedra, algumas imagens policromadas do século
XVIII, imagens em gesso e um altar que pertenceu à Igreja de N. S.
do Rosário. Em uma das salas, encontram-se paramentos e ou-
tros objetos dos bispos que passaram por essa diocese. A maioria
das peças ainda são utilizadas no período de festas.
Cidade de Parnaíba SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu do Trem Inaugurada em 1920, a estrada de ferro chegou a ligar o litoral ao
Tipologia do Acervo: Estação ferroviária; História. centro norte do estado. A estação central do município hoje abriga
o Museu do Trem, que disponibiliza acervo de fotos, objetos e fer-
ramentas de trabalho da época, marco do progresso comercial do
município. A locomotiva Maria Fumaça prefixo 29, recentemente
restaurada, se encontra próximo ao Museu, na Avenida Chagas
Rodrigues, servindo de atrativo turístico. A locomotiva de proce-
dência da Estação Ferroviária Nacional foi fabricada nos Estados
Unidos. Em 2006, foi incluída no inventário das locomotivas a
vapor do Brasil, sendo a única do Piauí a fazer parte da memória
ferroviária nacional.
Cidade de Parnaíba SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu Dr. Raul Bacellar - Fundação Raul Furtado A FUNDAÇÃO RAUL FURTADO BACELLAR, entidade de direito pri-
Bacellar. vado, criada em 26 de maio de 1994, tem sede própria na Rua
Natureza Administrativa: Particular Vera Cruz nº. 744, bairro São José , telefax (86) 3322-2249, na
Tipologia do acervo: Biográfico; Histórico. cidade de Parnaíba (PI), CEP.: 64.218-100. Leva o nome daquele
que se tornou, mercê de pesquisa nacional realizada pela Fun-
dação Roberto Marinho/Laboratório Roche, no ano de 1983, o
farmacêutico mais idoso do Brasil, em plena atividade. O Museu
tem sede na antiga residência do farmacêutico e abriga um acervo
com objetos pessoais, históricos e farmacológicos, desde a sua
infância.
Cidade de Parnaíba SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu da Pharmácia - Fundação Raul Furtado Raul Furtado Bacellar nasceu na cidade do Brejo dos Anapurus,
Bacellar. no Maranhão, em 26 de maio de 1891. Seus estudos universitá-
Natureza administrativa: Particular. rios foram iniciados no Rio de Janeiro, daí transferindo-se para a
Cidade de Belém do Pará, onde se formou em farmácia-química
e letras, em 2 de dezembro de 1911, com apenas 20 anos de
idade. Em 1920, fixou residência na cidade de Parnaíba a convite
do seu irmão, o engenheiro Miguel Furtado Bacellar, então Diretor
da Estrada de Ferro Central do Piauí. A 7 de março de 1927, abriu,
naquela cidade do litoral piauiense, a 'PHARMÁCIA DO POVO' que,
ainda hoje, está de portas abertas, servindo ao povo parnaibano
como Museu, que fica localizado no Porto das Barcas.

192 R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018.


Cidade de Pedro II SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Memorial Tertuliano Brandão Filho Tertuliano foi comerciante, criador e agricultor, coronel da Guarda
Natureza administrativa: Público - Estadual. Nacional, chefe político do município de Pedro II, Intendente Muni-
Ano de criação: 1987. cipal e Deputado Estadual em 06 legislaturas. Seu último mandato
foi interrompido com a Revolução de 1930. Como comerciante
dos mais destacados desta região do Estado, criador e proprie-
tário de numerosas fazendas, deu grande prestígio e incentivo à
economia regional. O Museu conta sua história de vida e trás traz
uma série de objetos pessoais de Tertuliano.
Pedro II SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu da Roça O museu fica localizado em um sítio, distante 6 km do Centro de
Natureza administrativa: Particular. Pedro II, na BR-404, e é composto de várias ambientes. Entre eles,
Ano de criação: 2002. o Casarão, que guarda quase todo o acervo do local, composto
de máquinas de escrever, móveis, santos, livros, discos, peças
de couro, louças, cédulas, baús e mais uma grande variedade de
coisas. É o ambiente mais visitado do local. Além dele, existem a
Fonte dos Desejos, o Santuário da Fé, a Cascata, o Redódromo, a
loja de suvenires, a casa do chá e o restaurante.
Cidade de Picos EM FASE DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUSEOLÓGICO
Museu Ozildo Albano O Museu Ozildo Albano é uma instituição de acervo, pesquisa,
Ano de criação: 1968. preservação e valorização do patrimônio histórico do Vale do Rio
Tipologia do acervo: Antropologia e Etnografia; Ar- Guaribas. Foi criado em 1968, graças à iniciativa de José Albano
queologia; Artes Visuais; História; Imagem e Som. de Macedo (Ozildo Albano), que colecionou peças de utensílios
domésticos, documentos, fotografias, arte sacra, livros, discos e
objetos pertencentes à sua família. Posteriormente, esse acervo
foi enriquecido por doações de famílias da região e de outras lo-
calidades.
O Museu possui um esboço de um Plano Museológico que preci-
sa ser consolidado. Ele foi desenvolvido pela historiadora Josiane
Roza de Oliveira e o Museólogo Idemar Ghizzo. Após um curso
de formação para os funcionários do Museu, no ano de 2011, foi
elaborado esse esboço para que os funcionários pudessem dar
continuidade ao trabalho.
Cidade de Piripiri SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Memorial Expedito Resende Erguido em 1985, é mantido pelo Governo do Estado. Possui pe-
Natureza administrativa: Público - Estadual. Ano de ças em exposição do Embaixador Expedito Resende, um auditório
criação: 1986. com capacidade para 200 pessoas e ainda uma biblioteca com
cerca de 2 mil exemplares e obras.
Cidade de São Raimundo Nonato SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Fundação Museu do Homem Americano Situado na sede da FUMDHAM, foi criado, em 1986, com o ob-
Natureza administrativa: Privado - Fundação. Ano jetivo de divulgar a importância do patrimônio cultural deixado
de criação: 1986. pelos povos pré-históricos. O Museu procura apresentar ao públi-
Tipologia do acervo: Arqueologia; paleontologia. co os resultados mais recentes das pesquisas, sendo realizadas,
portanto, atualizações regulares, tanto na exposição permanente
quanto nas temporárias. A expografia do Museu foi realizada por
Marcello Dantas, com a colaboração da pesquisadora Niéde Gui-
don e sua equipe.

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Cidade de Teresina SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu do Piauí- Casa de Odilon Nunes O Museu do Piauí está situado na Rua Praça Marechal Deodoro
Natureza administrativa: Público - Estadual. Ano de da Fonseca, S/Nº, no centro histórico da cidade de Teresina. A
criação: 1941. tipologia do acervo: Antropologia e construção do prédio data do século XIX. Durante vários anos, fora
Etnografia; Arqueologia; Artes Visuais; Ciências sede do poder executivo do Estado. Em 1980, após restauração,
Naturais e História Natural; História. passou a ser o Museu do Piauí. Em 1992, recebeu o nome do
historiador piauiense Odilon Nunes. O Museu possui várias salas
que retratam a história do território, desde o homem pré-históri-
co aos dias atuais. Possui em seu acervo peças pré-históricas,
porcelanas, louças, mobiliário, obras de arte, cédulas, moedas,
indumentárias, arcos e flechas, artesanatos, etc. No momento,
a proposta de Plano Museológico está sendo elaborada por uma
pesquisadora do Mestrado Profissional em Artes, Patrimônio e
Museologia - UFPI e pelos funcionários da instituição.
Cidade de Teresina SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu da Casa da Cultura de Teresina Inaugurada em 12 de Agosto de 1994, pelo então prefeito Rai-
Natureza administrativa: Público - Municipal. mundo Wall Ferraz, a Casa da Cultura celebra hoje 21 anos de
Ano de criação: 1994. incentivo à movimentação artística da cidade. Ela abriga espaços
Tipologia do acervo: Antropologia e Etnografia; como museus, galerias de artes, bibliotecas, sala de vídeo, auditó-
Artes Visuais; Ciências Naturais e História Natural; rio, salas para pratica de oficinas, além de receber, mensalmente,
História; Imagem e Som. eventos ligados à cultura. Na preservação do patrimônio histórico,
a Casa abriga um museu com uma vasta coleção de objetos do
acervo pessoal do jornalista Carlos Castelo Branco, do fotógrafo
José Medeiros, além de peças de geologia, de paleontologia e de
numismática. Há também objetos sacros e mobiliários antigos.
Contém também a biblioteca Jornalista Carlos Castelo Branco e
a biblioteca de artes Professor Wall Ferraz, que, juntas, têm um
acervo com mais de cinco mil exemplares de livros e de perió-
dicos.
Cidade de Teresina SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu Dom Avelar Brandão Vilela O museu Dom Avelar Brandão Vilela é um museu comunitário lo-
Natureza Administrativa- Particular. calizado no bairro Cristo Rei, em Teresina, no Piauí. Foi criado na
Tipologia do Acervo: Numismática, Mineralogia, década de 1970, pelo Padre Pedro Biondan Maione, jesuíta italiano
Etnográfico, Histórico, Arqueologia. que participou da fundação do bairro desenvolvendo diversos tra-
balhos tanto de caráter social quanto cultural. O museu foi cons-
tituído a partir de coleções pessoais do padre e recebeu doações
de diversas pessoas da comunidade, da cidade, de fora do Estado
e até de outros países. O acervo, atualmente, possui as seguintes
coleções: conquiliologia, animais taxidermizados, paleontologia,
etnografia, mineralogia e arqueologia. Em meio à coleção de ar-
queologia, sobressai-se o acervo numário por viabilizar estudos
diversos, principalmente, na área de arqueologia clássica.
Cidade de Teresina SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu Coleção Fiúza Não conseguimos informações sobre esse Museu.
Natureza administrativa: Particular.
Ano de criação: 2005.
Cidade de Valença SEM PLANO MUSEOLÓGICO
Museu Municipal de Valença. O Museu oferece uma oportunidade única de conhecer da pré-his-
tória à atualidade. É possível experimentar a atmosfera medieval e
entrar em contato com a fortificação do Século XVII. Trata-se de
um espaço criado para preservar a memória cultural de Valença,
cujo objetivo é recolher, interpretar e expor a história local.

Fonte: Guia dos Museus Brasileiros, IBRAM, 2011.

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O levantamento realizado pelo IBRAM, sobre o percentual de Pla-

do Estado informada pelo Instituto Brasileiro de Museus. Foi, a partir


do levantamento realizado pelo IBRAM em 2011, Guia Brasileiros de

realizou contatos via telefone, ou de modo presencial e virtual com as


instituições para coleta de informações.

A partir desse levantamento, constatou-se que, de acordo com o que


consta na tabela acima, nenhum dos Museus Piauienses possui um Plano
Museológico, apesar das várias ações desenvolvidas pelo IBRAM no Es-

Nenhuma daquelas instituições tem o plano elaborado, o que contradiz os


dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Museus no Cadastro Na-
cional de Museus/2010, que apresenta um Piauí com 20% das instituições
com Plano Museológico.

Alguns desses Museus possuem um regimento interno e, a partir desse


documento, essas instituições buscam organizar suas ações. Dos museus

à elaboração do Plano Museológico é o Museu Ozildo Albano, que já


possui um documento elaborado com um esboço do Plano Museológico.

por uma historiadora e um museólogo. Não foi dada ainda, entretanto,


continuidade na elaboração do Plano. Trata-se de um documento em
construção que norteia o trabalho do Museu. Além do Museu Ozildo,
o Museu do Piauí, por meio deste nosso estudo-intervenção, vive, neste
momento, a fase de elaboração participativa dessa natureza de documento
– Plano Museológico, mas, diferentemente do trabalho desenvolvido no
museu Ozildo, que teve a sua execução por uma equipe externa do museu,
o Plano do Museu do Piauí tem um caráter participativo-colaborativo
com os funcionários da Instituição.

Museus Piauienses cadastrados pelo IBRAM. Apesar das ações e dos in-

R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018. 195


centivos, revela-se um desconhecimento por parte dos gestores dessas
instituições da importância de um Plano Museológico, ferramenta de fun-
damental importância para gestão e para organização dos Museus.

A proposta de um Plano Museológico para o Museu do Piauí foi


sendo elaborada de forma a envolver os servidores da instituição. Inicial-
mente, realizamos o diagnóstico do Museu, o que incluí visitações con-
tínuas e semanais; detectamos que o Museu não possuía um documento
que regulamentasse aspectos de suma importância à gestão da instituição.
A partir desses encontros semanais, percebemos algumas fraquezas e for-
talezas da instituição.

A partir desse diagnóstico, estruturamos o trabalho em três grandes


etapas:

Instituição e que nos permitesse conhecer a história do Museu e as


ações desenvolvidas desde a década de1980 – assim, foi possível
igualmente sistematizar a análise dos pontos fortes e frágeis, além

de construirmos a história da Instituição e do acervo sob sua guarda.

Intervenção direta no espaço – a partir de dinâmicas e de atividades


que nos permitissem discutir com os funcionários do Museu questões
associadas diretamente à Instituição a partir de programas de um Mu-
seu;

Proposição de Elaboração participativa de um Plano Museológico –


por meio de um estudo circunstanciado, passo a passo, com orienta-
ções sobre o que é um museu, que funções cumpre e qual a importân-
cia de um Plano desta natureza para o bom funcionamento do Museu,
de forma que possa cumprir a sua função social.

196 R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018.


Ao longo de três meses de trabalho, foram inevitáveis os momen-
tos de envolvimento intenso, mas também de tristeza e de desilusão dos

Com o diagnóstico, ferramenta fundamental nesta natureza de traba-


lho, compreendemos a situação atual do Museu: problemas na estrutura,
-
tivação dos funcionários, dentre outros. Registramos as informações e
direcionamos a construção do Plano Museológico. Conforme Cândido17:
[...] o diagnóstico e o planejamento são momentos potencialmen-
te ricos para a formação/ atualização dos profissionais de museu. O
segundo constitui a tomada de decisão com base no que o primeiro
identificou como potencialidades e fragilidades do museu em questão;
para perceber essas facetas, bem como para fazer as escolhas, é neces-
sário o domínio de um conceito de museu ideal (onde se quer chegar),
bem como de um campo de possibilidades e repertório de soluções
baseados em experiências similares ou em metodologias novas, cuja
adequação será preliminarmente medida com base no conhecimento
museológico da equipe.

Assim, buscamos a realização do diagnóstico seguindo os critérios


técnicos, para que pudéssemos continuar o trabalho e discutir com os
funcionários a melhor maneira para a elaboração do Plano.

Após a realização do diagnóstico e com os dados em mãos sobre as


várias facetas que englobavam o Museu do Piauí, elaboramos algumas

estabelecer uma metodologia de trabalho, de fato, participativa. De acor-


do Geilfus18 “[...] la dinámica de grupo es fundamental para trabajar com
grupos de personas y lograr su participación efectiva”. Assim, conforme
as orientações do autor, buscamos ao longo do nosso trabalho propor aos

17 – CÂNDIDO, Manuelina Maria Duarte. Orientações para Gestão e Planejamento de


Museus/ Manuelina Maria Duarte Cândido. Florianópolis: FCC, 2014. (Coleção Estudos
Museológicos, v.3)
18 – GEILFUS, Frans. 80 herramientas para el desarrollo participativo: diagnóstico,
. San José, C.R.: IICA, 2002.

R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018. 197


funcionários a maior autonomia possível ao longo do processo de cons-
trução do Plano Museológico.

Buscamos trabalhar com as dinâmicas de grupo. Apesar de ainda


estarmos longe do que acreditamos ser um processo efetivamente parti-
cipativo, propomos aos funcionários, a partir de um grupo focal, garantir
que suas opiniões fossem consideradas. Decidimos trabalhar apenas com
os funcionários da Instituição, por acreditarmos que dois anos de traba-
lho é um tempo curto para conseguirmos envolver um número maior de
participantes: residentes, comerciantes que trabalham diariamente no en-
torno do Museu, grupos escolares, visitantes, e outros vários grupos que
poderiam fazer parte desse processo de elaboração do Plano Museológico
como sugere o Estatuto de Museus. Mesmo reduzindo o grupo focal aos

caminhar.

Outro aspecto importante ao trabalharmos com grupos focais é que


podemos discutir conceitos e interagir, permitir o trabalho da memória

esse grupo sobre o Museu, a sua história, as várias transformações pelas


quais passou a Instituição, os funcionários passaram a lembrar situações
e acontecimentos que viveram, o que facilitou a nossa compreensão da
história, não escrita, oculta, subterrânea do Museu, o cotidiano operacio-
nal. As memórias, as conversas em grupos – assim como as entrevistas
informais, foram basilares para percebermos lógicas internas da Institui-
ção. Para Halbwachs19:
[...] a memória coletiva tira sua força e sua duração por ter como base
um conjunto de pessoas, são indivíduos que se lembram, enquanto
integrantes do grupo.
Desta massa de lembranças comuns, umas apoiadas nas outras, não
são as mesmas que aparecerão com maior intensidade a cada um de-
les. De bom grado, diríamos que cada memória individual é um ponto
de vista sobre a memória coletiva, que este ponto de vista muda se-
gundo o lugar que ali ocupo e que esse mesmo lugar muda segundo as

19 – HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.

198 R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018.


relações que mantenho com outros ambientes. Não é de surpreender
que nem todos tirem o mesmo partido do instrumento comum. Quan-
do tentamos explicar essa diversidade, sempre voltamos a uma com-
binação de influências que são todas de natureza social.

Os ensinamentos de Halbwachs nos permitiram compreender a im-


portância das memórias individuais e coletivas em trabalho ao longo des-
ses encontros. O que aconteceu nas várias reuniões foram “os pontos de
interação” entre várias memórias, e o Museu ser o lugar dos encontros foi
condição de base para um bom resultado do trabalho com a memória, pois
o pátio do Museu estimulou as lembranças e as vivências. As memórias
individuais foram se apoiando umas as outras, permitindo que conseguís-

social do Museu.

As estratégias participativas foram a base do trabalho. Percebemos


que não seria possível, nesse curto espaço de tempo, realizar, de fato,
um trabalho estritamente participativo tal como consideramos ser o ideal.
Apesar disso, utilizamos outras metodologias que nos ajudaram a com-
preender os agentes em sua totalidade, focando no processo de aprendiza-
gem e na autonomia do nosso grupo focal. Nosso caminhar foi profícuo,
e os resultados foram muito próximos do que esperávamos – um trabalho
que se iniciou com o mestrado, que não se encerra conosco e que terá

dialógica com a direção do Museu e a Secretaria de Cultura do Piauí.

Carlos Brandão e Maristela Borges20 nos permitem compreender a

A relação tradicional de sujeito-objeto, entre investigador-educador


e os grupos populares deve ser progressivamente convertida em uma
relação do tipo sujeito-sujeito, a partir do suposto de que todas as pes-
soas e todas as culturas são fontes originais de saber. É através do
exercício de uma pesquisa e da interação entre os diferentes conheci-
mentos que uma forma partilhável de compreensão da realidade social
20 – BRANDÃO. Carlos Rodrigues. BORGES. Maristela Correa. A pesquisa partici-
pante: um momento da educação popular. Uberlândia. Ed. Popular, v. 06, pp. 51-62. jan/
dez. 2007.

R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018. 199


pode ser construída. O conhecimento científico e o popular articulam-
-se criticamente em um terceiro conhecimento novo e transformador.

Ao partirmos dessa premissa, rompemos com a dicotomia pesquisa-


dor e agente (sujeito), na medida em que buscamos o compartilhamento

uma constante partilha de saberes. Apesar de utilizarmos essas metodo-

ter um trabalho participativo e garantir a autonomia do grupo, foi preciso


considerar:
Tempo: Para realização de uma pesquisa de cunho participativo, é ne-
cessário contar com um largo tempo para garantir o amadurecimento
do grupo e a empatia com os pares;
Amadurecimento: O pesquisador deve contar com um amadureci-
mento e uma simplicidade em saber ouvir, trocar experiências, a fim
de que possa ter sempre ciência da importância do compartilhamento
de saberes dos mais variados grupos;
Rompimento/Desprendimento: É preciso romper as barreiras que,
muitas vezes, a academia nos impõe. Devemos adotar a prática de que
é no outro em que nos conhecemos a si mesmos;
Humildade: Um dos elementos mais importantes da nossa condição
de pesquisadores é ter a consciência de que somos aprendizes, é saber
que, na maioria das vezes, nesses percursos e partilhas, o saber ouvir
valerá muito mais a pena.

Não existe neutralidade científica em pesquisa alguma e, menos ain-


da, em investigações vinculadas a projetos de ação social. No entanto,
realizar um trabalho de partilha na produção social do conhecimento
não significa o direito a pré-ideologizar partidariamente os pressupos-
tos da investigação e a aplicação de seus resultados.

Usamos instrumentos que permitissem compartilhar com os funcio-


nários o maior número de informações possíveis, aprendendo com suas
experiências, trocando conhecimentos, e conhecendo sobre ótica deles a
realidade do Museu. Ao longo de três meses, realizamos as rodas de con-

200 R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018.


versas. Semanalmente, nos encontrávamos e compartilhávamos histórias
de vida, memórias, práticas do ofício, cantávamos e deixávamos as ener-

semanas, discutíamos alguns temas na roda – a princípio, temas pessoais


-

trabalho que cada um realiza na Instituição.

com a intenção de compartilhar as discussões daquele dia, as experiências


vivenciadas. De forma espontânea, cantávamos músicas e, naquele mo-
mento, nos comprometíamos com o trabalho para termos, sobretudo, uma
manhã agradável juntos.

Imagem 2: Imagem das funcionárias do Museu cantando a música “O que é, o que é” (compositor: Gonzaguinha;
Ano: 1982; Álbum: Caminhos do coração) após uma roda de conversa, trocando experiência e compartilhando
memórias. Fonte: Acervo construído ao longo do trabalho.

Construímos laços de afetividade, compartilhamos vivências e


aprendermos sobre as dinâmicas do Museu do Piauí e de outros museus
-

a dinâmica do barbante, aplicada em uma das atividades do Mestrado


pela professora Lorena Querol. Nessa atividade, pedia-se que o grupo
jogasse o barbante para alguém da roda (poderia ser qualquer pessoa).

R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018. 201


Esse barbante deveria circular por todos os integrantes mais de uma vez.
Geralmente, a troca de barbante, de mãos em mãos, poderia durar de 20 a

noção de compartilhamento, de união, de trabalho em equipe, de pró-ati-

realizar no Museu do Piauí.

Imagem 3: Imagem dos funcionários na dinâmica do barbante. Fonte: Acervo construído ao longo do trabalho.

Ao longo do trabalho, foram coletadas informações junto aos fun-


cionários e foram feitas consultas ao acervo documental do Museu do
Piauí, que permitiram sistematizar e analisar as informações que, agora,
subsidiam a construção do Plano Museológico. Os Programas do Plano
foram elaborados a título de proposta a partir das informações coletadas
ao longo da pesquisa-ação no Museu, o mesmo foi desenvolvido para
os projetos e as ações, esse com uma participação mais que consistente
-
cumento de forma sistemática, mas o trabalho foi todo realizado pelos
funcionários. O que se pretende é apresentar o Plano Museológico para
a direção do Museu e para a Secretaria de Cultura do Estado do Piauí,
cientes de termos iniciado o trabalho que ainda tem um longo caminho a
ser construído de forma coletiva.

202 R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018.


Considerações Finais
O Plano Museológico é, portanto, uma ferramenta fundamental na

-
-se uma abertura na legislação referente aos Museus, resultado de uma
longa trajetória de trabalho de pesquisadores, de técnicos e de pessoas
que estão envolvidas com os serviços nos museus, ou que possuem uma
sensibilidade e percebem a importância da instituição na formação de
uma sociedade mais igualitária e mais crítica. A criação do IBRAM foi
um marco importante na regulamentação de ações dos Museus Brasilei-
ros, e destaca-se a contribuição do Estatuto dos Museus, ferramenta que

Museológico, orientação do IBRAM desde 2009, alertando para a ne-


cessidade de todo Museu possuir esse documento orientador, que per-

para as quais os Museus foram criados: conservar, investigar, adquirir,


comunicar os bens culturais sob sua tutela. A partir dessa orientação do
-
sicos e simbólicos dos artefatos expostos no Museu. Buscou-se discutir a
necessidade da elaboração de ações que permitam uma administração em
sinergia, da direção e dos funcionários, uma vez que a responsabilidade
do diretor é gerenciar e organizar as funções na instituição – assim como
garantir que o Plano Museológico, com seus projetos e suas ações, seja

social.

O projeto-ação realizado no Museu do Piauí revela uma instituição


que tem sob sua guarda um rico e complexo acervo que necessita de um
Plano Museológico, que garanta a proteção e a comunicação. O que se
iniciou foi a formação na própria instituição com os funcionários, aproxi-
mando-os de conceitos basilares no campo dos Museus e da Museologia;
foram a trocas de experiências entre o trabalho acadêmico e o trabalho

R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018. 203


cotidiano no museu, a partir de vivências, de trabalhos de memórias, de

valorizou o grupo de funcionários, permitindo que esses agentes, muitos


deles com mais de 35 anos na labuta para manter o Museu aberto e a
serviço da sociedade, protagonizassem suas memórias e suas histórias no
contexto da história do Museu do Piauí.

Acredita-se que este trabalho é um contributo que simboliza os pri-


meiros passos de uma longa caminhada. O objetivo é valorizar as ex-
periências e fazer uma troca de saberes. Em todas as ações realizadas,
destacaram-se a preservação, a gestão e a comunicação do patrimônio
cultural do Estado do Piauí. Compartilha-se do pensamento de Russio21,
para quem “[...] a museologia é a ciência do Museu e das suas relações
com a sociedade; é também, ciência que estuda a relação entre Homem e
Objeto, ou o Artefato, tendo o Museu como cenário desse relacionamen-

mesmo com problemas de gestão e de comunicação, uma relação mais

sua guarda.

BRANDÃO. Carlos Rodrigues. BORGES. Maristela Correa. A pesquisa


participante: um momento da educação popular . Uberlândia: Ed. Popular, v. 6,
pp. 51-62. jan/dez. 2007.
CÂNDIDO, Manuelina Maria Duarte. Orientações para Gestão e Planejamento
de Museus/ Manuelina Maria Duarte Cândido. Florianópolis: FCC, 2014.
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Cultura; Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus, 2010a, pp.78-85.

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TARVALHOS, Joaby. Relatório Técnico. Visita Orientada ao Museu do Piauí.
Teresina. 2014. (trabalho não publicado)

Texto apresentado em julho/2017. Aprovado para publicação em


abril/2018.

206 R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 179 (477):171-206, mai./ago. 2018.

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