Sistema de Pesquisa de Sistemas e Ciência do

Comportamento. Res. 32, 514 - 521 (2015)

Publicado online na Biblioteca Online Wiley
(wileyonlinelibrary.com) DOI: 10.1002 / sres.2353

■ Artigo de Pesquisa

Teoria Geral de Sistemas: Seu Passado e

Potencial †

Peter Caws 1,2 *

1 Departamento de Filosofia, The George Washington University, Washington, DC, EUA
2 Associação Americana para o Avanço da Ciência, Washington, DC, EUA

Este artigo tem três partes. Primeiro, discuto o que considero o estímulo original e o
propósito da teoria geral dos sistemas (GST), por que acho que é importante e como me
envolvi nisso. Eu sou fl ect em von Bertalanffy ' s sistema geral ( sic) teoria e os primeiros
debates sobre o tema, enfatizando o conceito essencial de isomorfismo, com suas
recompensas no acompanhamento de desenvolvimentos paralelos em diferentes domínios,
e seus riscos e tentações na projeção de sistemas grandes e inclusivos. Em segundo lugar,
discuto a direção que meu próprio trabalho tomou após meu mandato como presidente da
Society for General Systems Research (1966 - 1967), e como ele divergia do programa inicial,
em particular em sua ênfase na diferença entre sistema e estrutura e no papel essencial da
subjetividade individual nesta última. Destaco a importância do conceito de ' relação ' como
subjacente ao de ' sistema ', e, em particular, a diferença entre relações incorporadas em
sistemas físicos e relações como componentes de estruturas intencionais que podem ou
não corresponder a sistemas físicos. No terceiro e fi Na parte final, discuto o lugar do GST na
filosofia da ciência, especialmente em relação ao movimento da unidade da ciência, e seu
potencial para a organização desse domínio. Eu pergunto que luz o conceito de sistema
pode lançar sobre nosso conhecimento do universo e seus mundos (uma distinção
explicada no artigo), e quais são os riscos de assumir isomorfismos rígidos entre estruturas
matemáticas e sistemas físicos, por exemplo, em cosmologia e mecânica quântica.
Copyright © 2015 John Wiley & Sons, Ltd.

Palavras-chave teoria geral do sistema (GST); filosofia da ciência; unidade da ciência; isomorfismo; história
do movimento dos sistemas

PARTE 1
* Correspondência para: Peter Caws, Webb 101, Mount Vernon Campus, The
George Washington University, Washington, DC 20052, EUA. E-mail:
pcaws@gwu.edu
É uma honra ter sido convidado a comparecer hoje
†O Palestra Memorial Ludwig von Bertalanffy entregue na conferência anual da
Sociedade Internacional para as Ciências de Sistemas (ISSS), Washington, DC, EUA, perante vós; ainda mais porque esta palestra tem
em julho de 2014 foi apresentada como apresentações geminadas por Peter Caws o nome de Ludwig von Bertalanffy. Também é um inesperado
e David Rousseau, sob o título conjunto ' Teoria Geral de Sistemas: Passado,
Presente e Potencial '. Este artigo representa PeterCaws '
honra - Eu não sabia até recentemente que essa
contribuição re fl afetando o passado e o potencial da teoria geral do sistema. reunião estava acontecendo,

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e embora meu nome tenha aparecido regularmente um pouco à maneira de Hegel, essa ontologia
na lista do Conselho de Distintos Conselheiros desta pode ser lida a partir da lógica - que se alguém
Sociedade, até onde me lembro, nunca lhe dei pudesse construir uma edi em camadas fi corno de
qualquer conselho, distinto ou não. É uma sistemas teóricos, o mundo deve conter em algum
coincidência que a reunião deva ser realizada em lugar suas contrapartes reais. O argumento do
Washington, não apenas na minha própria discurso serviu como uma repreensão gentil para
universidade, mas também no meu próprio bairro, a esses pansystematists '( Caws, 1993, 16).
cerca de 10 minutos a pé do meu apartamento - um
Alguns dos meus ouvintes provavelmente pensaram que
caso de discussão do tema vindo para mim, em vez de
eu era um desmancha-prazeres - embora eu admita que
eu ter que ir à reunião. Também é uma coincidência
fiquei um pouco satisfeito com o fato de que, depois de ter
que Tom Mandel (a quem devo meus agradecimentos -
feito meu ponto no discurso presidencial, Anatol Rapoport
Lamento que ele não possa estar conosco) deveria ter
me agradeceu por tê-lo feito e disse que gostaria de tê-lo
tido a idéia de trazer de volta, nesta ocasião
feito pessoalmente.
particular, alguns dos primeiros participantes da
Tudo isso foi, é claro, em parte von Bertalanffy ' culpa,
Sociedade Internacional para as Ciências de Sistemas
porque ele era uma espécie de evangelista do que
(ISSS) ou seu precursor. Se não fosse por todas essas
originalmente chamou de teoria geral do sistema, no
coisas, provavelmente eu nem estaria aqui. Mas estou
singular, ou seja, a teoria de um sistema que abarcaria a
muito feliz por estar.
diversidade das ciências e englobaria os sistemas
Algumas das coisas que tenho a dizer serão inevitavelmente
particulares que ele conformava. fi dente seria encontrado
autobiográficas. Minha reivindicação de atenção é
se repetindo em vários níveis de complexidade. Para
presumivelmente que eu já fui presidente da Society for General
fazer-lhe justiça, ele próprio não cedeu às pretensões
Systems Research, o precursor de seu próprio ISSS. Trazer de
elevadas que eu almejava. No dele ' Resposta ' aos papéis
volta um ex-presidente depois de quase 50 anos tem seus riscos.
oferecidos a ele em seu 70º aniversário, compilados por
Por um lado, a menos que ele tenha seguido as coisas de perto, o
Ervin Laszlo como A Relevância da Teoria Geral dos
que eu não tenho, ele estava fadado a estar fora de contato. Por
Sistemas,
outro lado, qualquer pessoa que tenha a responsabilidade de
dirigir uma reunião anual como seu presidente, e que tenha
ele diz: ' Eu não fi nd verdade final ou “ nada além
levado essa responsabilidade a sério, provavelmente é, ou pelo
de ” soluções, e nunca aspirou a
menos foi, bastante opinativa. Achei que tinha uma tarefa
… um secular “ extra ecclesiam nulla salus. ”
necessária em 1966 e tentei cumpri-la; mas não era popular.
Em vez disso, tudo o que posso ter contribuído,
Naquela época, assumi meu trabalho para ser de fl ationário. As
deixa muito para outros fazerem melhor '
pessoas estavam se deixando levar pela ideia de um sistema
(Laszlo, 1972, p.483),
abrangente e abrangente, do qual todas as ciências seriam
Von Bertalanffy começou em um nível
instanciações parciais. Lembro-me em particular de um artigo,
intermediário, o dos sistemas biológicos, onde
que tive especialmente em mente ao escrever meu discurso, que
introduziu uma distinção essencial e mais frutífera
discutia de uma distribuição local de bass-mouth bass a uma
entre sistemas abertos e fechados, o último
hierarquia em camadas de sistemas do microscópico ao cósmico.
fornecendo, como o primeiro não, as trocas
Achei isso extravagante, senão megalomaníaco, e daria um
metabólicas através das fronteiras. Os limites, como
péssimo nome à teoria dos sistemas, então me esforcei para
sugere o tema desta conferência, são cruciais. No
apontar suas limitações. Como coloquei na introdução à
entanto, vale a pena fazer uma pausa aqui. Os
reimpressão do endereço, em meu livro Yorick ' mundo s,
sistemas abertos podem ser abertos de todas as
maneiras - e eles podem ser fechados pela admissão
seletiva de elementos adjacentes. Portanto, a
extensão do sistema torna-se uma questão de escolha -
quais são seus elementos, em quais relações, através
de quais fronteiras? Isso é consistente com o de fi nição
' entre alguns de meus colegas da Sociedade, de ' sistema ' em si, derivando como faz de sua origem
detectei uma tendência desenfreada de supor, grega como nada mais específico fi c do que ' uma

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todo composto de várias partes ou membros '. Mas Publiquei alguns dos meus primeiros artigos. Em
isso é totalmente indeterminado - qual é o todo meu trabalho de dissertação em 1956, percebi a
em questão? importância do conceito de isomorfismo aplicado a
Parece não haver uma resposta óbvia para isso a
priori, como é evidente a partir da surpreendente
variedade de submissões para a presente conferência -
não prescrito fi campo de estudo, sem limitações de
escopo. O escopo às vezes é virtualmente abrangente,
como no caso da engenharia de sistemas em grande
escala, cujos profissionais têm o que pode parecer a
grandiosa tarefa de antecipar todos os cruzamentos
de limites possíveis em todos os graus de escala ou
detalhe e em todos os domínios de interação, seja
natural ou social, fi nanceiros ou logísticos, físicos ou
biológicos, ecológicos ou meteorológicos, etc,
não perdendo nenhuma contingência, mas também não
superestimando nenhuma, com enormes consequências
para os orçamentos e o bem-estar humano dependendo
de cada decisão.
Mas estou me adiantando aqui. Eu prometi
algum retorno fl seção sobre o que fi campo era
como quando eu entrei nele. Cheguei aos Estados
Unidos, com uma licenciatura em Física, mas sem
outro compromisso, em um momento
emocionante, pegando a onda do que Gregory
Bateson caracterizou como
' o crescimento conjunto de uma série de idéias que
se desenvolveram em diferentes lugares durante a
segunda guerra mundial. Podemos chamar o
agregado desses ', Ele continuou, ' cibernética, ou
teoria da comunicação, ou teoria da informação,
ou teoria dos sistemas. … Todos esses
desenvolvimentos separados em diferentes
centros intelectuais lidaram com problemas de
comunicação, especialmente com o problema de
que tipo de coisa é um sistema organizado '
(Bateson, 1972, p.483).
Vale a pena refletir sobre isso também, visto
como a cibernética, a informação, a
comunicação e nossos próprios sistemas têm
sido rivais pelo domínio desde então. Como
David Rousseau comentou comigo ontem, todo
mundo quer ser a nave-mãe.
Eu fui capaz de trocar fi campos da filosofia, graças à
generosidade de Yale e meu mentor lá, Henry Margenau,
que costumava trabalhar em estreita colaboração
C. West Churchman, na época, um dos editores
da revista Filosofia da Ciência, no qual
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esquemas conceituais e seu espelhamento (pace
Rorty) de estruturas físicas. Na época eu não
conhecia von Bertalanffy ' s trabalho, ou que ele
tinha falado sobre ' a isomorfia estrutural das leis
nas diferentes fi campos da ciência e da realidade '( von
Bertalanffy, 1951), embora eu possa ter estado
indiretamente em fl influenciado por ele, porque
um dos meus professores foi Carl G. ( ' Peter ') Hempel,
que comentou sobre o artigo em que von
Bertalanffy usou a expressão e pode ter se referido
a ela em aula.
Por um acidente do destino acadêmico, meu fi O
primeiro trabalho de ensino não foi em filosofia, mas
em ' Ciências gerais ', o que significava que eu tinha
que ler sobre química, genética e geologia, para
aumentar a meteorologia a que fui apresentado na
escola por um jovem e ansioso professor de física
recém-saído da Força Aérea. Isso constituiu uma base
muito boa para fazer um trabalho comparativo. Me
especializei em filosofia da ciência - e sempre acreditei
que os estudiosos que fazem isso devem ter um fi conhecimento
de primeira mão com a mais ampla gama possível das
ciências naturais e sociais.
Eu gravitei com naturalidade para a Associação
Americana para o Avanço das Ciências (AAAS) e dei
meu fi primeiro artigo para sua reunião anual durante
aquele fi primeiro ano de ensino. Todos os tipos de
desenvolvimentos interessantes estavam vindo à
tona, particularmente em estudos sobre o cérebro e o
sistema nervoso, e lembro-me de ter sido
apresentado ao trabalho de McCulloch e Pitts e de ter
lido Ross Ashby ' s (1960) Design para um cérebro
e claro o dele Introdução à cibernética
(1956). Eu não lembro como eu fi me deparei com isso,
mas um dos formativos em fl uências na época era o
trabalho de uma sociedade excêntrica chamada
ArtorgaResearchGroup (forARTi fi ORGAnismo social),
cujo presidente era Oliver D. Wells e cujo comitê
consistia em Gordon Pask, Heinz von Foerster,
Ross Ashby e Stafford Beer. Adicione Kenneth
Boulding, Anatol Rapoport, Gregory Bateson e
Margaret Mead, e você terá uma ideia do fi repower
desses primeiros pioneiros. Eu não conhecia
todos eles pessoalmente, mas de alguma forma
entre Artorga, a jovem Sociedade para
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General Systems Research, o AAAS (do qual me
tornei Vice-Presidente da Seção L em 1967) e meu fi
primeiro livro sobre a filosofia da ciência (Caws,
1965), acabei entregando o endereço a que me
referi em 1966.
Quero prestar uma homenagem especial a
Oliver Wells, um esquecido fi figura nesta história.
Ele publicou uma série de panfletos periódicos
para Artorga e um pequeno livro, COMO VOCÊ
PODE SER TÃO ingênuo? ( Wells, 1970) de sua casa
no sul da Inglaterra, e foi responsável por trazer
muitos trabalhos originais à atenção de sua lista de
mala direta. Não tenho certeza se devo mencionar
isso, mas lembro-me de ter ficado surpreso na
época, e talvez você também fique: um dos artigos
que ele republicou em seu livro tinha o título ' Ficção
científica - Sexo para sempre: um novo projeto
cibernético chamado Interfuck '( Wells, 1970,
140-143), que propôs ' o desenvolvimento de um
grupo de sistemas para a transmissão bidirecional
de informação sexual sensorial ', baseado no
aparelho desenvolvido por Masters e Johnson para
medir a resposta sexual humana. Continha a
observação lacônica ' o projeto é diferente fi culto
para nomear em inglês, ' embora Oliver Wells
pareça não ter tido problemas com isso. Parece-me
um caso de ultrapassagem de limites que vale a
pena chamar a sua atenção. Eu também devo a
Wells uma fórmula vigorosa, ' o cérebro computa o
mundo ', que resumiu admiravelmente uma teoria
causal de percepção que ainda é válida hoje.
Artorga se envolveu em um esforço coletivo para
construir uma máquina que se auto-reproduz, com
base em alguns trabalhos genéticos de Lionel
Penrose. No arquivo Penrose da University College
London, recentemente encontrei uma entrevista com
Wells, em francês, no jornal Science et Vie, em que o
entrevistador, Gerald Messadié, expressou sua
admiração pelo trabalho de sistemas em andamento
no mundo de língua inglesa e concluiu com bastante
inveja:
' Não existe hoje nenhuma mente criativa que não
direcione todos os seus desejos para uma renovação
profunda de todas as idéias com as quais vivemos.
Inúmeras obras originais estão dormindo no
fi les de cientistas e tecnólogos. Talvez seja
Artorga quem está preparando a síntese e a
reorganização necessárias, uma
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verdadeira obra dos Enciclopedistas [um
elogio e tanto para um francês]. Resta apenas
a França juntar-se a '( Messadié, 1961).
Em vista da abundância de literatura de sistemas à
qual Gerald Midgley se referiu outro dia, parece que
este trabalho é mais urgente do que nunca.
No meu discurso presidencial, que intitulei
' Ciência e Sistema: na Unidade e Diversidade de
Scienti fi c Teoria ', Eu comentei sobre a mudança de ' teoria
' para ' pesquisa ' em nome da sociedade, que me
pareceu marcar um devir modesto. Uma teoria, como
indiquei, é realmente uma maneira de ver as coisas - Teoreos
em grego significava um de fi observador oficial, que
acompanhava as pessoas às consultas aos oráculos
ou às competições dos jogos regionais, para garantir
que as coisas estavam sendo feitas na devida ordem e
informadas corretamente. Portanto, uma teoria não é
apenas uma maneira antiga de olhar, mas uma teoria
que carrega certa seriedade e resistirá a desafios.
Uma teoria geral seria uma maneira de ver muitas
coisas, talvez todas as coisas, de maneira semelhante.
A transição posterior de ' teoria ' para ' Ciência '
faz uma afirmação mais forte. O que tornou suspeitos
todos esses isomorfismos conjecturados foi que as
possibilidades teóricas nem sempre se relacionam com
as realidades físicas. Os sistemas naturais surgem como
o fazem, com a contingência de acidentes evolutivos e
pressões - muitos nichos permanecem un fi preenchido,
portanto, não podemos assumir a totalidade ou mesmo a
generalidade. Foi uma boa jogada por parte da
International Society for the Systems Sciences abandonar
o ' Em geral ' da Society for General Systems Research.
Já em minha dissertação, reforçava a necessidade do
teórico acompanhar e animar a teoria, o que poderia,
suponho, ser tomado como uma versão da visão que o
observador deve considerar junto com o que é observado.
Essa visão, no entanto, deve ser tratada com cuidado. Que
pudesse haver uma teoria das teorias, uma ciência da
ciência, parecia óbvio para mim, mas isso não significa que
houvesse algo errado ou ingênuo em tentar uma ciência livre
do viés do observador, e de fato essa é uma condição de
sucesso na maioria das ciências físicas, em oposição às
sociais ou humanas. As condições essenciais para uma
ciência, ainda me parece, são três:
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(1) Constância do objeto entre assuntos conhecidos,
incluindo nomenclatura acordada (isso significa ter
certeza de que estamos falando sobre a mesma coisa);
(2) observações e previsões replicáveis, sub-
jeto a padrões de relatórios comuns (isso significa
olhar para os mesmos elementos do mundo da
mesma maneira); e
(3) Consistência teórica, inclusive para o
na medida do possível, simplicidade e plausibilidade
(isso significa argumentar aberta e
convincentemente em face da dúvida ou crítica).
Estas últimas condições às vezes são de fi nitivo. Um
caso notável para o teste de simplicidade é a
mudança do relato ptolomaico para o copernicano do
sistema solar. Como indiquei em um artigo anterior
(Caws, 1963), o advento dos computadores teria
tornado as previsões de acordo com a visão
ptolomaica bastante viáveis, mas a imagem
copernicana mais simples era mais fácil de visualizar e
suas previsões mais rápidas de computar. Um desafio
contemporâneo para o teste de plausibilidade é
apresentado pela teoria do Big Bang e
particularmente por fl cosmologia ativista, que faz
afirmações extraordinárias sobre a crença em
questões de tempo e causalidade.
PARTE 2
Seguiu-se uma série de mudanças em meu fi campo de
trabalho, embora não todos ao mesmo tempo. Uma delas foi
uma virada existencialista, graças aos alunos do Kansas que
me persuadiram a ler Kierkegaard e Sartre com eles, apesar
de minha nomeação para a lógica e a filosofia da ciência.
Mais tarde, houve uma virada estruturalista, graças aos
franceses (sua resposta a Messadié?). No verão de 1966, no
centro de conferências de Cerisy-la-Salle, na Normandia,
conheci um jovem estudioso francês a quem perguntei o que
estava acontecendo de interesse na filosofia francesa na
época. Sabendo que eu ensinava filosofia nos Estados
Unidos, ela tentou me convencer: ' eu era um positivista? '' Não ',
Eu disse. ' Marxista, então? '' Isso também não '. ' Então você
deve ser um estruturalista ',
ela disse. Eu não sabia o que era, pelo menos
como uma posição filosófica. Mas o interessante
trabalho filosófico não está acontecendo em
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filosofia, ela disse - você deve falar com os
antropólogos e os críticos literários e os
psicanalistas e os linguistas.
Continuei fazendo exatamente isso, gastando algo como
uma década preparando meu livro sobre estruturalismo que
saiu algum tempo depois (Caws, 1989, 2000). Nesse ínterim,
publiquei nas revistas técnicas de todos esses fi campos, com
exceção da lingüística. Isso me torna um pau para toda obra?
Suponho que se possa dizer que ganhei meu cartão do
sindicato com meu trabalho em Sartre, se não no próprio
estruturalismo, mas, assim como no caso do ensino de
ciências gerais, nunca me arrependi de ter aprendido nesses
outros
fi campos. O que todos eles tinham em comum partia
não dos objetos sob investigação, mas das mentes
que reconheceram, aprenderam, apreciaram e, no
final, criaram esses objetos. Como eu coloquei Yorick, Estruturalism
' é uma visão da mente como um agente estruturante,
que reúne um mundo de pensamento comparável em
sua complexidade ao mundo da experiência '( Caws,
1993, 110).
Reduzindo tudo isso ao ponto agora em questão, representou
uma mudança de um interesse em sistemas para um interesse
em estruturas. Essa distinção é de importância crítica. A meu ver,
os sistemas são conjuntos de elementos existentes
independentemente em relações (funcionais) uns com os outros,
enquanto as estruturas (deixando de lado o significado cotidiano
do termo como se referindo a edifícios físicos) são conjuntos de
relações, cujos elementos passam a existir e são de fi nado pelas
próprias relações que os determinam. As relações sistêmicas são
incorporadas; os estruturais são pretendidos. E é importante
saber o que ' relação ' meios. Existem relações (a) que são
diretamente incorporadas em objetos físicos, (b) que são de fi ned
como pares ordenados de elementos, físicos ou não
(mapeamento ou não em classes do tipo a) ou (c) que são
estabelecidos por intencionalidade e aposição. Esta última aula é
de longe a mais interessante e importante.
Por intencionalidade, entendo a capacidade que os
seres humanos têm de dirigir o pensamento para os
objetos escolhidos (atenção é o caso especial em que os
objetos são apresentados; intenção quando são mais
livremente escolhidos ou mesmo criados), e por aposição
entendo a capacidade de companheira de pegue
quaisquer dois desses objetos e mantenha-os em relação
um ao outro. Casos óbvios são nomenclatura e
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Peter Caws
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traduzir e estabelecer relações hipotéticas entre sejam como eles são, quer alguém tenha algum interesse
elementos dados ou escolhidos. As relações neles ou não, e eventos que aconteceriam de qualquer
intencionais requerem um sujeito e só podem ser maneira, uma vez que as condições relevantes sejam
sustentadas enquanto o sujeito continuar a realizadas, mas as ciências humanas lidam com objetos
pretendê-las. que vêm à existência apenas por meio da intenção e
Isso claramente lhes dá um status bastante diferente das intervenção humana, eventos que são trazidos sobre pela
relações corporais de minha classe (a). Para este último, um ação humana.
postulado razoável é o que chamo Os processos naturais sem artifício não têm fins,
' a hipótese realista ', a saber, a hipótese de que mas têm consequências. Processos naturais
realmente existem coisas no mundo relacionadas planejados para fins humanos (que chamamos de
exatamente dessas maneiras, e que elas são e tecnologia) levam, em princípio, a consequências
permanecem relacionadas dessas maneiras, quer desejáveis - mas também pode ter indesejáveis
prestemos atenção a elas ou não. Mas as relações (muitas vezes agrupados sob a designação geral
intencionais não se mantêm, a menos que alguém de ' Consequências não-intencionais '). Os processos
esteja prestando atenção a elas. Popper (1972) ao humanos que levam à ação (sempre por parte de
contrário, não há nenhum Mundo III em que existam indivíduos) normalmente têm as consequências
problemas objetivos esperando para serem desejáveis, mas se o fazem depende da boa
resolvidos. Ao mesmo tempo, se não estou pensando vontade, do conhecimento e da sabedoria desses
sobre um desses problemas, é muito provável que indivíduos. Muito trabalho ainda precisa ser feito
outra pessoa esteja (este é um ponto geral, de ampla nesses sistemas humanos.
aplicação, que não tenho tempo de desenvolver), Tendo introduzido os agentes humanos, talvez
portanto, a hipótese apropriada - esis é o que eu deva fazer mais uma observação sobre como colocar
chamo de ' hipótese de outras mentes (ou o observador no sistema. O problema é o seguinte:
co-intencionais) '. Essas hipóteses fundamentam suponha que o sistema S seja observado pelo
diferentes modos de ser dos objetos das ciências, observador O, sendo O externo ao sistema sob
perceptivo / físico versus intencional / cultural. observação. Juntando os dois, temos o sistema mais
Então, os elementos estruturais são de fi nidos como inclusivo [S + O]. Este, por sua vez, torna-se um objeto
relacionais e constituem domínios inteiros dos de reflexão teórica fl ecção por parte de um segundo
objetos que são de maior interesse para nós - parentesco, observador, O ′, que mais uma vez é externo ao
linguagem, direito, literatura, teoria, etc. - e, eu diria, sistema, produzindo o novo sistema [[S + O] + O ′],
os domínios da matemática e da teologia também. ser re fl ectado por um terceiro observador, Ő, e assim
Um rápido exemplo do tipo de situação que pode por diante. Este é um problema clássico, remontando
surgir: o grego Simonides criou um enigma, pelo menos ao Sistema Hegeliano, que deveria
' O filho é o pai de seu pai ', a solução para o qual abranger tudo - exceto, como Kierkegaard apontou,
é a observação de que o pai não passa a existir não havia lugar para o próprio Hegel. Se quisermos
como pai até que o filho o dê à luz ao nascer compreender o sistema, precisamos ter um ponto de
dele. vista externo a partir do qual fazer isso. A vantagem
real da estratégia cibernética de segunda ordem
A grande diferença, então, é entre relações surge quando o observador também é um agente,
incorporadas em sistemas físicos e relações como mas a distinção entre os dois papéis deve ser mantida
componentes de estruturas intencionais que podem clara.
ou não corresponder a sistemas físicos. As ciências
naturais lidam com sistemas, o que chamo de ciências
humanas com estruturas. Mas as estruturas podem PARTE 3
ser sobrepostas aos sistemas, e isso acontece
regularmente quando os objetos e suas relações são Que luz o conceito de sistemas pode lançar sobre
nomeados e transformados em elementos de nosso conhecimento do universo e seus mundos?
estruturas teóricas com referência empírica. As Esta é novamente uma distinção crítica: o conceito de
ciências naturais lidam com objetos que iriam ' mundo '( e há muitos mundos) é essencialmente

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Teoria Geral de Sistemas: Seu Passado e Potencial 519

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em relação ao humano, a do universo (do qual só
existe um, não obstante as teorias do multiverso
em contrário) transcende os interesses humanos,
ainda que a teorização humana tenha a ambição
de englobá-lo. O pensamento sistêmico insiste,
então, que consideramos os mundos e o universo
como totalidades completamente
inter-relacionadas, cada parte sendo acessível de
todas as partes, e as interações das partes sendo,
em princípio, inteligíveis e previsíveis.
Quais são os riscos de assumir isomorfismos
rígidos entre estruturas matemáticas e sistemas
físicos, por exemplo, em cosmologia e mecânica
quântica? Se meus colegas da década de 1960
tiraram conclusões precipitadas, isso não significa
que eles estavam totalmente no caminho errado.
Mesmo que nem todas as relações teóricas sejam
fisicamente instanciadas, não há razão para não
procurar por aquelas que o são. Portanto, a
suposição é prematura, mas como objetivo, vale a
pena. Uma das virtudes da teoria dos sistemas
gerais foi e é a quebra das partições entre as
ciências que deixaram cada uma delas ocupada em
seu próprio domínio, sem falar da sinergia que sua
fertilização cruzada poderia gerar.
Suplementar as relações sistêmicas com as
estruturais significa não apenas enfatizar, mas
também explorar a distinção entre o que venho
chamando de ciências naturais e ciências
humanas, reconhecendo que elas têm
ontologias e dinâmicas diferentes. As ciências
naturais lidam com objetos físicos que se
comportam de acordo com leis discerníveis por
meio de estudos de seu comportamento,
enquanto as ciências humanas lidam com
objetos culturais que se comportam de acordo
com as crenças e intenções dos agentes
humanos. Um princípio fundamental que
emerge da consideração dessa distinção é que é
fútil tentar resolver problemas nas ciências
humanas com ferramentas apropriadas às
ciências naturais, por exemplo, tentando
resolver diferenças ideológicas com armas de
guerra (o caso inverso não é tão claro,
A grande lição aqui é manter as ciências naturais
e humanas em uma tensão colaborativa com
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um ao outro, e considerá-los, se quiserem, como componentes
de um sistema maior; ter ambos os aspectos abertamente em
mente em todo o nosso trabalho, mas não os confundir; e ter
limites permeáveis entre domínios (portões, não apenas cercas).
Devemos aprender tudo o que for possível, mesmo em disciplinas
aparentemente concorrentes. E devemos manter uma postura
teórica ativa, não permitindo que a tecnologia - inestimável como
é - para substituir o funcionamento íntimo e imediato da mente.
Teorias requerem observadores (lembre-se do teoreos), mas eles
podem se tornar praticamente desnecessários por serem
incorporados à tecnologia, e nisso reside um perigo prático.
Pense, para tomar um exemplo banal, mas revelador, em como
costumava ser necessário que os balconistas das lojas fossem
adeptos da aritmética mental, ao passo que agora todo esse
trabalho mental é feito por uma caixa registradora automatizada.
Não é que a mente do caixa seja necessária para computar o
cliente ' mudança s -
é mais do que computar o cliente ' A mudança
seria útil para a manutenção da mente do caixa.
O mesmo ponto pode ser feito, mutatis
mutandis, em todos os níveis até o mais alto - um
conhecimento instruído da teoria relevante é
um pré-requisito para a solução bem-sucedida
dos problemas que surgem.
O pensamento sistêmico pode contribuir para
um mundo melhor? Para encerrar, apresento-lhes
um pensamento utópico, mas realista: seria
melhor para todos se todos pensassem no que
seria melhor para todos. Nos níveis atuais de
complexidade tecnológica e social que desiderato nem
mesmo é possível sem alguma teoria de sistemas
geralmente compreendida, isto é, o desafio prático
do tempo presente.
REFERÊNCIAS
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Teoria Geral de Sistemas: Seu Passado e Potencial 521