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A Arte na

IDADE MÉDIA

>>> Parte I

Professora Amanda Sobral



A Idade Média ou Idade Medieval (séc. V a XV) foi
marcada por um período em que Deus era o
centro de tudo
(sociedade teocêntrica).
O homem era apenas uma criatura sem valor
individual, vivendo sempre numa instituição
coletiva, fosse a família, a cavalaria ou a Igreja.

ARTE a serviço da Igreja, da religião, de Deus.



Dois períodos importantes da Idade Média:

 Arte Românica (século XI a XIII)

 Arte Gótica (século XIII a XV)


Arte na Idade Média

 Arte bizantina
 Arte islâmica
 Pré-românico
 Arte germânica
 Arte hibérnico-saxónica
 Arte anglo-saxónica
 Arte celta
 Arte visigótica
 Arte merovíngia
 Arte carolíngia
 Arte otoniana
 Românico
 Arte mudéjar
 Gótico
 Manuelino
ARTE
ROMÂNICA

Aproximadamente
séc. XI a XIII d.C.
Arte românica
-

Recebeu o nome de românica porque as
estruturas arquitetônicas eram semelhante
a dos romanos;

- Numa época em que poucas pessoas


sabiam ler, a Igreja recorria a arte para
narrar histórias bíblicas ou comunicar
valores religiosos aos fiéis;
 Os mosteiros tornaram-se os centros culturais da
Europa, onde a ciência, a arte e a literatura estavam
centralizadas;



Os mosteiros eram as escolas
de arte da época. Ali os jovens
artistas preparavam-se para
trabalhar nas catedrais e nas
casas de famílias importantes;

• Lá aprendia-se arquitetura,
escultura, pintura,
ourivesaria, cerâmica,
fundição de sinos,
encadernação e fabricação de
vidros.
>>> ARQUITETURA

A arquitetura românica
foi marcada pela
HORIZONTALIDADE
Características da Arquitetura Românica:
- abóbadas (arcos);
 pilares maciços;
 paredes espessas;
 janelas estreitas;

 tímpano.
O resultado dessas
características são igrejas
robustas, grandes e sólidas.

 Daí serem chamadas


“fortalezas de Deus”.
(pg. 46)
As poucas janelas
criavam um ambiente

escuro e austero dentro
das igrejas.

Geralmente, a planta das
igrejas era no formato
básico de uma cruz.
Os dois tipos de abóbadas
das igrejas românicas:

Abóbada de berço 
Abóbada de arestas
Abóbada de berço:


Abóbada de arestas:


No caminho de Santiago
de Compostela, a igreja
de Saint-Pierre.

 Tímpano (parede
semicircular que
fica logo abaixo do
arco na entrada
das igrejas)
Outro exemplo de tímpano:

Arquitetura românica na Itália
Seguindo uma influência greco-romana, os artistas

italianos usaram arcos e colunas.

Catedral
de Pisa
Torre de Pisa 
>>> ESCULTURA

A escultura românica está
diretamente associada à
arquitetura,
desenvolvendo-se com um
caráter ornamental, onde
as figuras são
apresentadas de frente e
com as costas grudadas
na parede.

As imagens
encontradas são as
mais diversas.
Acima, uma
representação do
demônio.
Ao lado,
personagens
bíblicos.

O corpo desaparece
sob as inúmeras
camadas de dobras
angulosas e afiladas
das vestes.
>>> PINTURA
A pintura românica

tem como
principais
características o
deformação e o
colorismo.
Principais características:


Deformação (intencional – traduzia os
sentimentos religiosos – não havia
preocupação com proporção nem com
perspectiva);

Colorismo (cores uniformes – não havia


intenção de imitar a natureza).
Deformação
Observe as proporções
exageradas da figura de 
Cristo.
Sua mão e seu braço
desproporcionais tinham
a intenção de abençoar.
Os olhos, grandes e
abertos, queriam
evidenciar a intensa vida
espiritual.
Colorismo

Técnicas de pintura:
 Pintura afresco; 
 Iluminura.
Pintura Afresco

Técnica de pintar
sobre uma parede
de gesso úmido ou
“fresco”.
Iluminura

Iluminura é a arte

que alia a ilustração e
a ornamentação, muito
utilizada em antigos
manuscritos, ocupando
normalmente as
margens, como barras
laterais, na forma de
molduras.

F oi com as
iluminuras medievais
que surgiram as
letras capitulares.
As tintas utilizadas na pintura eram:


Têmpera: mistura de
pigmentos e gema de
ovo, dando um
resultado brilhante e
luminoso;
Encáustica: mistura de pigmentos e cera
derretida, que dava um efeito fosco.

Música

 No século XI, o monge beneditino Guido D’Arezzo (990-1050)
“criou” as notas musicais e uma forma de escrita musical.
Escolheu um canto muito conhecido e fácil de aprender (Hino
a São João), no qual as primeiras sílabas de cada verso
correspondiam ao que hoje conhecemos como as SETE NOTAS
MUSICAIS:

UT QUEANT LAXIS
RESONARE FIBRIS
MIRA GESTORUM
FAMULI TUORUM
SOLVE POLLUTI
LABII REATUM
SANCTE IOHANNES
Partituras medievais


CANTO GREGORIANO

 O canto gregoriano é uma
forma musical própria para
uso nas celebrações
litúrgicas da Igreja.

 O papa Gregório I
institucionalizou o canto
gregoriano como sendo a
música oficial da Igreja.
Características do Canto Gregoriano:


 plano, ideia de horizontalidade, peso;

 idéia de meditação;

 apenas vozes masculinas;

 sempre em latim – língua oficial da Igreja;

 vocal – os instrumentos eram proibidos pela Igreja


por estarem ligados ao profano;

 compositores anônimos – a maioria eram monges.


TEATRO

 Durante a Idade Média, na Europa, o teatro
tinha um papel muito importante para a Igreja.
 Eram produzidas e apresentadas peças
religiosas que tinham a intenção de catequisar
o povo.
Curiosidade

 Castrato (plural castrati) é um cantor masculino cuja extensão vocal corresponde
em pleno à das vozes femininas, seja de (soprano, mezzo-soprano, ou contralto). Esta
faculdade numa voz masculina só é verificável na sequência de uma operação de
corte dos canais provenientes dos testículos, ou então por um problema
endocrinológico que impeça a maturidade sexual. Consequentemente, a chamada
"mudança de voz" não ocorre.
 A castração antes da puberdade (ou na sua fase inicial) impede então a libertação
para a corrente sanguínea dos hormônios sexuais produzidas pelos testículos, as
quais provocariam o crescimento normal da laringe masculina (para o dobro do
comprimento) entre outras características sexuais secundárias, como o crescimento
da barba.
 Quando o jovem castrato chega à idade adulta, o seu corpo desenvolve-se,
nomeadamente em termos de capacidade pulmonar e força muscular, mas a sua
laringe não. A sua voz adquire assim uma tessitura única, com um poder e uma
flexibilidade muito diferentes, tanto da voz da mulher adulta, como da voz mais
aguda do homem não castrado (contratenor). Por outro lado, a maturidade e a
crescente experiência musical do castrato tornavam a sua voz marcadamente
diferente da de um jovem.
 A prática de castração de jovens cantores (ou castratismo) teve início no século XVI,
tendo surgido devido à necessidade de vozes agudas nos coros das igrejas da Europa
Ocidental, já que a Igreja Católica Romana não aceitava mulheres no coro das igrejas.
No fim da década de 1550, o duque de Ferrara tinha castrati no coro da sua capela.
Está documentada a sua existência no coro da igreja de Munique a partir de 1574 e no


coro da Capela Sistina a partir de 1599. Na bula papal de 1589, o papa Sisto V aprovou
formalmente o recrutamento de castrati para o coro da Igreja de S. Pedro.
 Na ópera, esta prática atingiu o seu auge nos séculos XVII e XVIII. O papel do herói era
muitas vezes escrito para castrati, como por exemplo nas óperas de Handel. Nos dias de
hoje, esses papéis são frequentemente desempenhados por cantoras ou por
contratenores. Todavia, a parte composta para castrati de algumas óperas barrocas é
de execução tão complexa e difícil que é quase impossível cantá-la.
 Muitos rapazes que eram alvo da castração eram crianças órfãs ou abandonadas.
Algumas famílias pobres, incapazes de criar a sua prole numerosa, entregavam um
filho para ser castrado. Em Nápoles, recebiam a sua instrução em conservatórios
pertencentes à Igreja, onde leccionavam músicos de renome. Algumas fontes referem
que muitas barbearias napolitanas tinham à entrada um dístico com a indicação "Qui
si castrano ragazzi" (Aqui castram-se rapazes).
 Em 1870, a prática de castração destinada a este fim foi proibida em Itália, o último
país onde ainda era efectuada. Em 1902, o papa Leão XIII proibiu definitivamente a
utilização de castrati nos coros das igrejas. O último castrato a abandonar o coro da
Capela Sistina foi Alessandro Moreschi, em 1913.
 Na segunda metade do século XVIII, a chegada do verismo na ópera fez com que a
popularidade dos castrati entrasse em declínio. Por alguns anos, ainda existiram desses
cantores na Itália. Com o tempo, porém, esses papéis foram transferidos aos
contratenores e, algumas vezes, às sopranos.

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