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XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO

Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil


João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.

ANÁLISE DAS HABILIDADES E


COMPETÊNCIAS NA FORMAÇÃO DOS
ENGENHEIROS DE PRODUÇÃO SOB O
PONTO DE VISTA DE SEUS DISCENTES
Vitor Silva Miranda (UNIVASF )
vitor_miranda21@hotmail.com
Angelo Antonio Macedo Leite (UNIVASF )
aamleite@bol.com.br
William Wendel Richardson de Souza Junior (UNIVASF )
william-jr100@hotmail.com

Este trabalho busca expor o perfil do aluno do curso de Engenharia de


Produção da UNIVASF, evidenciando a percepção dos mesmos acerca
do planejamento do curso, seus objetivos profissionais e acadêmicos e
suas críticas, para tanto foi aplicaado um questionário fechado para
139 alunos, a partir do terceiro período do curso. Verificou-se que os
alunos possuem o desejo de continuar os estudos em Engenharia de
Produção e que a maioria tem desejo de atuar nas áreas de
Planejamento e Controle da Produção e Gestão Financeira,
possivelmente, por considerar o curso de grande importância para sua
formação profissional e prestígio social. Através de questionários
aplicados, foi possível desenvolver uma comparação do que é esperado
pelo projeto pedagógico do curso e o que é posto em prática, desde a
grade curricular atual até a metodologia avaliativa adotada,
considerando o perfil socioeconômico, estudantil e profissional de
cada estudante. Além disso, com os resultados obtidos é possível inferir
futuras melhorias do curso, tanto no âmbito universitário quanto no
mercado de trabalho. Possibilitando assim um acervo com as opiniões
e dados dos alunos do início, meio e fim do curso, o que gerará um
aparato para os coordenadores e docentes do curso e também para os
futuros discentes possam ter uma visão mais profunda do curso e do
aproveitamento do que é abordado.

Palavras-chave: Engenharia de produção, perfil, planejamento do


curso, capacidades, habilidades.
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1.Introdução

Percebe-se que cada vez mais uma elevação da concorrência financeira internacional e sua
influência no crescimento dos cursos de Engenharia de Produção. Se tornou uma necessidade
para o sucesso das empresas brasileiras investir no estudo e desenvolvimento da Engenharia
de Produção em seus postos de trabalho, com isso a demanda por este profissional tende a
crescer mais e mais no mercado. Nos últimos cinco anos o número de instituições públicas
que oferecem cursos ligados a Engenharia de Produção mais que duplicou (OLIVEIRA,
2010).

O mercado demanda por profissionais e isso faz necessário repensar diretrizes capazes de
orientar e estabelecer as normas e o perfil necessário aos conhecimentos esperados para um
engenheiro de produção, como um engajado perfil de formação científico, tecnológico e
profissional, sendo capaz de conciliar todas as suas competências considerando os valores
sociais, humanos e ambientais, com uma visão integrada em favor da ética e da humanística.

A formação acadêmica do engenheiro de produção, na maioria dos cursos, busca preparar e


dinamizar as competências necessárias, como: os conhecimentos das ferramentas matemáticas
e computacionais, o gerenciamento da produção, o planejamento, o controle, a segurança do
trabalho, a pesquisa operacional, a gestão econômica.

Os conhecimentos denominados como básicos também são indispensáveis a formação do


engenheiro de produção, assim também como o estágio supervisionado que busca dar uma
experiência profissional e muito mais vivenciada que as salas de aulas. São complementos
ainda da formação necessária a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso e as atividades
complementares que colaboram para o profissional diferenciado. Contudo, uma pergunta
torna-se pertinente como tem se dado a preparação dos alunos diante de um projeto político
pedagógico e da concorrência entre as empresas?

O presente estudo está centrado na temática da avaliação, que é vista como um processo
sistemático, contínuo e dinâmico, com o objetivo de reorientar as metodologias educacionais
pois sem a mesma não é possível a melhoria. Nesta vertente, este trabalho visa entender as
competências na formação do Engenheiro de Produção, através do estudo de caso realizado
no curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Vale do São Francisco -
UNIVASF.

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O Projeto Pedagógico do curso de Engenharia de Produção da UNIVASF traz um


direcionamento mais profundo acerca dos objetivos e metas planejados para a formação do
profissional do curso de Engenharia de Produção, com um diferencial regional, valorizando as
vantagens competitivas da região e buscando sanar as dificuldades da mesma.

As buscas por avaliações e renovações constantes do curso estão realmente direcionando a


mudança das matrizes curriculares e do próprio planejamento, a fim de obter uma melhoria
contínua, resultando em um profissional mais capacitado que é formado pela instituição.

O curso de Engenharia de Produção da UNIVASF proporciona ao discente uma visão mais


preparada para o mercado de trabalho, que é fruto de aprofundamento dos docentes em
implantar mais aulas práticas, visitas técnicas e laboratórios interdisciplinares. O discente não
se limita apenas aos conteúdos teóricos, mas sim em suas aplicações, por meio de projetos de
iniciação científica, extensão e empresas júnior, obtendo se assim uma capacitação
diferenciada.

Contudo o PPC relata integralmente a história do curso e expõe o planejamento futuro, com o
intuito de formar profissionais cada vez melhores e mais capacitados assim o processo de
avaliação e correção vem dando resultados, a exemplo tem-se a nova matriz curricular
imposta, que busca o melhor aproveitamento do curso por parte do discente. Assim a região
só tem a ganhar com os novos profissionais formados, uma possibilidade de potencializar a
industrialização da mesma.

Durante o semestre de 2015.2, com o objetivo de qualificar e desenvolver um estudo e análise


das percepções compartilhadas pelos estudantes do cursos de graduação de Engenharia de
Produção da UNIVASF acerca da profissão Engenheiro de Produção e o propósito de estudo
da Engenharia de Produção e suas diretrizes, foi realizado uma pesquisa de opinião com os
alunos.

As várias questões vinculadas à pesquisa vieram trazer a luz a as ideias dos alunos acerca das
áreas do curso e suas respectivas afinidades tanto com uma abrangência acadêmica como
também uma abrangência profissional. Portanto, percebeu-se, muitos aspectos que
determinaram o verdadeiro perfil dos alunos, seus objetivos e suas expectativas acerca da
carreira profissional e a jornada acadêmica em que estão envoltos, como também, sobre sua
inserção no mercado de trabalho.

2.Objetivo

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O objetivo deste trabalho é analisar as habilidades e competências na formação dos


engenheiros de produção sob o ponto de vista dos alunos do curso de Engenharia de Produção
da UNIVASF.

3.Referencial Teórico

3.1. A Engenharia de Produção

Olhando para ao início do conceito da Engenharia de Produção, têm-se a figura do artesão,


que era responsável por desenvolver todas as fases produtivas, desde a concepção de ideias
acerca do produto, até a sua execução final. Todas as funções hoje separadas na indústria
moderna estavam concentradas em uma pessoa só (OLIVEIRA,2010).

Com o desenvolvimento da manufatura na Inglaterra, através da Revolução Industrial,


iniciada no século XVIII, surgiram não só as máquinas, mas também processos de melhoria
organizacional e de operações. Não obstante, quando o homem além de produzir, começou a
se atentar para se organizar, mecanizar, integrar, mensurar e aprimorar a produção, e nesse
instante foi surgindo uma origem da Engenharia de Produção.

“A prática da Engenharia de Produção é suficientemente antiga, com


as primeiras evidências encontradas na Inglaterra na época da
Revolução Industrial.Contudo, o nascimento da Engenharia de
Produção, como é normalmente aceito, se deu nos Estados Unidos, no
período de 1882 a 1912, com o surgimento e desenvolvimento do
chamado “Scientific Management”, obra de um grupo de engenheiros:
F.W. Taylor, Frank e Lillian Gilbreth, H.L. Gantt, H. Emerson, entre
outros” (LEME, 1983).

Conforme Oliveira (2010), a Engenharia de Produção ainda é considerada um curso novo se


comparada às outras engenharias, principalmente, a Engenharia Civil que dispõe de mais de
dois séculos de existência em cursos regulares no Brasil.

3.2. A Engenharia de Produção no Brasil

Escola Politécnica da USP, por meio da criação de disciplinas como uma mescla da teoria
organizacional com as outras engenharias.

Na Década de 50 houve um crescimento da industrialização no país, com a chegada de


multinacionais era preciso uma melhoria nos padrões de produtividade e competitividade da

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indústria nacional, isso criou uma exigência de profissionais para se adequarem a este cenário,
e a Engenharia de Produção se mostrou capaz de responder a essas demandas.

Com o movimento de pioneirismo da USP, a Engenharia de Produção ecoou no Rio de


Janeiro em 1957, onde no curso de pós-graduação em Engenharia Econômica da UFRJ inseriu
em suas disciplinas conteúdos da Engenharia de Produção. Ainda no Rio de Janeiro, em 1967
foi criado o primeiro Programa de Mestrado em Engenharia de Produção do Brasil na PUC-R,
neste ano ainda foi criado o mestrado em Engenharia de Produção da Coope/UFRJ.

A USP também foi pioneira na criação do primeiro curso de graduação de Engenharia de


Produção "plena" do país. Vale salientar, que a Engenharia de Produção era vista até então
como uma vertente da mecânica e da civil.

Por volta de 1990, as regiões Sul e Sudeste já demostravam seu alto grau de industrialização
por meio dos 19 cursos de graduação em Engenharia de Produção existentes em seus estados.
Fora estes, naquela época a Engenharia de Produção estava presente em mais três estados: em
Pernambuco e na Paraíba, por meio de cursos de mestrado da UFPE e UFPB, e como uma das
áreas de ênfase no curso de Engenharia Mecânica da UFMG, em Minas Gerais.

3.3. A Engenharia de Produção na UNIVASF

A questão da pequena ou nenhuma proliferação dos cursos de Engenharia de Produção nas


regiões Norte e Nordeste junto com o fato de não existir qualquer curso de graduação em
Engenharia de Produção em uma extensão de 300 Km da Região do Submédio São Francisco,
são fatores que têm colaborado para aumentar as dificuldades conhecidas do desenvolvimento
industrial nessa área geográfica.

A implantação do Curso de Engenharia de Produção na UNIVASF teve sua importância mais


que confirmada pelos fatos acima expostos. A performance deste tipo de profissional é de
grande importância para acelerar o processo de modernização e melhoria das condições
sociais locais de todo o Vale do São Francisco

Atualmente a Engenharia de Produção é uma das engenharias que mais possui cursos
espalhados pelo país, com a evolução do mundo da produção, hoje em dia o conhecimento se
tornou o ativo mais valioso das empresas, ele influencia diretamente na obtenção de vantagem
competitiva em processos de produção, estratégias de gestão, qualidade e valor dos produtos,
entre outros conhecimentos provenientes das ferramentas da Engenharia de Produção. Com
esse tipo de habilidade e com a base de conhecimentos da engenharia, a Engenharia de

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Produção se torna a melhor opção para as empresas que procuram atender suas necessidades
de mercado, finanças, pessoas, produção e máquinas, aliando isso tudo a um pensamento
integrativo, sistêmico e tecnológico.

4.Metodologia

4.1. Tipo da Pesquisa

Segundo Cervo (2007), esta pesquisa tem perfil descritivo pois procura descobrir, como que
um acontecimento ocorre, e analisar os comportamentos das variáveis do processo, buscando
identificar as nuances do caso em estudo sem modifica-los.

4.1.1. Natureza da pesquisa

De acordo com Ganga (2012), a abordagem quali-quantitativo é utilizada neste trabalho, pois
ela se compõe de forma a utilizar dados obtidos através de questionários para analisar uma
problemática através de análises estatísticas com finalidade de propor um resultado
satisfatório.

Então, os questionários aplicados à amostra em questão, eram constituídos de dados


qualitativos e quantitativos, seguindo assim de acordo com os objetivos da pesquisa na análise
do problema.

4.2. Forma de obtenção de dados

Os dados requeridos para as análises estatísticas foram obtidos por meio a aplicação de
questionários, a população abordada foi restringida aos alunos do curso de Engenharia de
Produção da UNIVASF a partir do 3º período.

4.3. Fases da pesquisa

Nesta seção são expostas as etapas metodológicas que dirigiram o presente trabalho a sua
execução e conclusão final. A primeira etapa da pesquisa conta com a identificação da
problemática em questão, a partir daí foi possível o início da revisão da literatura acerca dos
assuntos inerentes ao trabalho.

Na próxima parte foi desenvolvido um fluxograma com o intuito de guiar as ações que devem
ser praticadas para alcançar os frutos almejados com este estudo de caso.

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Figura 1 – Detalhamento das fases da pesquisa

Construção
Revisão Cálculo da Aplicação dos
dos
bibliográfica Amostra questionários
questionários

Construção do
Tratamento artigo com os
dos dados resultados
obtidos

Fonte: Elaboração própria (2016)

O trabalho deve estar norteado à solução de uma problemática exibida na introdução do


mesmo, encima desta problemática será efetuado levantamentos de dados relevantes para
estudo em questão.

4.4. Cálculo da Amostra

O tamanho da amostra foi definido a partir da população-alvo, sendo assim foram estudados
os estudantes do curso de Engenharia de Produção a partir do 3º período, obtendo-se assim o
tamanho amostral da pesquisa e melhor aplicação dos questionários.

De acordo com Barbetta(2004), se o tamanho da população é conhecida, pode-se fazer a


seguinte correlação para ter o tamanho da amostra com as seguintes fórmulas. Neste estudo
foi considerado um intervalo de confiança desejável de 90%(noventa por cento) e uma
margem de erro mínima de ±10%(dez por cento), para o cálculo utilizou-se :

e (1)

Onde:

N- Tamanho (número de elementos) da população.

n- Tamanho (número de elementos) da amostra.

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no- Uma primeira aproximação para o tamanho da amostra.

Eo- Corresponde ao erro amostral tolerável para a pesquisa.

Portanto, para a aproximação do tamanho da amostra tem-se:

(2)

Assim, para a definição da amostragem aleatória simples referente à população-alvo do estudo


em questão foi projetado o seguinte cálculo:

(3)

5. Resultados e Discussões

No período de dezembro de 2015 até fevereiro de 2016, foi aplicado o questionário do estudo
aos alunos do curso de graduação de Engenharia de Produção da UNIVASF a partir do
terceiro semestre, com participação voluntária de 139 alunos. Na elaboração das perguntas de
cunho qualitativo utilizou-se a Escala Likert.

A estrutura pedagógica do curso se divide em três núcleos: o núcleo de conteúdos básicos, o


núcleo de conteúdos profissionalizantes e o núcleo de conteúdos específicos. Partindo disto,
os resultados obtidos buscam relacionar a distribuição dos conhecimentos visto ao longo do
curso e como eles tem sido repassados aos alunos, relatando assim a eficácia das
metodologias abordadas pelos docentes na visão dos alunos. Ao passo que se estuda a
estrutura pedagógica, chega-se a um tema pertinente ao processo educacional, a discussão
acerca da relação professor-aluno.

Para alguns autores, entre eles, Rogers (1972), a relação professor-aluno é compreendida
como o estabelecimento de um clima que facilita a aprendizagem, a partir da existência de
determinadas qualidades de comportamento do professor, como autenticidade, apreço ao
aluno e empatia.

Na Figura 2, observa-se a opinião dos alunos acerca da influência relação interpessoal com os
professores nos estímulos aos estudos, percebe-se que cerca de 55% dos alunos se mostraram
favoráveis a afirmação dita, isso se faz mais presente ao longo das disciplinas dos ciclos
específico e profissionalizante, visto que durante o ciclo básico a relação entre os professores
e os alunos é um tanto que conturbada, como exemplo disto tem-se uma considerável
quantidade de desavenças e processos contra os professores da área de cálculo e física.

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Algumas das causas deste efeito de desestímulo, por parte dos professores na relação
professor-aluno, pode se dar pela falta de comprometimento de alguns alunos com as
disciplinas, ou até pela elevada carga horária de ensino que alguns professores,
principalmente do ciclo básico, assim o desgaste físico e mental dos profissionais pode
interferir na relação professor-aluno.

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Figura 2 – Relação professor-aluno

Fonte: Elaboração própria (2016)

O professor tem um papel crucial no ato de oferecer livros e bibliografias que proporcionem
um bom aprendizado, assim como também na indicação de artigos, filmes e recursos a serem
pesquisados pelos alunos (LA ROSA, 2001).

Percebe-se na Figura 3, que ainda há um déficit nas bibliografias indicadas pelos professores,
pois cerca de 29% respondeu negativamente e 20% indiferente, muitos dos livros utilizados
ainda são antigos e desatualizados, muitos dos alunos citaram a falta de atualização não só nas
bibliografias, mas nos conteúdos ensinados também.

Pode-se inferir algumas causas a esta problemática de obsolescência das literaturas indicadas
pelos professores, como a falta de solicitação para livros mais atuais na biblioteca do campus
ou até a falta de renovação e reciclagem dos docentes, para procurar técnicas e métodos mais
atuais utilizadas no mercado.

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Figura 3 – Referências bibliográficas indicadas

Fonte: Elaboração própria (2016)

A organização dos estudos contribui para um resultado no desempenho das disciplinas


cursadas, a organização é proveniente da dedicação continuada dos estudos, trazendo bons
frutos assim para os alunos (ROGERS, 1972).

Na Figura 4, percebe-se que uma grande parcela dos entrevistados considerou que o curso
exigiu organização e dedicação constante aos estudos, pelo fato de ser um curso com uma
carga horária relativamente grande e que exige mais do aluno pela característica de mesclar
disciplinas, projetos, núcleo temático e pesquisa.

Figura 4 – Organização e dedicação aos estudos

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Fonte: Elaboração própria (2016)


Algo que também motiva uma busca por maior dedicação aos estudos é a necessidade de
adaptação ao nível de exigência da faculdade, o fato de que muitos dos alunos têm algum
déficit em conteúdos do ensino médio e que isto demanda uma atenção para assimilá-los e
poder partir para as disciplinas do curso.

Segundo Bergamini(1982), a importância do trabalho em equipe se origina de três


necessidades interpessoais: Inclusão, Controle e Afeição e, com a execução e prospecção do
mesmo cria-se a oportunidade das pessoas se associarem a um grupo, onde cada indivíduo irá
passar por diferentes formas de atendimento de suas necessidades.

Observando a figura 5, é visto que muitos discordam do estimulo ao trabalho em equipe por
parte dos professores durante a disciplina, muitos professores ministram suas disciplinas
apenas com provas individuais e deixam de lado a didática e a pedagogia inerente a um ensino
completo. Alguns professores, ainda que em minoria, optam por avaliações através de
seminários, apresentações dos alunos e até elaboração ode artigo científico em grupo, pois
acredita quem estas atividades podem contribuir para o estímulo das relações interpessoais
dos alunos, além de fortalecer as capacidades de comunicação dos mesmos.

Figura 5 – Trabalho em equipe

Fonte: Elaboração própria (2016)

Segundo Da Silveira (2004), para os professores das disciplinas básicas de cursos de ciências
exatas e engenharia, assim como para os das disciplinas profissionalizantes, muitos dos

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problemas dos cursos está na falta de recursos didáticos, enquanto que para os alunos a maior
deficiência dos cursos está na falta de aulas práticas.

Na Figura 6 pode-se observar que a maioria dos entrevistados defende a ideia de que o curso
possui poucas atividades práticas, existe um déficit por atividades que levem o aluno a aplicar
os conhecimentos na prática, como visitas técnicas, aulas em laboratórios, simulações e
dinâmicas, entre outros.

Figura 6 – Atividades Práticas

Fonte: Elaboração própria (2016)

Nota-se que há algumas dificuldades em relação a realização de visitas técnicas na região,


muitas vezes motivadas pela falta de conhecimento sobre o curso, por parte dos gestores das
empresas da região, o déficit no contato com as empresas também é colocado em evidência,
as vezes por motivos estratégicos algumas empresas não permitem visitas as suas instalações
e processos de operações.

A formação de um engenheiro em muitos casos está intimamente ligada a uma forte junção
em ciência básicas e conhecimentos consolidados e atualizados e áreas profissionalizantes
(MAINES, 2001). Ao observar-se a Figura 7, nota-se no caso particular de estudo, que 44%
dos alunos entrevistados acreditam que os conhecimentos propiciados pelo curso são
atualizados, porém essa parcela de conhecimento se concentra no núcleo básico do curso,
visto que muitos dos alunos notam que novas técnicas são demandadas pelo mercado de
trabalho e os conhecimentos ensinados tem que acompanhar essas renovações.

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Figura 7 – Conhecimentos atualizados

Fonte: Elaboração própria (2016)

Assim os 42% que responderam negativamente tem essa visão sobre a falta de renovação de
conhecimentos e técnicas ensinados pelas disciplinas dos núcleos profissionalizante e
específico.

A importância do tema Ética e Responsabilidade Social tem crescido nos últimos tempos, a
ponto de estar incluído entre as características que acabam identificando uma empresa e, com
isso, conferindo-lhe competências, principalmente no tocante a imagem da mesma perante a
sociedade (FURLANETTO, et al. 2006).

A Figura 8 identifica o impacto das disciplinas em relação à ética no exercício profissional, a


maioria dos alunos entrevistados concordaram com a afirmação exposta, resultado
comprovado pela efetividade da implementação das disciplinas de Ética e Responsabilidade
Social e Aspectos Jurídicos para a Engenharia, que buscam moldar a consciência profissional
dos alunos em um âmbito profissional e moral.

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Figura 8 – Desenvolvimento de consciência ética

Fonte: Elaboração própria (2016)

Segundo Meira e Kurcgant(2009), a avaliação geral do curso visa diagnosticar os pontos


críticos do programa de ensino para oportunizar as correções e melhorias necessárias para
uma melhor proposta educativa.

A avaliação de um curso tem que ter um olhar tanto quantitativo, pois deve-se levar em conta
o número de professores e suas titulações, o número de publicações dos mesmos, o
desempenho dos alunos no Enade, a quantidade de projetos de iniciação científicas e
extensões exercidas pelos alunos do curso, além de levar em conta também aspectos
qualitativos como o grau de satisfação dos alunos com as disciplinas e como são
desenvolvidas e a maneira como a administração do curso é conduzida.

Na avaliação geral do curso cerca de 43% dos entrevistados responderam positivamente, é um


curso novo ainda e que está em processo de consolidação e crescimento, mas que tem um
grande potencial, pois conta com um grande número de professores doutores e se localiza em
uma região estratégica que está se desenvolvendo a todo vapor.

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Figura 9 – Avaliação geral do curso

Fonte: Elaboração própria (2016)

6.Considerações Finais

As questões levantadas no presente trabalho puderam ser respondidas a partir das análises dos
dados.

As principais percepções dos discentes em relação as análises das competências na formação


do Engenheiro de Produção estão associados à importância da relação professor-aluno que por
vezes passa despercebida em curso da área de ciências exatas, mas que tem a sua devida
influencia no aprendizado, a influência das disciplinas em relação a organização se tornou
evidente, em função de ser um curso de carga horária relativamente pesada.

Observa-se ainda que, de uma forma geral, que falta um estímulo maior por parte dos
docentes para a realização de mais atividades práticas durante o curso, além da necessidade de
bibliografias mais atuais que venham a gerar conhecimentos mais atualizados e técnicas e
métodos mais utilizados no mercado de trabalho para a área. Portanto, o trabalho atingiu os
objetivos propostos, além de alcançar resultados importantes na percepção do universo
exposto pela visão dos discentes.

Tomando por base o estudo desenvolvido, apresentam-se as seguintes sugestões para novos
trabalhos:

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 Utilizar o Diagrama de Causa e Efeito de Ishikawa para identificar os fatores


agravantes dos critérios utilizados no presente estudo e então propor planos de ação à
Universidade;
 Comparar os resultados do estudo com as avaliações obtidas pela CPA- Comissão
Própria de Avaliação;
 Aplicar o questionário aos alunos egressos, afim de perceber diferenças de percepções
nos alunos que já concluíram o curso.

REFERÊNCIAS

BARBETTA, Pedro Alberto; REIS, Marcelo Menezes; BORNIA, Antonio Cezar. Estatística: para cursos de
engenharia e informática. São Paulo: Atlas, 2004.
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Psicologia aplicada à administração. São Paulo: Atlas, 1982.
DE OLIVEIRA, Vanderlí Fava et al. Um estudo sobre a expansão da formação em engenharia no Brasil. Revista
de Ensino de Engenharia, 2013.
DA SILVEIRA, Paulo Márcio. Reflexões sobre o ensino da engenharia no contexto da evolução tecnológica.
2004.
FURLANETTO, Egidio Luiz; NETO, Henri Geraldo Malzac; NEVES, Cleiber Pereira. Engenharia de Produção
no Brasil: reflexões acerca da atualização dos currículos dos cursos de graduação. Revista Gestão Industrial, v.
2, n. 04, p. 38-50, 2006.
LA ROSA, Jorge. Psicologia e educação: o significado do aprender. Edipucrs, 2001.
LEME, R. A. S. A história da Engenharia de Produção no Brasil. In: Encontro Nacional de Engenharia de
Produção, 3., São Paulo. Anais... São Paulo, 1983.
MAINES, Alexandre. Ensino de Engenharia: tendência de mudanças. In: Congresso Brasileiro de Ensino de
Engenharia. 2001.
MEIRA, Maria Dyrce Dias; KURCGANT, Paulina. Avaliação de curso de graduação segundo egressos. Revista
da Escola de Enfermagem da USP, v. 43, n. 2, p. 481-485, 2009.
MELLO, José André Villas Boas; DE SOUSA, Flaviane Rodrigues. Caminhos formacionais na engenharia de
produção: a formação docente e os resultados do ENADE 2011. Revista Gestão Universitária na América
Latina-GUAL, v. 8, n. 2, p. 199-215, 2015.
ROGERS, C.R. Liberdade para aprender. Belo Horizonte: Interlivros, 1972.

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