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Fisiopatologia
● Hipóxia tecidual → hipovolemia, alteração de Ventilação/Perfusão
● Hipercabia → hipoventilação
● Acidose respiratória (ventilação inadequada e ↓ nível de consciência)
● Acidose metabólica (hipoperfusão dos tecidos - choque)
Objetivos
● Identificar e tratar lesões encontradas no exame primário
● Identificar e tratar lesões encontradas no exame secundário
● Discutir indicações e contraindicações dos procedimentos de ressuscitação no trauma de
tórax
ABCDE do Trauma
A - Vias aéreas com proteção da coluna cervical
B - Respiração
C - Circulação com controle da hemorragia
D - Incapacidade, estado neurológico
E - Exposição/controle do ambiente
2. Pneumotórax hipertensivo
Pulmão colaba e empurra o lado oposto
❖ Clínica
➢ Dispneia importante
➢ Desconforto respiratório
➢ Dor torácica
➢ Taquicardia
➢ Hipotensão
➢ Desvio de traqueia e mediastino
➢ Ausência unilateral de MV
➢ Estase jugular
➢ Cianose (manifestação tardia)
❖ Conduta
➢ Identificação clínica e não radiológica
➢ Exige descompressão imediata
➢ Toracocentese por punção (2º ou 5º
espaço intercostal na LHC)
➢ Drenagem torácica
3. Pneumotórax aberto
❖ Clínica
➢ Orifício com pelo menos ⅔ do diâmetro traqueal
➢ Ferida torácica aspirativa
❖ Conduta
➢ Curativo de 3 pontas:
colocar gase vedando o
orifício em 3 dos 4 lados,
permitindo mecanismo de
válvula (quando o pulmão
expande, o ar é liberado;
mas não deixa o ar entrar na
expiração) → impede que
evolua para pneumotórax hipertensivo
➢ Drenagem torácica
INTRODUÇÃO À MEDICINA DE URGÊNCIA
4. Hemotórax maciço
❖ Clínica
➢ Taquicardia (perda de líquido), dispneia (pulmão parcialmente colabado)
➢ Hipotensão, choque
➢ Percussão maciça (sangramento no espaço pleural) e abolição de MV
❖ Conduta
➢ Drenagem do sangue e reposição de fluidos (5º EIC, dreno no sentido
inferior-superior; coloca dreno d’água)
➢ 1500 ml de drenagem imediata, podendo ter até 200ml/hora por 2-4h
➢ Procurar lesões associadas
➢ Cirurgia
5. Tórax instável
❖ Clínica
➢ Segmento da parede torácica não tem continuidade óssea com o restante da caixa
torácica
➢ Fratura de duas ou mais costelas em 2 ou + lugares
➢ Geralmente o paciente necessita de via aérea definitiva
➢ Associação com outras lesões
❖ Conduta
➢ Fornecer O2 e analgesia
INTRODUÇÃO À MEDICINA DE URGÊNCIA
6. Tamponamento cardíaco
Por lesões penetrantes ou contusas
❖ Clínica
➢ Tríade de Beck
■ Elevação da pressão venosa (estase jugular)
■ Diminuição da pressão arterial
■ Abafamento de bulhas
➢ Atividade elétrica sem pulso
❖ Conduta
➢ Pericardiocentese por punção (agulha em apêndice xifoide
com direcionamento à esquerda e para cima para remover
o sangue)
■ Paciente pode voltar a tamponar, então tem que ser
encaminhado para PS
Toracotomia Ressuscitadora
● Lesão penetrante sem pulso e com atividade elétrica
● Manobras que podem ser realizadas
● Evacuação do sangue pericárdico
● Massagem cardíaca aberta
● Clampeamento da aorta descendente
● Controle direto da hemorragia intratorácica exsanguinante
2. Contusão cardíaca
● Impacto frontal direto, desaceleração
● Desconforto torácico
● Hipotensão
● Arritmias, lesão valvar e muscular
● Pode levar a tamponamento cardíaco
● Monitorizar por 24 horas
● ECG, enzimas, ecocardiograma
3. Pneumotórax simples
● Pode ser oligossintomático
● ↓ MV e hipertimpanismo
● Identificação radiológica
● Indicação de drenagem no trauma
● Observação e aspiração do pneumotórax assintomático (“médico qualificado”)
● Pode transformar em hipertensivo
4. Hemotórax
6. Dissecção da aorta
● Separação da íntima com a adventícia
● Trauma, hipertensão arterial, gestação
● 95% compromete aorta torácica
● RX tórax; RM
● Beta bloqueadores e nitroprussiato de Na
● Cirúrgico
INTRODUÇÃO À MEDICINA DE URGÊNCIA
● Alterações radiológicas
○ Irregularidade diafragmática
○ Desvio mediastinal
○ Sonda nasogástrica no tórax
○ Imagem intestinal ou gástrica no tórax
Raio X de Tórax
No trauma, costumamos ver de dentro pra fora
INTRODUÇÃO À MEDICINA DE URGÊNCIA
Trauma de Abdome
- Também compreende mortes evitáveis nas primeiras horas pós trauma
- Clínica discreta, às vezes não há queixa, principalmente se houver lesão em outra parte do corpo
- O mais importante não é o diagnóstico acurado de um tipo específico de lesão, mas a confirmação
da ausência ou presença de lesão,
Objetivos
● Identificar as principais regiões anatômicas do abdome
● Identificar um doente com risco de lesão abdominal e pélvica (mecanismo do trauma)
● Utilizar os métodos diagnósticos adequados
● Identificar os doentes que necessitam de avaliação cirúrgica e possível laparotomia
● Descrever o tratamento inicial
Regiões do abdome
➔ Abdome superior: diafragma, fígado, baço, estômago, colo transverso
➔ Abdome inferior: intestino delgado, restante do colo
➔ Retroperitônio: aorta, veia cava, pâncreas, rins, ureteres, parte do colo e duodeno
➔ Pelve: reto, bexiga, vasos ilíacos, genitália interna
Trauma de pelve é sempre considerado um trauma grave
INTRODUÇÃO À MEDICINA DE URGÊNCIA
Avaliação
❖ História: mecanismo e cinética do trauma
➢ Fechado (nenhuma lesão perfurante) ou penetrante
➢ FAB (ferimento arma branca) - 30-40% chance de lesão
➢ FAF (ferimento arma de fogo) - 97% chance de lesão
➢ Trauma fechado: desaceleração - lesa vísceras parenquimatosas
➢ Tempo do trauma
➢ Estado inicial da vítima
❖ Exame físico
➢ Inspeção: hematoma, escoriação, solução de continuidade
➢ Ausculta: RHA diminuídos/abolidos tem mais chance de ter lesão (qualquer líquido
que cair na cavidade abdominal interrompe os ruídos normais)
INTRODUÇÃO À MEDICINA DE URGÊNCIA
❖ Coleta sangue
➢ Hb e Ht
➢ Tipagem e prova cruzada
➢ Teste de gravidez
➢ Amilase
➢ Dosagem de álcool e drogas (não permitido sem autorização do paciente)
➢ Urina I
Os 3 primeiros são os mais importantes
❖ Exames radiológicos
➢ ATLS: RX coluna cervical perfil, RX tórax AP e RX pelve AP
➢ RX abdome: pneumoperitônio, fratura de costelas inferiores, coluna lombar, pelve
➢ RX contrastado: uretrografia, cistografia, urografia excretora
INTRODUÇÃO À MEDICINA DE URGÊNCIA
❖ Exames complementares
➢ LPD (lavagem peritoneal diagnóstica)
■ 98% de sensibilidade, exame rápido
■ Contraindicação
● Absoluta: FAF - indicação de laparotomia exploradora
● Relativa: obesidade mórbida, gravidez, cirurgia abdominal prévia,
coagulopatia pré-existente, cirrose avançada
■ Técnica da LPD
■ Critério de positividade
● Saída de sangue à abertura do peritônio
● Saída de sangue no cateter (capilaridade)
● Saída de sangue à drenagem do líquido infundido
● Laboratorial: mais de 100.000 hemácias ou mais de 599 leucócitos/ml
no líquido drenado
■ Vantagens
● Simples execução
INTRODUÇÃO À MEDICINA DE URGÊNCIA
■ Desvantagens
● Super sensibilidade (aumenta a incidência de laparotomia exploradora
não terapêutica)
● Falha na detecção de lesão retroperitoneal e diafragma
● Invasiva
● Dificuldade para detectar lesão de víscera oca
● Não determina o tipo de órgão e lesão
■ Complicações
● Sangramento na incisão (falso +)
● Perfuração intestinal, peritonite secundária
● Laceração da bexiga
● Lesão de vasos maiores ou outros órgãos
● Infecção da incisão
● Menores de 1% (raras)
➢ TC (tomografia computadorizada
■ maior especificidade, requer estabilidade do paciente
➢ USG (FAST)
■ Sensibilidade de 87-92%
■ Especificidade de 97-100%
■ Pode ser feito em todos os paciente
■ Não invasivo
■ Exame rápido
■ Pode ser repetido (fazer controle)
■ Operador dependente
INTRODUÇÃO À MEDICINA DE URGÊNCIA
Paciente politraumatizado
Passagem de sonda vesical veio vazia]
Posteriormente fez RX contrastado - encontrado lesão
na uretra
NÃO FAZER SONDA QUANDO NÃO TIVER
PRÓSTATA PALPÁVEL AO TOQUE
Indicação de laparotomia
❖ Hipotensão com evidência de trauma abdominal
➢ Ferimentos penetrantes
➢ LPD+ em TAF e com instabilidade hemodinâmica
❖ Irritação peritoneal recente ou em evolução
❖ Hipotensão recorrente apesar da reanimação adequada
❖ Pneumoperitônio ao RX simples de abdome/tórax
❖ Lesão diagnosticada no RX contrastado
❖ Lesão visceral evidente do TC
INTRODUÇÃO À MEDICINA DE URGÊNCIA
Fratura de Pelve
Pelve é uma argola, dificilmente fratura um lugar só, por isso é trauma grave