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AS ATRIBUICOES DA (NUPER-)RETORICA: ARGUMENTACAO E PERSUASAO EM CONTEXTO(S) MULTIMIDIATICO(S) Eduardo Chagas Oliveira Universidade Estadual de Feira de Santana echagas@uefs.br RESUMO O presente texto tem como objetivo apresentar algumas reflexdes acerca das feigoes que a retdrica ganhou nos dias atuais. Pretende-se indicar o sentido e os mecanismos que a re- t6rica se utiliza para persuadir os individuos no mundo contemporaneo e os limites da ar- gumentacao nesse contexto. Nao obstante, verifica-se a natureza dos argumentos no Ambito da Nuper-retérica e sugere a existéncia de uma modalidade argumentativa que ex- trapola as fronteiras do verbal, mantendo-se no limite da apresentaco das provas. Assim, oferecendo um resgate histérico de conceitos e entendimentos acerca da retérica em di- ferentes momentos da histéria do pensamento ocidental, procura-se sustentar uma uni- dade central do pensamento retérico em torno da ideia de persuasdo. PALAVRAS-CHAVE Retrica. Persuasdo. Nova Retorica. Nuper-retorica. Multimeios. Introdugao Qualquer veiculo pressupde uma trajetéria, um meio e um fim especifico. Nao obstante, seu ponto de partida deve ser perfeitamente demarcavel, para que se possa aferir 0 deslocamento desde a origem até a chegada. Afinal, veicular im- plica transportar algo de um lugar a outro. Trata-se de um processo de conducdo, passivel de ocorrer nos dominios do puiblico ou do privado. Na esfera das cons- trucdes discursivo-argumentativas, por exemplo, a retérica se apresenta como uma espécie de veiculo cuja trajetéria perfaz o caminho existente entre os inter- locutores, que utilizam diversos meios para alcancar — exclusivamente — a persua- s&0: 0 fim ultimo de qualquer retérica. Durante a antiguidade, o meio era o discurso, e 0 espaco de aplicacao desse discurso era a ekklésia*. O fim do discurso dentro daquele contexto jé era a per- suaso, com 0 objetivo de conquistar a adesdo dos ouvintes a(s) teses do orador ou do perfil ideoldgico que ele representa. Nesse sentido, a forca do vocébulo re- * A ekklésia &, no campo de experiéncia do profano, a assembleia do démos, a assembleia popular, Como em Atenas e também em todos os Estados gregos. A palavra refere-se normalmente, portanto, & assembleia geral de todos os homens livres com direito voto, os cidados plenos de uma pélis. Os membros da ekklésia eram os cidados, porém os cidadaos nunca constituiam a populacdo total de ‘uma pélis grega; possivelmente, no existiu uma tinica cidade-estado em que meramente um quarto dos habitantes gozassem do status de cidadaos (Cf. STEGEMANN; STEGEMANN, 2004, p. 311). 41 ‘bree AS ATRIBUIGOES DA (NUPER-)RETORICA: ARGUMENTACAO E PERSUASAO EM CONTEXTO{S) MULTIMIDIATICO(S) 42| Inbice torica pode ser traduzida pelo préprio efeito persuasivo contido em sua enuncia- 40. Trata-se de um daqueles conceitos que bem sabemos o que significa até que sejamos compelidos a falar acerca dele, tal como sugere Agostinho de Hipona e ratifica Ludwig Wittgenstein, em Investigagées Filosdficas (1952, 1979). Quando se fala de um efeito retérico, pode-se querer dizer muitas coisas. Pode-se, por exemplo, estabelecer um vinculo entre o que se diz e algo enganador, superficial. possivel, igualmente, que se queira mencionar algo de carter eminentemente per- suasivo, capaz de promover uma inquietude no interlocutor ou, quia, mover-Ihe no sentido de agir em conformidade com aquilo que se propée. Essas aplicagdes do verbete esto associadas ao sentido da retérica como uma ferramenta de per- suasdo, um poderoso instrumento de produco de conviccées nos interlocutores. Nesse sentido, o termo se mostra ambiguo e relacionado ao sentido negativo que Ihe fora concedido por Sécrates e Plato. Mas, ha que se falar da existéncia de uma retérica que estd aquém dos sofistas e perpassa a exist€ncia desses, trans- portando os seus ensinamentos eficazes para além do medievo. Podemos falar de uma retérica classica associada a Cérax e Tisias, assim como se mostra possivel tratar de uma retérica que amparou a constru¢ao dos discursos de grandes ora- dores da Grécia Antiga, sobretudo durante o século de Péricles. Hé lugar, igual- mente, para uma discussao especifica acerca da retorica em Aristételes, Cicero ou Quintiliano, Transcendendo aos limites da antiguidade, encontraremos a retérica instrumental integrando o Trivium e o Quadrivium, flertando com a formagao mo- ndstica da Idade Média e culminando em um consorte da composicao textual que Ihe fard restringir-se a estilistica no periodo compreendido entre os séculos XVII e XIX. No universo da Nova retérica, o meio é a argumentagao — em substituico a0 simples discurso, amalgamado a representatividade do orador. O meio se con- solida através os argumentos ~ elaborados e estruturados para serem — proferidos pela oralidade ou pela escrita, com o intuito de converter 0 auditério as teses que se Ihe apresentam ao assentimento. O fim permanece imutavel: a persuaséo. No contexto de uma Nuper-retérica, os multimeios conectam os individuos aos es- pacos — fisicos e virtuais — ampliando os limites e as modalidades de linguagem que se formam e transmutam, fragilizando as fronteiras do(s) conhecimento(s) e tornando os individuos crédulos acerca da validade (imutavel) e da solidez do saber superficial que se oferta nos miltiplos espacos, formando generalistas per- suadidos pela suposta apreensao de saberes que Ihe so ofertados de modo ins- tanténeo. A mediacao do conhecimento (entre o sujeito cognitivo e 0 objeto cognoscente) passa a ser regida pela instabilidade das certezas, fazendo com que esse conhecimento revestido de um imediatismo indesejavel, se apresente tra vestido de verdade(s). Entre os atores do saber, apresentam-se os multimeios, cuja velocidade de transmisséo — e o menor rigor de aferigo — amplia a carga de- sejavel de informacdes despejada sobre os individuos, fazendo-os crer que a ra- RETORICA E COMUNICAGAO MULTIDIMENSIONAL pidez se converte em certeza inequivoca, um traco de indubitavel convic¢do acerca de algo. Essa discussdo parece-nos remeter ao entendimento de que a retérica pode sera mesma, mudando a sua configuracao conforme a aplicagao que o orador Ihe confere. Nesse caso, a retérica ndo perderia o seu caréter instrumental, mas ndo conteria— em sua génese — uma caracteristica que Ihe encarcerasse dentro de cer- | 43 tos limites positives ou negativos. Assim, o sentido polissémico que se Ihe acos- tumaram atribuir, perde consisténcia e cede lugar para um mesmo conceito que ganha sentido na aplicaco técnica ou pragmiatica que se Ihe atribui. Por esse mo- tivo, para que possamos bem delinear o propésito da nossa investigago, convém que facamos (inicialmente) uma breve incursdo aos sentidos de retérica desde a antiguidade. Com isso poderemos identificar os resquicios de cada uma das feigdes da retérica que ainda permanecem subjacentes ao escopo de uma Nuper-retérica. As multiplas faces da Retorica O imaginério coletivo vincula variados entendimentos acerca dos usos da lin- guagem a um conjunto de ideias, que se Ihes mostram irremediavelmente asso- ciadas a contetidos que pertencem & esfera da retérica ou orbitam no seu entorno. Esse é 0 caso exemplar de nogées ou conceitos como oratéria, dialética e eloquén- cia. Tais associagdes nao séo motivadas pelo acaso. Sua adesdo est contida no matiz etimolégico desses conceitos supra, uma vez que so vocébulos cujas raizes pertencem a universos distintos, mas guardam consigo uma proximidade seman- tica, pois esto conectados, essencialmente, a ideia de falar. A esse respeito des- taca Tringali (1988, p. 9): Quando, hoje, se fala em retérica, urge esclarecer de qual retérica se trata, porque ha varias retéricas. A primeira delas, a Retérica por ex- celéncia, a retérica integral, nascida na Grécia e chamada, por con- vengdo, Retérica Antiga, sofreu, no decorrer do tempo, mutilagées sucessivas e, algumas de suas partes, que se tornaram auténomas, pretenderam representar toda a Retérica. Nao obstante, as novas re- t6ricas, surgidas por esse processo, nunca invalidaram as anteriores e, atualmente, convivemos com muitas retdricas, a saber: a Retérica Antiga, a Retérica Classica, a Retérica das figuras, a Retdrica Nova e a Retérica Semistica. Quaisquer que sejam as suas variantes, a natureza da ret6rica se mostra ca- racterizada pelos fins que propicia. Assim, por estar desprovida de natureza auté- noma, que Ihe desvincule do sentido persuasivo, que é 0 seu fim por exceléncia, as retéricas so interpretadas pelo seu mero cardter instrumental. Isso justifica 0 motivo pelo qual prevalece o entendimento de que a retérica consiste na arte da ‘bree AS ATRIBUIGOES DA (NUPER-)RETORICA: ARGUMENTACAO E PERSUASAO EM CONTEXTO{S) MULTIMIDIATICO(S) 44| Inbice persuasdo por meio da linguagem. Além de ser a ideia mais disseminada, essa compreensdo corresponde ao sentido preconizado por Aristételes (2005, p.95- 96), segundo o qual “a retérica parece ter, por assim dizer, a faculdade de descobrir 0s meios de persuasio sobre qualquer questo dada. E por isso afirmamos que, como arte, as suas regras no se aplicam a nenhum género especifico de coisas” Trata-se, portanto, de uma arte do desvelar. Uma competéncia que se desen- volve com o intuito especifico de identificar aquilo que se deve (des-)cobrir ou velar, conforme o contexto, para atingir a finalidade precipua da persuasdo. Seu campo de abrangéncia transcende as especificidades dos campos do saber, motivo pelo qual perpassa os mUltiplos segmentos do conhecimento, fomentando o de- senvolvimento da faculdade de aplicar os mecanismos mais adequados & persua- so do interlocutor. Ao sugerir que compete a retérica identificar tais meios, Aristételes abre um horizonte de abordagem que permite a manutengdo da atua- lidade da retérica. Ainda que a ret6rica tenha ultrapassado os limites da acusacao e da defesa de opiniées, que se mostram mais ou menos favordveis & sustentacao (oral) de um posicionamento — por meio de argumentos produzidos em linguagem natural — manteve-se a singular caracteristica de alinhar-se com o propésito de vencer o interlocutor, persuadindo-o. Permanecendo como a nobre arte de pro- duzir discursos de exceléncia, em quaisquer segmentos do saber, atravessa os tem- pos apropriando-se de novas linguagens e mecanismos persuasivos que sejam capazes de converter o interlocutor ao assentimento das ideias do orador, ou das ideologias que ele representa. Desde as suas origens a retérica oferece um conjunto de elementos capazes de cativar a atenco do ouvinte e modificar a sua tomada de deciso. Esse enten- dimento ganha reforco quando se analisam as observacdes concernentes a reté- rica classica proferidas por Chaim Perelman, o idealizador da Nova Retérica, segundo o qual a Retorica classica, a arte de bem falar, ou seja, a arte de falar (ou es- crever) de modo persuasivo se propunha estudar os meios discursi- vos de aco sobre um auditério, com o intuito de conquistar ou aumentar sua adesio &s teses que se apresentavam ao seu assenti- mento (PERELMAN, 1997, p. 177). Transcendendo os limites da clareza e da (desejavel) objetividade comuns aos argumentos, a retérica enfatiza a necessidade de formulacdo de expressées persuasivas, que se mostrem convincentes. Prevalece, no campo da retérica, a apli- 2 Embora costume-se atribuir ao pensamento aristotélico o sentido original do termo Retérica, deve- se salientar que ha uma antiga lenda que sugere ter 0 nascimento da arte da persuaséo sua origem fundamentada na Sicilia por volta do século V a.C., quando Higron (tirano de Siracusa) cerceou os seus stiditos do direito da fala, despertando, assim, a atenco de Tisias e Corax que, conscientes da imensa importancia da palavra, desenvolveram uma retérica sintagmatica, uma arte discursiva que se ocupava essencialmente das partes do discurso (Cf. OLIVEIRA, 2001, p. 39) RETORICA E COMUNICAGAO MULTIDIMENSIONAL cacao da maxima emergente do senso comum, segundo a qual “a mulher de César no basta ser honesta, hd de parecer honesta”. Esse brocardo se ajusta ao campo das estratégias persuasivas tipicamente retéricas, uma vez que nao basta ser ver- dadeiro, convincente; ha de ser capaz de converter, persuadir. Para além de favo- recer o entendimento, a retérica se ocupa com o entretenimento, com a aco. A retérica seduz pelas afecgdes. Para persuadir, procura afetar o interlocutor. Isso |45 permanece com a retérica desde as bases de sua formagao, entre os antigos. No campo da retérica prevalece o entendimento segundo o qual a forma ideal de discurso consiste naquela que objetiva a eficiéncia, a eficacia, a persuasdo do interlocutor. Observar 0 comportamento e o desempenho do(s) inter- locutor(es) na enunciacao dos discursos ou antever as possibilidades de objecdo a certas ideias, com base no reconhecimento de valores que so admitidos pelos auditérios aos quais se destinam os argumentos, sao procedimentos de suma im- portancia no campo da retérica. Verificar 0 modo como repercute o discurso ou evitar objegdes previsiveis sdo estratégias que favorecem a forca persuasiva dos discursos/argumentos e reforcam a competéncia daquele a quem compete a atri- buicdo de conduzir 0 discurso ou a elaboragao dos argumentos. Nesse contexto em que se edificam os espacos de inser¢ao das figuras retdricas que emerge o as- pecto artistico da argumentacao. As regras da argumentacdo, no campo retérico, objetivam especificamente a persuasao. Ainda que haja uma arbitrariedade na escolha dos pontos de partida, porque nao hd um principio norteador, mas um fim a ser atingido, nao se trata de um barco sem rumo. Existe, igualmente, um percurso. Este, por sua vez, caracte- riza-se pelas estratégias utilizadas para assegurar o assentimento do interlocutor as teses que o orador pretende sustentar. Um elemento constitutivo dessa traje- toria consiste na criatividade, a competéncia criativa, a habilidade criadora, que concede o amdlgama necessério para condensar discursos, valores, formas e con- tetidos voltados a persuasao. Alids, dentre os elementos constitutivos de qualquer retérica, a criatividade merece destaque, pois dela depende boa parte da estrutura de qualquer mecanismo persuasivo. No caso da Retrica, em especial, existe um enlace indissoltivel com o pro- blema da argumentacao. Essa unio se estabelece desde as suas origens, entre os gregos, permanecendo (ainda que veladamente) até o surgimento da vertente belga da Teoria da Argumentagdo, também conhecida como a Nova Retérica. Por esse motivo, uma breve andlise do percurso que se origina na Grécia, por meio da Retérica Antiga, estendendo-se até meados do século passado, com a Nova Retorica de Chaim Perelman, favorece a (re-)descoberta contemporanea dos arti- ficios linguisticos nos processos de comunicagao. Desde a sua origem, a retérica se mostra aderente a intencdo de cativar os espiritos. Por envolver os incautos interlocutores, que se permitem sucumbir diante de uma boa argumentacao, a retorica concentra no ato — e nos modos — de persuadir. Sua metodologia consiste em ressignificar as coisas, para que elas ‘bree AS ATRIBUIGOES DA (NUPER-)RETORICA: ARGUMENTACAO E PERSUASAO EM CONTEXTO{S) MULTIMIDIATICO(S) componham um conjunto sistematico e harménico de ideias, que impulsionam o individuo a mudar de percurso, concedendo assentimento as teses que Ihe so apresentadas. Essa mudanca de percurso coincide com a prépria ideia de adesdio dos espiritos. Desde 0 seu apogeu ~ no século de Péricles — até os dias atuais, a Arte Retérica se vé ameacada pelas deturpagées interpretativas que induzem a 46 percebé-la como uma astuciosa ferramenta de seducao pela forma, em detri- mento absoluto do contetido, capaz de encantar sem precisar despertar o conhe- cimento; e cativar, sem atribuir sentido. Essa perverséo natural que se atribui 8 Retérica, ainda prevalece diante das demais concepgdes que Ihe sao atinentes. Plato, dentre os principais expoentes do pensamento filos6fico, é um dos maiores responsaveis pela md reputacao desse delicado campo do conhecimento. O surgimento, a propagacao e a consolidagdo da atividade desenvolvida por orientadores no campo da retérica fez surgir 0 que se denomina de movimento sofistico®, cuja repercussao e relevancia, dentro do contexto em que emerge, per- mite sustentar que ele se mostra incomparavel. Nesse sentido, “nao ha outro mo- vimento que se possa comparar com a Sofistica quanto & duragdo das suas consequéncias” (LESKY, 1995, p. 317). Ora, se é possivel falar em um movimento sofistico, pode-se dizer que suas bases esto edificadas no pressuposto de que & preciso formar cidadiios aptos para viverem na polis, uma vez que o éxito do indi- viduo, dentro da sociedade democratica ateniense, encontrava-se associado ao. dominio da retérica. Esse entendimento entre os gregos antigos restringiu a retd- rica ao campo da oratéria, convertendo-Ihe em uma espécie de metodologia de desenvolvimento de técnicas e estratégias voltadas 4 eloquéncia. Existe, portanto, nas bases do pensamento retérico, um cardter pragmatico que se desvela por meio da Arte Retérica, que propicia, pela expressdo oral da palavra, a persuasio do interlocutor. Depreende-se desse entendimento embrionario, a concepcao da Retérica como uma arte da persuasao. Esse entendimento —de retérica, enquanto simples ‘arte da persuasio’ — so- freu uma transformacao significativa com a formulacao proposta por Aristételes, que instituiu um conjunto sistematizado de normas e regras que deveriam ser adotadas pelos individuos que objetivavam o sucesso pelo uso correto da lingua- gem. Essa linha de pensamento aristotélica permaneceré até 0 final do século XVI, sendo progressivamente fragilizada até o século XIX, quando sera substituida por uma espécie de estilistica, deixando de ser uma arte de persuasdo por meio da » € razodvel afirmar, na trilha de Sécrates, que os sofistas ndo buscavam o conhecimento como tal, mas sua utilidade, pois pretendiam fazer dos cidadaos atenienses pessoas capazes de atuar ativa e decisivamente na vida publica. Neles a riqueza, khrémata, a utilidade, prdgmata e o ente, dnta, no se dissociavam. (CURADO, 2010, p. 71) “Em 0 Império Retérico, Perelman (1993, p. 26) destaca que o declinio da Retérica no século XVI deve-se ao fato de haver nesse periodo a ascensao do pensamento burgués que se firma no pressu- posto cartesiano do critério da evidéncia. Decorre daf o fato de encontrarmos em condigdo de primazia as referéncias feitas & ‘analitica aristotélica’ em desapreco 4 ‘dialética’, pois os primeiros tratam das coisas evidentes, enquanto esses tltimos tratam das provaveis. Inbice

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