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Este artigo faz uma breve revisão histórica da trajetória, dos desafios e das
tendências no ensino superior de administração e administração pública
no Brasil. Este trabalho mostra-se bastante oportuno atualmente, em fun-
ção de diferentes iniciativas que estão sendo empreendidas pelos acadêmi-
cos e instituições comprometidos com o ensino superior no país. O artigo
apresenta inicialmente a trajetória do ensino superior de administração,
1. Introdução
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grande parte das IES não é de centros geradores, mas sim transmissores de
conhecimento, cuja atividade principal é somente ensino (Bertero, 2007).
Outra iniciativa governamental para tratar da “universalização” do ensi-
no superior é o Programa Universidade Para Todos (Prouni). Criado em 2005,
este programa tende a reduzir o quadro de demanda reprimida, em que atual-
mente apenas 10% dos brasileiros na faixa de 18 a 24 anos estão matriculados
em cursos superiores. A taxa bruta de matrícula no ensino superior no Brasil é
bem menor do que as da Argentina (cerca de 35%) e dos Estados Unidos (cer-
ca de 60%) (Oliveira, 2006b). No seu primeiro ano de implantação, o Prouni
ofereceu 112 mil bolsas em 1.142 IES de todo o país. Além disso, o governo
federal criou recentemente 10 universidades federais e 48 novos campi, de
forma a ampliar significativamente o número de vagas na educação superior.
Essas ações atendem ao Plano Nacional de Educação, que estabeleceu a meta
de 30% da população na faixa de 18 a 24 anos na educação superior até 2011
(Maculan et al., 2006).
Estes são apenas alguns desafios que esta revisão histórica procurou
mostrar diretamente. Mas esta trajetória pode ainda revelar a existência de
inúmeros desafios para o ensino e a pesquisa em AD e AP no Brasil. Discutire-
mos na próxima seção alguns deles, debatidos por outros autores da área: a
“mercantilização” do ensino, a conjugação ensino-pesquisa, a adoção de pers-
pectivas críticas no ensino, além da fragmentação e da estrutura curricular.
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Uma das propostas para que a dinâmica entre professores e estudantes em sala
de aula seja transformada foi apresentada por Mintzberg e Gosling (2003).
Estes autores consideram que superar as fronteiras entre alunos e professores
significa superar as fronteiras entre as funções da administração e entre o pro-
cesso da educação e a prática empresarial.
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devem balancear o uso de diversos métodos, uma vez que isto pode significar
o uso de diferentes teorias mais adequadas para prover reflexões sobre deter-
minadas questões (Szostak, 2005:860). Neste sentido, seria necessária uma
maior exposição dos estudantes a diferentes tipos de análise sobre ética, de
forma a prepará-los para a tomada de decisão com base em conseqüências,
regras e virtudes (Szostak, 2005).
Para Ventriss (1991), qualquer reflexão sobre as transformações no ensi-
no de administração pública e seus conteúdos deve levar em conta alguns
fatores críticos para o desenvolvimento do foco:
6. Considerações finais
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