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e Biológicos
Riscos Físicos – Frio, Umidade e Iluminação
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Riscos Físicos – Frio,
Umidade e Iluminação
Objetivos
• Fornecer o conteúdo teórico básico para entendimento dos agentes físicos frio, umidade
e iluminação;
• Relacionar as exigências normativas;
• Capacitar o aluno para realizar o monitoramento dos agentes físicos frio, umidade
e iluminação;
• Demonstrar medidas de controle para os agentes físicos frio, umidade e iluminação.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Riscos Físicos – Frio, Umidade e Iluminação
Contextualização
Frio e umidade são agentes físicos comumente encontrados nos ambientes de traba-
lho. A exposição ocupacional pode ser inerente às atividades desenvolvidas, por exemplo,
no caso do frio, o trabalho em câmaras resfriadas, ou no caso da umidade, a realização
de atividades de lavação. Ou a exposição ocupacional pode ser resultante dos trabalhos
realizados às condições ambientes de temperatura e umidade (ex.: frio e chuva).
O agente iluminação foi tratado como agente físico até o ano de 1990, quando sua
regulamentação deixou de ser a NR-15 e passou a ser a NR-17. Desde então, o mesmo
recebe a abordagem da ergonomia.
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Frio
Segundo o artigo 253 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), parágrafo único:
Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que
for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa
oficial do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, a 15º (quinze
graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima
zonas a 10º (dez graus). (BRASIL, 2014)
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UNIDADE
Riscos Físicos – Frio, Umidade e Iluminação
Anexo 9 da NR-15
O Anexo 9 da Norma Regulamentadora 15 (NR-15) estabelece os critérios de expo-
sição ocupacional ao frio. O mesmo diz:
As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigo-
ríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que expo-
nham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão con-
sideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no
local de trabalho. (BRASIL, 2014)
Avaliação de frio
A NR-15 não estabelece limites de tolerância para a exposição ao frio, no entanto, tal
omissão não leva ao entendimento de que o trabalho em condições de baixa temperatu-
ra, independentemente de outras avaliações, é caracterizado como atividade insalubre.
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No que diz respeito ao tempo de exposição, o artigo 253 da CLT diz:
Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigorífi-
cas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou
normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta)
minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vin-
te) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho
efetivo. (BRASIL, 2014)
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UNIDADE
Riscos Físicos – Frio, Umidade e Iluminação
Com relação aos EPI, os equipamentos devem garantir a estabilidade térmica do tra-
balhador, possibilitando a realização do trabalho sem interferir nas habilidades motoras
e assim evitando possíveis acidentes (SUSIN, 2015). Ainda, a NR-6 indica os seguintes
equipamentos contra riscos de origem térmica (Figura 2):
• capuz para proteção do crânio e pescoço;
• macacão para proteção do corpo inteiro;
• vestimentas para proteção do tronco;
• calça e perneira para proteção dos membros inferiores;
• meia e sapato para proteção dos pés;
• luvas para proteção das mãos (BRASIL, 2014).
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requisitos obrigatórios para cada tipo de EPI térmico de proteção ao agente estressante
(SUSIN, 2015). Diz a Portaria SIT nº 121/2009:
a) os EPIs devem ser concebidos e fabricados de forma a propiciar
dentro das condições normais das atividades o nível mais alto possível
de proteção;
g) os EPIs devem ser tão leves quanto possível, sem prejuízo de sua
eficiência, e resistentes às condições ambientais previsíveis;
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UNIDADE
Riscos Físicos – Frio, Umidade e Iluminação
Ambiente Frio
Medir:
Temperatura do ar
Temperatura radiante
Umidade relativa
Velocidade do ar
Medir ou estimar:
Isolamento térmico do EPI
Metabolismo de acada atividade
Calcular IREQ,
comparar com lcl, e
calcular DLE
Icl,r < IREQmin IREQmin < Icl,r < IREQneutro Icl,r > IREQneutro
EPI com isolamento EPI fornece o isolamento EPI fornece o isolamento necessário
insuficiente necessário com risco superaquecido
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Umidade
O trabalho em contato com a umidade é caracterizado como aquele que envolve a
imersão frequente das mãos em água, a lavagem frequente ou intensa das mãos ou o
uso frequente de luvas impermeáveis (ZANI; LAZZARINI; SILVA-JUNIOR, 2017). Con-
templa também a exposição de outras partes do corpo, geralmente em atividades que
envolvem grandes volumes de água.
Anexo 10 da NR-15
O Anexo 10 da Norma Regulamentadora 15 (NR-15) estabelece os critérios de expo-
sição ocupacional à umidade. O mesmo diz:
As atividades ou operações executadas em locais alagados ou enchar-
cados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde
dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em decorrência de
laudo de inspeção realizada no local de trabalho. (BRASIL, 2014)
Avaliação de umidade
O critério de avaliação do agente físico umidade é subjetivo, e envolve três aspec-
tos principais:
1. Se a atividade exercida envolve um volume de água suficientemente capaz de
molhar o trabalhador exposto;
2. Se o tempo de exposição do trabalhador é suficiente para a ocorrência da do-
ença ocupacional;
3. Se o tipo de proteção usada é capaz de eliminar o risco.
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UNIDADE
Riscos Físicos – Frio, Umidade e Iluminação
Iluminação
A iluminação foi tratada como agente físico no Anexo 4 da NR-15 até 1990, quando
referido anexo foi revogado pela Portaria MTPS 3.751/90. A partir de então, a ilumi-
nação passou a ser tratada no campo da ergonomia, estando regulamentada na NR-17
(BRASIL, 2014).
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transportados ao olho humano, geram informações do meio externo,
permitindo que o cérebro possa analisá-las e interpretá-las, provocan-
do distinções de cor, forma, tamanho e posição dos objetos por meio
da percepção visual. (SILVA, 2016 apud VARGAS, 2009)
Ante essas considerações, sistemas de iluminação bem projetados nos ambientes de tra-
balho são fundamentais para tornar o ambiente mais seguro e menos estressante, conse-
quentemente fazendo os indivíduos se sentirem mais confortáveis. Uma iluminação inade-
quada no ambiente profissional pode prejudicar a saúde física e psicológica do funcionário,
além de afetar seu rendimento e podendo provocar um acidente de trabalho (SILVA, 2016).
NR-17
A NR-17, em seu item 17.5, trata das condições ambientais de trabalho. No que se
refere à iluminação, a NR-17 diz:
17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequa-
da, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza
da atividade.
Avaliação de iluminação
A Norma de Higiene Ocupacional 11 (NHO 11) trata da avaliação dos níveis de
iluminação em ambientes internos de trabalho. O critério de avaliação adotado é a me-
dição ponto a ponto nas diferentes tarefas e a comparação dos valores obtidos com os
valores mínimos exigidos listados no Quadro 1. A unidade de iluminância é o lux. Ainda,
admite-se uma tolerância de 10% abaixo dos valores indicados no respectivo quadro.
Caso uma tarefa específica não esteja apresentada no Quadro 1, o valor de iluminância
mínimo exigido deverá ser obtido por associação com tarefa similar do mesmo quadro.
Quanto ao ambiente de trabalho, o mesmo deve ser iluminado o mais uniformemente
possível (BRASIL, 2018).
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Riscos Físicos – Frio, Umidade e Iluminação
Quadro 1 – Níveis mínimos de iluminamento E (lux) em função do tipo de ambiente, tarefa ou atividade
Tipo de ambiente,
E (lux) IRC/Ra* Observações
tarefa ou atividade
1. Áreas gerais da edificação
Saguão de entrada 100 60
Sala de espera 200 80
Nas entradas e saídas, estabelecer uma zona de transição
Área de circulação e corredor 100 40
para evitar mudanças bruscas.
Escada, escada rolante e esteira rolante 150 40
Rampa de carregamento 150 40
Refeitório e cantina 200 80
Sala de descanso 100 80
Sala para exercícios físicos 300 80
Vestiário, banheiro e toalete 200 80
Enfermeira 500 80
Sala para atendimento médico 500 90 Tcp mínimo de 4.000K
Fonte: BRASIL, 2018
As medições devem ser realizadas no ambiente interno sob as condições mais des-
favoráveis. Os avaliadores devem evitar usar roupas claras e se posicionarem de modo
a não causarem sombras e reflexões sobre a fotocélula. Quando existirem atividades
noturnas no ambiente analisado, as medições deverão ser realizadas nesse período
(BRASIL, 2018).
A medição deve ocorrer dentro das condições habituais de iluminação, sendo que se
deve aguardar a estabilização do medidor conforme orientações do fabricante. A leitura
deve ser realizada no plano da tarefa visual ou, quando ele não for definido, a 0,75 m
do piso. O plano da tarefa visual pode ser horizontal, vertical ou inclinado e a fotocélula
deve ser posicionada nesse plano. A medição na área da tarefa deve ser realizada pon-
to a ponto (Figuras 5 e 6), levando-se em consideração a região onde a tarefa visual é
efetivamente executada. Deve-se elaborar relatório técnico com as condições nas quais
a avaliação foi realizada (BRASIL, 2018).
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P1 P2
P3 P4
Figura 5 – Pontos de medição para ambiente de trabalho de área retangular com luminária central
Fonte: Adaptado de BRASIL, 2018
p1 q1 q2 q3
q4 q5 q6 p2
Q.N P
I (Eq. 2)
N 1
A NHO 11 traz outros exemplos de avaliação no Anexo 1 (BRASIL, 2018).
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UNIDADE
Riscos Físicos – Frio, Umidade e Iluminação
Medidas de controle
Detectada condição de iluminação inadequada, a mesma deve ser corrigida. Após
a correção, deve ser realizada manutenção preventiva e corretiva do sistema, consi-
derando aspectos como limpeza, substituição de lâmpadas e de outros componentes.
A periodicidade de manutenção depende das características do sistema e da atividade
desenvolvida, da sujidade e de outros aspectos do ambiente de trabalho (BRASIL, 2018).
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Segurança do trabalho em câmaras frias
https://youtu.be/6-VTRUCljyg
Leitura
Norma de Higiene Ocupacional – Procedimento Técnico – Avaliação dos níveis de iluminamento
em ambientes internos de trabalho – NHO 11
http://bit.ly/2wt2I7I
Dermatoses ocupacionais
http://bit.ly/2wpMX1B
Riscos e cuidados no trabalho em ambientes frios
http://bit.ly/2wrHGGR
Exposição ocupacional em ambientes frios: avaliação e aplicação da metodologia do IREQ
http://bit.ly/2wzAckR
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Riscos Físicos – Frio, Umidade e Iluminação
Referências
BRASIL. Leis e Decretos. Segurança e medicina do trabalho. 73. ed. São Paulo:
Atlas, 2014.
BRASIL. Norma de Higiene Ocupacional – Procedimento Técnico – Avaliação dos
níveis de iluminamento em ambientes internos de trabalho – NHO 11. São Paulo: Fun-
dacentro, 2018. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-
-de-higiene-ocupacional/publicacao/detalhe/2018/8/nho-11-avaliacao-dos-niveis-de-
-iluminamento-em-ambientes-internos-de-trabalho>. Acesso em: 16 Fev. 2019.
BRASIL. Portaria SIT 121/2009. Disponível em: <http://www.normaslegais.com.
br/legislacao/portaria121_2009.htm>. Acesso em: 16 Fev. 2019.
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lógicos, químicos e físicos. 6.ed. São Paulo: Senac, 2011. 452 p.
CELSO. Segurança e Higiene do Trabalho / Celso Augusto Rossete, organizador.
São Paulo: Person Education do Brasil, 2014. (e-book)
EDITORA SABERES. Saúde e segurança do trabalho (livro eletrônico). São Paulo,
2014. (e-book)
IBGE. Mapa Brasil Climas. 1978. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/
visualizacao/mapas/GEBIS%20-%20RJ/map6113.jpg>. Acesso em: 16 Fev. 2019.
KAUSBEN. Equipamentos de proteção individual. Disponível em: <http://kausben.
blogspot.com/2014/12/equipamento-de-protecao-individual-epis.html>. Acesso em:
16 Fev. 2019.
MAICOL. EPI de fabricação própria. Disponível em: <http://maicol.com.br/fabrica-
cao-propria/EPI>. Acesso em: 16 Fev. 2019.
MELO JUNIOR, A. da S. Higiene e segurança do trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier,
Campus, 2011.
SALIBA, T. M. Manual prático de higiene ocupacional e PPRA: avaliação e con-
trole dos riscos ambientais. 4. ed. São Paulo: LTr, 2018.
SILVA, L. M. M. Iluminação no ambiente de trabalho visando o conforto ambien-
tal. IPOG: 2016. Disponível em: <https://www.ipog.edu.br/download-arquivo-site.
sp?arquivo=luisa-maia-miglio...pdf>. Acesso em: 16 Fev. 2019.
STELLMAN, J. M.; DAUM, S. M. Trabalho e saúde na indústria: riscos físicos e
químicos e prevenção de acidentes. São Paulo: EPU, 1975.
SUSIN, R.C. Exposição ocupacional em ambientes frios: avaliação e aplicação da
metodologia do IREQ. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/
bitstream/1/5661/1/PB_DAMEC_2015_2_8.pdf>. Acesso em: 16 Fev. 2019.
ZANI, M. L. C.; LAZZARINI, R.; SILVA-JUNIOR, J. S. Pés de imersão em água
morna entre trabalhadores de lavagem de automóveis. Disponível em: <http://www.
rbmt.org.br/details/251/pt-BR/pes-de-imersao-em-agua-morna-entre-trabalhadores-
de-lavagem-de-automoveis>. Acesso em: 16 Fev. 2019.
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