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Fausto Simões
arquitecologia.org
A Casa Solar Passiva de Vale Rosal (CSPVR) incorpora três sistemas solar-passivos (SSP).
O ganho directo e as duas principais modalidades de ganho indirecto: a estufa e a parede trombe
não ventilada (PTnv) em três linhas de aberturas solares correspondentes a três graus de privacidade
(Fausto Simões, 1988).
As três linhas de aberturas solares segundo os três graus de privacidade da Casa Solar Passiva de Vale Rosal
Conjugação da parede trombe com a fuga da lareira na Casa Solar Passiva de Vale Rosal (Gonçalves, 1997)
A protecção solar da parede trombe combina a fiada de colectores solares para AQS com um toldo
de projectar motorizado, recolhido ao abrigo dos colectores na estação fria e aberto no resto do ano.
Comportamento térmico da parede trombe
As temperaturas do quarto que não tem nenhuma fonte da aquecimento auxiliar, são relativamente
baixas para os padrões de conforto mecânico. Mas não tanto segundo os padrões do conforto
adaptativo.
Folha de registo do termo-higrógrafo instalado no quarto da parede trombe no período de 9 a 15 de Janeiro de 1988
Dados da experiência do Casal do Cónego (Simões, 1984)
Por outro lado, experiência anterior levada a cabo na Casa Solar Passiva de Casal do Cónego
(CSPCC) levou a admitir que o efeito mais significativo da parede trombe (PTnv) no conforto se
deve ao efeito radiativo de uma grande superfície com temperaturas nocturnas superiores à
temperatura do ar interior. No Caso da CSPVR este efeito é acentuado pelos ganhos recebidos da
lareira através da fuga, dado que as maiores temperaturas superficiais da parede se registam nas
imediações da fuga durante a noite, depois do funcionamento diário da lareira no inverno.
O efeito radiativo da PTnv transparece nos andamento das temperaturas do ar e das superfícies
registadas na seguinte monitorização da CSPCC durante um dia:
Esta monitorização visava comparar o andamento das temperaturas nas superfícies da parede
trombe (PTnv) e da massa térmica de um tecto do recanto à lareira, em que as pessoas permanecem
reclinadas, bem como e para referência, num espaço não aquecido e sem ganhos solares, a casa de
banho. A PTnv do quarto e o tecto do recanto da lareira vão assinalados nos dois cortes seguintes
No caso da CSPCC a parede trombe (PTnv) foi construída com tijolo burro a uma vez, a superfície
exterior foi pintada com tinta água de cor preta (“flat-black”) e o envidraçado é materializado em
vidro duplo, protegido por estores exteriores e uma latada.
Em complemento destes cortes, as seguintes vistas da Casa Solar Passiva do Casal do Cónego
visam dar a entender melhor a integração estética e prática da parede trombe no edifício em geral e
na abertura solar em particular, bem como fazer a comparação com a correspondente incorporação
da parede trombe na Casa Solar Passiva de Vale Rosal
Conclusão
A incorporação da parede trombe em particular e dos sistemas solares passivos em geral, nos
pequenos edifícios de habitação, visando o conforto térmico dos utilizadores face ás condições de
radiação e clima prevalecentes na maior parte do território português, requer uma íntima ligação
entre a arquitectura e a termofísica. Foi abordada neste trabalho a conjugação de aspectos práticos e
estéticos que se julga merecer uma atenção que não tem tido por parte dos arquitectos portugueses.
Bibliografia
-Simões, F. (1988). Vale Rosal Passive Solar House – An Experience in Process. Proceedings of
the 6º International PLEA Conference. Porto
-Gonçalves, Helder e all (1997). Edifícios Solares Passivos em Portugal. INETI, Lisboa
-Simões, F. (1986). Vale Rosal Passive Solar House - Project and Construction. International
Symposium of Passive Solar Technics for Energy Conservation in Buildings. LNEC, Lisboa
-Simões, F. (1984). Casal do Cónego – uma Casa Solar Passiva – Previsões e Resultados. 1.as
Jornadas de Física e Tecnologia dos Edifícios. IST, Lisboa