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Introdução à Análise

Elias Kemper Filho

Janeiro, 2021
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Lista 2

Questão 1.

a) Sejam 𝐶 ⊂ 𝑀 , um conjunto compacto e 𝐹 ⊂ 𝐶 um conjunto fechado em 𝑀 . Como 𝐹


é fechado em 𝑀 , temos que 𝑀 ∖ 𝐹 é aberto em 𝑀 . Desse modo, tomando uma cobertura
aberta de 𝐹 , 𝐷 = {𝐷𝜆 }𝜆∈Λ , temos que a união dos abertos de 𝐷 e 𝑀 ∖ 𝐹 , formam uma
cobertura aberta de 𝐶. Como 𝐶 é um conjunto compacto, podemos extrair uma subco-
bertura finita, {𝐷𝜆1 , 𝐷𝜆2 , · · · , 𝐷𝜆𝑘 , 𝑀 ∖ 𝐹 }, que, consequentemente, cobre o conjunto 𝐹 .
Uma vez que (𝑀 ∖ 𝐹 ) ∩ 𝐹 = ∅, temos que {𝐷𝜆1 , 𝐷𝜆2 , · · · , 𝐷𝜆𝑘 } é uma subcobertura finita
de 𝐹 . E, assim, concluímos que 𝐹 é um conjunto compacto.

b) Primeiro mostremos que 𝐹 compacto é fechado, assim seja 𝑥 ∈ 𝑀 ∖ 𝐹 . Devemos


obter um aberto 𝐴 tal que 𝑥 ∈ 𝐴 e 𝐴 ∩ 𝐹 = ∅. Ora, pela definição de espaço de
Hausdorff, para cada 𝑦 ∈ 𝐹 existem aberto 𝐴𝑦 contendo 𝑥 e 𝐵𝑦 contendo 𝑦, tais que
𝐴𝑦 ∩ 𝐵𝑦 = ∅. Obtém-se deste modo uma cobertura aberta 𝐹 ⊂ ∪𝑦∈𝐹 𝐵𝑦 , da qual se pode
extrair uma subcobertura finita 𝐹 ⊂ 𝐵𝑦1 ∪ · · · ∪ 𝐵𝑦𝑛 . Correspondentemente, definimos
𝐴 = 𝐴𝑦1 ∩ · · · ∩ 𝐴𝑦𝑛 . Vê-se que 𝐴 é aberto contendo 𝑥 e nenhum ponto de 𝐴 deve está
em 𝐹 . Agora, seja 𝐾𝑖 compacto e tome 𝐾 = ∩𝑖∈𝐼 𝐾𝑖 , claramente este conjunto é fechado
pelo que foi provado acima. Em particular, fixando 𝐾𝑖 , 𝐾 é fechado em 𝐾𝑖 , como 𝐾𝑖 é
compacto, segue pelo item a) que 𝐾 é compacto

c) Seja {𝐾𝑛 }𝑛∈𝐼𝑛 uma coleção de conjuntos compactos, para cada 𝑛 ∈ 𝐼𝑛 = {𝑛 ∈ N :


𝑛 ≤ 𝑛0 } temos que 𝐾𝑛 admite uma subcobertura finita de uma uma cobertura aberta
arbitrária de 𝐾𝑛 , isto é, 𝐾𝑛 ⊂ 𝐴1 ∪ · · · ∪ 𝐴𝑚 , em que 𝐴𝑖 é um aberto de uma coleção 𝐴
de abertos, chamemos de 𝒦𝑛 a subcobertura finita correspondente de 𝐾𝑛 . Assim, tome
⋃︀𝑛0 ⋃︀𝑛0 ⋃︀𝑛0 ⋃︀𝑛0
𝑖=1 𝐾𝑖 , temos que 𝐾𝑖 ⊂ 𝑖=1 𝒦𝑖 para cada 𝑛 ∈ 𝐼𝑛 , ou seja, 𝑖=1 𝐾𝑖 ⊂ 𝑖=1 𝒦𝑖 , clara-
⋃︀𝑛0
mente 𝑖=1 𝒦𝑖 é uma subcobertura finita pois 𝐼𝑛 é finito, como os 𝐾𝑖 são arbitrários e
consequentemente a união deles também é, temos que a união finita de conjuntos compac-
tos é compacto. Agora, para verificar que nem sempre a união arbitrária de compactos é
compacto, basta verificar o seguinte caso: considere o espaço métrico (R, | · |) e os interva-
los fechados [−𝑛, 𝑛], em que 𝑛 ∈ N, sabe-se que intervalos fechados são compactos em R,
⋃︀
entretanto tomando 𝑛∈N [−𝑛, 𝑛] temos que essa união é igual ao R, que não é limitado,
que por conseguinte não é compacto.
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Questão 2.

Assuma que 𝐹 seja fechado. Assim, 𝐹 contém todos os pontos de acumulação de 𝐹 ,


isto é, 𝐹 ′ ⊆ 𝐹 , supondo que uma sequência (𝑥𝑛 ) de elementos de 𝐹 convirja, então, supo-
nha que 𝑥𝑛 → 𝑥. Dada uma vizinhança 𝑉 que contém 𝑥, 𝑥𝑛 ∈ 𝑉 para 𝑛 suficientemente
grande, isto significa dizer que 𝑥 é ponto de acumulação de 𝐹 , e portanto 𝑥 ∈ 𝐹 . Agora,
suponha que (𝑥𝑛 ) seja uma sequência de elementos de 𝐹 tal que 𝑥𝑛 → 𝑥, para algum
𝑥 ∈ 𝐹 , isto significa que dado 𝜀 > 0, temos que 𝑑(𝑥𝑛 , 𝑥) < 𝜀, ou equivalente 𝑥𝑛 ∈ 𝐵𝜀𝑑 (𝑥)
para 𝑛 suficientemente grande. Como 𝑥 ∈ 𝐹 e 𝑥 é ponto de acumulação, temos que
𝐹 ⊇ 𝐹 ′ , isto é, 𝐹 é fechado.

Para mostrar que (⇐) não vale geralmente para (𝑋, 𝜏 ) qualquer, seja 𝑋 = R e 𝜏 a
topologia cofinita, tome [0, 1] ⊂ R, nessa topologia temos que [0, 1] não é fechado já que
[0, 1] = R. Bastaria tomar uma sequência constante tal que 𝑥𝑛 = 1/3, obviamente (𝑥𝑛 ) é
convergente e está em [0, 1].

Questão 3.

‖·‖
Seja 𝑥, 𝑦 ∈ 𝐵𝜀 (𝑤), então ‖𝑥 − 𝑤‖ < 𝜀 e ‖𝑦 − 𝑤‖ < 𝜀, daí ‖𝜆𝑥 + (1 − 𝜆)𝑦 − 𝑤‖ =
‖𝜆𝑥+(1−𝜆)𝑦−𝑤+𝜆𝑤−𝜆𝑤‖ = ‖𝜆(𝑥−𝑤)+(1−𝜆)(𝑦−𝑤)‖ ≤ ‖𝜆(𝑥−𝑤)‖+‖(1−𝜆)(𝑦−𝑤)‖ =
‖·‖
𝜆‖𝑥 − 𝑤‖ + (1 − 𝜆)‖𝑦 − 𝑤‖ < 𝜆𝜀 + (1 − 𝜆)𝜀 = 𝜀, isto é, 𝜆𝑥 + (1 − 𝜆)𝑦 ∈ 𝐵𝜀 (𝑤). A
demonstração é análogo para bola fechada, basta trocar < por ≤.

Seja (𝑥1 , 𝑦1 ), (𝑥2 , 𝑦2 ) ∈ 𝑋, temos que 𝑥21 ≤ 𝑦1 e 𝑥22 ≤ 𝑦2 ⇒ 𝑡𝑥21 ≤ 𝑡𝑦1 e 𝑡𝑥22 ≤ 𝑡𝑦2 ⇒
𝑡(𝑥22 − 𝑥21 ) ≤ 𝑡(𝑦2 − 𝑦1 ). Assim, (𝑥1 + 𝑡(𝑥2 − 𝑥1 ))2 = 𝑥21 + 2𝑡𝑥1 (𝑥2 − 𝑥1 ) + 𝑡2 (𝑥2 −
𝑥1 )2 ≤ 𝑥21 + 2𝑡𝑥1 (𝑥2 − 𝑥1 ) + 𝑡(𝑥2 − 𝑥1 )2 = 𝑥21 + 𝑡(𝑥22 − 𝑥21 ) ≤ 𝑦1 + 𝑡(𝑦2 − 𝑦1 ), ou seja,
(𝜆𝑥1 + 𝑡(𝑥2 − 𝑥1 ), 𝑦1 + 𝑡(𝑦2 − 𝑦1 )) ∈ 𝑋

Questão 4.

a) Sabe-se que (𝑈1 × 𝑉1 ) ∩ (𝑈2 × 𝑉2 ) = (𝑈1 ∩ 𝑈2 ) × (𝑉1 ∩ 𝑉2 ) e que (𝑈1 × 𝑉1 ) ∪ (𝑈2 × 𝑉2 ) =


(𝑈1 ∪ 𝑈2 ) × (𝑉1 ∪ 𝑉2 ), portanto, temos que vale o seguinte:
1. (𝑋, 𝑌 ) ∈ 𝒫, como ∅ × 𝑉 = 𝑈 × ∅ = ∅, para 𝑈 ∈ 𝜏 e 𝑉 ∈ 𝜂, tem-se que ∅ ∈ 𝒫.
4
⋃︀ ⋃︀ ⋃︀ ⋃︀
2. Como 𝑖 𝑈𝑖 ∈ 𝜏 e
𝑉𝑗 ∈ 𝜂, temos que ( 𝑖 𝑈𝑖 ) × ( 𝑗 𝑉𝑗 ) ∈ 𝒫.
𝑗
⋂︀ ⋂︀ ⋂︀ ⋂︀
3. Como 𝑖∈𝐼 𝑈𝑖 ∈ 𝜏 e 𝑗∈𝐽 𝑉𝑗 ∈ 𝜂, com 𝐼, 𝐽 finitos, temos que ( 𝑗∈𝐼 𝑈𝑖 )×( 𝑗∈𝐽 𝑉𝑗 ) ∈ 𝒫.
Assim, 𝒫 é uma topologia em 𝑋 × 𝑌 .

b) Na demonstração, estou assumindo 𝑛𝐴×𝐵 = max{𝑛𝐴 , 𝑛𝐵 }. (𝑥𝑛 , 𝑦𝑛 ) → (𝑥0 , 𝑦0 ) ⇔


para todo 𝐴 × 𝐵 ∋ (𝑥0 , 𝑦0 ), 𝐴 × 𝐵 ∈ 𝒫, existe 𝑛𝐴×𝐵 ∈ N tal que (𝑥𝑛 , 𝑦𝑛 ) ∈ 𝐴 × 𝐵, para
𝑛 ≥ 𝑛𝐴×𝐵 ⇔ para todo 𝐴 ∋ 𝑥0 , 𝐴 ∈ 𝜏 , existe 𝑛𝐴 ∈ N tal que 𝑥𝑛 ∈ 𝐴, para 𝑛 ≥ 𝑛𝐴 ∧ para
todo 𝐵 ∋ 𝑦0 , 𝐵 ∈ 𝜂, existe 𝑛𝐵 ∈ N tal que 𝑦𝑛 ∈ 𝐵, para 𝑛 ≥ 𝑛𝐵 ⇔ 𝑥𝑛 → 𝑥0 e 𝑦𝑛 → 𝑦0 .

Questão 5.

Suponha 𝑑(𝑥0 , 𝑋) = 0. Assim, para qualquer 𝜀 > 0 temos que existe 𝑥 ∈ 𝑋 tal que
𝑑(𝑥0 , 𝑋) ≤ 𝑑(𝑥0 , 𝑥) < 𝑑(𝑥0 , 𝑋) + 𝜀. Daí, 0 ≤ 𝑑(𝑥0 , 𝑥) < 𝜀, isto é, 𝑥0 é ponto aderente
de 𝑋 e portanto 𝑥0 ∈ 𝑋. Agora, suponha que 𝑥0 ∈ 𝑋. Assim, se 𝑥0 ∈ 𝑋 é trivial o
resultado pois 𝑑(𝑥0 , 𝑥0 ) = 𝑑(𝑥0 , 𝑋) = 0, suponha que 𝑥0 ∈ 𝑋 ′ (se 𝑋 ′ ̸= ∅), então dado
𝜀 > 0 a 𝐵𝜀𝑑 (𝑥0 ) contém pontos de 𝑋, ou seja, 𝑑(𝑥0 , 𝑥) < 𝜀, Consequentemente temos que
inf 𝑥 𝑑(𝑥0 , 𝑥) ≤ 𝑑(𝑥0 , 𝑥) < 𝜀 ⇒ 𝑑(𝑥0 , 𝑋) < 𝜀, logo 𝑑(𝑥0 , 𝑋) = 0. Poderíamos escrever
diferente: Dado 𝜀, com 0 < 𝜀, existe 𝑑(𝑥0 , 𝑥) tal que 𝑑(𝑥0 , 𝑥) < 𝜀 (2’. definição de ínfimo)
e neste caso teríamos 0 como ínfimo.

Questão 6.

a) Os pontos de 𝑍 são os pontos de 𝑍 mais os pontos 𝑥 ∈


/ 𝑍 tais que toda vizinhança de
𝑥 contém algum 𝑧 ∈ 𝑍 (necessariamente distinto de 𝑥 pois 𝑥 ∈
/ 𝑍). Estes pontos perten-
cem a 𝑍 ′ . Logo 𝑍 ⊂ 𝑍 ∪𝑍 ′ . Por outro lado, é claro que 𝑍 ⊂ 𝑍 e 𝑍 ′ ⊂ 𝑍, donde 𝑍 ∪𝑍 ′ ⊂ 𝑍.

b) Se 𝑧0 é isolado, então existe uma vizinhança 𝑉 de 𝑧0 tal que não contém pontos 𝑧
de 𝑍 tal que 𝑧 ̸= 𝑧0 , ou seja, 𝑉 ∩ 𝑍 = {𝑧0 }. Agora suponha 𝑈 ∩ 𝑍 = {𝑧0 }, com 𝑈
aberto, assim, podemos obter uma vizinhança 𝑉 contido em 𝑈 tal que 𝑧0 ∈ 𝑉 . Se 𝑧0 fosse
ponto de acumulação de 𝑍 então 𝑉 deveria ter pontos de 𝑧 de 𝑍 tal que 𝑧 ̸= 𝑧0 , mas isso
contradizia o fato de 𝑉 ∩ 𝑍 ter apenas 𝑧0 . Segue o resultado.

|·|
c) O número 1 obviamente é isolado já que 𝐵1/5 (1) contém apenas 1 em 𝐴. Tome
|·|
1/𝑛 qualquer de 𝐴, com 𝑛 > 1, daí tome para cada 𝑛 ∈ N, 𝐵1/(𝑛+1) (1/𝑛), clara-
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mente essa bola contém apenas 1/𝑛 em 𝐴. Já vimos que Q é arquimediano e 𝐴 ⊂ Q,


|·|
logo, seja 𝜀 > 0 com 𝐵𝜀 (0), temos que existe 𝑛0 ∈ N tal que 1 < 𝑛0 𝜀 e portanto
|·|
1/𝑛0 < 𝜀 ⇒ |1/𝑛0 − 0| < 𝜀 ⇒ 1/𝑛0 ∈ 𝐵𝜀 (0). Como 𝑛0 é qualquer, segue que 0 é ponto
de acumulação de 𝐴.

d) Tome 𝑥 ∈ R qualquer, pegue o intervalo (𝑥 − 𝜀, 𝑥 + 𝜀) com 𝜀 > 0, assim, como


todo intervalo aberto possuí pontos de Q e R ∖ Q, pois ambos são densos em R, temos
que 𝑥 é ponto de acumulação de Q, afinal 𝜀 é arbitrário, segue que Q′ = R.

e) Suponha 𝑧 isolado, como todo ponto 𝑧 ∈ 𝑍 está em {𝑧} e, sendo assim, se {𝑧} for um
aberto, significa que estamos usando a topologia discreta, pois 𝑧 é arbitrário e a união
arbitrária desses conjuntos unitários será um aberto também, isto é, 𝜏 = 𝒫(𝑍), temos
também que {𝑧0 } ∩ {𝑧1 } = ∅ uma interseção finita, daí ∅ ∈ 𝜏 . Por outro lado, se 𝑍 tem
topologia induzida sendo a discreta, segue que para todo 𝑧 ∈ 𝑍, {𝑧} é um aberto, ou seja,
𝑧 ∈ {𝑧}, como {𝑧} não admite 𝑧𝑖 ̸= 𝑧 segue que 𝑧 é isolado.

Questão 7.

a) Como 𝑎 é isolado, temos que dado 𝜀 > 0 a 𝐵𝜀𝑑 (𝑎) contém apenas o 𝑎, como 𝑎 ∈ 𝐴
tem-se que 𝐴 ∩ 𝐵𝜀𝑑 (𝑎) = {𝑎}. Assume que 𝐵𝜀𝑑 (𝑎) ∩ 𝐴 = {𝑎}, se 𝑎 não for isolado então
existiriam pontos 𝑎0 ∈ 𝐴, com 𝑎 ̸= 𝑎0 , tal que 𝑎0 ∈ 𝐵𝜀𝑑 (𝑎), porém pela nossa hipótese
vemos que isto é impossível, segue que 𝑎 é isolado.

b) Se 𝑎 é ponto de acumulação de 𝐴, então dado 𝜀 > 0 a 𝐵𝜀𝑑 (𝑎) contém pontos 𝑎0 ∈ 𝐴,


com 𝑎0 ̸= 𝑎, em outras palavras, como 𝑎0 ∈ 𝐴 significa que 𝐴 ∩ (𝐵𝜀𝑑 (𝑎) ∖ {𝑎}) ⊃ {𝑎0 } =
̸ ∅.
Agora, suponha que dado 𝜀 > 0 temos que 𝐴 ∩ (𝐵𝜀𝑑 (𝑎) ∖ {𝑎}) ̸= ∅, isto significa que há
pontos 𝑎0 ∈ 𝐴 que estão em 𝐵𝜀𝑑 (𝑎) ∖ {𝑎}, como 𝜀 é arbitrário, por definição temos que 𝑎0
é ponto de acumulação (já que 𝑎0 ̸= 𝑎).

c) Se 𝑎 fosse ponto isolado, cairíamos no caso em que qualquer função será contínua,
pois se 𝑥 = 𝑎 ⇒ 𝑑(𝑎, 𝑎) < 𝛿 ⇒ 𝑑𝑁 (𝑓 (𝑎), 𝑓 (𝑎)) < 𝜀. Entretanto, como a definição pede
que 𝑑(𝑥, 𝑎) > 0 devemos garantir que 𝑎 ̸= 𝑥 e que 𝑎 seja ponto de acumulação, uma vez
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que 𝜀 é arbitrário. Sem dificuldade é fácil ver que se 𝑑 = | · | e 𝑀 = 𝑁 = 𝑅 temos que

Dado 𝜀 > 0, existe 𝛿 > 0 : 0 < |𝑥 − 𝑎| < 𝛿 ⇒ |𝑓 (𝑥) − 𝐿| < 𝜀

que é o que estudamos em Cálculo I.

Questão 8. Seja 𝑥𝑛 → 𝑥0 , daí, para todo 𝐴 ∋ 𝑥0 , 𝐴 ∈ 𝜏 , existe 𝑛𝐴 ∈ N tal que


𝑥𝑛 ∈ 𝐴, para 𝑛 ≥ 𝑛𝐴 . Como 𝑥𝑛 são elementos de 𝑍 e por definição temos que 𝑥0 é um
ponto de acumulação de 𝑍, temos que o limite está em 𝑍.

Questão 9. Se 𝑥 ∈ 𝐴, então dado 𝜀 > 0 temos que 𝐵𝜀𝑑 (𝑥) contém pontos de 𝐴. Assim,
construa uma sequência (𝑥𝑛 ) de 𝐴 tal que para 𝑛 ≥ 𝑛0 , 𝑥𝑛 ∈ 𝐵𝜀𝑑 (𝑥), tal sequência é possí-
vel pois se 𝑥 for um ponto de acumulação de 𝐴, então 𝐵𝜀𝑑 (𝑥) possuí infinitos elementos de
𝐴 e assim podemos induzir um infinito enumerável de elementos para 𝐵𝜀𝑑 (𝑥) a partir da
sequência construída acima. Reciprocamente, se existe uma sequência (𝑥𝑛 ) convergindo
para 𝑥, então temos que para 𝑛 ≥ 𝑛0 existe 𝜀 > 0 tal que 𝑥𝑛 ∈ 𝐵𝜀𝑑 (𝑥), consequentemente
𝑥 deverá ser um ponto de acumulação de 𝐴 e, portanto, 𝑥 ∈ 𝐴.

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