Para este trabalho me voltei ao elemento da linha. Os fios do poste e a
faixa de pedestre formam linhas no espaço urbano. Linhas que fixam uma direçã o para o olhar quando as acompanhamos com o olhar, ou simplesmente está ticas. Sã o linhas de alguma maneira objetivas que nã o intencionam subjetividade. Assim, quis trazer imagens que desafiam esta orientaçã o seca da utilidade pú blica que justifica a presença delas. Na foto que eu fiz, com as linhas formadas pelos fios elétricos e os galhos das á rvores, os galhos formam linhas quebradas, linhas curvas, ondulaçõ es fazendo com que o olhar possa tomar mú ltiplas direçõ es, saindo e entrando delas. Enquanto os fios criam linhas praticamente retas, levando o olhar (nesta foto) ou para a direita ou para a esquerda. Este contraste entre a natureza e o artificial a partir do formato das linhas é algo que quis explorar na fotografia. Já a imagem da internet mostra uma intervençã o artística na linha da faixa de pedestre. A intervençã o desafia a mensagem objetiva daquela sinalizaçã o formada por linhas paralelas e está ticas. De repente, o espaço que a faixa de pedestre delimita ganha um significado lú dico, que carrega de humor uma sinalizaçã o de trâ nsito. Além disso, o Pac-man gera um dinamismo, uma ilusã o de movimento (conferida pela nossa imaginaçã o) para todas as linhas da faixa. Pac- man é uma personagem que nã o para em nenhum momento. Sempre em movimento a devorar tudo pelo caminho. O olhar passa a ter um ponto de partida e direçã o na forma de olhar as linhas paralelas, agora nã o mais está ticas.