Significa que toda a atividade tributária do Fisco está regulada por prescrições jurídicas que lhe permitem exercer as diretrizes que a legislação tributária estabelece. Todos os atos são vinculados, haja vista que a administração pública se prende ao princípio da legalidade (só pode atuar se a lei autorizar, o silêncio da lei indica proibição para o Estado).
Princípio da uniformidade geográfica
Depreende-se da leitura do art. 151, I da CF/88, determinando que todos os tributos instituídos pela União (apenas pela União) devem ser cobrados uniformemente em todo o território nacional, sem distinção ou preferência em relação a Estado, Distrito Federal ou Município, em detrimento de outros.
Princípio da não-diferenciação tributária, em razão da procedência ou do destino
dos bens (CF, art. 152) Significa que as pessoas tributantes estão impedidas de estabelecer cobranças variadas entre bens e serviços, levando em conta a região de origem dos bens ou o local para onde se destinam.
Princípio da liberdade de tráfego de pessoas ou bens (CF, art. 150, V)
Veda que o tributo tenha como hipótese de incidência o tráfego intermunicipal ou interestadual de pessoas ou bens, o ir e vir dentro do território nacional. A restrição da aplicação deste princípio se revela na permissão do Fisco em tributar a circulação de mercadorias interestaduais ou municipais e a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público ou seus concessionários, autorizados pela própria Constituição.
Princípio da transparência (CF, art. 150, §5º)
A lei determinará as medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidem sobre mercadorias e serviços. O tema foi disciplinado pela Lei 12.741/2013, que obriga a informação aos consumidores através de documento fiscal emitido na venda, dos tributos ICMS, ISS, IPI, IOF, PIS, PASEP, Cofins e Cide que recai sobre a relação de consumo.
Princípio da territorialidade da tributação
O poder vinculante de uma lei tributária ensejará efeitos jurídicos até os limites geográficos da pessoa política que a editou.
Princípio da indelegabilidade da competência tributária (CTN, art. 7º)
O poder legislativo de instituir tributos não pode ser delegado, devendo permanecer no corpo das prerrogativas constitucionais da pessoa política indicada na norma.
Princípio da imunidade recíproca (CF, art. 150, V, ‘a’)
A imunidade é uma hipótese de não incidência prevista constitucionalmente, onde a Carta Magna impede que a lei de tributação inclua certos fatos na hipótese de incidência de impostos (apenas impostos). Através da imunidade recíproca, é vedado às pessoas jurídicas de direito público interno (União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios) instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços uns dos outros, bem como sobre autarquias e fundações mantidas pelo Poder Público. Existe a imunidade de taxas para as pessoas reconhecidamente pobres nas seguintes situações: direito de petição e certidão, Ação Popular, registro de nascimento, certidão de óbito, pedido de Habeas Corpus e Habeas Data. Demais imunidades sobre impostos recaem sobre as seguintes pessoas jurídicas no que se refere à sua renda, patrimônio e serviços: templos religiosos de qualquer culto e afins (convento, cemitério religioso, casa paroquial), partidos políticos e suas fundações, entidades sindicais, instituições de educação ou de assistência social sem fins lucrativos. A imunidade constitucional também atinge, em nome da propagação e incentivo à cultura, os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. Fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil e que sejam de autoria ou de interpretação de artistas brasileiros conquistaram imunidade sobre impostos em 2013 (PEC da Música), como forma de incentivo às obras brasileiras e para barrar a atividade pirata sobre estas produções.