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Aula 4 – Sobrecargas e Drenos verticais

Estabilização e Reforço dos Solos – Prof. Romero César Gomes


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Aula 4

Î 4.1 Pré-Compressão e Drenos Verticais.


Î 4.2 Sobrecargas sem Drenos Verticais.
Î 4.3 Sobrecargas com Drenos Verticais de Areia.
Î 4.4 Sobrecargas com Drenos Verticais Sintéticos.
Î 4.5 Aterros Construídos em Etapas.
Princípio Geral dos Métodos de Estabilização Hidráulica

¾ Estabilização Hidráulica: alterações das condições hídricas dos solos, por


meio do controle da drenagem superficial, rebaixamento do NA, migração da
água intersticial e/ou simples redução do teor de umidade dos solos.

¾ Solos Argilosos: expulsão da água do solo por adensamento


induzido geralmente pela aplicação de sobrecargas (comumente
aterros provisórios), associados ou não a um sistema de drenos
verticais.

¾ Solos Granulares: extração da água do solo por gravidade


ou por bombeamento, usualmente por meio de poços, cavas ou
trincheiras drenantes.
Pré-Compressão e Drenos Verticais

redução da magnitude final dos recalques da estrutura definitiva

Pré-compressão: imposição a um dado solo de


fundação de cargas oriundas de uma sobrecarga,
aplicada previamente à implantação da estrutura
definitiva.
recalques da estrutura final

com pré-compressão

sem pré-compressão

tempo
Pré-Compressão e Drenos Verticais

estrutura
final
sem sobrecarga

recalques acentuados

com sobrecarga estrutura


final

recalques menores
Pré-Compressão e Drenos Verticais

aceleração e antecipação dos recalques previstos para a estrutura definitiva

Drenos Verticais: sistemas drenantes instalados


em posição vertical no interior da massa de solo
compressível, visando reduzir as trajetórias de
fluxo das partículas fluidas.
recalques da estrutura final

sem drenos verticais

com drenos verticais

tempo
Pré-Compressão e Drenos Verticais

sem drenos

recalques lentos

com drenos

recalques acelerados
Sobrecargas sem Drenos Verticais

altura final do aterro > altura crítica do aterro


solos com elevado cv e/ou em camadas com espessura limitada
Caso I: Sobrecarga Equivalente

estrutura
Δ σ’ final

σ’0 Δ σ’

cargas pré-compressão estrutura final

Δ σ’

tempo
recalques

recalque

sobre-elevação
Caso I: Sobrecarga Equivalente

σ’0
e p/ estimativa dos recalques
e0 σ’0 + Δ σ’
devido à estrutura final:
Índice de vazios inicial e’0
e’0 < e0 Δe
e’0 Δe’ p/ estimativa dos recalques
devido à sobrecarga:
Índice de vazios inicial e0
Cr
Cc

log σ’
τ

τ’
τ’ > τ
τ

σ’
Problema Básico

Aplicação de uma sobrecarga equivalente às cargas a


serem aplicadas pela estrutura final, de forma a induzir
uma porcentagem significativa do valor do recalque total
previsto para a camada compressível, tal que o recalque
adicional seja admissível e capaz de ser absorvido pela
própria estrutura final.
Caso II: Sobrecarga Adicional

sobrecarga extra: carga Δq


Δq

Δp

cargas pré-compressão aterro final

(Δp + Δq)
Δp

tempo

recalque
recalques

sobre-elevação
Sobrecarga Adicional: Distribuição das Tensões Efetivas

Δq

Δp

tensões efetivas iniciais

H = 2d tensões efetivas finais


t2 > t1 para o aterro permanente
t1

0 camada drenante
Δp’
Δq’
Problema Básico

Determinação do valor da sobrecarga extra a ser aplicada,


durante um dado tempo t, para induzir uma porcentagem
significativa do recalque total previsto para o aterro perma-
nente considerado isoladamente.
Solução do Problema para Sobrecarga Adicional

(i) calcula-se δp e δp+q, admitindo-se uma dada sobrecarga q;


(ii) estabelece-se que (δp+q )t = (N/100).δp (recalque sob Δp + Δp num tempo t),
sendo N a porcentagem de recalque requerida;
(iii) obtém-se UV = (δp+q )t / (δp+q );
(iv) determina-se TV a partir das relações TV x UV ;
(v) calcula-se t a partir da expressão de TV ;
(vi) compara-se tcalc com o valor de t previsto;
(vii) a sobrecarga a ser aplicada corresponde à condição de tcalc = t (para tcalc > t,
deve-se aumentar q; para tcalc < t, deve-se reduzir o valor da sobrecarga q).
Variantes do Processo (Aplicação de Vácuo)

Aplicação de vácuo em superfície (membrana de borracha), em sub-superfície


ou em poços profundos escavados no solo mole.
Curva de Compressibilidade dos Solos

t0 Tempo (escala log)

Estágio I: Compressão Inicial


Deformações

Estágio II: Adensamento Primário


t100

Estágio III: Adensamento Secundário


Recalque Total

δ t = δi + δ p + δs

δi = recalque imediato (compressão inicial)


δ p = recalque por adensamento primário (devido à
dissipação dos excessos de poropressões)
δs = recalque por adensamento secundário (devido
ao rearranjo do arcabouço sólido do solo)
Recalques Imediatos

1− ν2
δ i = qB I
Es
Es = módulo de elasticidade do solo
I = fator de influência

forma L/B centro borda médio (rígido)


circular 1.00 0.64 0.79
quadrada 1.0 1.12 0.56 0.88
retangular 2.0 1.53 0.77 1.21
10.0 2.54 1.27 2.10
Recalques por Adensamento Primário – Argilas NA

e σc’ : tensão de preadensamento

σ’0

e0 Δσ’
σ’f

Cc

σ’ (escala log)

Cc ⎛ σ '0 + Δσ ' ⎞
δp = .H.log ⎜ ⎟ H = espessura da camada de solo
1 + eo ⎜ σ' ⎟
⎝ 0 ⎠
Recalques por Adensamento Primário – Argilas PA

e σ’0 e
σ’f σ’c σ’0 σ’c
σ’f

Cr Cr Δσ’
1 1
Δσ’
Cc
1

σ’ (escala log) σ’ (escala log)

Cr ⎛ σ '0 + Δσ '0 ⎞ Cr ⎛ σ 'c ⎞ C c ⎛ σ '0 + Δσ ' ⎞


δp = .H. log ⎜⎜ ⎟⎟ δp = .H.log ⎜⎜ ' ⎟⎟ + .H.log ⎜ ⎟
1 + eo σ '
1 + eo σ 1 + e ⎜ σ' ⎟
⎝ 0 ⎠ ⎝ 0⎠ 0 ⎝ c ⎠
Fator de Correção para Recalques
(sob o centro da área carregada)

δ pp = r.δ pc (previsto x calculado)

rigidez da fundação Fator de correção r

perfeitamente flexível 1.00


(tanques metálicos, aterros)
intermediária 0.85 – 1.00
(fundações em radier)
perfeitamente rígida 0.85
(sapatas)
Adensamento Secundário

Δe
C αe =
e
log⎛⎜ t 2 ⎞⎟
⎝ t1 ⎠ ΔH
Δε H
C αε = =
log⎛⎜ t 2 ⎞⎟ log⎛⎜ t 2 ⎞⎟
⎝ t1 ⎠ ⎝ t1 ⎠

• Argilas NA Ö 0,5 a 2%
• Argilas Orgânicas Ö 3%
ep
Δe

t1 t2 tempo (escala log)


Recalques por Adensamento Secundário

Cα t
δs = H log
1 + e0 tp

Cα = índice de compressão secundária


e0 = índice de vazios inicial
H = espessura da camada de solo
tp = tempo correspondente a 100% do adensamento
primário
t = tempo pós-adensamento primário
Valores Típicos dos Parâmetros de Compressibilidade

Cc = 0.1 a 0.8 ; Cc = 0.009 (LL - 10)


Cr = Cc/5 a Cc/10

Cαe/Cc = 0.01 a 0.07

Material Cαe/Cc
solos granulares 0.02 ± 0.01
argilas inorgânicas ou siltes 0.04 ± 0.01
argilas orgânicas ou siltes 0.05 ± 0.01
Teoria do Adensamento Unidimensional de Terzaghi

Δσ

z d
drenagem vertical H
argila

areia

Grandezas correlacionadas:

¾ excesso de poropressão Δu (indicado na teoria a seguir simplesmente como u);


¾ profundidade z (medida a partir do topo da camada compressível);
¾ tempo t (decorrido a partir da aplicação instantânea do carregamento externo).
Teoria do Adensamento Unidimensional de Terzaghi

Equação Diferencial
∂u ∂ 2u
= cv 2
∂t ∂z
Excesso das poropressões (u = Δu) Fator Tempo


u(z, t) = ∑
2 ui ⎛ Mz ⎞
sen⎜ ⎟ exp (− M Tv )
2
M=
(2m + 1)π Tv =
cvt
m =0 M ⎝ d ⎠ 2 d2

Grau de Adensamento (Uv)


2d U = f (TV ): drenagem vertical
1
2d ∫0
u dz
( )

2
Uv = 1− ∴ U v = 1 − ∑ 2 exp − M 2 Tv (x 100%)
ui m =0 M
Grau de Adensamento (Drenagem Vertical)

z poropressões

Uv = Adissipação/Atotal

dissipação

u
Grau de Adensamento (Drenagem Vertical)

δt
Uv =
δa
δt = recalque por adensamento a um dado tempo t
δc = recalque total por adensamento primário

2
π ⎛ Uv ⎞
Tv = ⎜ ⎟ para Uv < 60%
4 ⎝ 100 ⎠

Tv = 1.781 − 0.933 log(100 − U v ) para Uv > 60%


Grau de Adensamento (Drenagem Vertical)
Grau de Adensamento (Outras Soluções)
Grau de Adensamento (Drenagem Vertical)

poropressões iniciais poropressões iniciais poropressões iniciais


Uv(%) constantes com z crescentes com z decrescentes com z

0 0 0 0
10 0.008 0.047 0.003
20 0.049 0.100 0.009
30 0.071 0.158 0.024
40 0.126 0.221 0.048
50 0.197 0.294 0.092
60 0.287 0.383 0.160
70 0.405 0.500 0.271
80 0.565 0.665 0.440
90 0.848 0.940 0.720
95 1.127 1.000 0.800
Coeficiente de Adensamento

k(1 + e 0 ) k
cv = =
γwa v γwmv

e e/(1+e0)

av mv
1 1

σv’ σv’
Determinação de cv pelo Método logt

1. Determinar t100
R0 2. Escolher t1 e assinalar t2 = 4t1
x 3. Calcular a distância vertical X entre
Leituras do extensômetro

x t1 e t2
4. Transportar a distância vertical X acima
t1
t2= 4t1 de t1 e determinar R0
5. Determinar R50 dividindo-se ao meio a
R50 distância vertical entre R0 e R100

0.197d 2
cv =
R100
t 50

O logt
t50 tp= t100
Determinação de cv pelo Método t

1. Prolongar o trecho linear inicial até a sua intercessão


C com o eixo das ordenadas, determinando-se o ponto O
(leitura R0)
Leituras do extensômetro

2. Traçar o segmento OB = 1,15 OA

3. Determinar o ponto C e t90 (leitura R90)

0.848d 2
cv =
t 90

O t90 A B t
Sobrecargas com Drenos Verticais

altura final do aterro > altura crítica do aterro


solos com baixos valores de cv e/ou em camadas de grande espessura
drenos verticais: aceleração dos recalques devido ao adensamento primário
(não secundário)
Tipos de Drenos verticais

• Drenos verticais de areia


• Drenos verticais de areia envelopados com
geotêxteis
• Drenos sintéticos (pré-fabricados)
Drenos verticais – Arranjo Geral
Drenos verticais – Arranjo Geral

carregamento
drenagem

NA
espaçamento
máxima distância
de drenagem

camada impermeável
Teoria do Adensamento Radial de Barron

∂u v ∂ 2u
Drenagem vertical: = cv 2
∂t ∂z
Teoria do adensamento vertical de Terzaghi
Uv = f (Tv)

∂u r ⎛ 1 ∂u ∂ 2 u ⎞
Drenagem radial (horizontal): = c h ⎜⎜ + 2 ⎟⎟
∂t ⎝ r ∂r ∂r ⎠

Teoria do adensamento radial de Barron

Ur = f (Tr, n)
Teoria do Adensamento Radial de Barron

Grau de Adensamento Médio (drenagem radial)


8
− Tr
n2 3n 2 − 1
Ur = 1− e F(n)
F(n) = 2 ln(n) −
n −1 4n 2
R
n=
rd
ch t
Tr = (Fator Tempo para drenagem radial)
4R 2

ch – coeficiente de adensamento horizontal (drenagem radial)


R – raio de influência do dreno
rd – raio do dreno vertical
t – tempo de adensamento (drenagem radial)
Teoria do Adensamento Radial de Barron

D = 2R

rd z H
dreno
2H

R
Teoria do Adensamento Radial de Barron

R
n=
rd
Teoria do Adensamento (Vertical + Radial)

∂u ∂ 2u ⎛ 1 ∂u ∂ 2 u ⎞
Drenagem Total: = c v 2 + c h ⎜⎜ + 2 ⎟⎟
∂t ∂z ⎝ r ∂r ∂r ⎠

U = 1 − (1 − U v )(1 − U r )

Uv = grau de adensamento da camada devido à drenagem vertical

Ur = grau de adensamento da camada devido à drenagem radial

U = grau de adensamento da camada devido à drenagem (vertical


+ radial)
Drenos verticais – Parâmetros Típicos

¾ espaçamentos: em projetos visando obter cerca de 90% dos recalques


previstos, em períodos da ordem de 3 a 4 meses, adotam-se comumente
os seguintes espaçamentos:

• 1,0 – 1,5m: argilas homogêneas;


• 1,2 – 1,8m: argilas siltosas;
• 1,5 – 2,0m: argilas arenosas.

¾ diâmetros: comumente 25 – 40cm

¾ profundidades: até 30m

¾ relacão ch / cv : 1,0 – 2,0


Efeitos do Amolgamento do solo e da Resistência do Dreno

A instalação dos drenos provoca o amolgamento (‘smear’) do solo


adjacente, reduzindo a permeabilidade e a eficiência do processo de
aceleração dos recalques por adensamento.

O fluxo vertical ao longo dos drenos é afetado ainda pela própria


resistência intrínseca do meio drenante sob confinamento, sendo
estes efeitos maiores no caso de drenos muito profundos ou no caso
de solos muito permeáveis sujeitos a sobrecargas elevadas.

Estes efeitos são considerados mediante a inclusão de uma zona de


solo amolgado circunvizinha ao dreno e pela adoção de fatores de
correção na equação diferencial do adensamento (solução proposta
por Hansbo)
Efeitos do Amolgamento do solo e da Resistência do Dreno

de

p
zona de solo
amolgado

rs
rc z H
dreno de areia
kv 2H
kc ks
kh

r
re
Teoria do Adensamento (Vertical + Radial) de Hansbo

Grau de Adensamento Médio devido a Drenagem Radial


n kr 3 kr
Fm (n ) = ln + ln S − + πz (2 H − z )
8
− Tr
Ur = 1− e Fm ( n )
S ks 4 qc
d
ds – diâmetro da zona amolgada de solo S= s
dc
dc – diâmetro do dreno de areia
kr – permeabilidade radial (horizontal) do solo intacto
ks – permeabilidade do solo amolgado
H – maior trajetória de drenagem devido ao fluxo vertical
z – profundidade considerada para a estimativa do grau de adensamento
qc – capacidade de descarga do dreno de areia
kc – permeabilidade do dreno de areia
πd c2
qc = k c
4
Drenos de Areia – Processo de Execução

• Fase I: execução do colchão drenante superficial


• Fase II: execução dos drenos verticais de areia
– Instalação de tubos de revestimento de aço por cravação,
com ou sem injeção de água;
– Preenchimento do tubo com areia;
– Recuperação do revestimento.

• Fase III: execução do aterro de sobrecarga


Granulometria da Areia para os Drenos

• areias naturais, limpas, com menos de 3% de finos;


• granulometria:

Peneira diâmetro (mm) % passante

½” 12,50 90 - 100
8 2,40 25 - 100
30 0,60 5 - 50
50 0,30 0 - 20
100 0,15 0-3
Granulometria da Areia para o Colchão Drenante

Peneira diâmetro (mm) % passante

3/8” 9,50 80 - 100


8 2,40 5 - 50
30 0,60 0 - 20
50 0,30 0-3
Sobrecargas com Drenos Verticais - Instrumentação

FHWA (1986)
Drenos Sintéticos ou Pré-Fabricados
Drenos Sintéticos ou Pré-Fabricados

• Aceleração dos recalques devido ao adensamento primário de solos moles sob a ação
de sobrecargas
• Aplicação típica em argilas moles a médias
• Profundidades de até 45m
• Espaçamentos típicos (90% de adensamento em 3 a 4 meses):
1,0 – 1,5m (argilas homogêneas); 1,2 – 1,8m (argilas siltosas) e 1,5 – 2,0m (argilas
arenosas)
• Custos reduzidos em relação a outros processos de estabilização hidráulica de solos
moles
• Processos de instalação e operação simples e rápidos
Drenos Sintéticos ou Pré-Fabricados

Perímetro Equivalente

b
πd c = 2(b + h)
h

Diâmetro Equivalente

2(b + h)
dc = α
π
valores típicos
α = fator de correção, tipicamente 0,9 a 1,0

(b + h)
dc = (FHWA/RD-86/168)
2 dc = 5 a 7,5 cm
Drenos Sintéticos ou Pré-Fabricados

Capacidade de descarga

qc
qc

FHWA/RD-86/168
Drenos Sintéticos – Processo de Instalação

dreno sintético
encapsulado
pelo mandril
Drenos Sintéticos – Processo de Instalação

Ancoragem da placa na extremidade inferior do dreno sintético


Drenos Sintéticos – Processo de Instalação

Ancoragem da placa na extremidade inferior do mandril


Drenos Sintéticos – Processo de Instalação

Dreno instalado pronto para ser cortado


Drenos Sintéticos – Processo de Instalação

Área da instalação de drenos sintéticos


Drenos Sintéticos – Processo de Instalação

Dreno lateral utilizado para aumentar a eficiência do processo de drenagem


Drenos Sintéticos – Processo de Instalação

Sistema integrado entre drenos sintéticos verticais e laterais


Drenos Sintéticos – Processo de Instalação

Exemplo de aplicação em obra

FHWA/RD-86/168

dreno exumado
Problema Básico

Determinação do espaçamento entre os drenos, a partir


de uma malha inicial pré-estabelecida, de forma a se
obter uma porcentagem significativa do recalque total
previsto num dado tempo t admissível.
Curva cargas x recalques x tempos

cargas, p

tempo, t
Δt Δt Δt Δt

δ0 δ1 δ
2 δn-1 δn

recalques, δ
Estimativa do Recalque Final – Método de Asaoka

Equação dos recalques:

δ n = β0 + β1δ n −1

Plotar δ n x δ n −1

Recalque final do adensamento primário:

β0
δf =
1 − β1
Estimativa do Recalque Final – Método de Asaoka

δn

δf

β1

Determinação de β0 e β1

β0
δf δn-1
Aterros Construídos em Etapas

altura final do aterro > altura crítica do aterro


solos com elevado cv e/ou em camadas com espessura limitada

altura
de aterro

tempo

recalques
Aterros Construídos em Etapas

1. Determinação da altura admissível para o primeiro estágio do aterro

H1 = Nc cu0 / (γ FS)

2. Cálculo do tempo necessário para ocorrer Ut (comumente entre 70 e 80%)

3. Estimativa do ganho de resistência Δc u = 0,25Δσ'vc = 0,25U t Δσ vc

4. Determinação da altura admissível para o estágio seguinte do aterro

ΔH = Nc (cu0 + Δcu) / (γ FS) – H1

5. Refazer os procedimentos anteriores para os demais estágios, a partir do


item 2, até se atingir a altura total prevista para o aterro em prazo factível

5. Calcular os recalques correspondentes a cada estágio do aterro.


Aterros Construídos em Etapas

H = Nc cu / (γ FS)

10
Nc = 4.14 + 0.5 B/D
8
Interface
Nc rugosa
6
Interface
5.14 lisa
4
Nc = 3.5 + 0.25 B/D
Nc = 5.64 - 0.82 B/D
2

0 2 4 6 8 10
0.61
B/D
Aterros Construídos em Etapas

resistência não drenada


interface
H cu

ganho de
argila mole resistência
D cu

camada resistente z

Com o adensamento, ocorre um ganho de resistência da argila mole ao longo do tempo


Aterros Construídos em Etapas

+Δσvc
Ut

Ladd (1991)
cu
= λ (OCR )m

σ 'vc
S = 0.22 + 0.03 para argilas sedimentares homogêneas (acima da Linha A)

S = 0.25 + 0.05 para siltes e argilas orgânicas (abaixo da Linha A)

m = 0.88 (1 – Cr/Cc)
Δcu = 0,25Δσ'vc = 0,25U t Δσvc

Maioria das aplicações práticas: OCR = 1 e λ = 0.25


Aterros Construídos em Etapas

altura
de aterro

t1/2
t1 t2 t3 t4 t5 tempo

recalques
Aterros Construídos em Etapas

Estágio 0 – 1: Adensamento durante a execução da fase inicial do aterro

altura
de aterro
1
p1

0 t1/2
t1

δ t1

c v t c v ( t1 − t1 / 2) c v t1 U t1
recalques
Tv = 2 = 2
= 2
d d 2d
ut1 = u0 (1 − U t1 ) δ t1 = U t1 . δ c( p1)
Aterros Construídos em Etapas

altura Estágio 1 – 2: Adensamento da Primeira Fase


de aterro

1 2
p1

0 t1/2
t1 t2

δ t1
δt 2
c v t c v ( t 2 − t 1 / 2) Ut2
recalques
Tv = 2 =
d d2

u t 2 = u 0 (1 − U t 2 ) δ t 2 = U t 2 . δ c( p1)
Aterros Construídos em Etapas

Estágio 2 – 3: Adensamento durante a execução da segunda fase do aterro


altura
c v t c v ( t 3 − t1 / 2) U t 3( p1)
de aterro
3 Tv ( p1) = 2
=
p2 d d2
1 2
p1 cv t cv (t3 − t 2 ) U t 3( p 2− p1)
Tv ( p 2− p1) = 2 =
d 2d 2
0 t1/2
t1 t2 t3
δ t1
δt 2 ut 3( p1) = u0( p1) (1 − U t 3( p1) )
δt3
ut 3( p 2− p1) = u0 ( p 2− p1) (1 − U t 3( p 2− p1) )
recalques

ut 3( p1) + ut 3( p 2− p1) u0( p1)U t 3( p1) + u0( p 2− p1)U t 3( p 2− p1)


U total: Ut3 = 1− =
u0 ( p1) + u0( p 2− p1) u0( p1) + u0( p 2− p1)
δ total: δ t 3 = U t 3δ c ( p 2)
Aterros Construídos em Etapas

Estágio 3 – 4: Adensamento da Segunda Fase


altura
c v t c v ( t 4 − t1 / 2) U t 4( p1)
de aterro 3 4 Tv ( p1) = 2
=
p2 d d2
1 2 c v t c v (2t 4 − t 2 − t 3 )
p1 Tv ( p 2− p1) = 2
=
d 2d 2

0 t1/2
t1 t2 t3 t4 U t 4( p 2− p1)
δ t1
δt 2 ut 4 ( p1) = u0 ( p1) (1 − U t 4( p1) )
δt3
δt 4
ut 4 ( p 2− p1) = u0 ( p 2− p1) (1 − U t 4 ( p 2− p1) )
recalques
ut 4( p1) + ut 4( p 2− p1) u0( p1)U t 4( p1) + u0( p 2− p1)U t 4( p 2− p1)
U total: Ut4 = 1− =
u0( p1) + u0( p 2− p1) u0( p1) + u0( p 2− p1)

δ total: δ t 4 = U t 4δ c ( p 2)

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