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A cogeração de energia é um processo onde são geradas duas formas de energia ao mesmo
tempo. O tipo mais comum é a cogeração de energia elétrica e energia térmica (tanto para
calor quanto para frio), principalmente a partir do uso de biomassa, ou gás natural.
Até a década de 40 mais ou menos, a cogeração de energia era um processo bastante comum,
pois não havia as grandes centrais hidroelétricas ou outras fontes centralizadas de geração de
energia, então o próprio consumidor procurava ter sua fonte geradora de energia. Com o
tempo e a evolução das técnicas de geração centralizada de energia, a cogeração foi perdendo
espaço e passou a ser uma exceção.
A cogeração não é mais que uma produção combinada de energia elétrica e térmica. Através
disto conseguimos evitar o uso de outros equipamentos. Num sistema de cogeração podemos
atingir rendimentos globais entre 70 a 90%. Uma das vantagens desta produção são os
benefícios em custo para o proprietário e para o país. Estes aproveitamentos destinam-se a
fornecer energia elétrica a edifícios e produção de calor ou frio. Resume-se então que a
cogeração consegue uma economia nos gastos da energia primária, uma maior diversificação
energética e com o uso de uma energia primária limpa uma diminuição da contaminação
ambiental. Isto tudo se traduz numa garantia de fornecimento e redução de custos. Através da
figura em baixo conseguimos percepcionar o funcionamento de um sistema convencional e um
sistema de cogeração bem como as suas diferenças.
Os sistemas de cogeração mais utilizados são: as turbinas a gás ou vapor (neste caso,
costumam ser caldeiras que produzem o vapor), motores de combustão interna (ciclo de
Otto ou Diesel), caldeiras de recuperação e trocadores de calor, geradores elétricos
(CaC), transformadores e equipamentos elétricos associados, sistemas de chillers de absorção
que usam calor para produzir frio (ar condicionado). Estas fontes de cogeração aparecem
geralmente associadas a melhorias ambientais. Isso ocorre porque a cogeração aumenta a
eficiência energética de instalações e estimula a produção descentralizada de energia (geração
distribuída), fatores que geram menos impactos ambientais.
2 COGERAÇÃO EM MÁQUINAS DE COMBUSTÃO INTERNA
Este tipo de sistema utilizado em cogeração produz uma quantidade de energia térmica
considerável, sob a forma de gases de escape, água de arrefecimento do motor, óleo de
lubrificação do motor e do sistema de sobrealimentação deste.
- Fuelóleo;
- Gasóleo;
- Dual Fuel;
Ciclo mecânico:
- Motor de 2 tempos;
- Motor de 4 tempos;
Vantagens:
- Alto rendimento;
- Arranque rápido;
Desvantagens:
Devido aos gases de escape terem uma temperatura que pode atingir os 500ºC o seu uso não é
vasto sendo a sua aplicação a maior parte das vezes para fins sanitários. Uma produção
combinada permite produzir energia eléctrica e energia térmica, esta sob a forma de vapor de
água quente que vêm dos gases de escape e da água de refrigeração do motor. Para um
investimento deste tipo temos de incluir o transporte, montagem, arranque e a construção
civil da instalação. Numa central destas e necessário o controlo completo dos aparelhos, para
isso recorre-se:
- Contador electrónico de alta precisão, com correção de pressão para o vapor de água, por
exemplo;
Este tipo de motor tem necessidades térmicas pouco significativas e grandes necessidades
eléctricas. Os seus rendimentos andam na casa:
- Elétrico: 35 a 45%;
- Térmico: 40 a 50%;
- Total: 75 a 80%;
Outro problema que este tipo de motor apresenta é o ruído, não existe ainda legislação
específica para cogeração ao abrigo das leis vigentes para ruído. Um das formas de reduzir é
utilizando almofadas de maneira a insonorizar o local ou através de paredes grossas. A
utilização deste tipo de energia primária faz com que seja extremamente poluente
(CO2,SO2,NOx) devido à sua percentagem de Enxofre, principalmente o fuelóleo. Outra
comparação e que é menos poluente quando usado em cogeração comparando com a
produção convencional eléctrica. O consumo médio anual de fuelóleo anda pelos 540000litros
consoante o tipo de motor.
2.2 Motor a Gás
Através desta figura explicamos o ciclo de OTTO de um motor a gás bem como todo o seu
funcionamento principal. Os motores em causa, de combustão interna são de ciclo de OTTO. O
gás misturado com o ar em proporções adequadas a uma pressão e temperaturas
estabelecidas, provoca mediante um foco de ignição uma forte reação exotérmica, cuja
energia libertada gera uma força motriz que faz acionar o gerador elétrico.
1º Tempo: Admissão (A-B)
Entrada para o cilindro de uma mistura ar/combustível através do movimento descendente do
pistão.
O pistão move-se no sentido ascendente, purgando o que resta dos gases de escape.
Vantagens:
As aplicações da energia térmica provêm dos gases de escape a uma temperatura de 85-90ºC,
do sistema de refrigeração de motor num ciclo fechado e uma recuperação direta dos gases.
Com este tipo de recuperação conseguimos gerar ar quente.
3 O CONSUMO DE GÁS NATURAL PARA USO DIRETO E PARA GERAÇÃO DE ELETRICIDADE
O cálculo dos rendimentos da configuração acima pode ser dado, tomando a relação de
consumo do combustível pela potência, considerado igual nos dois casos (10,63 kWh = 1m3 de
gás natural).
O rendimento, no caso do motor elétrico será, levando em conta toda a cadeia energética:
Para todo o sistema de energia da geração na central e consumo de eletricidade pelo motor
elétrico:
Para todo o sistema de transporte do gás e consumo de força motriz pelo motor de combustão
a gás natural, com o aproveitamento da cogeração:
4 ESTUDO DE CASO
Deve ser notado, pelo fato de uma substituição simples, que o preço do motor elétrico e tido
como nulo, diminuindo as condições de comparação para o motor de combustão interna. Em
um estudo de instalação nova o preço do motor elétrico deverá ser levado em conta na análise
de alternativa econômica.
Para a resolução da análise econômica foi criado o quadro 3, tomando-se como taxa de juros
anuais 12% e valores de manutenção para o motor elétrico igual a 1/3 do motor de combustão
a gás natural. O custo da tarifa do gás natural variou entre U$ 1,00/MMBTU a US$ 12,00
/MMBTU (R$ 0,07/m3 a R$ 0,9/m30.
Para os cálculos e elaboração dos gráficos foi utilizada a planilha Excel , função NPER (0,12;-
Custos mensais, Investimento, Valor residual;1).
A taxa de juros anuais foi tomada em 12% e os valores dos rendimentos foram utilizados do
quadro acima, conforme o fator de utilização proposto.
A diminuição do regime de carga dos motores tem fator importante na redução do tempo de
retorno, mostrando ainda vantagem significativa em favor do motor de combustão interna a
gás natural sobre o motor elétrico.
Neste caso, como pode ser observado na figura acima, com regime de carga de trabalho dos
motores, para um fator de utilização de 75%, não é tão acentuada a diferença do tempo de
retorno quanto no caso de utilização plena, ou seja, 100% de fator de utilização .
4. CONCLUSÃO
Embora a quantidade de gás consumida nas possíveis instalações citadas no item 2, não
represente substancial aumento na utilização do gás natural, pode servir como ponto de
partida para sistemas semelhantes em outras estações de abastecimento de água e até em
outras áreas, como por exemplo terminais da Petrobras, refinarias, etc.
Deve-se notar ainda que o fator de utilização do equipamento, aliado ao regime de cargas dos
motores pode influenciar de maneira significativa a comparação do tempo de retorno do
investimento. O fato deve-se ao comportamento da curva de rendimento do motor elétrico e
do motor de combustão quando funcionando em regime de carga variável.
Na análise de futuras instalações de bombeamento onde o preço do motor elétrico deverá ser
computado no estudo da viabilidade econômica, as vantagens nessa substituição ficarão ainda
mais evidentes.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.infoescola.com/energia/cogeracao/
http://www.ct.unt.edu.ar/documentos/SimposioEnergiasAlternativas/Mesa1/Silveira.pdf
http://catedradogas.iee.usp.br/artigos/mello_uso_motores_combustao.pdf
http://www.eficiencia-energetica.com
http://www.aneel.gov.br/
http://www.cogensp.com.br
http://www.professores.uff.br/dulcemar/Doc_PDF/Apostila_Cogeracao_Otima.pdf
http://catedradogas.iee.usp.br/artigos/mello_uso_motores_combustao.pdf