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conhecimentos como principal fonte de produtividade"(Castells, 1999: 35), o que, segundo
o autor, nos conduz a um novo paradigma tecnológico, baseado na tecnologia da
informação.
A essa altura Castells apresenta como característica importante da sociedade
informacional, ainda que não esgote todo o seu significado, "a lógica de sua estrutura
básica em redes, o que explica o uso do conceito de 'sociedade em rede'" (Castells, 1999:
46, nota 33). O surgimento da sociedade em rede torna-se possível com o desenvolvimento
das novas tecnologias da informação que, no processo, "agruparam-se em torno de redes de
empresas, organizações e instituições para formar um novo paradigma sociotécnico"
(Castells, 1999: 77) cujos aspectos centrais, representam a base material da sociedade da
informação. Assim como Toffler2 apresenta as seis caraterísticas do novo sistema de meios
de comunicação que, na sua análise, suportam e dão origem a um novo sistema de produção
e distribuição de riqueza e de poder, Castells nos mostra os cinco aspectos centrais do novo
paradigma: a informação é matéria-prima; as novas tecnologias penetram em todas as
atividades humanas; a lógica de redes em qualquer sistema ou conjunto de relações usando
essas novas tecnologias; a flexibilidade de organização e reorganização de processos,
organizações e instituições; e, por fim, a crescente convergência de tecnologias específicas
para um sistema altamente integrado, conduzindo a uma interdependência entre biologia e
microeletrônica (Castells, 1999: 78-9).
Para finalizar é preciso ainda apresentar, mesmo que rapidamente, o conceito de
rede trabalhado por Castells. O conceito de rede parte de uma definição bastante simples -
"rede é um conjunto de nós interconectados" (p. 498)- mas que por sua maleabilidade e
flexibilidade oferece uma ferramenta de grande utilidade para dar conta da complexidade
da configuração das sociedades contemporâneas sob o paradigma informacional. Assim, diz
Castells, definindo ao mesmo tempo o conceito e as estruturas sociais empíricas que podem
ser analisadas por ele,
"redes são estruturas abertas capazes de expandir de forma
ilimitada, integrando novos nós desde que consigam
comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem
os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou
objetivos de desempenho). Uma estrutura social com base em
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Op. cit.
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redes é um sistema aberto altamente dinâmico suscetível de
inovação sem ameaças ao seu equilíbrio" (Castells, 1999: 499)
Referências bibliográficas