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DOI:10.34117/bjdv6n3-434
Recebimento dos originais: 02/02/2020
Aceitação para publicação: 27/03/2020
RESUMO
ABSTRACT
Eis que esse preceitos supracitados são ignorados ou atendidos de forma parcial, tendo
em vista que o sigilo de informações quanto ao funcionamento das unidades prisionais,
condições de assistências as pessoas presas ou egressas e o valor recebido, bem como sua
destinação, para o funcionamento das prisões não se encontra em nenhum dos relatórios do
INFOPEN (2014, 2015, 2016, 2017). Os dados apresentados são de viés unicamente
quantitativo e mesmo assim os relatórios evocam o fato de que muitas das assistências não
existem ou são desenvolvidas de forma parcial ou precária, pois em exemplo, o relatório que
tem como referência o ano base de 2017 registra que 51,35% das pessoas presas possuem no
máximo o grau de escolaridade no nível fundamental incompleto (44,15% maior do que a
média nacional); apenas 17,5% possuem acesso ao direito de exercer atividades laborais,
sendo que 46,7% dessas pessoas que trabalham não recebem remuneração pelos seus serviços
(INFOPEN, 2017).
Em aditamento, tanto a LEP quanto a LAI, resguardam em seu texto a integridade da
pessoa física, tanto na esfera das condições adequadas de tratamento e acesso à saúde, tal como
disposto no artigo 14 da LEP, em que a pessoa presa possui assistência, em caráter preventivo
e curativo, de atendimento médico, farmacêutico e odontológico (BRASIL, 1984); como pelo
viés informacional, descrito pelo artigo 21, parágrafo único da LAI (BRASIL, 2011, p. 6) que
4 CONSIDERAÇÕES
Após discorremos sobre as possibilidades de interrelações da LAI com a LEP, por
intermédio da pesquisa teórica sobre violência e os trechos de narrativas provenientes do
dossiê O ato criminoso como modalidade de gozo: subjetividade perversa e ato perverso e as
falas pertencentes as pessoas egressas que constam na comunicação n. 70 do ISER, é possível
afirmar que além da assistência, ocorre uma ausência de informação, ou melhor restrições
informacionais, nos vários âmbitos necessários aqueles que se encontram tanto sob custódia
do Estado para com os que tornam-se egressos do sistema prisional.
A violência legitima-se para além da privação de liberdade, como é o caso da ausência
das inúmeras assistências previstas pela LEP, bem como do descumprimento da LAI, no que
diz respeito a prover informações rápidas e inócuas sobre o funcionamento das instituições
prisionais, do acesso à informação e, por conseguinte, orientações, previstas em lei para
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