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Tema: minorias, preconceito e inclusão

Definições:
Minorias
1. O conceito de minoria social diz respeito, nas ciências sociais, a uma parcela da população que
se encontra, de algum modo, marginalizada, ou seja, excluída do processo de socialização.
2. Historicamente, os grupos minoritários são aqueles que, por algum motivo, geralmente ligado ao
preconceito de cor, classe social ou gênero, ficaram excluídos da sociedade, marginalizados, e não
tiveram a plenitude de seus direitos básicos garantidos.

Preconceito
1. Preconceito é o ato de julgar algo ou alguém antes de conhecer o objeto de juízo. Há de se
considerar que há o preconceito nas relações humanas e este é o considerado ruim, não obstante no
linguajar comum tende-se a se esquecer que há outros tipos de preconceitos não relacionados as
questões sociais. E, ao contrário do que se pensa, não somente mal julgar alguém é considerado
preconceito com também bem julgar caso o seja feito sem o conhecimento do objeto julgado.

Inclusão
1.Inclusão social é um conjunto de medidas para garantir que todas as pessoas participem da
sociedade igualmente.
2. Inclusão social é o ato de incluir na sociedade, categorias de pessoas historicamente excluídas do
processo de socialização, como negros, indígenas, pessoas com necessidades especiais, homossexuais,
travestis e transgêneros, bem como aqueles em situação de vulnerabilidade socioeconômica, como
moradores de rua e pessoas de baixa renda.
3. Na Sociologia, dizemos que a inclusão social é uma medida de controle social, ou seja, ela atua
como meio de integração entre administração pública e sociedade a fim de solucionar conflitos e
resolver problemas resultantes da formação da sociedade capitalista.

Violência estrutural
1. A violência estrutural refere-se a qualquer cenário em que uma estrutura social perpétua a
desigualdade, causando sofrimento evitável.

2. Violência gerada por estruturas organizadas e institucionalizadas, naturalizada e oculta em


estruturas sociais, que se expressa na injustiça e na exploração e que conduz à opressão dos indivíduos.
3. Tipo de violência na qual não existe um agressor definido. E sua vítima não é uma pessoa
específica, mas sim um grupo de pessoas caracterizadas de alguma forma como iguais. Essa categoria
de violência é “invisível” podendo não ser percebida normalmente, mas, ainda assim, pode ser
percebida através de dados estatísticos comparativos.

Dados
(Parte está presente nos anexos)
Em 2011, homens com ensino superior ganhavam, em média, R$ 3.058, enquanto as mulheres com
o mesmo nível de formação ganhavam, em média, R$ 1.865, o que representa uma diferença de salário
de 63,98%.

As médias salariais de homens e mulheres nas dez carreiras com maior geração de postos de
trabalho:
Analista de negócios: homens ganham R$ 5.334 e mulheres, R$ 4.303;
Analista de desenvolvimento de sistemas: homens ganham R$ 5.779 e mulheres, R$ 5.166;
Analista de pesquisa de mercado: homens ganham R$ 4.191 e mulheres, R$ 3.624;
Biomedicina: homens ganham R$ 2.761 e mulheres, R$ 2.505;
Enfermagem: homens ganham R$ 3.417 e mulheres, R$ 3.288;
Preparador físico: homens ganham R$ 1.426 e mulheres, R$ 1.326;
Nutricionista: homens ganham R$ 2.781 e mulheres, R$ 2.714;
Farmacêutico: homens ganham R$ 3.209 e mulheres, R$ 3.221;
Fisioterapeuta geral: homens ganham R$ 2.400 e mulheres, R$ 2.422;
Avaliador físico: homens ganham R$ 2.107 e mulheres, R$ 2.303.

Análise:
Como indicam os dados, há severas disparidades em diversas estatísticas. Ao se analisar os dados
sobre quantidades e taxas de homicídio por etnia e por sexo podemos constatar um clássico exemplo de
violência estrutural: aquela que ocorre para com negros, principalmente homens (imagino que
principalmente de periferias). Isso pode ser devido a um mais diverso conjunto de fatores, entre eles: as
maiores taxas de violência nas periferias e guetos e provavelmente ao racismo.
Sobre os dados relacionados as diferenças salariais, tratarei mais sobre a questão econômica, mas,
ainda assim, discutirei algumas questões culturais e sociológicas. Devemos notar primeiramente a
diferença média entre os gêneros, nesta podemos perceber uma disparidade alarmante se comparada as
diferenças por área de atuação. Isso nos indica que grande parte dessa diferença média se deve as
diferentes escolhas de carreia que se acentuam entre os sexos.
Deve-se imaginar então que o resto da diferença se deve a pura misoginia? Penso que não, pois há
outros fatores que envolvem a formação de um salário. Entretanto, antes que eu vos diga quais são, eu
falarei sobre o que é um salário.
O salário é para o trabalho o que o preço é para a mercadoria. Nesse sentido, o trabalho é uma
mercadoria. E dessa foma: “o nível dos salários é determinado no mercado do mesmo modo que o preço
de qualquer mercadoria”. Com relação aos níveis dos salários ofertados pelos empresários Mises afirma:
“O limite superior de sua oferta é determinado pelo preço que espera obter na venda dos bens
suplementares a serem fabricados ao empregar os trabalhadores em questão. O limite inferior é
determinado pelas ofertas dos demais empresários, que também são guiados por considerações
análogas.”.
Ao que os dados mostram, o limite inferior feminino é menor que o limite inferior masculino. O
que explicaria isso? Talvez os empreendedores não queiram pagar mais a mulheres, mas devemos notar
que, se não houver nada que impeça tal processo, “Aparecem logo pessoas querendo aproveitar-se da
margem entre o nível de salários existente e a produtividade marginal do trabalho; sua demanda por mão
de obra fará com que os salários voltem ao nível compatível com a produtividade marginal do
trabalho.”.
Os empreendedores buscam lucro, portanto os mesmos dependem daqueles que possibilitam o
lucro, ou seja, dependem dos consumidores. Portanto qualquer mercadoria é em última instância
precificada pelos consumidores. As vontades mesquinhas dos empresários tendem a ser substituídas pela
vontade de lucrar, pois caso contrário o mesmo logo não mais poderá ser o que costumava ser – sua
empresa falirá e seus recursos (humanos e inumanos) logo estarão a emprego de outra função. Dessa
forma o possível preconceito teria como seu agente o consumidor? Claro que sim, isso caso
considerarmos que os consumidores estão dispostos a pagar mais caro por produtos inferiores em prol
de favorecer empresas que possuem práticas discriminatórias.
Caso considere que não, então as disparidades seriam geradas por outros fatores e meu palpite é
que isso tem relação com as diferenças contratuais. Como sabemos os contratos de trabalho não são
feitos por um livre acordo entre patrão e empregado, mas sim são feitos com base na legislação
trabalhista. Dessa forma os contratos podem não ser homogêneos e, como sabemos, não são. E essa
disparidade logicamente muda os preços dos fatores de produção (trabalho),
Concluo dizendo que o controle de preços (como ação afirmativa) não pode ser considerado uma
solução, pois assim como não se deve remendar um remendo. Não se pode parar os efeitos de uma
intervenção com outra na mesma direção. E além disso a experiência histórica – assim como a ciência
econômica – nos mostra que controle de preços só leva a produtos que não são vendidos por serem
muito caros ou a produtos que faltam no mercado tendo em vista seu baixo preço (que gera prejuízo).

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