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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUCAS SCHITINI DE SOUZA e *.tjal.jus.br., protocolado em 22/03/2021 às 09:23 , sob o número WLAN21800001266
Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700167-59.2021.8.02.0017 e código 4CE66FA.
ESTADO DE ALAGOAS
MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE LIMOEIRO DE ANADIA

Representação de Prisão Preventiva

Processo nº: 0700167-59.2021.8.02.0017

Mp nº: 08.2021.00015042-1

Tipo Penal: art. 121, paragrafo 2º, III do CP

Representados: Sandro Teles, Osvaldo Teles do Nascimento e Jose Edmilson Freire dos
Santos

Vitima: Paulo Vitor Pereira de Lima

MANIFESTAÇÃO DO MINISTÉRIO pÚBLICO

MM. Juiz,

Trata-se de Representação efetuada pela Digna Autoridade Policial, na qual pugna pelo
decreto da PRISÃO PREVENTIVA de Sandro Teles, Osvaldo Teles do Nascimento e Jose
Edmilson Freire dos Santos, tendo em vista a existência de fortes indícios de autoria e
materialidade da prática, em tese, do delito previsto no art. 121 paragrafo 2º, III, do CP em face
da vitima Paulo Vitor Pereira de Lima .

Com efeito de acordo com Boletim de Ocorrência n° 2702/2021, N do


B.O.:00026705/2021 a vitima Paulo Vitor teve um desentendimento com o investigado Sandro
Teles por causa de uma cama, ocasião que o Sandro juntamente com seu irmao Osvaldo teles
foi a procura do Paulo Vitor. Ao perceber que a vítima tinha saído para a estrada aproveitaram
que o carro pertencendo ao representado Jose Edmilson estava com a chave na ignição
entraram deram partida e foram atras da vitima. Em poucos metros conseguiram alcançar a
vitima e jogaram o veiculo contra ela, com o impacto ela caiu e logo em seguida os dois irmaos
sairam e com uma inchada deram vários golpes na vitima, momento em que Jose Edmilson
chegou no local, vindo a vítima a falecer.

De acordo com o depoimento de Jose Aparecido Soares de Lima o mesmo relatou


perante a autoridade policial (fl. 05):
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QUE, relata que e pai da vitima PAULO VITOR PEREIRA DE LIMA;
QUE vem a essa repartição policial falar sobre fatos que levaram a morte
do seu filho, diz que no dia foi avisado por um conhecido sobre a morte,
ao saber foi imediatamente ao local quando chegou a policia já estava
aguardando o IML chegar; QUE além do seu filho que já estava sem
vida, também estava o amigo dele EDMILSON que alegava ter sido
vitima de uma tentativa de homicídio feita pelos autores SANDRO e
OSVALDO, dois irmãos ; QUE na versão do sobrevivente tudo começou
por causa de uma discussão a respeito de uma cama, como todos
estavam bebendo chegou a ter uma luta corporal entre os irmão e a
vitima; QUE segundo essa testemunha a vitima chegou a correr cerca de
80 a 100 metros, mas um dos autores pegou o carro da testemunha, que
segundo ela estava com a chave na ignição e fez a perseguindo ate
alcança-lo para em seguida atropelar, foi quando a pé chegou o outro
irmão com uma enxada junto coma a outra vitima, logo em seguida os
irmão começaram dar golpes com a enxada e a matar a vitima, segundo
o EDMILSON ainda tentou evitar a morte segurando um dos autores,
mas um dos irmãos deferiu um golpe na cabeça dele com o instrumento
que o fez desmaiar, ao acordar não encontrou o veiculo e os pertence
dele;

Ademais, em sede de interrogatorio o representado Jose Edmilson Freire dos Santos


narra (fl.14):

QUE voltamos no meu carro, ao chegar ele foi direto para o


alojamento ou seja a casa alugada, enquanto eu manobrava o veiculo
para guardar; QUE antes mesmo de sair do carro já vi a briga entre o
SANDRO e o PAULO, os quais já se agrediam com socos; QUE o
PAULO correu para a estrada, foi quando o SANDRO me tirou do carro a
força e assumiu a direção acelerando em perseguição ao PAULO, nessa
hora corri a pé para tentar alcançar o carro, mais a frente o veiculo parou
foi então que conseguir me aproximar e ver o SANDRO agarrando o
pescoço do PAULO asfixiando, ao ver aquela cena tentei segurar o
SANDRO foi quando recebi uma pancada por cima do olho, nessa hora
fiquei atordoado, mas não cheguei a identificar quem tinha me golpeado,
mas acredito que o provável autor teria sido o OSVALDO, irmão do
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SANDRO, porque as únicas pessoas presentes eram o OSVALDO,
SANDRO, PAULO (vitima) e o declarante; QUE ainda levantei e fui pedir
ajuda em uma fazenda próxima, mas meu carro foi levado possivelmente
pelo SANDRO e o OSVALDO que o levaram na fuga, dentro do
automóvel estava R$ 1300,00 (hum mil e trezentos reais) e meu celular;

Ocorre que embora o representado Jose Edmilson Freire dos Sanos alegue que
também foi vitima de lesão corporal tendo recebido uma pancada por cima do olho, ficando
atordoado e que teria pedido ajuda em uma fazenda próxima tendo em vista que seu carro teria
sido levado pelo Sandro e Osvaldo, o video juntado aos autos desmente parte da versao de
Jose Edmilson de que os irmaos teria levado seu carro. No video aparece ainda o Jose
Edmilson dentro do carro, vendo um dos autores filmar, provavemte o Sandro, confessando a
pratica do crime. No video o Jose Edmilson ainda diz: “Vc acabou coma frente do meu
carro...nao vou dizer nada nao”.

Os levantamentos feitos pela investigação apontam como suspeitos da execução do


delito Sandro Teles, Osvaldo Teles do Nascimento e Jose Edmilson Freire dos Santos.

Apesar da clara existência da materialidade e indícios de autoria do crime investigado,


entende o Ministério Público, ao menos a priori, nesse momento processual, que o requisito do
periculum libertatis não está presente, vez não existirem, nos autos, provas concretas
demonstrando que a colocação em liberdade do acusado, exporia a risco qualquer dos
pressupostos elencados no art. 312, do CPP.

Assim, sendo opina o Ministério Público pelo indeferimento da representação de


prisão preventiva dos indiciados, pois ausente o fumus comissi delicti, art. 312, in fine do CPP,
visto que, enquanto sobeja prova em relação à materialidade e indícios de autoria, o mesmo
não foi demonstrando que a colocação em liberdade do acusado, exporia a risco qualquer dos
pressupostos elencados no art. 312, do CPP

Contudo, entendo ser cabível à espécie outro tipo de prisão cautelar,


precisamente a prisão temporária.

A lei 7.960/1990 dispõe sobre a prisão temporária nesse sentido:

Art. 1º Caberá prisão temporária:


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I – quando imprescindível para as investigações do inquérito
policial;

II – quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer


elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;

III – quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer


prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do
indiciado nos seguintes crimes:

a) homicídio doloso (artigo 121, caput, e seu § 2º);

b) sequestro ou cárcere privado (artigo 148, caput, e seus §§ 1º e 2º);

c) roubo (artigo 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);

d) extorsão (artigo 158, caput, e seus §§ 1º e 2º);

e) extorsão mediante sequestro (artigo 159, caput, e seus §§ 1º, 2º e


3º);

f) estupro (artigo 213, caput, e sua combinação com o artigo 223,


caput, e parágrafo único);

g) atentado violento ao pudor (artigo 214, caput, e sua combinação


com o artigo 223, caput, e parágrafo único); A Lei no 12.015, de
7-8-2009, revogou os arts. 214 e 223, passando a matéria a ser
tratada pelo art. 213 do CP.

h) rapto violento (artigo 219, e sua combinação com o artigo 223,


caput, e parágrafo único); c O crime de rapto foi expressamente
revogado pela Lei no 11.106, de 28-3-2005.

i) epidemia com resultado de morte (artigo 267, § 1º);

j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou


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medicinal qualificado pela morte (artigo 270, caput, combinado com o
artigo 285);

l) quadrilha ou bando (artigo 288), todos do Código Penal;

m) genocídio (artigos 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de


1956), em qualquer de suas formas típicas;

n) tráfico de drogas;

o) crimes contra o sistema financeiro (Lei nº 7.492, de 16 de junho de


1986).

Necessária ainda combinação do citado legal com o disposto na lei de crimes


hediondos (lei 8.072/1990):

Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos


tipificados no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 –
Código Penal, consumados ou tentados:

I – homicídio (artigo 121), quando praticado em atividade típica


de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e
homicídio qualificado (artigo 121, § 2º, I, II, III, IV e V);

(…)

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de


entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

I – anistia, graça e indulto;

II – fiança.

§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente
em regime fechado.
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§ 2º A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes
previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois
quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos),
se reincidente.

§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá


fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.

§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de


21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá
o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso
de extrema e comprovada necessidade. (grifo nosso).

Ex positis, entendendo o Ministério Público, através deste Promotor de Justiça, estarem


presentes os requisitos para segregação cautelar, vez que imprescindível à investigação
criminal, REQUER A EXPEDIÇÃO DE DE MANDANDO DE PRISÃO TEMPORÁRIA em
desfavor dos representados Sandro Teles, Osvaldo Teles do Nascimento e Jose Edmilson
Freire dos Santos, com fundamento no art. 1º, I e III, “a” da Lei 7.960/1989 c/c art. 2º, § 4º da
Lei 8.072/1990.

Nestes termos, pede deferimento.

Arapiraca, 22 de março de 2021.

Lucas Schitini de Souza


Promotor de Justiça

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