Você está na página 1de 9

Instituto Médio de Desenvolvimeno e Empreendedorismo de Moçambique

(IDEM)

Ficha de apoio II de IDEACPIR

Estabelecimento individual de responsabilidade limitada, consórcios, joint-ventures,


parcerias holdings, trusts, pools e outras

Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada

O Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada (EIRL) é um formato jurídico


que corresponde a uma empresa titulada por um só indivíduo, onde há a separação entre os bens
próprios do titular (património pessoal) e os bens afetos à exploração da atividade económica.

Uma das principais responsabilidades do empresário do referido estabelecimento, criado com a


finalidade de exercer uma atividade comercial, consiste no próprio responder de forma limitada
pelas dívidas contraídas no exercício da sua atividade perante os seus credores.

Formas jurídicas de empresas

Um dos passos mais importantes na criação de um negócio é a escolha jurídica de empresa a


constituir, uma vez que existem várias opções e que tem de escolher a melhor para si de forma a
garantir o sucesso do seu negócio. Antes de nos focarmos no Estabelecimento Individual de
Responsabilidade Limitada, conheça todas as formas jurídicas de empresas, que se encontram
divididas em duas categorias, singulares e colectivas, nas quais encontra várias tipologias de
sociedades.

Singulares
 Sociedade Unipessoal Por Quotas: há apenas um sócio com responsabilidade limitada
ao valor da quota subscrita e é obrigatório a firma tenha na sua denominação a expressão
“Sociedade Unipessoal” ou então “Unipessoal” antes da palavra limitada ou “Lda”;

 Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada: constituído apenas por


uma pessoa, que tem a responsabilidade limitada a uma parcela dos seus bens;

 Empresário Em Nome Individual: constituído por um indivíduo que afeta os bens


próprios à exploração da sua atividade económica, sendo assim a responsabilidade do
sócio ilimitada.

Coletivas

 Sociedade Por Quotas: tem de ser formada por 2 sócios, no mínimo, que tenham
responsabilidades limitadas às quotas subscritas. Deve acrescentar-se na denominação da
firma a palavra “Limitada” ou “Lda.”;

 Cooperativa: é uma associação coletiva de capital sem fins lucrativos, sendo as receitas
distribuídas pelos elementos de acordo com o investimento efetuado pelos mesmos;

 Sociedade em Nome Coletivo: é formada por mais do que um sócio com


responsabilidade subsidiária em relação à sociedade e é solidária com os restantes sócios;

 Sociedade Anónima: tem de ser constituída por 5 sócios, no mínimo, e o capital social
deve ser de 50.000€ e nunca abaixo desse valor, tendo as ações um valor nominal mínimo
de 1€. No que respeita à responsabilidade dos sócios, esta é limitada ao valor das ações
subscritas. Na denominação da firma deve ser colocada “Sociedade Anónima” ou “SA”;

 Sociedade em Comandita: os sócios comanditários têm uma responsabilidade limitada


às suas entradas, ao contrário dos sócios comanditados, que têm uma responsabilidade
pelas dívidas da sociedade nos mesmos termos da sociedade em nome coletivo. Na
denominação da sociedade deve acrescentar-se “& Comandita”, “& comandita por
ações”, “em comandita por ações” ou “em comandita”. Neste caso há dois tipos de
sociedades em comandita, sendo eles por Ações ou Simples.
Características do Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada

Este tipo de estabelecimento tem determinadas características que o definem, entre elas:

1. Só pode ter como titular apenas um indivíduo ou pessoa singular;

2. Não lhe é reconhecida personalidade jurídica;

3. Deve estar obrigatoriamente na denominação o nome civil do titular, por extenso ou


abreviado, além da expressão “Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada” ou,
abreviadamente, “E.I.R.L.”. A referência ao ramo de atividade é opcional;

4. Pelas dívidas resultantes da atividade económica só respondem os bens afetos à sociedade, à


exceção de caso de insolvência, caso seja provado que o princípio da separação patrimonial não
foi corretamente observado na gestão do estabelecimento;

6. Há uma separação entre o património pessoal do empreendedor e o património afeto à


empresa. Os bens próprios não estão afetos à exploração da atividade económica.

Vantagens

 Existe controlo sobre o negócio;

 A criação da empresa só pode ocorrer em método tradicional;

 Só os bens pessoais do empresário terão de responder pelas dívidas da empresa se estas


surgirem.

Desvantagens

 Há casos em que os patrimónios são conjugados;

1. Consórcio:
O consórcio é "um contrato de sociedades, sob o mesmo controle, ou não, para execução
de determinado empreendimento, sem coparticipação acionária", Para Egon Bockmann
Moreira, "trata-se de uma integração horizontal entre empresas, a estabelecer uma relação
de coordenação de interesses autônomos, visando a um fim específico e comum". Permite
a formação de consórcio para executar determinado empreendimento. Em consequência,
é temporário, não tem personalidade jurídica, e as empresas consorciadas se obrigam nas
condições previstas no respectivo contrato, respondendo cada uma por suas obrigações,
sem presunção de solidariedade.
2. Truste:
É a participação acionária de diversas empresas por meio de contratos realizados com os
seus acionistas ou quotistas. O truste é uma espécie de contrato por meio do qual uma
pessoa (settlor) confia a outra (trustee) a administração de seus bens, materiais ou
imateriais. No caso específico da concentração de empresas, o truste é utilizado para que
uma pessoa (natural ou jurídica) ou um grupo de pessoas controlem outras empresas, sem
a necessidade de adquirir seu capital, mas apenas por meio de contratos de gerenciamento
de suas ações ou quotas. Quando utilizado com fins anticoncorrenciais, o truste
assemelha-se ao cartel (conluio de empresas), mas com a seguinte distinção: enquanto no
cartel as empresas acordam entre si a combinação abusiva, e agem isoladamente de
acordo com esse contrato (normalmente oral), no truste apenas uma empresa é a
responsável por executar e controlar a conduta ilegal.
3. Holding
A holding é uma empresa gestora de participações societárias, criada com o fim exclusivo
de administrar um grupo de empresas. Logo, seu capital não é investido em bens
materiais, mas (de forma total ou parcial) em quotas ou ações de outras empresas,
principalmente para ter o controle administrativo delas. Assim, essa organização
normalmente controla ou conserva para si (hold) outras organizações. "A companhia
pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a
participação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de
incentivos fiscais".

4. Pool

O pool é uma união de fato entre empresas para a manutenção compartilhada de uma atividade
ou serviço comum (como um serviço de vendas, ou de telemarketing, ou de assistência
técnica) [05]. Assemelha-se à joint venture por ser um contrato entre organizações com fins
comuns. Atualmente, o pool é usado com frequência no Brasil no sistema hoteleiro: investidores
(pessoas naturais ou jurídicas) financiam a construção do imóvel e, em regra por meio da
formação de uma sociedade em conta de participação (na qual figuram como sócios ocultos),
selecionam um sócio ostensivo para a administração do empreendimento (hotel, apart hotel, flat,
etc.).

5. Joint venture

O contrato de joint venture está cada vez mais presente nos negócios para facilitar e fornecer
condições para que empresas de pequeno e médio porte cresçam. O mundo interligado e
totalmente conectado no contexto das relações culturais, econômicas e comerciais faz com que o
mercado seja cada vez mais exigente com as empresas, que buscam na criação de mecanismos
jurídicos, alternativas que garantam a sua sobrevivência.

O contrato joint venture seria uma forma que as empresas independentes teriam para se
associarem com a finalidade de alcançar um objetivo determinado e em comum.

5.1.Histórico

O primeiro momento, segundo Mario Pereira Neto, 23 em que se escutou a expressão joint
(ligação) venture (aventure) foi no século XVII no Reino Unido. A expressão era usada para
descrever as organizações dos Merchant ventures (ou gentleman adventures), criadas pelos
mercadores ingleses que naquela época já atravessavam o oceano em busca de parcerias
comerciais para desenvolver suas técnicas de mercado e vender suas mercadorias
internacionalmente. Depois de muito tempo, em meados do século XIX, os americanos
decidiram definir e qualificar o contrato de joint venture. A partir daí, com a globalização e a
concorrência aumentando, este contrato de integração e associação entre empresas independentes
se tornou um excelente meio para minimizar os impactos de um mercado competitivo.

5.2.Conceito

O contrato de joint venture é um assunto bastante específico para a maioria das pessoas, que
acabam não percebendo que com a globalização exige-se cada vez mais das empresas meios
alternativos para sobreviver no mercado.
O contrato joint venture para os estrangeiros já é bastante difundido e para os brasileiros, ainda é
considerado um meio muito estranho de juntar empresas independentes com a finalidade de
alcançar um objetivo que sozinhas não conseguiriam. Ronald Charles Wolf define joint venture
como uma forma particular de fazer negócio em sua jurisdição ou não.

5.3.Finalidade

Com o mercado aquecido e integrado que o mundo vivência, fica difícil para os empresários
desenvolverem seus negócios individualmente. O que se vê hoje em dia, são empresas pequenas
serem compradas por outras maiores com a finalidade de se manter o domínio de mercado.
Infelizmente, a falta de diversidade de produtos com diferentes marcas, acaba gerando um poder
de monopólio. Consequentemente, a ausência de concorrência acarreta a determinação de preços,
na maioria das vezes muito superior ao custo de fabricação, sem o compromisso com a
qualidade, visando um lucro excessivo.

Por isso, os meios criados para o desenvolvimento de mecanismos que viabilize o ingresso de
pequenas e médias empresas no mercado econômico, são importantes para estudos e crescimento
do mercado atual. “As joint ventures têm exercido papel fundamental, dada a possibilidade de se
encontrar em parceiro ideal para o desenvolvimento dos projetos objetivados.

Sem tal forma de associação, não haveria a tão corrente expansão empresarial, por quanto a nova
ordem econômica mundial exige ligações mais dinâmicas, que permitam fugir das burocracias
desnecessárias.” As joint ventures têm como vantagens a redução de custos no ingresso de
empresas internacionais no mercado interno e a formação de ligações dinâmicas para fugir das
burocracias impostas, facilitando a comercialização e a distribuição de produtos.

Comércio electrónico

O comércio eletrônico identifica o uso intensivo de Tecnologia da Informação (Beam e Segev,


1996) na mediação das relações entre consumidores e fornecedores. Para a melhor compreensão
das vantagens e riscos do comércio eletrônico, no entanto, é útil a sua divisão em dois blocos
principais.

Imaginar que o comércio eletrônico se restringe unicamente à venda direta de informações,


serviços e produtos estreita a visão do impacto potencial sobre os negócios que a utilização
comercial da Web pode oferecer a uma organização. Apesar da venda direta ser certamente a
primeira forma de se pensar a obtenção de lucros numa relação entre consumidor-vendedor, a
utilização da Web como veículo para o comércio eletrônico permite visualizar uma série de
outras formas de adicionar valor a um negócio.

A visão do comércio eletrônico, como qualquer tipo de apoio de transações comerciais por meio
do uso de infra-estrutura digital, tem a vantagem de englobar uma gama variada de utilizações da
Web para favorecer ou incentivar transações comerciais.

Assim, o comércio eletrônico pode funcionar como instrumento de promoção (pré-venda), como
novo canal de vendas de fato ou de atendimento ao cliente (pós-venda). Pode gerar economia na
realização de transações e redução do ciclo de desenvolvimento dos produtos; a sua
implementação deve promover um aprendizado organizacional e tecnológico indispensável para
a sua aplicação efetiva. Além disso, se acredita (Bloch, Pigneur e Segev, 1996) que o comércio
eletrônico ainda propicia o desenvolvimento de novos produtos e mesmo de novos modelos de
negócio.

Vantagens dos mercados electrónicos

Os mercados electrónicos abrem novas possibilidades de negócio, ajudam compradores e


fornecedores a aumentar a sua visibilidade no mercado, permitem a redução dos tempos de
processamento e facilitam a localização de parceiros de negócio. O facto dos mercados
electrónicos inspeccionarem minuciosamente os seus parceiros, aumenta a confiança entre os
participantes e facilita o estabelecimento de novas relações de negócio. As ferramentas de
colaboração à disposição nos mercados electrónicos, permitem a integração de processos entre
empresas, simplificam o trabalho, aumentam a eficiência e reduzem tempos e custos.

Como comprador ou vendedor a utilização dos mercados electrónicos pode representar as


seguintes vantagens

 Maior transparência na negociação – uma vez que são disponibilizadas informações relativas a
preços, stocks, tempos de entrega e formas de pagamento;

 Funcionamento 24 horas por dia, 7 dias por semana;


Vantagens específicas para quem vende:

 Facilidade de introduzir novos produtos no mercado;

 Facilidade de actualizar informações sobre os produtos que vende;

 Recepção de pedidos de preços de produtos, quer pelos clientes actuais ou novos clientes;

 Possibilidade de conhecer os preços praticados pela concorrência, através de leilões ou de


catálogos;  Possibilidade de receber as encomendas através da Internet sem necessidade de
implementar uma solução de comércio electrónico;

 Aceder a novos mercados;

 Reduzir custos administrativos;

 Acompanhar os competidores; Vantagens específicas para quem compra:

 Eficiência na procura, comparação e compra de produtos. Quando os mercados electrónicos


alargam o seu âmbito e permitem a integração com outros processos internos, como a gestão
estratégica das compras, tornam-se uma ferramenta importante de e-Business e, actualmente os
mercados electrónicos oferecem funcionalidades que se estendem ao e-Commerce e ao e-
Business.

As principais desvantagens associadas ao comércio electrónico são as seguintes:

Forte dependência das tecnologias da informação e da comunicação (TIC);

Insuficiência de legislação que regule adequadamente as novas actividades do comércio


electrónico, quer ao nível nacional, quer ao nível internacional;

Cultura de mercado avessa às formas electrónicas de comércio (os clientes não poderem tocar ou
experimentar os produtos);

A perda de privacidade dos utilizadores, a perda de identidade cultural e económica das regiões e
países;
Insegurança na realização das transacções comerciais.

Você também pode gostar